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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU CAMPUS

EPITÁCIO 


KATHARINE BEZERRA DA SILVA


PROCESSOS CONSTRUTIVOS: ESQUADRIAS





JOÃO PESSOA 
2022
KATHARINE BEZERRA DA SILVA 


PROCESSOS CONSTRUTIVOS: ESQUADRIAS

Relatório apresentado à UNINASSAU como


requisito parcial para obtenção de nota da
disciplina de Processos Construtivos.
Prof.: Antônio Nereu Cavalcanti Filho.





JOÃO PESSOA 
2022
1. INTRODUÇÃO

Os edifícios são “envelopados” por fachadas e coberturas, que constituem o


fechamento e proteção do ambiente interno. O “envelope” é responsável pelas relações do
interior do edifício com o ambiente externo, o que inclui a garantia de iluminação natural, a
troca de ar interno/externo, que proporciona ventilação natural e simultaneamente proteção
contra ventos fortes que carregam poeira e outras impurezas, e a “troca térmica” entre os
ambientes – o que significa a passagem de calor, nos dois sentidos. Essa troca é necessária e
saudável, mas deve ser controlada para proteção contra as altas temperaturas ou fortes
radiações, que além de desconfortáveis podem ser nocivas.

Outra troca que ocorre por meio desse “envelope” é a “visão” nos dois sentidos. Ou
seja, tanto a vista da paisagem e das atividades externas quanto a de fora para dentro, também
desejável, dependendo do tipo de edifício, mas que em certos casos exige cuidados quanto à
privacidade. O “envelope” é constituído de elementos opacos, translúcidos e transparentes,
cuja participação e relação variam com o uso e finalidade do edifício.

Alguns exemplos: uma residência exige maior privacidade, ou seja, as partes opacas
se apresentam em maior área do que as translúcidas; lojas e exposições devem ter grandes
áreas transparentes para permitir a visibilidade dos produtos; os shoppings devem ter grandes
áreas opacas nas fachadas, pois as lojas estão voltadas “para dentro”, mas é desejável que
tenham grandes áreas translúcidas nas coberturas, para garantir iluminação natural, que, no
entanto, deve ser controlada para evitar excesso de brilho e penetração de calor.

As principais funções das esquadrias para construção civil são: vedação para água e ar,
redução do ruído, controle da passagem de luz, bloqueio da passagem de luz, controle de
calor e visibilidade. Para cada cômodo de uma casa ou de um apartamento, há um balanço
ideal em relação a essas características, por isso são utilizadas portas e janelas de formatos
diferentes em cada um deles. Além disso, as especificações de cada projeto também podem
influenciar diretamente na tipologia das esquadrias.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

As esquadrias são guarnecidas por vidros e/ou elementos opacos, de modo a dosar
adequadamente essas trocas entre os ambientes, de acordo com um projeto arquitetônico. As
esquadrias podem constituir portas, janelas, grandes áreas e coberturas envidraçadas etc;
todos esses elementos são formados por esquadrias fabricadas, predominantemente, em
madeira, aço, alumínio ou PVC.
É indiscutível, há muito tempo, a predominância do alumínio como material para a
fabricação de esquadrias. No entanto, não se pode esquecer que a madeira tem uma antiga
tradição de uso, graças às suas qualidades que favorecem o bom desempenho de caixilhos
com ela fabricados. A madeira é facilmente trabalhável e, com ferramentas manuais ou
máquinas adequadas, pode-se cortá-la, furá-la ou nela fazer sulcos e rasgos, criando detalhes
muito eficientes para a vedação da passagem de ar, água e ruído. Além disso, por sua
“massa”, a madeira tem melhor desempenho acústico que os perfis tubulares de alumínio. É,
portanto, um material muito adequado para esquadrias em construções residenciais, hotéis e
escolas, desde que não haja vãos com dimensões exageradas e desde que o aspecto dos
caixilhos seja esteticamente satisfatório para o tipo de edifício.
O aço é adequado para esquadrias de grandes dimensões, em que não são necessários
detalhes complexos para vedação de ar, água e som, pois é um material muito resistente, mas
de difícil trabalhabilidade, o que dificulta a execução de detalhes. É adequado para os
reforços de partes dos fechamentos quando ocorrem grandes vãos.
Nesse caso, serve para reforçar as esquadrias em madeira, alumínio e PVC ou criar
estruturas auxiliares que lhe dão apoio, o que ocorre nos térreos de edifícios residenciais, nos
lobbies dos edifícios comerciais, em locais de exposição, coberturas etc.
O alumínio tornou-se o material predominante na construção de esquadrias para
edifícios por suas qualidades estruturais: obtêm-se perfis de grande resistência a partir de
elementos tubulares com dimensões adequadas, incluindo espessuras; sua trabalhabilidade é
bem maior que a do aço, principalmente por possibilitar a criação de perfis pelo processo de
extrusão – o que é muito difícil de conseguir com o aço.
Isso permite criar detalhes de reentrâncias, sulcos, encaixes etc,, que resultam em
excelentes vedações ao ar, água e ruído; acusticamente, o alumínio tem comportamento
inferior ao da madeira, em razão de ter menor massa e também pelo “efeito de tubo”, que
cria sons harmônicos ao som principal.
Já o PVC é um material que ganha cada vez mais espaço no Brasil. Também pode ser
extrudado, resultando em formas eficientes semelhantes às do alumínio e da madeira. Por
sua pouca resistência estrutural, os perfis em PVC são sempre reforçados internamente com
perfis formatados em aço galvanizado, que lhes dão resistência na medida das necessidades
estruturais.

3. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MATERIAIS


• Os vidros devem sempre ser “encaixilhados” nas esquadrias em madeira ou
PVC (encaixados no perfil, com complementos que os mantêm posicionados).
Os vidros não podem ser “colados” nessas esquadrias; Nos perfis em alumínio,
ao contrário, os vidros podem ser tanto encaixilhados – em especial em
sistemas residenciais – como colados, criando fachadas em que as partes de
alumínio não ficam aparentes no lado externo do edifício. É o sistema
conhecido como “silicone estrutural” ou “silicone glazing”, que predomina
hoje em edifícios comerciais, corporativos, hospitais, escolas, shopping centers
etc.
• A textura da madeira é a mais agradável ao toque, principalmente internamente:
sua temperatura é próxima a da pele humana. Além disso, há uma certa atração
do homem por materiais “naturais”, como madeira, cerâmica, tijolo etc.
• O PVC não tem toque tão agradável como o da madeira, mas é um material
macio e sua temperatura também é amigável. Essas características não se
aplicam ao alumínio, que é frio e mais “duro” ao toque.

O resultado é que, para os edifícios corporativos, o alumínio é perfeitamente adequado,


e, em edifícios residenciais ou hospitais (principalmente na internação), o ideal é optar pela
madeira ou PVC, que oferecem mais conforto. No entanto, é preciso levar em conta, no caso
de hospitais e similares, o problema da “contaminação dos materiais”. São locais que exigem
limpeza e descontaminação constante, o que requer a aplicação de produtos agressivos. A
madeira deixa de ser adequada nesses ambientes; o PVC ainda pode ser considerado,
dependendo dos produtos para limpeza.

Figura 1: Materiais das Esquadrias.


Fonte: adaptado de https://www.shinewindows.com.br/blog/comparativo-de-material
Figura 2: Tipos de Esquadrias.
Fonte: adaptado de https://entendaantes.com.br/tipos-de-esquadrias/

4. TIPOS DE ESQUADRIAS

4.1- Esquadrias de PVC

4.1.1- Características:
Modernidade, resistência e durabilidade são características presentes neste tipo de
material. Além disso, são leves para o transporte, manuseio e promovem um bom
isolamento termoacústico. É um material fácil de limpar, sendo necessário apenas água e
sabão. Possui um custo elevado se comparado às outras opções. Porém, considerando o
fator conservação e durabilidade, pode ser visto como uma boa escolha de investimento.
4.1.2-Tipos de esquadrias
Os modelos mais comuns para este tipo de material são:
• de abrir: utilizados com o auxílio de dobradiças, como os que são usados na maioria
das portas. Algumas janelas também contam com este tipo de mecanismo;
• de correr: implementado com o auxílio de trilhos no chão ou no teto;
• pivotante: um modelo que vem ganhando destaque e consiste em um mecanismo de
giro em torno do próprio eixo;
• sanfonada: utilizada na maioria das vezes em espaços menores, já que sua estrutura
conta com um sistema de fechamento de recolhimento para um dos lados da abertura;
• camarão: também pode ser uma boa opção para a otimização do espaço. Consiste na
divisão do material em duas ou mais partes, as quais ficam uma sobre a outra.
Figura 3: Exemplo de Esquadria de PVC.
Fonte: adaptado de: https://www.panazzoloesquadrias.com.br/esquadrias-de-pvc.html

4.2- Esquadrias de Alumínio

4.2.1- Características:

Assim como as de PVC, as esquadrias de alumínio também são referência no quesito


leveza. São opções interessantes para ambientes que passam por constantes variações
climáticas e o material é anticorrosivo. Para garantir uma boa vedação térmica e acústica,
é necessário contar com aplicações para que esse requisito seja cumprido. Para a limpeza
basta utilizar uma solução de água e detergente neutro com o auxílio da parte macia da
esponja. A periodicidade vai depender do nível de exposição e local de instalação do
material. É possível ter uma boa relação custo-benefício com este material, o que o torna
um dos mais procurados do mercado. O setor de esquadrias de alumínio passou por uma
inovação com a introdução de produtos que permitem grande flexibilidade de projeto de
arquitetura, como a fachada de vidro estrutural, as coberturas sky-light e em tecido
tensionado, e os painéis metálicos para revestimento de fachadas. A tecnologia empregada
nesses produtos requer projetos específicos e bem detalhados, sendo certo que a capacitação
para produção e instalação já foi incorporada pelos fornecedores.

4.2.2- Especificações:

Os requisitos de desempenho das esquadrias de alumínio são fixados, em geral,


segundo normas técnicas, independentemente do tipo de material de que são compostos os
caixilhos. Lá também algumas normas especificas para esquadrias e aquelas relativas a
acessórios, como fechos, borboletas etc., que precisam ser observadas. Com relação á
especificação, os seguintes aspectos devem ser considerados:
• a estanqueidade ao ar (resistência à penetração do ar) é importante do ponto de vista do
conforto térmico e acústico. Porém, em caso de utilização de sistemas de
condicionamento de ar, o não atendimento às condições das normas técnicas representa
perda significativa de energia;
• a estanqueidade a água está intimamente relacionada com a durabilidade da edificação.
O não atendimento às condições das normas técnicas leva frequentemente a custos de
manutenção que afetam pisos e paredes;
• danos às esquadrias com necessidade de substituição são frequentes, em casos de não
atendimento as condições das normas técnicas que dizem respeito a resistência ao vento;
• a camada de anodização tem de ser especificada em função das condições de exposição.
Por exemplo: regiões litorâneas e sujeitas a grande concentração de poluentes no ar devem
ter proteção anódica adequada, conforme previsto nas normas técnicas.

4.2.3-Tipos de esquadrias:
Os modelos mais procurados são:
• basculante: um modelo recorrente nos banheiros para facilitar a troca de ar é aquele
que tem três cortes e os vidros cobrindo as aberturas. A nomenclatura basculante
também está presente em alguns modelos de portão de garagem, no qual uma parte da
estrutura fica para dentro e a outra para fora;
• maxim-ar: assemelha-se ao modelo basculante, sendo que a sua abertura pode chegar
a um ângulo de quase 90 graus;
• corrediça: opções de portões auxiliados por suporte de trilhos inferiores e superiores.

Figura 4: Exemplo de Esquadria de Alumínio.


Fonte: adaptado de: https://serralhariaramos.com/2018/08/10/janela-de-aluminio-com-corte-termico/

4.3- Esquadrias de Aço

4.3.1- Características:
Durante muito tempo um dos receios quanto a escolha deste tipo de material tinha a
ver com o alto potencial de corrosão. Entretanto, isso algo que já está superado pelas
técnicas desenvolvidas no processo industrial. Por isso, inclui tratamentos específicos na
superfície do material. Antes de mais nada, para saber as especificações mais adequadas
para os locais de instalação, é necessário consultar as indicações do fabricante. Por fim,
há muita versatilidade, diversidade e qualidade nas peças, características que impactam
positivamente nos processos de instalação. Além disso, possui uma maior resistência que
as esquadrias de alumínio. Como resultado, o fato de o aço ainda ser um material
reconhecido como potencialmente reciclável.
O procedimento de limpeza é o mesmo adotado para as esquadrias de alumínio:
solução de água e sabão neutro aplicada com pano macio ou esponja. Nesse sentido, é
necessário evitar esponjas de aço e qualquer tipo de substância abrasiva. É considerada
uma opção de baixo custo, embora seja um material mais pesado que os já citados, o que
pode chegar a influenciar no aumento do custo para instalação e transporte.

4.3.2-Tipos de esquadrias:
Os modelos mais utilizados são, por exemplo:

• de correr: usado tanto para porta quanto para janela;


• veneziana: estruturada com tiras ou lâminas, promovendo o controle da ventilação e
da iluminação. Uma boa opção para dispensar o uso de cortinas;
• fixa: não possui um sistema de abertura e conta apenas com a estrutura e algum tipo
de vidro;
• guilhotina: utiliza o deslizamento para cima e para baixo para abertura e fechamento,
respectivamente;
• correr com veneziana: é um modelo trabalhado com mecanismo misto de abertura e
fechamento

Figura 5: Exemplo de Esquadria de Aço.


Fonte: adaptado de: https://www.archdaily.com.br/br/927852/esquadrias-minimalistas-com-perfis-de-aco-de-alta-rigidez-
maxima-transparencia-e-desenho-sutil/
4.4- Esquadrias de Madeira

4.4.1- Características:

As esquadrias de madeira são opções atemporais e podem ser adquiridas a partir de


diferentes tipos de madeira. Além disso, são muito versáteis na combinação com as
variedades de revestimentos disponíveis. Por isso, uma escolha bem planejada pode
resultar em excelentes soluções para portas, janelas, portões e outras variantes de uso
interno e externo. Diferentemente das outras opções, este é um material que demanda mais
atenção em relação aos cuidados e tratamentos. Afinal, esse fator é determinante para sua
durabilidade e resistência. Por isso, a limpeza não pode ser feita diretamente com água ou
pano úmido. Dessa forma, a exposição excessiva à umidade pode resultar em
empenamento e estragar a madeira de maneira irreversível. Por fim, outro detalhe é em
relação ao tratamento da madeira que deve contemplar a aplicação de verniz e produtos
para controle e prevenção de infestação de pragas de acordo com a determinação do
fabricante.
Em suma, o que mais pode impactar no custo deste tipo de material é o tipo de
madeira. Bem como, as opções feitas sob medida para atender às demandas do projeto.

4.4.2-Tipos de esquadrias:
Basicamente os modelos para este tipo de esquadria podem ser os que já foram
citados nas opções de PVC, alumínio e aço. No entanto, por ser um material muito sensível
a determinadas temperaturas, o projeto deve ser feito de forma a considerar a localização
e exposição de cada instalação.

Figura 6: Exemplo de Esquadria de Madeira.


Fonte: adaptado de: http://www.mado.com.br/site/index.php/linhas-produtos
CONCLUSÃO

Nem sempre é fácil escolher o tipo de esquadria e o tipo de material que precisa ser
empregado, mas pode-se utilizar diversos tipos de esquadrias de maneira estratégica para
o aproveitamento da luz natural e como um excelente recurso de ventilação. Além desses
aspectos, elas ainda servem para impedir a entrada de água da chuva e a contenção de
fortes ventos provenientes do exterior das construções.
Assim sendo, existem várias possibilidades e opções que podem ser adaptadas a cada
caso e cada necessidade de quem vai usufruir do ambiente. Precisa-se então, estabelecer
previamente nos projetos o tipo de esquadria que irá melhor atender a necessidade e gerar
tanto praticidade como a harmonização ao projeto estético. Portanto, o ideal é sempre
prevalecer o tipo que melhor atende a relação custo-benefício.

REFERÊNCIAS

• Yazigi, Walid. A técnica de edificar / Walid Yazigi. - 10. ed. rev. e atual. - São Paulo
: Pini : SindusCon, p. 535-536, 2009.
• Duarte, Paulo. Esquadrias na Construção Civil. IBDA ( Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento da Arquitetura- Fórum da Construção), 2022. Disponível em:
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=43&Cod=1522.
• Sem autor: Tipos de Esquadrias. Entenda Antes, 2020. Disponível em:
https://entendaantes.com.br/tipos-de-esquadrias/
• Sem autor: O que significa esquadria na Construção Civil. SEV Exclusivv, 2021.
Disponível em: https://sevexclusivv.com.br/o-que-significa-esquadria-na-
construcao-civil/

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