0 VOLUME
POESIAS- Deus- Casimira de Abreu.
Eucaristia - Carlos Neto.
Anj<D Custódio - Amélia Rodrigues.
O grão de pó.
Um livro pequenino- J. A. M.
O Oratório Festivo- Lu iz Alves.
O Oratório Festivo - J. A. l\1.
Frô de Maracujá- Catulo Cearense.
DRAMATIZAÇÕES- S� Apóstolo.
Umas horas no Oratório Festivo- Luiz Alves ..
-NITERÓI-
EscOLA INDUSTRIAL DoM Bosro
-1943-
IMPRIMATUR
P. Francisco X. Lanna, S. S.
DEUS
CAsiMIRa oe ABREu
CARLOS NETO
Recorda-te que és p6
Tu que as estrelas fitas
E que ao p6 tornarás
Tu que os cumes habitas,
Homem fraco e mortal,
Que a soberba cegou.
UM LIVRO PEQUENINO
]. A. M.
Catecismo! Que livro tão pequeno!
Mas quanta cousa linda em si encerra!
Nos diz que o nosso fim não é terreno
E os dons de uma outra vida nos descerra.
LUIZ ALVES
E.rtr ihilho:
E.rlr ibillw:
A. M.L·
Lá se formam cidadãos
bem dignos, fortes e sãos,
para o Brasil e p' ra os céus.
No Oratório, sem cessar
aprendemos muito amar
a família, a pátria, DEUS.
FR Ô DE 1\lARACUJ Á
XI
XII
CATULO CEARENSE
O LIVRO DE OURO
A. B.
DIÁLOGO
A. B . (Entram converJ'ando)
CENA I,a
PRIMEIRO. QUADRO
CENÁRIO: Sala de aula de traballto.r ma
nuai.F, num Grupo EJ"colar. dlguma.r menina.r
co,yfuram; outraJ" fazem tricot e converJ"am ao
me.rmo tempo.
PERSONAGENS:
TEREZINHA ..
LÍGIA
HELENA
E!.ZA
� CruZ<>dinluu
UM PADRE
UM ÍNDIO
UMA DANSA DE ÍNDIOS
Quer ?
ELZA- (um pouco acanhada)- Vá.
TEREZINHA - (J'at).
HELENA- Parece-me que há muita gent.e
que ignora estas causas. A tia Clarinha até
achou graça, quando lhe falei que ia traba
lhar, desta maneira, para os índios.
ELZA- Ahl é para agradar aos índios que
os missionários nos pedem estes presentes,
não é ? Logo qae D. Zilda chegue aquí lhe
- 33 -;-
SEGUNDO QUADRO
.zando).
TERCEIRO QUADRO
CENÁRIO: Um aldeamento de [ndio.r em dia
je.rlivo. LucaJ· jaz tudo quanto lhe ordenou o
padre. .d cena é toda por meio de mf.mica.
(O.r índio.r dan.ram)
-35-
QUARTO QUADRO
CAI o PANO
Umas horas ao Oratório Festivo
(Diálogo de ocasião em 2 quadros)
L. ALVES
� Luiz - menino bom.
.
I QUADRO
No MAU cAMINHo
O palco repre.renfa uma .rala com uma
pequena me.ra com il'vro.r, papéú, ele., e com
fr2.r cadeirtLf.
CENA I
LUIZ ,ró
CENA II
LUiz e JúLIO.
tudando ?
LUiz - Ora, o Catecismo.
JúLIO - (pegando o Caiecúmo na mão) O
Catecismo! Ahl Ahl Ahl (depõe o livr,o) Que
é isso, Luiz ?1 Você está . perdendo tempo ?I
LUiz - Que está dizendo ? Eu, perdendo
tempo ? Por que ?
JÚLIO - Por que ? Porque em vez de apro
veitar o domingo para distrair-se um pouco,
se m,ete aquí a quebrar a cabeça ...
LUiz- Isso diz você!...
JÚLIO - Essa é boa. Passa a semana toda
estudando e chega o domingo, em vez de des
cansar, ainda vai estudar isso que afinal de
contas não lhe traz vantagem alguma ...
LUiz - (.Yério, cortando) Está enganado,
Júlio. Vantagem não traz a você que não es
tuda o Catecismo.
JúLIO - (rindo-.Ye)Ahi Ahl Ahl Deixe disso.
Vam.os assistir ao jogo de hoje: Palmeiras con-
-39-
CENA 111
O,,. mumo.J', maÍJ' RICARDO
RICAR.
,
--
der tempo . . .
Lurz- Isso diz você . . . Mas o fato é que
.
nao e assiii�;,
- ,
a CODC1enc1a ..
•A •
CENA IV
JÚLIO .rÓ.
li QUADRO
NO BOM CAMINHO
CENA I
Túuo .ró.
CENA III
O.r me.rmo.r mai.r LuiZ
LUiz- (Entrando com a bolra de litJro.r)
Oh1 vocês aquí ? Boa tarde, Júlio. Boa tarde,
Ricardo.
Os DO IS Boa tarde.
-,---
ba/xo)
RrcAR. - Mas o que ?
LUIZ - Que impede a você ir ?
JÚLIO- O que me impede ? Ora . . . papai . . .
RIC.<\R.- Seu pai ? Não é possível!
Lurz - E por que ?,
JÚLIO - Por que ? E muito simples. Se eu
antes não queria saber de catecismo, dos pa
dt·es ... era por causa de papai.
RrcAR. -Não diga! Mas o que tem seu
pai ?
J ÚI.Io
- É que papai . (.ru.rpende a fala)
..
- 50 ---,--
(Abaixa o pano)
R. UGUCCIONI
O Anjo da Anunciação
Esb8ço dramático em 1 ato
PERSONAGENS
BALDUINO O Anjo da Anunciação
,..--
ÉPO CA MEDIEVAL
ÜBJETOS NEcr:ssÁRIOS
Um livro aberto sobre a estante "'de um
pequeno púlpito•'para o Clérigo Leitor.
Um punhal para Gotardo.
Um martelo e formão para TrisUio.
ATO ú N I CO
CENA I
CENA 11
fera!. ..
GOTARDO - E v:oc� nunca viu uma fera
lutar com um cão. Eu juro que aquí dentro
mesmo ...
(d IJOZ de Balduino .rai da ob.rcur idade da
uquer da).
BALOU. - Papái ...
TRISTÃO- (.mJ'J'urrando) Outra vez aquela
voz.
GoTAR. - São coisas de sua imaginação.
TRISTÃO Reconheço essa voz: é a voz de
-
Pueri Hebraeorum
A Paixão de Cristo
Legionários - Sacerdotes.
PRÓLOGO
Ao subir o pano, uma luz branca ilumina o grupo
de Anjos, dispostos como indica a figura anexa . U m
som doce e grave de harmônio. entre o s bastidores,
acompanha a leitura que o Anjo faz do Livro Sagrado
e as poucas palavras que a seguem.
O Anjo, com as mãos abet·tas, segundo o costume
lit.írgico, lê vagarosamente as palavras do Evangelho,
ajuntando a s mãos e inclinando a cabeça à pahn·ra
Jesús. Os outros dois sustecm o Evangeliário.
CENA I
JôNATAS, M IS AÉL, JosuÉ e JosÉ
MISAÉL, com ar tn.rpir ado, contempla do
jundo, aJ' forre.r da cidade e pron•tncia a,r pu
lavr a.r profética,r. Os companlzeiro.r olham-no
com rup�ilo e com admir ação.
CENA 11
J osuf� Pagão1
Luc. - Numes, deixai-me cuncluir! Des
truí-la para edificai' uma outra digna da luz
do soll Oh, se vísseis Cesaréia!
J ÔN. -- (apontando o lemplu) - Olha! O tem
pllJ de J a vé com a brancura de seus mármores
e o esplendor dos seus metais, é um monu
mento . grandioso que vale toda a tua Cesa
réia!
Luc. - Sim, está bem! Respeitaria o tem
plo e tambem o palácio de Herodes, mas o
resto, ao fogo . . . ao fogo!. . .
J osuÉ -- E nós nos atiraríamos enhe as
chamas para motTer com a cidade de Deus .
Luc. - Sentiria muito, pois, desta forma,
não poderíeis contemplar as belezas da nova
cidade. Eu lhe chamaria . . . como mesmo ? Hé
lia Lucília, por exem'plo ?
JôN. - Oh, cala-te! Não blasfemes.
Luc. -- Coragem! Não vos alarmeis inu·
tilrnente, porque eu nunca serei César, e não
vos zangueis comigo po1· estas 3 ou 4 brinca
deiras.
JôN. -- B rincadeiras ? São blasfêmias e das
gmssas.
Luc . -- Não vêdes que tenho vontade de
gracej ar. Amigos como antes, vamos! Estais
lembrados dos nossos folguedos . no pátio da
lorre, quanclo vos ensinava os jogos dos gla
diadot·es ? Que dias alegres, não ?
- 87 -
CENA III
Lucíuo e JôNATAS
Luc. - 0 quê ?
JôN. - O Filho de Daví, o Messias que
nós esperamos e que Deus prometeu. ,
Lut. Não tem aparência, não. E �or
-
CENA IV
zareno! Ei-lo!
Luc. - (r indo) Ah! Ah! Ah! Aquêle é o vos
so Messias ?! Belo t riunfo, na verdade, por
Hércules! Montado num burro . . . não vês ?
CENA V
CENA VI
CENA VII
CENA VIII
CENA X
ABDIAS - Barrabás! _
CENA X
CENA XI
BENJAMIM e ABDIAS.-- O canlo apro;l:Íma-.re
.ruavemente. ABDIAS e BENJAMIM acompanlzam
J'Íiencio.ramenfe com o.r olhoJ'.
BENJ. - Que multidão! Que festa! Vem ,
Abdias, vamos tambem nós.
ABDIAS - A dor invadiu-me toda a alma!
Não, Benjamim, a festa não é mais para
mim . . . pensa que dentro de poucos dias meu
pai será condenado à morte!
BENJ . - Pois bem! Vamos tentar um úl
timo recurso, mas não te deves recusar ...
CENA X I I
MISAEL e o.r me.rmo.r
MISAEL - Ei-lo que vem, o Dominador,
o Príncipe da Paz, ei-lo que vem libertar o
seu povo e cm·ar os homens das suas dores!
BENJ . - Vem, Abdias.
ABDIAS - Não, eu tenho medo.
MISAEL - Que temes, meu irmão ? Abre
o teu coração à alegria e entoe a tua boca o
hino da exultação. Toma esta palma, vem, e
marchemos ao encontro de J esús.
ABDIAS -A palma é sinal de júbilo. E não
·sabes quantas lágrimas derramaram os meus
olhos!...
MISAEL - Mas Ele disse: Ó vós todos os
que afadigais e vos sentís oprimidos pela
amargura, vinde a mim e eu vos consolarei!
ABDIAS - Ele disse isto ?
MISAEL - E disse mais: Bem-aventurados
os que choram porque serão consolados!
AsmAs-Vem, Benjamim . . . vamos ter com
Ele. (.raem pela direila).
DESCE O PANO
SEGUNDO ATO
A TRAIÇÃO
CENA I
A NJO .ró.
CENA 11
bateu.
SATÃ -- (ergue-J"e vagarosamente). Mas não
me venceu! (retoma o tom zombeteiro) Talvez
tenhas t·azão. Devo fazer uma retificação;
admito que o cálice Lhe venha do Pai, mas
quanto ao conteúdo!... Um licor satanico,
especialidade da minha casa, e em breve
dar-te-ei uma provaiinha. . . Um focinho admi
rável de traidor! Ah, aquele Judas! Até
hoje poucos discípulos meus o superaram!
- 103-
CENA III
J osu É
- E em seguida tomou o pão, par-·
tiu-o e o benieu; depois distribuiu-o aos pre
sentes dizendo: « Come:', <'JÜ é o meu corpo
que .rerá enl'l egue por vó.r! »
J osÉ - Falou assim ?
'
J os uÉ
- E do mesmo modo tomou o cá-
lice e disse: Tomai e hebei, e.rfe é o meu
.rangue!
JosÉ - Que profundo mistério!
J osuÉ - E dizia Tiago que o semblante
do Rabí estava prodigiosamente iluminado..
Depois tornou-se triste e disse: « Em verdade,
em verdade, vo.r digo, e.rla noite um de vó.r me
trairá
JosÉ -'- Possível ? Esta noite, disseste ?
J osuÉ - Esta noite. Foi por isto que te
trouxe aquí. Soube de Tiago que o Rabí
viera rezar nestas solidões, e de aquí pode-
remos assistir aos prodígios com que inau
gurará o seu Reino.
JosÉ - Onde estará ?
J osu É
- A escuridão é profunda. Vamos·
penetrar mais para dentro, talvez o encon-
tremos . . .
J osÉ
- E que Lhe diremos ?
J os uÉ - Que desejamos ser cidadãos do
seu Reino. Vem, José!
Jos É - Alguem se aproxima. . . Ouço o ci-
cio dos ramos que se agitam. (volla-.re partr
a e.rquerda).
- 1 08 -
CENA V
J ÔNATAS e o.r me.rmo,r.
J ÔNA.TAS - J osué, José! Ah! de-pressa, cor
Tamos. . .
JosÉ - J �na tas, que tens ?
JôN. - O Rabí ... disseram que está por
aquí... ainda bem que vos encontro... que
corrida!
JosuÉ - - Mas, em nome de Deus, que_tens ?
JôN. - Nesta noite o Sinédrio fará prender
o Rabí e copduzí-lo à prisão!
J osuÉ - A prisão ?
JôN. - E talvez à morte ... Soube-o há
pouco. Vieram chamar meu pai para uma
reunião urgente e ouví os guardas do templo
falarem disto.
J osuÉ- Senhor, Deus de Israel, salva-o
Tul
JôN. - Corrí até aquí para Lhe revelar
tudo: é preciso dizer-Lhe que fuj a, é preciso
prevenir os seus discípulos ...
JosuÉ - Eia, vamos procurá-lo, não há
tempo a perder!. . .
CENA VI
Ertquanlo o.r menÍ'lo.r e.rlão para .rair pela
direita, uma luz vÍI'tuima _o.r circunda; param
ulupefacio.r contemplando.
JôN. - Oh!
J osu É-Que fulgurante esplendor]
-1 09 -
CENA VI I
CENA VI I I
C ENA IX
CENA X
CENA XI
CENA XII
DESCE O PANO
TERCEIRO ATO
NO PRETÓR lO DE PILATOS
CENA I
FÁBIO e LuCÍLIO.
di1 eita).
FÁBio- São êles que voltam da casa de
Herodes ... Vamos saber a resposta do tetrar
ca ... Teremos de que rir! Vem, veml (.raem).
CENA 11
Pela uquuda JôNATAS, JosuÉ, J o_sÉ.
JôN. - (a JoJ'u.é) Pudeste mesmo penetrar
no átrio de Herodes ?
- 121 -
CENA IV
]ôN. - Ludliol
JosuÉ - Tambem tu neste lugar de amar
guras ?
Lucíuo - Sim, o processo do vosso Na
zareno arrasta-me com uma força estranha.
É vet·dadeiramente admirável aquele homem!
JosÉ - Viste-o ?
- 123 -
tória!
JosÉ - Então viva o Procurador romano!
JosuÉ - Viva Lucílio!
J ÔN . - Senhor de Israel, converte em pÓ
a malícia dos pecadores, e protege o teu servo.
LUCÍLIO - Vinde, vamos ver.
- 1 25
CENA V
CENA VI
CENA VII
Lucíuo e FÁBIO
Luduo - O Procu rador é um vil! Não
é próprio de um romano condenar um ho
mem sabendo-o inocente.
- 128 -
CENA VIII
J ÔN.
- Lucílio, Elí o disse claramente aos
sacerdotes: Verei.r o Filho do hoinem vir
.robie a.r nuven.r do cfu .rentado à direita da
maje.rtade de Deu.r!
JosuÉ � Eis que O conduzem à morte]
O cortejo se movimenta] (o/..rer vando no fundo
à direita).
MISP�EL - Como mansa ovelha é condu
zido ao matadouro: Ele carrega a pena dos
nossos pecados. . .
Luc í LIO - Sigamo-lo! (Jaem pela uquerda).
CENA IX
ELIFAZ, ABI.� S e ABDIAS conduzido peloJ
.
,quar da.r do templo.
'
ELIFA Z - Agora a nós. pequeno blasfe
madorl Viste o que ganhou o teu profeta,
o teu Nazareno ? A cruz!
CENA X
CENA XI
JUDAS e ABDIAS.
DESCE O PANO
QUARTO ATO
VIZINHANÇAS DO CALVARlO
CENA I
CENA li
bom!
RuFo -- Onde está a esponja ?
SAB. - D,eixaste-a perto da cruz.
RuFo - E verdade!
SAB. - E aquí está o licor!, (moJ"úa-U!e
o l,ecipienie). Vinagre e mirra! E um vinho
excelente e generoso: digno do Rei dos J u
deus... (J"aem).
CENA UI
CENA IV
CENA V
CENA VI
CENA VII
CENA VIII
CENA IX
CENA X
ABIAS e E LIFAZ .
CENA XI
CENA XII
CENA XIII
doJ' Judeu,r ».
ELIFft Z - Tribuno!
FÁBIO -- Dói-te a verdade ?!
ELIFAZ - (afa.yiando-J'e, murmura entre os
deniu) Pagão imundo!
CENA XIV
CENA XV
CENA XVI
CENA XVII
ABIAS e ELIFAZ.
CENA XVIII
CENA XIX
Um enviado do templo.
ENVIADO - Sacerdote!
ELIFAZ - Quem és ? Que há ?
ENVIADO - O véu do templo rasgou-se de
ponta a ponta.
ELIFAZ - Estás louco]
ENVIADO - U' a mão invisivel lançou por
terra o candelabro e os pães sagrados!
ELIFAZ - Deus de Israel! Mas então ?
ENVIADO - Abrem-se as prisões e as Ia
ges caem dos sepulcros dando saida aos mor
tos que vagueiam pela cidaàe . . .
ELIFAZ -Aquele homem, por acaso!. .. Ah,
não!. . . Não é possivel!
-- 1 50 --
ENVIADO - Caifaz espera-te urgentemente
em seu palácio.
ELIFAZ - Precede-me na escuridão... va
mos! (.raem pela e.rquerda).
Ú LTIMA CENA