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CARGA TÉRMICA Prof.

Me Fabio Tofoli
FUNDAMENTOS
 A Carga térmica é o calor a ser removido ou adicionado continuamente do/ao ambiente de
modo a atender às condições de conforto ou processo (carga térmica de verão inverno);
 os cálculos de carga de resfriamento e aquecimento são normalmente feitos para
dimensionar os sistemas de HVAC e seus componentes;
 A estimativa da carga térmica de um sistema de climatização deve ser feita com cuidado e
precisão para que a instalação seja satisfatória. A instalação não deve ser subdimensionada
nem superdimensionada. Um cálculo preciso de carga térmica irá indicar:
 a necessidade real de resfriamento e/ou aquecimento
 as possibilidades de se obter redução da carga com menor custo
 a seleção do equipamento mais econômico
 o sistema de distribuição mais eficiente
FUNDAMENTOS
 Carga térmica de resfriamento ou de verão: é a quantidade de calor máxima a ser
removida dos ambientes condicionados, mais cargas adicionais da serpentina do
condicionador. Esta carga pode ser introduzida no ambiente a condicionar por:
 Condução
 Insolação
 Dutos
 Pessoas
 Equipamentos
 Infiltração
 Ventilação

 Carga térmica de aquecimento ou de inverno: é a quantidade de calor necessária a um


ambiente durante o inverno, para compensar as perdas de calor devido à diferença de
temperatura entre o ar externo e o espaço condicionado. O calor sai por condução e por
infiltração através das frestas ao redor de porás e janelas e devido a abertura das mesmas.
ESTIMATIVA DA CAPACIDADE TÉRMICA
DADOS PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA
MÉTODOS DE CÁLCULO
COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS
DADOS DO PROJETO - LOCALIZAÇÃO
DADOS DO PROJETO - ORIENTAÇÃO
DADOS DO PROJETO – CONDIÇÕES EXTERNAS
DADOS DO PROJETO – CONDIÇÕES EXTERNAS
DADOS DO PROJETO – CONDIÇÕES EXTERNAS
DADOS DO PROJETO – CONDIÇÕES INTERNAS
DADOS DO PROJETO
ILUMINAÇÃO
PESSOAS
EQUIPAMENTOS
DENSIDADE DE CARGA
DISSIPAÇÃO DE CALOR EM MOTORES
CARGA DEVIDO AOS EQUIPAMENTOS
- Motor do ventilador dentro da corrente de ar 𝑄ሶ 𝑠 = 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑊
𝑃 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 [𝑐𝑣]
𝑃 × 733 𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
𝑄ሶ 𝑠 =
𝜂

- Motor do ventilador fora da corrente de ar

𝑃 × 733
𝑄ሶ 𝑠 =
𝜂

- Para outros motores que porventura permaneçam no recinto condicionado (elevadores, bombas,
máquinas elétricas, perfuradoras etc.), temos:

𝑃
𝑄ሶ 𝑠 = − 𝑃 × 733
𝜂
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
O efeito da radiação solar é sentido sob a forma de ganhos de calor no ambiente,
nas superfícies dos vidros, paredes e tetos.
A intensidade da radiação será uma resultante da radiação solar direta e da
radiação solar difusa que chega a superfície terrestre com as perdas determinadas
pelos desvios sofridos por raios diretos quando o mesmo encontra partículas de
poeira, neblina, nuvens, ozônio, fumaça e até mesmo por proteções externas dos
prédios (sombreamento).
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
 Altitude solar: É o ângulo que o raio direto do Sol faz com a horizontal em um
determinado local da superfície da Terra. Para uma mesma data e hora, a elevação
do Sol é diferente para diferentes localidades.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
 Azimute solar: É o ângulo que a componente horizontal dos raios solares faz com a
linha Norte-Sul verdadeira, passando pelo local. É o mesmo ângulo que a sombra de
uma haste vertical faz com a linha Norte-Sul. Ao meio-dia o azimute solar é nulo ou
180°.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
 Azimute solar da parede: É o ângulo que a componente horizontal dos raios
solares faz com a direção normal à parede. Esse ângulo pode variar de 0°(parede
perpendicular à componente horizontal H) até 90° (parede paralela a H). Quando n
> 90° a parede está na sombra e o ângulo n não tem significado.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
 Latitude: Latitude de um lugar na superfície da Terra é seu deslocamento angular
acima ou abaixo do plano do equador, medido a partir do centro da Terra. Para o
caso do Brasil, quase todas as suas localidades estão situadas no hemisfério sul, por
isso as latitudes são denominadas "sul".
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
Longitude: É o deslocamento angular contado sobre a linha do equador, entre o
meridiano de Greenwich (tomado como linha zero) e o meridiano do local, ou seja, o
plano que passa pelos pólos e pela localidade. As longitudes são medidas a partir
de Greenwich no sentido leste (positivo) ou oeste (negativo), variando de O a 180°.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
Declinação: É o deslocamento angular do Sol em relação ao plano do equador.
Como o eixo de rotação da Terra é inclinado de 23 1Τ2 ° em relação ao plano da
sua trajetória em tomo do Sol, a declinação ao longo do ano varia de + 23 1Τ2 ° o
(quando o Sol está ao norte, sobre o trópico de Câncer ou solstício de inverno para o
hemisfério sul) até - 23 1Τ2 ° (quando o Sol está ao sul, sobre o trópico de
Capricórnio ou solstício de verão). Nos equinócios (dias 21 de março e 21 de
setembro), d = 0.
SOLSTÍCIO E EQUINÓCIO
CARTA SOLAR

Analysis SOL-AR - LabEEE


INTENSIDADE DE RADIAÇÃO SOLAR DIRETA
TRANSMISSÃO DE CALOR ATRAVÉS DO VIDRO
O ganho de calor através dos vidros
ocorrem nas três formas de transferência de
calor, ou sejam: radiação solar, condução e
convecção.
A escolha do tipo de vidro, depende de um
estudo econômico sobre o custo benefício,
tanto do investimento inicial, como o consumo
de energia no ar condicionado.
TRANSMISSÃO DE CALOR ATRAVÉS DO VIDRO
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
No Brasil a insolação ocorre de acordo com as seguintes orientações:
- face N todo dia;
- face, L pela manhã;
- face, O pela tarde;
- face, S nenhum sol direto.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
A energia solar é, quase sempre, a responsável pela maior parcela da carga térmica nos cálculos do ar
condicionado, em geral como radiação e convecção e para redução da insolação, utiliza-se como proteção:
- janelas especiais ou elementos colocados junto a janela;
- vidros duplos reduzem em 50 % da insolação;
- vidros especiais em cor até 60 %;
- pintar parte externa do vidro em branco ou vidros espelhados em 50 %;
- elementos de sombra na face externa 75 % de redução;
- cores claras nas superfícies externas;
- cortinas e venezianas;
- camadas de isolamento nas paredes;
- espargir água no telhado constantemente.
GANHO DE CALOR POR INSOLAÇÃO
𝑄ሶ = 𝐼𝑠𝑜𝑙 ∙ 𝐴𝑠𝑜𝑙 ∙ 𝑓 ∙ 𝐹 + 𝐼𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 ∙ 𝐴𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎 . 𝑓 ∙ 1,163
Onde:
ሶ quantidade de calor [Watts]
𝑄=
Isol = intensidade solar devido a radiação direta (tabela 15) [kcal/h.m2]
Asol = superfície do vidro ensolarada [m2]
Isombra = intensidade solar devido a radiação difusa [kcal/h.m2]
Asombra = superfície do vidro em sombra [m2]
F = fator de correção do vidro pelo tipo de proteção (tabela 16)
f = Correção em relação as premissas da tabela 15
INTENSIDADE SOLAR
Bases da tabela: Condições fora da tabela
- Radiação direta e difusa transmitidas • Esquadrias de alumínio ou nenhuma: +17%
e calor absorvido pelo vidro ou x 1,17
• Céu com fumaça ou poluição: até - 15 %
- Os valores não incluem os ganhos por ou x 0,85
condução e convecção.
• Altitude: + 0,7% para cada 300 metros
- Esquadrias de madeira. • Latitude Sul, dezembro ou janeiro: + 7%
- Céu limpo. Ponto de Orvalho acima de 19,5 °C: - 14%
para cada 10 °C
- Nível do mar.
Ponto de Orvalho abaixo de 19,5 °C: +
- Ponto de Orvalho = 19,5°C 14% para cada 10 °C
FATOR DE CORREÇÃO DE VIDROS
 Fator Solar (FS) = é o percentual total da radiação solar admitida no interior da
edificação por transmissão e por absorção reemitida.
 Coeficiente de Sombra (CS) do vidro é o quociente entre o FS do vidro analisado e
o FS do vidro incolor comum de 3mm que é de 87%.
 Vidros com CS < 0,35 são considerados de alta performance, com CS entre 0,35 a
0,60 são considerados de média performance, e com CS > 0,60 são considerados
de baixa performance.
FATOR DE CORREÇÃO DE VIDROS
EXEMPLO
Determine os ganhos de calor por insolação de uma janela de vidro de esquadrias
de alumínio de 10 m², com a sua orientação voltada para SO e com 25% de
sombra no horário das 16 horas, em um local de 20° de latitude Sul, no mês de
dezembro. A janela é de vidro comum de 6 mm com persianas internas de cor clara.
No local não há poluição, a temperatura do ponto de orvalho é de 24,5°C e a
altitude do local é de 900 metros.
GANHO DE CALOR PELAS SUPERFÍCIES INTERNAS
As cargas de calor dadas pelas superfícies internas tais como paredes, vidros e tetos
são devidas aos efeitos combinados de condução e convecção.
Tais ganhos de calor serão conhecidos através da equação da taxa de calor e o
coeficiente global de transferência de calor:

𝑄ሶ = 𝑈𝐴∆𝑇
COEFICIENTES CONVECTIVOS PARA AR INTERNO E
EXTERNO
DIFERENÇA DE TEMPERATURA – CONDIÇÕES
INTERNAS
RESISTÊNCIA TÉRMICA, CONDUTIVIDADE E
CONDUTÂNCIA
COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
TABELAS DE CONSULTA
VARIAÇÃO DIÁRIA DE TEMPERATURA
A temperatura externa varia em função da hora solar. As temperaturas externas
(bulbo seco) definida nas tabelas meteorológicas são consideradas para as 15
horas, sendo que nos outros horários ela varia em função da Variação Diária de
Temperatura (VDT) (“Daily range”)
EXEMPLO
Determine os ganhos de calor por transmissão através do vidro de área de 10 m²,
da parede interna de 15 cm de espessura de tijolo furado e área de 24 m²
adjacente a um ambiente não condicionado, teto interno de área de 40 m² abaixo
de uma cozinha e do piso térreo de área de também de 40 m².
Calcular as 14 horas de um local com temperatura máxima de 34°C , temperatura
interna de 24°C e variação diária de temperatura (VDT) de 10°C.
U vidro = 6,01 W/m²°C
U parede interna = 1,61 W/m²°C
U Teto interno = 1,99 W/m²°C
U Piso = 1,99 W/m²°C
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
Para o cálculo do ganho de calor em superfícies externas, é aplicado o conceito de
temperatura solar onde a temperatura externa é aumentada em função da
intensidade da radiação solar, que varia com o ângulo de incidência, natureza
construtiva, cor, acabamento e efeito da refletividade.
A diferença de temperatura calcula é denominada de ΔTe ( Diferença de
Temperatura Equivalente )
A equação será portanto escrita como:
𝑄ሶ = 𝑈 ∙ 𝐴 ∙ ∆𝑇𝑒
Para determinarmos a Δte, utilizaremos as tabelas 19 e 20 do manual da Carrier,
sendo a tabela 19 para paredes e a tabela 20 para tetos
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS

Para tetos ventilados naturalmente deverão ter o seu ΔTe reduzido em 25%.
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
As condições utilizadas para a elaboração das tabelas 19 e 20 são as seguintes:
 paredes escuras
 temperatura do ar externo = 35 °C
 temperatura do ar ambiente = 26,7 °C
 variação diária de temperatura (Daily Range) = 11 °C
 mês de julho 40° de Latitude Norte
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
Para condições fora das apresentadas no slide anterior, deve-se realizar a correção através
da seguinte equação:

𝐼𝑠
∆𝑇𝑒 = 𝑎∙ ∙ ∆𝑇𝑒 + 𝑏
𝐼𝑚
Onde:
a = correção devida a cor da parede:
 cor media (verde e azul claro) = 0,78
 cor clara (branco e bege) = 0,55
b = valor determinado pela variação diária de temperatura exterior em 24 horas (daily
range) e a diferença de temperatura de projeto (Tabela 20A).
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
Is = valor do I máximo para a latitude, mês e fachada/teto nas condições desejadas.
(Tabela 15)
Im = valor do I máximo para a latitude de 40 ° Norte, mês de julho e fachada/teto
nas condições desejadas. (Tabela 15)
MÉTODO CONFORME MANUAL CARRIER
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
GANHO EM PAREDES E TETOS EXTERNOS
EXEMPLO
Determine os ganhos de calor por transmissão através de uma parede externa de
área de 30m², com 25cm de espessura de tijolo maciço e cor clara.
Esta parede está voltada para a fachada NE, as 16 horas, do mês de março, de um
local 20° de Latitude Sul, com temperatura de ar externo de 33°C , temperatura do
ar interno de 25°C e variação diária de temperatura (VDT) de 12°C.
U da parede externa = 1,98 W/m²°C
Peso da parede 500 Kg/m2
Cor clara = 0,55
Diferencial de Temperatura = Text – Tint = 33 – 25 = 8 °C
EXEMPLO
Determine os ganhos de calor por transmissão através de um teto de 400m², com
telhado sem forro. Este teto, tem cor média, no mesmo horário, mês, Latitude,
temperaturas e variação diária de temperatura (VDT) de 12°C do que a parede
anterior.
U do teto = 2,1 W/m²°C
Peso da parede 300 Kg/m2
Cor média = 0,78
Diferencial de Temperatura = Text – Tint = 33 – 25 = 8 °C

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