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Estética Facial

Material Teórico
Limpeza de Pele

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Limpeza de Pele

• Limpeza de Pele.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar biotipo e estado cutâneo;
• Selecionar cosméticos adequados para cada pele;
• Realizar limpeza de pele de modo seguro e eficaz;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre uso de fotoprotetor.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Limpeza de Pele

Limpeza de Pele
A limpeza de pele é o procedimento de higienização no qual se objetiva a remoção
da oleosidade e das sujidades (superficiais e profundas), além da retirada de conteúdos
cutâneos que obstruem os óstios (poros) e levam a afecções inestéticas como: come-
dões, pápulas e pústulas.

A poluição e resíduos de células mortas na superfície da pele (queratinócitos) é no-


tória em qualquer biotipo cutâneo. As peles mistas e oleosas que apresentam óstios
mais dilatados e possuem maior produção sebácea têm esse aspecto mais aparente
e, por isso, necessitam de maior frequência no procedimento de limpeza de pele.

A limpeza de pele se faz necessária em qualquer biotipo cutâneo, o que se dife-


rencia é a frequência de execução do procedimento, a forma de extração, o tipo de
cosmético utilizado e o tempo de permanência na emoliência. Deve ser realizada
por um profissional que higieniza a pele profundamente e a prepara para outros
procedimentos estéticos.

O procedimento é constituído pela aplicação de cosméticos que são utilizados em


uma sequência lógica e específica, objetivando a remoção de células mortas, oleosi-
dade e resíduos que obstruem os canais foliculares e geram os comedões (Figura 1
- popularmente chamados de cravos); pápulas (Figura 2 - espinhas vermelhas); pús-
tulas (Figura 3 - espinha com pontos brancos) e miliuns (Figura 4 - encapsulamento
do sebo dentro do folículo, gerando uma bolsa consistente, esbranquiçada e saliente
em relação à pele).

Figura 1 – Comedões abertos Figura 2 – Pápulas


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

Figura 3 – Pústula Figura 4 – Miliun


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

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Para o sucesso do protocolo, procuramos proporcionar o mínimo de desconforto
possível, evitando ao máximo que o cliente sinta dor durante a extração, bem como
evitar hiperemia excessiva, sangramento e hipersensibilidade tecidual. Para tanto, a
habilidade e o treino profissional são importantes, mas as particularidades de cada
pele constituem um desafio para o profissional, mesmo os mais experientes.

A limpeza de pele tem como objetivo extrair conteúdo sebáceo e sujidades do


interior dos óstios, mas para se chegar a esta etapa, outras se fazem necessárias e
importantes para o sucesso do procedimento.

As sujidades, que estão no interior do óstio ou do folículo pilo sebáceo, bloqueiam


ou diminuem o aproveitamento dos princípios ativos fornecidos pelos cosméticos.
Excesso de oleosidade, maquiagem, resquícios de poluição, suor, filtro solar, células
mortas são partes do que consideramos sujidades.

Os cosméticos de limpeza facial removem apenas as sujidades superficiais do dia a


dia, enquanto os esfoliantes removem os queratinócitos, células mortas que se encon-
tram na superfície da pele e que devem se renovar pelo turn over celular (renovação
celular fisiológica).

Tanto a limpeza superficial como a esfoliação (que pode ser química, física ou
enzimática) facilitam o processo de extração (retirada de sujidades do interior dos
óstios), mas na limpeza de pele um outro passo fundamental é a emoliência, que é
realizada com cosméticos emolientes e aplicação de calor úmido (vapor de ozônio),
calor seco ou máscara térmica. Essa etapa segue para auxiliar a dilatação dos óstios
e amolecimento dos resíduos foliculares, facilitando sua saída e tornando o procedi-
mento minimamente agressivo para a cútis.

Você Sabia? Importante!

O princípio ativo cosmético mais utilizado para emoliência é a Trietanolamina. Excelente


princípio ativo para emoliência, porém as peles sensíveis não a toleram.

Após a emoliência, inicia-se a extração dos comedões, pústula e miliuns (pápulas


não devem ser retiradas) seguida pela aplicação de alta frequência e/ou LED azul,
Laser vermelho. Em seguida, aplica-se uma máscara facial cosmética e finaliza-se
com a aplicação de fotoprotetor.

Antes de iniciar a limpeza de pele, é fundamental o preenchimento da ficha de


anamnese (entrevista inicial que coleta dados pessoais, dados de saúde, cosméticos
que utiliza, histórico de cirurgias, entre outros dados). Ao finalizar a ficha de anamne-
se, inicia-se a avaliação facial.

Na avaliação facial, identificaremos o biotipo cutâneo (alípico, lipídico ou mis-


to), o estado cutâneo (hidratado, desidratado (xerose cutânea), sensível, acneico),
observa-se se há presença de lesões elementares que precisem de avaliação e/ou
cuidados médicos (neste caso, você esteticista é responsável pelo encaminhamento
deste cliente ao médico). Analisará ainda a presença de comedões, pápulas, pústu-
las, nódulos, cistos, discromias, telangiectasias, entre outros.

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UNIDADE Limpeza de Pele

Importante! Importante!

A presença de cistos e/ou nódulos decorrentes de acne graus III e IV é um indicativo de


que o cliente necessita de cuidados médicos. Nesses casos, não realizaremos a limpeza
de pele sem prévia autorização médica.

Indicações de Limpeza de Pele


• Preparo cutâneo para aplicação cosmética sobre a pele;
• Preparo cutâneo para tratamentos eletrotermofototerapêuticos estéticos;
• Controle da oleosidade e remoção de sujidades;
• Tratamento coadjuvante para acne;
• Remoção de comedões e pústulas;
• Higienização profunda da pele.

Contraindicações para Limpeza de Pele


A limpeza de pele é um procedimento extremamente seguro, quando bem exe-
cutado, porém, como todo e qualquer procedimento estético, tem suas contraindi-
cações relativas. São elas:
• Gestantes e lactantes: as gestantes sempre devem ter autorização de seu obs-
tetra para realização de qualquer procedimento estético. A utilização de alta
frequência em gestantes tem suas ressalvas. Alguns produtos cosméticos com
emoliente, a base de trietanolamina, e peelings químicos são contraindicados.
As lactantes têm como contraindicações alguns cosméticos, mas, diferente das
gestantes, nelas pode ser utilizada a alta frequência;

Gravidez e lactação trazem uma particularidade que é a probabilidade de hiperpig-


mentação pós-inflamatória (devido a alteração hormonal, o melanócito fica mais
ativo), portanto, cuidado na extração. As lesões podem trazer hiperpigmentações
pós-inflamatórias que conferem um aspecto inestético à pele.

• Acne grau III e IV podem apresentar quadro inflamatório intenso e/ou infec-
cioso, necessitando de tratamento médico. Devemos atuar nesses graus diante
da autorização do médico responsável;
• Infecções de modo geral;
• Hipersensibilidade e alergias (contraindicação relativa);
• Lesões elementares desconhecidas e não diagnosticadas;
• Feridas abertas na área que receberá a limpeza de pele.

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Avaliação Pré Limpeza de Pele
Embora a limpeza de pele siga um passo a passo, não temos receita de bolo que
seja seguida em todos os casos. Para isso, se faz necessária uma avaliação da pele e
das particularidades de cada caso.

Além da coleta de dados individual de cada paciente (anamnese), devemos reali-


zar uma inspeção da pele observando biotipo cutâneo, estado cutâneo (hidratação,
sensibilidade, discromias, envelhecimento, lesões elementares, entre outros).

Tabela 1 – Modelo de Ficha de Anamnese Facial


FICHA DE ANAMNESE FACIAL
Dados pessoais
Nome: _____________________________________________
Endereço:__________________________________________
Bairro: ________________________ E-mail:_______________
Data de Nascimento: ____/____/___Telefone(s): ________________
Dados específicos, clínicos, hábitos e episódios orgânicos
Objetivo pretendido com esta limpeza de pele: _____________________
Já fez este tratamento antes? ( )Sim ( )Não
Tem preferências?
_______________________________________________
Utiliza cosméticos de manutenção? Qual(is)?
_______________________________________________
Tratamento médico atual? ( )Sim ( )Não
Medicamentos:______________________________________
É portador(a) de: ( ) epilepsia ( ) diabetes ( ) neoplasias ( ) trombose ( ) marca passo
ou problemas cardiácos ( ) hipotensão arterial ( ) hipertensão arterial.
Está fazendo ou fez recentemente algum procedimento médico estético como
Implante, Preenchimento, Cirurgia Facial, Ácidos, Botox ou outros?
Especifique tipo e período de aplicação: ________________________
Tem reações alérgicas a cosméticos ou qualquer produto de seu conhecimento:
_______________________________________________
Regularidade e qualidade alimentar: __________________________
Ingestão diária de água: ( ) menos de 1 litro ( ) 1 litro ( ) mais de 1 litro.
Suspeita de gestação? ( ) Sim ( ) Não.
Data da última menstruação (DUM): ____________________

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UNIDADE Limpeza de Pele

Tabela 2 – Modelo ficha de avaliação facial (esta análise deve ser feita com lupa: Figura 5)
• Manchas pigmentares relacionadas à melanina: Acromia, Cloasma, Efélides,
Hipercromia, Hipocromia.
• Manchas por alterações vasculares: Angioma, Cianose, Eritema, Hematoma,
Petéquias, Teleangectasias.
• Formações sólidas: Ceratose, Nódulos, Pápulas, Verrugas, Comedão, Milium.
• Necrose formações com conteúdo líquido: Bolha, Pústula, Vesícula.
• Lesões de pele: Crosta, Descamação, Escara, Escoriação, Fissura, Fístula, Ulceração.
• Sequelas: Atrofia, Cicatriz, Pelos Hipertricose, Hirsutismo, Alterações da Queratini-
zação, Eczema, Hiperqueratose, Psoríase.
• Classificação do tipo cutâneo
• Quanto à hidratação: Desidratada, Normal.
• Quanto ao grau de oleosidade: Alípica, Lipídica, Normal, Seborreica.
• Quanto à espessura: Espessa, Fina, Muito Fina.

Figura 5 – Análise de Pele com Lupa


Fonte: Getty Images

Após a avaliação, é possível a escolha dos cosméticos mais adequados para aquela
pele (princípios ativos e veículos, tipo mais adequado à pele no momento da limpeza
de pele).

Preparo para o Ambiente de Trabalho


O ambiente de trabalho deve estar organizado e pronto antes de iniciar o proce-
dimento. O carrinho auxiliar já deve estar com todos os consumíveis descartáveis
(algodão, touca, máscara, gaze, cotonete, agulha 0,30 x 13mm). Deve ser organizado
de modo que fique fácil a visualização e o acesso.

O ambiente precisa ser bem iluminado e, se necessário, com um foco de luz, que
geralmente vem acoplado à lupa e pode ser de pala ou tripé.

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Os equipamentos como alta frequência, laser e LED, máscara térmica, vapor
de ozônio, peeling ultrassônico, peeling de cristal e de diamante também já devem
estar disponíveis para a utilização, além de estarem encapados com filme osmótico
(seguindo os preceitos de biossegurança).

Os algodões devem ser disponibilizados secos e úmidos (objetivos diferentes).


Espátulas de plástico ou descartáveis também devem estar disponíveis para a reti-
rada dos cosméticos de seus respectivos frascos.

Importante! Importante!

Ao manipular os cosméticos, jamais coloque as mãos ou dedos dentro dos frascos, esse
contato pode contaminá-los.

Lenços de papel também devem estar disponíveis para o momento da extração


ou ainda para secar a pele.

Em relação ao preparo do paciente/cliente, ele deve estar acomodado na maca


previamente preparada (forrada com lençol de algodão, coberto com lençol
descartável, que pode ser de TNT ou de papel), os membros inferiores devem estar
posicionados em semiflexão de joelhos (apoiados em um coxim para estabilização
da coluna lombar).

Deve-se retirar brincos, piercings (que estejam na face) e colares/correntes. O clien-


te/paciente pode estar com o colo nu (coberto com uma toalha de rosto), com a roupa
protegida com um babador de TNT, papel ou toalha de rosto. Os cabelos devem estar
protegidos com touca descartável e faixa.

O profissional deve estar com jaleco de mangas longas, toucas e máscara. As unhas
devem estar curtas e bem lixadas para que não machuque o cliente, principalmente
durante a extração.

As luvas devem ser usadas do início ao fim do procedimento, dando preferência


às luvas de vinil ou vinílicas, estas são mais confortáveis tanto para o cliente quanto
para a sensibilidade tátil do profissional e o potencial alergênico é muito menor.

As bandejas de apoio devem ser descartáveis ou de inox (para que possam ser
esterilizadas). Todo material que tenha sido contaminado com fluidos corporais de
sangue e secreção purulenta, como exemplos, deve ser descartado em lixo especial
(infectante), respeitando as normas de biossegurança.

As agulhas utilizadas na extração de miliuns ou na drenagem de pústulas devem


ser descartadas em caixa de material perfuro cortante.

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UNIDADE Limpeza de Pele

Você Sabia? Importante!

Todo material contaminante deve ser descartado em lixo específico identificado e o ma-
terial perfuro cortante descartado em caixa específica para esse material, bem como
a coleta também não pode ser feita por coletores de lixo doméstico, visto que é uma
questão de biossegurança e uma exigência da Vigilância Sanitária.

Passo a Passo da Limpeza de Pele


Fundamentalmente, a limpeza de pele segue os seguintes passos:
• Higienização: é o primeiro passo da limpeza de pele. Caso o cliente/paciente
esteja usando maquiagem, antes de higienizar, deve-se usar cosmético dema-
quilante e em seguida remover as sujidades, como resíduos de poluição, cosmé-
ticos, protetor solar, maquiagem, suor e oleosidade excessiva.
A escolha do melhor produto de limpeza facial deve levar em consideração o bio-
tipo e o estado cutâneo. O pH da pele é cerca de 5,5, ou seja, um meio ácido pela
presença de ácidos graxos livres provenientes do sebo, suor, ácido lático e ami-
noácidos livres. Quanto maior o pH do produto cosmético utilizado na limpeza
facial, maior será a dilatação dos óstios. E quanto menor for o pH, menor será
essa dilatação.
Na prática, quanto maior o pH do produto, maior é a abertura dos poros e mais
profunda é a higienização da pele. No entanto, quanto menor for o pH do pro-
duto, menor a dilatação dos orifícios, o que pode dificultar a ação de limpeza,
mas será muito importante para controle da oleosidade e revitalização tecidual.
Os limpadores de pH fisiológico (igual ao da pele) são ideais para peles sensíveis
por respeitarem o pH e não promoverem seu desequilíbrio. Os limpadores de
pH neutro desequilibram suavemente, produzindo discreta abertura dos poros e
remoção controlada da oleosidade. Por fim, os limpadores de pH alcalino (acima
de 7), que desestabilizam a pele em proporções maiores que os demais produtos,
geram maior abertura dos poros e remoção profunda da oleosidade.
Os veículos dos higienizantes faciais são variados e a escolha também é influen-
ciada pelo tipo de pele. Sabonete e gel de limpeza são indicados para peles
oleosas por conterem maior poder adstringente. Os leites e emulsões de limpeza
devem ser utilizados em peles secas e sensíveis por conterem um teor oleoso
maior, deslizarem de forma suave e serem facilmente removidos, evitando abra-
são sobre a pele durante sua aplicação ou retirada, além de manterem a umec-
tação superficial.
Para as peles mistas, o sabonete líquido suave ou a loção de limpeza são indicados
por constituírem o meio-termo entre os higienizantes citados anteriormente. Os
higienizantes devem ser aplicados com a ponta dos dedos, espalhados em movi-
mentos circulares por toda face, pescoço e colo, retirado com algodão úmido com

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movimentos ascendentes. Espojas feitas com gaze e algodão também podem ser
utilizadas para retirada dos cosméticos. Estas também devem estar úmidas.
• Esfoliação: tem a função de reduzir a camada córnea da pele a fim de remover
as células mortas.
Pode ser realizada com um cosmético esfoliante, microdermoabrasão (peeling
de cristal ou peeling de diamante), com um peeling enzimático, com peeling
químico (queratolítico – geralmente sabonete com ácido glicólico, ácido salicílico
ou ambos) ou ainda com a associação de dois tipos de esfoliantes.
O esfoliante cosmético deve ser aplicado em toda região a ser esfoliada com a
região interdigital, polpa dos dedos, em movimentos circulares (Figura 6). O po-
tencial de esfoliação depende da pressão exercida sobre a pele, veículo (quanto
mais oleoso, menor o poder de abrasão), tamanho das esferas (quanto menor as
esferas, maior o poder de abrasão. Quanto maior as esferas, menor o poder de
abrasão) e quantidade de esferas (quanto maior a quantidade de esferas, maior
o poder abrasivo).
Peles maduras, sensíveis e alípicas devem usar esfoliantes com menor abrasão.
Peles oleosas, mais queratinizadas e espessas, devem utilizar esfoliantes
mais abrasivos.
• Microdermoabrasão (peeling diamante/cristal): substitui a esfoliação cos-
mética, sua abrasão dependerá da quantidade e tamanho de micras e pressão
negativa (no caso de peeling de diamante: Figura 7), quantidade de óxido de
alumínio e pressão negativa utilizada (no caso do peeling de cristal). A micro-
dermoabrasão não deve ser realizada em peles sensíveis, com presença de
pápulas e/ou pústulas.

Figura 6 – Esfoliação Cosmética / Esfoliação Física Figura 7 – Peeling Diamante - Esfoliação Física
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

• Peeling enzimático ou biológico: a esfoliação enzimática se dá com a utiliza-


ção de peeling cosmético a base de enzimas como, por exemplo, bromelina,
papaína, renew zyme, pumpkin enzyme, entre outros. O poder de abrasão
dependerá da concentração dos princípios ativos e tempo de permanência na
pele. Os peelings enzimáticos ou biológicos hidrolisam a queratinatina, facili-
tando a extração. Eles ficam sobre a pele por um tempo médio de 15 minutos.
Após este tempo, retira-se o produto com algodão úmido.

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UNIDADE Limpeza de Pele

O peeling enzimático é uma excelente opção para peles acneicas, sensíveis


e maduras.
• Emoliência: é etapa fundamental da limpeza de pele, pois, se não for eficaz,
mesmo com todo o preparo anterior, haverá dificuldade na retirada dos conte-
údos cutâneos durante a extração. Recomenda-se a utilização de produtos de
pH alcalino, que diminuam a resistência da pele, dilatem os óstios e amoleçam
a superfície da pele, facilitando a remoção dos comedões e das pústulas na
extração. Um dos princípios ativos mais utilizados nesta etapa é a trietanola-
mina (triethanolamine).

Os cosméticos emolientes, em sua maioria, são


loções e devem ser aplicados com compressas de
algodão ou gaze sobre toda a região que será ma-
nipulada e se deseja fazer a extração. Quando es-
tão em forma de creme, devem ser aplicados com
abaixador de língua, espátula ou com os dedos.
Em ambas as formulações, o tempo ideal de con-
tato com o produto é entre 10 e 20 minutos, con-
forme recomendação do fabricante.

As compressas devem ser removidas gradativa-


mente conforme a evolução da extração. Nessa
etapa, o profissional utiliza ainda o vapor de ozô-
nio (que oferta um calor úmido à superfície da
pele: Figura 8), o qual proporcionará uma dilata- Figura 8 – Emoliência
ção dos óstios e umidificará a superfície cutânea, vapor de ozônio
facilitando a extração. Fonte: Getty Images

A máscara térmica também pode ser utilizada para emoliência, porém, além
de muitos clientes/pacientes não a tolerarem, não tem boa indicação para peles
mais maduras, alípicas e desidratadas.

É interessante que peles alípicas ou desidratadas sejam expostas ao calor seco?


Explor

Não! O calor seco desidrata ainda mais a pele.

Caso o profissional tenha disposição, nenhum dos dois recursos supracitados


pode potencializar a ação do emoliente, posicionando sobre as compressas
com cosmético emoliente e papel alumínio.

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Importante! Importante!

Peles oleosas muitas vezes não necessitam de exposição ao calor, seja ele úmido ou seco,
pois os óstios encontram-se bem dilatados. O calor estimula ainda mais a produção de
sebo. Nas peles acneicas, onde temos presença de inflamação, também não é interes-
sante a exposição da cútis por muito tempo ao calor. Estas peles devem ser expostas ao
calor por cerca de 5 a 10 minutos, permanecendo os outros 10 minutos apenas com o
cosmético emoliente.

• Extração: é o momento mais importante da limpeza de pele, pois nessa etapa


será obtida a remoção do sebo e dos resíduos foliculares. A extração é recomen-
dada em todos os óstios e não apenas onde se evidenciam pústulas e comedões.

Para a realização da extração manual, posiciona-se a polpa interdigital latera-


lizando o comedão, exercendo pressão ascendente para a extração. As unhas
não devem ser utilizadas para realização das extrações. Para que seja um pro-
cedimento menos dolorido e menos traumático à pele, utiliza-se dedeira de al-
godão ou de lenço de papel para conferir um toque mais agradável e absorver
conteúdos líquidos que se encontram no interior dos óstios (Figura 9).

Não se deve comprimir o folículo para baixo com a utilização da ponta dos de-
dos, isso traz riscos para lesões na pele e não expulsão do conteúdo do interior
do óstio. A pressão deve ser exercida até que todo conteúdo interno do folículo
seja extraído.

Podemos também utilizar curetas para a realização de extrações (Figura 10).


As curetas auxiliam principalmente em áreas de difícil acesso como orelhas,
canto dos olhos e aba do nariz. Há profissionais que realizam todo o pro-
cedimento de extração com curetas, isso não é contraindicado, porém é
mais agressivo à pele, conferindo maior probabilidade de lesões superficiais
e hiperpigmentações.

Figura 9 – Extração Manual Figura 10 – Extração com Cureta


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

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UNIDADE Limpeza de Pele

Existe ainda a extração a vácuo que pode ser realizada com um aparelho que
confere pressão negativa, ofertada por um equipamento de vacuoterapia.

Para a retirada do conteúdo dos óstios, é necessária utilização de pressões ne-


gativas altas (que giram em torno de -600mmHg). Muitas vezes estas extrações
não são eficazes para a retirada completa destes conteúdos, além de favorecem
quadros inflamatórios e consequentes hiperpigmentações.

Na presença de milium, faz-se necessário a utilização de uma agulha de insuli-


na para extraí-lo. Com a ponta da agulha, empurrando-a contra a membrana
que recobre o milium, por cima ou pela lateral, rompemos a pele para criar um
canal de saída para seu conteúdo. Como pode haver sangramento, a dedeira
de algodão ou papel-toalha será de grande ajuda para absorver o sangue.
• Desinfecção: pode ser realizada com cosméticos que tenham funções antis-
sépticas e anti-inflamatórias (melaleuca, hamammelis, tomilho) com a alta fre-
quência (Figura 11 - aplicação direta (em toda a face) ou faiscamento (nas
pústulas extraídas)). Equipamento que por meio da produção de ozônio provê
intenso efeito antisséptico e, no caso de peles acneicas, podemos utilizar o
LED azul (Figura 12 - cerca de 5 minutos por região) que tem um efeito bacte-
ricida e fungicida. Independentemente do tipo de pele e do agente utilizado, é
indispensável finalizar a extração com a desinfecção.

Figura 11 – Aplicação de alta frequência Figura 12 – Aplicação de LED azul


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

No caso de extração de pústulas ou presença de pápulas, podemos utilizar o


laser vermelho em cima das lesões (2 J/cm2), este tem um efeito anti-inflama-
tório, cicatrizante e analgésico.
• Máscara cosmética: tem a finalidade de ocluir a superfície da pele, impedindo
a evaporação de água na camada córnea, o que aumenta a hidratação e facilita
a permeação dos seus princípios ativos.

Após o procedimento de limpeza de pele, ela pode apresentar-se irritada, sen-


sibilizada, ressecada, descamativa ou pálida. São características que determina-
rão o tipo de máscara e os princípios ativos a serem aplicados nesse momento.

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Geralmente, a máscara calmante ou suavizante é a mais utilizada no proce-
dimento de limpeza de pele após a extração, pois é comum as peles ficarem
sensibilizadas. Se a pele não ficar irritada ou sensibilizada, podemos utilizar
máscaras hidratantes, nutritivas, revitalizantes e secativas.

Quanto à indicação dos ativos utilizados nas máscaras, os calmantes e os des-


congestionantes são mais indicados para peles sensíveis ou sensibilizadas pela
extração; os rubefacientes são vasodilatadores e se enquadram muito bem para
peles pálidas e de fumantes; os antioxidantes para nutrição e efeito tensor nas
peles mais envelhecidas, com rugas e flacidez; os queratolíticos, antissépticos,
secativos e adstringentes para peles oleosas e acneicas.

As máscaras podem ser aplicadas com os dedos ou com abaixador de língua.


Deve-se aplicar uma camada uniforme, porém, não espessa, que cubra toda a
superfície da pele da área que está sendo tratada.

O tempo de permanência da máscara varia entre 10 a 30 minutos. Devemos


seguir a orientação do fabricante, pois algumas máscaras podem ser deixadas
na pele sem a necessidade de retirar com algodão úmido, mas, em sua maioria,
os fabricantes recomendam retirar.
• Tonificação: os tônicos têm o intuito de equilibrar o pH da pele e contrair os
óstios. Podem ter ativos calmantes, hidratante, umectante, cicatrizante e adstrin-
gente; dependerá dos princípios ativos utilizados no cosmético.

Se aplicado em compressas geladas, tem um efeito de vasoconstricção e, desta


forma, diminui o rubor e o calor local após a extração. A aplicação das loções
tônicas, independentemente de sua função, deve ser aplicada com o algodão to-
talmente umedecido com a loção (mas sem excessos para não ficar escorrendo),
sendo então deslizado sobre toda a superfície tratada, ou aplicada com pancadi-
nhas, visando depositar o produto sobre a pele; não deve ser retirado, deve-se
esperar a secagem do produto para aplicar os cosméticos finalizadores.
• Finalização: pode ser aplicado fluído ou sérum que tenham propriedades hi-
dratantes, nutritivas, secativas, antioxidantes, entre outras. Fundamentalmen-
te, finaliza-se a limpeza de pele com a aplicação de FPS, que deve ter o veículo
adequado para cada tipo de pele, com FPS mínimo de fator 15.

Após a limpeza de pele, recomenda-se que o cliente/ paciente não se exponha


ao sol por pelo menos 7 dias, caso tenha agredido a pele de modo que surjam
pontos de inflamação (observar sinais flogísticos), este tempo se estende por no
mínimo 15 dias, para se evitar uma hiperpigmentação pós-inflamatória.

A periodicidade da limpeza de pele varia para cada pele e para cada biotipo,
mas prioriza-se um intervalo de pelo menos 30 dias entre uma limpeza e outra.
De maneira geral, com base em alguns autores, recomenda-se a limpeza de pele
de forma bimestral ou trimestral para a maior parte das peles (secas e mistas),
entretanto, para peles oleosas, mensalmente.

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UNIDADE Limpeza de Pele

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Cosmetologia: Descomplicando os Princípios Ativos
GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos
3. ed. rev. São Paulo: LMP, 2009.
Eletrotermoterapia: Teoria e Prática
AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium, 2005. p. 85-109.
Terapêutica em Estética [Recurso Eletrônico]: Conceitos e Técnicas / Organização
BORGES F. S.; SCORZA, F . A. Terapêutica em estética [recurso eletrônico]: conceitos
e técnicas / organização. 1. ed. - São Paulo: Phorte, 2016.

 Vídeos
Blackhead! (Mitesser,point noir,espinilla)
https://youtu.be/HMtGeFzjBeQ

20
Referências
BORGES, F.S. Dermato Funcional - Modalidades Terapêuticas nas Disfunções
Estéticas. São Paulo: Editora Phorte, 2010.

FONSECA, A.; PRISTA, LN. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosme-


tológica. São Paulo Editora Roca; 2000.

HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. Editora Senac.

SOUZA, V. M.; JÚNIOR, D.A. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e


Nutracêuticos. 9 volumes - São Paulo: Editor: Daniel Antunes Júnior, 2016.

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