Você está na página 1de 2

Ser escritor é cool

“Nós temos VOZ”

Na atualidade, ouve-se cada vez mais a expressão “dar voz aos alunos”. Contudo,
quase nunca paramos para refletir exatamente sobre o que isto significa. Para mim, dar voz
aos alunos é dar-lhes a oportunidade de expressarem as suas opiniões, sem temerem estarem
certos ou errados. Dar a voz aos alunos é ouvir o que eles têm para dizer, é confiar neles para
que se mudem mentalidades.
Vivemos numa época em que a educação dos jovens começa a ser cada vez mais
imperiosa para o futuro não do ser individual, mas do coletivo, já que é a sobrevivência do
nosso planeta que está em causa. Somos nós, os jovens, que estaremos aqui para fazer a
diferença, para lutar por um mundo melhor. Desse modo, é importante que a nossa opinião
sobre o mundo à nossa volta e sobre o que precisa de ser mudado seja ouvida.
Em contexto escolar, os alunos devem sentir-se livres para partilhar as suas
perspetivas, os seus conhecimentos, as suas dúvidas. É questionando o mundo que o
compreendemos, mas a verdade é que muitos de nós não se sentem capazes de o fazer,
simplesmente por não termos autoconfiança para o fazer. O medo de errar, de ser
ridicularizado pelos pares é, ainda, muito comum. Os professores devem, então, continuar a
incentivar-nos a abrirmo-nos para o mundo sem constrangimentos, sem medos de opinarmos
erradamente sobre um assunto. A verdade é que todas as opiniões são válidas e são o ponto
de partida para o debate e para uma aprendizagem partilhada.
O encorajamento da escrita de textos de opinião, a realização de debates acerca de
temas atuais, a participação em projetos dinâmicos e o incentivo à discussão de assuntos
urgentes são apenas algumas das medidas que podem, e devem, ser aplicadas na escola para
dar voz aos alunos.
Considero, ainda, que é essencial ouvir o que os alunos têm para dizer. Não apenas
“ouvir por ouvir”, mas conferindo-lhes a importância que é deles por direito. Infelizmente,
existe um certo preconceito social, sobretudo por parte da população mais idosa, acerca do
valor das opiniões dos jovens, por considerarem termos “falta de experiência e
conhecimentos científico-pedagógicos”.
É verdade que não estamos no planeta há muito tempo, mas o mundo mudou, o ensino
está a mudar e também devemos ser ouvidos! Este é um preconceito que já nem deveria
existir, principalmente porque vivemos numa época em que tantas pessoas jovens ao redor
do mundo usam a sua voz e têm feito a diferença, tornando-se modelos a seguir. Greta
Thunberg, uma jovem estudante sueca, começou o seu percurso de ativismo com apenas
quinze anos, quando ainda frequentava o ensino básico, e a sua voz mudou o mundo,
chegando a receber o Prémio Gulbenkian para a Humanidade em 2020.
Também Malala Yousafzai, uma ativista paquistanesa, teve a coragem de usar a sua
voz para alertar o mundo sobre a terrível realidade que se vivia no seu país, devido ao regime
talibã, após ser vítima de um atentado perpetrado por eles, quando tinha apenas quinze anos,
e tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz.
Ambas começaram a sua jornada como estudantes, e decidiram usar as suas vozes para
alertar os adultos e mudar mentalidades a fim de tornar este planeta um lugar melhor.
Em suma, acredito que “dar voz aos alunos” é permitir-lhes expressarem as suas
opiniões, é ouvir o que eles têm para dizer! Apesar de sermos jovens, isso não invalida que
não tenhamos a capacidade de mudar o mundo, como tantos outros jovens o fizeram antes
de nós.
Nós somos a voz do futuro.

Beatriz Fernandes, 11LH5

Você também pode gostar