Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS.
Referente ao Processo nº XXXXXXXX
MM. Juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Poços de
Caldas/MG
NOME DO ADVOGADO, brasileiro, casado, advogado
regularmente inscrito na OAB/MG sob o nº XXX.XXX, inscrito
no CPF/MF sob o nº XXXXXXXX, com endereço profissional à
, na cidade e Comarca de , Estado de Minas Gerais, onde recebe
intimações, vem, com o devido respeito à ilustre presença de
Vossa Excelência, nos termos dos artigo 5º,
inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar a presente
ordem de
HABEAS CORPUS PREVENTIVO
COM PEDIDO DE LIMINAR
em favor de NOME, QUALIFICAÇÃO, residente e domiciliado
à Rua , Capital, pelos motivos de fato e razões de direito abaixo
expostas:
I – DOS FATOS E DO DIREITO
O Paciente, desde o dia 16 de maio de 2016, encontra-se com a
sua prisão civil restabelecida, NOVAMENTE, pelo
Excelentíssimo Juiz a quo da 4ª Vara Cível da Comarca de
Poços de Caldas (Despacho de fl. 225 anexo).
Nobres Julgadores, até quando terá o Paciente que
insistentemente dizer e comprovar que NÃO TEM MAIS
CONDIÇÕES DE ARCAR COM ALIMENTOS NO IMPORTE
DE 240% DO SALÁRIO MÍNIMO! E que, PODERÁ SER
PRESO INJUSTAMENTE e DEIXARÁ DE PAGAR,
INCLUSIVE, OS ALIMENTOS QUE SEMPRE HONROU! Se
não, vejamos:

Desde 07 de janeiro de 2015 o Paciente ingressou com Ação


Revisional de Alimentos no intuito de demonstrar e comprovar
que não mais tem condições financeiras de prestar alimentos
ao seu filho no importe de 240% do salário mínimo. Tanto,
que no dia 08 de janeiro de 2015, o MM. Juízo da 3ª
Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas, fixou em
sede de liminar os alimentos provisórios em 1 (um)
salário mínimo! (cópia do processo anexo)
O referida liminar foi reformada, data maxima venia,
injustamente, por este E. Tribunal de Justiça Mineiro em 1º de
setembro de 2015. (cópias anexas)
Na audiência de tentativa de conciliação, nos autos da
Revisional de Alimentos, sequer a representante legal
do filho do Paciente quis ouvir e debater um ensaio de
acordo que pudesse suprir as necessidades do menor
e não fosse incapacitar o Paciente (cópia da ata anexa
aos autos – fl. 137)
Ocorre que nesta delonga, os autos arrastam-se desde o
começo do ano passado sem que o Paciente possa
comprovar de forma irrestrita e nos termos do devido
processo legal que realmente NÃO TEM CONDIÇÕES
DE CONTINUAR ARCANDO COM O REFERIDO
VALOR DE ALIMENTOS, sem que com isso seja preso
de uma forma INJUSTA, visto que SEMPRE HONROU
ALIMENTOS AO FILHO!
Neste raciocínio, não pode o Paciente ser prejudicado e
vir a ser preso por um atraso do Poder Judiciário que,
como sabemos, atravessa uma grave crise na quantidade
diminuta de serventuários e gigantesca de processos!
Não bastasse ainda, E MAIS UMA VEZ, como já foi tese
em Habeas Corpusanterior distribuído por este Impetrante em
favor do Paciente neste Egrégio Tribunal, o MM. Juízo da 4ª
Vara Cível de Poços de Caldas, determinou que o Paciente
paga-se o valor determinado pela Exequente sem
sequer dar-lhe oportunidade de impugnar os valores
descritos na planilha!! (cópias anexas)
O Paciente, através de um empréstimo, conseguiu adimplir
o total da execução anterior, inclusive as parcelas
vincendas, pagando o valor total de R$ 28.991,00 (vinte e oito
mil e novecentos e noventa e um reais), mas, desta vez, não
terá condições e, caso este Egrégio Tribunal de Justiça
Mineiro não cesse a decisão do Ilustre Julgador de 1ª
instância, será preso de forma injusta e deixará,
inclusive, de quitar os alimentos que vem
honrosamente suprindo ao seu filho.
Neste sentido, decisões recentes deste Notável Tribunal de
Justiça de mineiro:
'HABEAS CORPUS'. PRISÃO CIVIL. EXECUÇÃO.
ALIMENTOS. ALEGADA IMPOSSIBILIDADE DO
PACIENTE DE PAGAR O VALOR COBRADO PELOS
REQUERENTES. AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO
FINANCEIRA DO EXECUTADO
SATISFATORIAMENTE DEMONSTRADO NOS AUTOS.
PAGAMENTO DAS PARCELAS ALIMENTÍCIAS DOS
TRÊS ÚLTIMOS MESES. ORDEM CONCEDIDA.
É de ser concedida a ordem de 'habeas corpus' a
paciente preso por dívida oriunda de pensão
alimentícia, se o mesmo logrou demonstrar, para fins
de sua soltura, através de provas suficientes e pré-
constituídas, que teve nos últimos anos agravamento
de sua situação financeira, não dispondo de condições
para continuar pagando o valor que vinha sendo pago
a título de alimentos aos seus filhos, sobretudo se
restar constatada demora injustificável no julgamento
da ação revisional movida pelo executado para
reduzir a pensão anteriormente acordada.
Não bastasse, o fato de o alimentante estar
contribuindo de alguma forma com o custeio de
algumas das despesas dos alimentandos, tendo,
inclusive, efetuado o depósito de importância
referente aos três últimos meses em aberto, sinaliza,
com igual relevância, no sentido do sobrestamento da
ordem de prisão civil[1]. (destaques nossos)
HABEAS CORPUS - PRISÃO CIVIL - DEVEDOR DE
ALIMENTOS - AÇÃO REVISIONAL - INADIMPLÊNCIA
VOLUNTÁRIA E INESCUSÁVEL - INCORRÊNCIA -
ORDEM CONCEDIDA. - Em pese a ação revisional de
alimentos tenha sito ajuizada após a propositura da
ação executiva, não é razoável desconsiderar-se a
hodierna condição financeira do alimentante, que
possui nova atividade laborativa, sede em que aufere
rendimento diverso. - Comprovado que a condição
financeira do paciente não é a mesma da época em
que arbitrados os alimentos, apresenta-se ilegal a
prisão civil decretada, porquanto descaracterizada a
inadimplência voluntária e inescusável, à luz do
art. 5º, LXII, da Constituição Federal . - Ordem
concedida[2]. (negrito nosso)
HABEAS CORPUS - PENSÃO ALIMENTÍCIA - PRISÃO
CIVIL -AJUIZAMENTO DE AÇÃO REVISIONAL DE
ALIMENTOS - REDUÇÃO DA VERBA ALIMENTAR -
RETROAÇÃO À DATA DA CITAÇÃO - PLANILHA -
EXCESSO DE EXECUÇÃO. - No que tratam dos efeitos da
alteração do valor dos alimentos na execução das parcelas não
pagas, tenho que o entendimento mais adequado é o da
retroação à data da citação[3].
'HABEAS CORPUS' - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS -
RITO DO ART. 733 DO CPC - DECRETO PRISIONAL -
ALTERAÇÃO FÁTICA - AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA -
DEFINIÇÃO SOBRE A POSSIBILIDADE DE
PAGAMENTO DOS VALORES ATRASADOS E NÃO
DEFINIDOS NA AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS -
ORDEM CONCEDIDA. Considerando que, após a
expedição do decreto prisional, nova realidade fática
surgiu em relação à pensão alimentícia, decorrente de
acordo em ação revisional de alimentos, prudente era
a realização de audiência de conciliação para a
possível solução acerca das parcelas atrasadas, de
sorte que a prisão do alimentante não se justifica nas
circunstâncias descritas[4]. (destaque nosso)
Anota-se que, de janeiro de 2015, quando proferida a liminar,
até 11 de setembro de 2015 (provimento do Agravo de
Instrumento), vigorou a liminar, sendo que o Paciente
honrou pontualmente a sua obrigação quitando os
alimentos devidos ao Exequente na quantia mensal de
1 (um) salário mínimo.
Anota-se, inclusive, que o Exequente confirma na
petição fl. 152 o pagamento mensal de alimentos pelo
Executado na quantia de 1 (um) salário mínimo!
Para melhor sedimentar o que até agora foi descrito,
declinaremos Jurisprudência que atine ao assunto:

HABEAS CORPUS CÍVEL - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS -


DECRETO DE PRISÃO - PECULIARIDADES DO CASO
CONCRETO - FUNDADAS DÚVIDAS QUANTO AO VALOR
DA DÍVIDA - PLAUSIBILIDADE DAS JUSTIFICATIVAS -
ORDEM CONCEDIDA. 1. Demonstrado que a planilha de
débito alimentar foi elaborada com base em salário
significativamente maior do que o que percebia o
paciente, que se encontra desempregado e pagou
parcialmente os valores devidos, as peculiaridades do
caso concreto indicam ser mais razoável e prudente a
concessão da ordem. 2. Tendo sido apresentada justificativa
plausível para o inadimplemento, mostra-se oportuna a
revogação do mandado de prisão.[5] (negrito nosso)
Cabível a concessão da ordem, em Habeas Corpus,
quando verificada alguma ilegalidade na prisão e/ou o
adimplemento da obrigação alimentar pretérita,
somadas às parcelas vincendas no curso do processo.
(...) Concessão da ordem por ser vedado o prosseguimento pelo
rito do artigo 733 do CPC.[6] (destaques nossos)
Ressalta-se, mais uma vez, a falta do devido processo
legal e do contraditório, haja vista que, caso entende-
se pelo pagamento devido, o que se admite
exclusivamente para o necessário debate jurídico, o
Paciente ao menos teve a oportunidade de impugnar
os valores.
Destarte, entendendo ser razoável e justa a posição deste
respeitável Tribunal de Justiça de Minas Gerais, espera-se,
mais uma vez, por estes motivos aqui narrados, que esta ordem
seja concedida.

II – DA LIMINAR
É carecedor de medida liminar, pois a ilegalidade do
constrangimento a que corre o risco o Paciente de ser
submetido, com a privação de sua liberdade, está a reclamar a
possibilidade da concessão do pedido exposto em caráter
liminar.

Aproveitemos à lição do Jurista ALBERTO SILVA FRANCO:

"É evidente, assim, que apesar da tramitação mais acelerada


do remédio constitucional, em confronto com as ações
previstas no ordenamento processual penal, o direito de
liberdade do cidadão é passível de sofrer flagrante coação
ilegal e abusiva. Para obviar tal situação é que, numa linha
lógica inafastável, foi sendo construído, pretoriamente, em
nível de habeas corpus, o instituto da liminar, tomado de
empréstimo do mandado de segurança, que é dele irmão
gêmeo. A liminar, em habeas corpus, tem o mesmo caráter de
medida de cautela, que lhe é atribuída do mandado de
segurança.[7]"
Inelutável a presença, in casu, dos requisitos para a concessão
da medida. O fumus boni iuris (pelo que se expôs) e,
sobretudo, o periculum in mora, a latente e prestes prisão do
Paciente, de forma arbitrária e ilegal.
III – DO PEDIDO
Diante o exposto, vem requerer aos Ínclitos Desembargadores
que depois de solicitada as informações à Autoridade Coatora,
seja Concedida a Ordem impetrada. E ainda, que seja
concedida:

a) Medida Liminar, determinando a expedição do


contramandado de prisão em face de NOME, com a máxima
urgência, e a suspensão da Execução de Alimentos até o
julgamento do da Ação Revisional de Alimentos em trâmite na
Comarca de Poços de Caldas, se assim entenderem o (a)
Notório (a) Julgador (a) Relator (a);
b) a presente Writ de Habeas Corpus, para reformar a r.
decisão do MM Juiz a quo em relação ao restabelecimento da
prisão civil do Paciente, confirmando a medida liminar
eventualmente deferida, em definitivo;
c) e requisitadas as informações, para o presente caso, com a
máxima urgência, à autoridade apontada como coatora,
o Meritíssimo Juiz de Direito Doutor da 4ª Vara Cível
da Comarca de Poços de Caldas.
E assim, o Paciente e o Impetrante confiam em que este
Egrégio Tribunal, fiel à sua gloriosa tradição, conhecendo o
pedido, haverá de conceder a presente ordem de HABEAS
CORPUS, o que se fará singela homenagem ao DIREITO e
à JUSTIÇA!
Termos em que,

Pede e espera Deferimento.

Poços de Caldas, DATA.


ADVOGADO
OAB/MG

Você também pode gostar