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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

Nº DE CPF: 069.420.574-52

A CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL E O PROCESSO DE MERCANTILIZAÇÃO


DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: análise dos impactos da implantação do ensino remoto e
do teletrabalho

MACEIÓ/AL
2021
A CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL E O PROCESSO DE MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: análise dos impactos da implantação do ensino remoto e
do teletrabalho

Projeto de pesquisa apresentado como


requisito de Processo seletivo do
Programa de Pós-Graduação em Serviço
Social ao curso de Mestrado da
Universidade Federal de Alagoas, linha
de pesquisa “Trabalho, Política e Serviço
Social”.

MACEIÓ/AL
2021
3

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

A proposta de pesquisa inscreve-se como uma tentativa de continuidade das


investigações desenvolvidas e apresentadas na pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado em 20161 e em artigo científico realizado em 2019 2. Ambos discorreram sobre a
crise estrutural do capital – amplamente analisada pelo filósofo István Mészáros –,
desencadeada no final dos anos 60 no século XX, ocasionando uma acentuada desestruturação
das sociedades contemporâneas nas áreas econômica, social e política.
Em seguimento a essa perspectiva analítica, foi realizada uma discussão sobre as
possibilidades e os limites da educação no âmbito da sociedade capitalista contemporânea,
evidenciando sua importância estratégica no processo de constituição de uma sociedade
emancipada política e socialmente. Analisaram-se as diretrizes que normatizam a prática do
Serviço Social nas instituições, com uma discussão sobre mercantilização na educação, os
impactos no ensino superior e a expansão do ensino a distância pós-1990. Por fim, enfocou-se
a importância de um ensino de qualidade no curso de Serviço Social e as possíveis
implicações para a formação do assistente social.
Intenta-se entender todo o processo de discussão acerca da possibilidade da superação
da lógica do capital, mediante os processos educativos, visando à instauração de uma
sociedade para além do capital. O objetivo desta pesquisa de pós-graduação é apreender as
implicações em tempos de retrocessos, no período de contrarreformas do Estado e da crise
estrutural do capital, a partir das imposições do novo modelo de educação desenhado pelo
organismo do capital. Assim, evidencia-se o período de pandemia da Covid-19, com a
implantação do ensino/trabalho remoto e do teletrabalho como alternativas ao ensino a
distância (EaD).
Procura-se examinar, criticamente, as soluções encontradas pela burguesia,
consistentes em medidas interventivas que visam apenas à retomada do crescimento
econômico. Percebe-se, então, a fragilidade dessas alternativas, pois a crise estrutural não só
se manifesta no âmbito econômico, mas também na vida social da humanidade. Mészáros já
opinava que o próprio sistema capitalista não consegue superar a crise, “pois é preciso muito

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Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A Política Educacional Brasileira no Contexto da Crise Estrutural
do Capital: a particularidade do Serviço Social na Escola pública, apresentado ao Curso de Serviço Social da
Universidade Federal de Alagoas, orientado pela Prof.ª Dra. Maria Célia da Silva Porto (SILVA, 2016).
2
Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo Científico intitulado A precarização da educação diante da Crise
Estrutural do Capital: mercantilização do ensino superior no Brasil, em particular o curso de Serviço Social,
apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Políticas e Gestão em Serviço Social do Centro
Universitário Leonardo da Vinci, orientado pela Prof.ª Natana Martins Alves Ferneda.
4

mais do que zeros para escapar do buraco sem fundo do endividamento global ao qual
estamos condenados pelo sistema que eles agora querem salvar a todo custo” (MÉSZÁROS,
2011, p. 22).
Em contrapartida, o sistema de educação é direcionado a preservar a ordem
estabelecida, não permitindo quaisquer questionamentos e sem evidenciar as deficiências do
próprio sistema capitalista. Dessa forma, o Estado promove o agravamento da crise e a
autodestruição da humanidade.
Compreender os efeitos do sistema capitalista ao querer impor uma nova cultura,
naturalizando o novo normal nesse cenário configurado pela pandemia, é de suma relevância
para pensar o que Marx já previa em O capital, reproduzido por Araújo e Neto (2021); “[...] a
abstração que emana do trabalho abstrato encontra seu coroamento no mundo virtual; tudo
aparece fora de lugar para esconder o fundamento do capital: a acumulação de mais-valia e a
exploração do trabalho”.
Nessa perspectiva, criam-se alternativas para a efetiva e permanente implantação do
ensino remoto e o teletrabalho através do ensino EaD. Pode-se dizer que é a configuração
mais vigorosa encontrada pelos mandatários do capital para invalidar a educação pública,
gratuita e socialmente referenciada. Trata-se da “sucatização” da educação, reduzindo-a
meramente aos imperativos do mercado.
A pandemia da Covid-19 é uma excelente oportunidade para alavancar a modalidade
de ensino a distância (EaD), que obteve uma ampliação significativa desde 2019. Com o
isolamento social, as atividades presenciais nas instituições educacionais encontram-se
interditadas e o ensino normal converteu-se em ensino remoto: ensino de estratégia do sistema
capitalista, remoto da humanidade e da construção democrática de políticas para o
funcionamento das instituições.

2 - BASE TEÓRICA E CONCEITUAL

A crise estrutural do capitalismo e a educação são categoriais essenciais ao estudo para


a continuidade de investigação desta pesquisa, que objetiva a explanação do ensino remoto,
teletrabalho e Ensino a Distância (EaD). Pensar em educação é algo diretamente vinculado ao
destino do trabalho (SILVA, 2016), ou seja, à divisão social do trabalho: [...] “digam-me onde
está o trabalho em um tipo de sociedade e eu te direi onde direciona a educação” [...]
(MÉSZÁROS, 2006, p. 17).
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Neste ponto de partida, menciona-se Tonet (2016), que assevera que quando o trabalho
está em crise a educação também segue a mesma direção, porquanto o trabalho é a base do
mundo. Acrescenta que os interesses destas duas categorias, capital e trabalho, são
radicalmente opostos, dando gênese a “[...] duas perspectivas sociais, dois mundos
organizados ou organizáveis sob princípios e formas inteiramente diferentes” (TONET, 2016,
p. 18).
Toda essa trajetória busca ressaltar a relevância sobre a percepção do trabalho e da
educação, que também faz parte desse paralelo de ideologias investigativas. Aponta-se Adam
Smith3 como referência quando explana a relação contraditória entre o homem e o
conhecimento, deixando claro o significado do sistema capitalista na categoria educação. Esse
sistema considera a educação como uma mercadoria. Dessa forma, é enormemente afetada
pelos cortes de recursos dos orçamentos públicos, o que resulta numa crise no sistema público
de ensino.
Partindo para a contemporaneidade, tendo em vista a vigência do neoliberalismo, essa
tendência se acentua. Tudo se vende e se compra; tudo tem um valor monetário. O modelo
neoliberal impede a emancipação da sociedade, porquanto se baseia exclusivamente em
consumo e lucro. Transforma o espaço educacional num estabelecimento comercial.
Constata-se que a cada geração a educação está sendo golpeada por meio de um
crescente processo de mercantilização, como (FORAGE, 2020, p. 49) menciona: [...]
“desestruturação, privatização e perda de autonomia, que têm se expressado nos sucessivos
cortes orçamentários que somam, desde 2015, mais de 6 milhões de reais”.
No tocante à educação superior no Brasil, uma das nossas temáticas fundamentais,
destacam-se os impactos negativos que ela vem sofrendo com a implantação do ensino a
distância (EaD), mesmo antes da pandemia da Covid-19. Santos (2008) observa que a gênese,
a efetivação do ensino a distância e a instituição de uma universidade aberta no Brasil vêm
ganhando formato desde 1990.

É também a partir da década de 1990 que os consórcios universitários aparecem no


cenário educacional brasileiro como mais uma possibilidade de implementação da
EaD no país. Esses consórcios revelam um movimento de acolhimento da EaD no
interior sobretudo de algumas Instituições Públicas de educação superior no Brasil,
ainda que se apresentem constituídos por ações descontinuadas e pela carência de
financiamento efetivo para a sua consolidação. (SANTOS, 2008, p. 63).

3
O economista Adam Smith, embora fosse um grande defensor do espírito comercial, não hesitou em afirmar
que a divisão do trabalho prejudica a educação, direcionando o homem a um declínio tão elevado de nível de
conhecimento que somente um esforço educacional especial poderia consertar o empobrecimento causado e
assegurar uma educação de qualidade.
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Com o Decreto nº 5.622/2005, houve a regulamentação do Ensino a Distância (EaD),


abrindo caminhos para que o sistema capitalista pudesse torná-lo serviço essencial e lucrativo
para o poder público. No entanto, foi através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996,
que o assunto de ensino a distância foi abordado. A lei foi um dos passos primordiais para que
a expansão do EaD em nível superior, no Brasil, iniciasse sua efetivação no final do século
XX. O Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, é a prova concreta da submissão aos
interesses do capital, a regulamentar o art. 80 da lei nº 9.394 como o conjunto de medidas para
a implementação do EaD.
A partir daí, a modalidade educacional tem crescido aceleradamente no Brasil,
especialmente no nível superior, com a Educação a Distância (EaD), viabilizada pelas Novas
Tecnologias de Informações e Comunicação (NTICs). Ressalta-se a ampliação do ensino a
distância em instituições privadas, a exemplo da empresa privada de educação do Brasil, a
Kroton. Nesta, de acordo com Araújo e Neto (2021), o quantitativo de alunos matriculados em
curso de graduação e pós-graduação a distância ultrapassa o ensino presencial: “[...] são 574
mil no EaD e 450 mil no ensino presencial. Sua rede de EaD atinge mais de 600 municípios
pelo país, em quase mil polos presenciais. [...]. Sua mensalidade média é menos da metade
que a da presencial” (ARAUJO E NETO, 2021, p. 26).
É nítida a intenção do ensino a distância em dominar o espaço educacional. Agora,
com a pandemia da Covid-19, será uma excelente oportunidade para impulsionar essa
modalidade de ensino que representava apenas 2% da educação mundial no ano de 2019,
segundo Araújo e Neto (2021). O EaD constitui uma séria ameaça à tríade ensino, pesquisa e
extensão, podendo implicar o fim das universidades públicas. Ameaça não somente o ensino
presencial, mas também as pesquisas realizadas nas diversas instituições públicas brasileiras.
Cabe enfatizar a supervalorização de tecnologias; o sistema capitalista sobrecarrega o
fardo do trabalho humano mediante a economia de tempo do processo de produção. Tonet
(2016, p. 30) anota que, “com a incorporação de novas tecnologias, os capitalistas tanto
podem supera-se uns aos outros como manter, sempre, sob controle a classe trabalhadora”.
Daí decorre o grande avanço de reestruturação do capital, com diversas expressões da questão
social. Sobre o controle da classe trabalhadora, será investigada a relação trabalho remoto e
classe trabalhadora, pois o trabalho funda o ser social e com o desmonte do trabalho, a classe
trabalhadora é diretamente afetada.
Não se pode deixar de mencionar as consequências do avanço tecnológico:
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A introdução crescente de novas e avançadas tecnologias levou aquelas


determinações normais do processo capitalista a um nível sem precedentes. Em
consequência, todo o processo produtivo sofreu e continua a sofrer uma enorme e
profunda reestruturação. Como resultados, temos o aumento do desemprego, porém
agora de uma forma avassaladora e irreversível; a precarização do trabalho; a
corrosão dos direitos trabalhistas e sociais; a ampliação do trabalho informal; o
processo de mercantilização das empresas e serviços públicos; uma produção cada
vez mais destrutiva, ou seja, obrigada a tornar os bens cada vez mais rapidamente
obsoletos; uma competição cada vez mais violenta entre as empresas e entre os
Estados nacionais; a submissão mais direta dos Estados aos interesses do capital; e
inúmeros outros fenômenos. (TONET, 2016, p. 30).

Nessa linha, observa-se a nova reconfiguração do mundo do trabalho, fundamentada


nas inovações tecnológicas, abrindo o mundo para o universo digital, como o teletrabalho e o
trabalho remoto, numa ampliação do mundo dos autônomos, criando, dessa forma, um
prisioneiro digital que atinge diretamente a educação superior.
A pandemia foi apenas um incentivo para a aceleração do processo de globalização
digital do mundo do trabalho no setor público, acarretando cortes de gastos e economia para o
governo. Em contrapartida, os custos do trabalho remoto refletem nos ombros da classe
trabalhadora.
Araújo e Neto (2021) discorrem sobre os problemas físicos e mentais que o trabalho
remoto e o teletrabalho podem trazer para a classe trabalhadora:

Os problemas decorrentes na saúde das trabalhadoras e trabalhadores podem ser


inúmeros: auditivos, estresse, depressão, tendinite, bursite, epicondilite, síndrome do
túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do
pronador redondo, mialgia etc. Além de afetar a saúde dos trabalhadores, o
teletrabalho e o trabalho remoto geram o desmantelamento e o enfraquecimento da
organização da classe trabalhadora. (ARAÚJO E NETO, 2021, p. 30).

O trabalho remoto e o teletrabalho são distintos; enquanto o primeiro não é sinônimo


de trabalho domiciliar, e sim trabalho fora da empresa ou instituição, o segundo é mais
conhecido como home office e implica o trabalho da empresa feito na casa do trabalhador/a.
Assim, seu ambiente familiar se transforma no seu mundo de trabalho. Observada a lógica do
capital, percebe-se, além do monitoramento das empresas do trabalho dos seus funcionários, o
avanço tecnológico transformando o que antes só podia ser realizado na empresa e agora é
levado para o ambiente residencial. Verifica-se também a estratégia do capital em ampliar o
processo de exploração e desvalorização do trabalho.
Voltando ao ambiente educacional com as repercussões do teletrabalho e do trabalho
remoto no ensino, em específico, o superior, os docentes estão cada vez mais atarefados em
suas atividades acadêmicas, visto que seu trabalho engloba o ensino, a pesquisa e a extensão,
além de inúmeras atividades administrativas. Com a pandemia da Covid-19 e a paralisação
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das atividades presenciais, todas essas atividades foram levadas para suas casas. Eles têm de
dividir seus espaços de moradia com o trabalho, numa jornada que os leva à exaustão e ao
esgotamento da saúde, sem que consigam separar a vida profissional da vida pessoal.

Na esfera da educação, a recorrência ao teletrabalho ou trabalho remoto resulta


numaampliação da expropriação do tempo de trabalho docente, porquanto
intensifica o trabalho que, anteriormente, realizava em seu lugar de moradia, como,
por exemplo: preparar aulas, corrigir provas, ler os trabalhos das bancas
examinadoras,emitir parecer para as revistas especializadas, escrever artigos para
revistas nacionais e internacionais, publicar permanentemente em periódicos
qualificados, realizar orientação de discentes etc. [...]. O ensino remoto ignora as
condições objetivas dos estudantes que não possuem acesso à internet, entre outros
problemas. (ARAUJO E NETO, 2021, p. 30).

Quanto às condições objetivas dos discentes, elas não os beneficiam. Como exemplos:
o acesso à internet, a falta de um lugar específico para realizar suas atividades, a ausência de
um equipamento tecnológico para reproduzir os conteúdos, tais como notebook, celular etc.
Tudo isso reflete nos filhos e filhas da classe trabalhadora que, muitas vezes, sobrevivem com
os mínimos sociais.
Cabe refletir sobre dois importantes pontos: o primeiro deles é o aspecto relacionado
ao distanciamento entre a classe trabalhadora e os meios de produção, e o segundo concerne
ao afastamento do posto entre os trabalhadores e seu objeto de trabalho, entre o coletivo, os
alunos, os companheiros de trabalho, nomeados por Araújo e Neto (2021, p. 30) como
docentes teletrabalhadores que [...] “se transformam numa figura completamente cindida e
fragmentada. Deixam de ser educadores e transformam-se num apêndice da máquina,
perdendo sua verdadeira dimensão social”. Esses pontos mencionados refletem o controle
generalizado sobre o trabalho, no qual o ser social se sente perdido e absolutamente incapaz.
Tonet (2016) alude a uma educação sequestrada pelo sistema capitalista, uma
educação que atende aos interesses da classe dominante, que foi projetada para ser
inquestionável. Mészáros (2011) conclui que somente uma mudança radical na reprodução
social, com um novo sistema metabólico e um novo modo de produção baseado nas
necessidades reais da humanidade, em conjunto com a emancipação humana, 4 poderá resolver
4
De acordo com Lessa (2007, p. 35): “A crise contemporânea, marcada pelo esgotamento histórico do sistema
do capital, faz com que o único terreno historicamente possível para a acumulação de forças para a superação da
propriedade privada seja o da emancipação humana, que consiste no processo de superação da propriedade
privada. A emancipação humana surge da necessidade de ultrapassar um patamar mais elevado que a
emancipação política (emancipação burguesa), visto que a emancipação política resultou em uma emancipação
da burguesia e não da humanidade [...]. Expressa pela cidadania e pela democracia é, sem dúvida, uma forma de
liberdade superior à liberdade existente na sociedade feudal, mas, na medida em que deixa intactas as raízes da
desigualdade social, não deixa de ser ainda uma liberdade essencialmente limitada, uma forma de escravidão”
(NETTO & BRAZ, 2006, p. 19). Dessa forma, a emancipação humana implica uma sociedade comunista, ou
seja, não alienada, fundamentada na igualdade entre os homens, que não dependem mais nem do Estado nem da
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os problemas desencadeados a partir da vigência da crise estrutural do capital, possibilitando


vislumbrar as condições objetivas para a consolidação de uma nova sociabilidade.

3 - OBJETIVOS

Objetivo geral

Entender as implicações contemporâneas em tempos de crise estrutural do capital a


partir das imposições do novo modelo de educação desenhado em período de pandemia da
Covid-19, com a implantação do ensino/trabalho remoto e do teletrabalho como alternativas
ao ensino a distância (EaD).

Objetivos específicos

 Estudar a relevância sobre a percepção dos liames entre trabalho e educação;


 Analisar as implicações da Crise Estrutural do Capital com a mercantilização do
ensino superior;
 Estudar a expansão do ensino a distância EaD no ensino superior nas instituições de
ensino;
 Identificar os impactos da pandemia da Covid-19 no ensino superior e os retrocessos
com a implantação do ensino remoto/trabalho e do teletrabalho;

4 - METODOLOGIA

O presente projeto de pesquisa é uma pesquisa bibliográfica e documental, a serem


realizadas entre os anos de 2021 e 2023.
Parte-se do entendimento de que existe uma necessidade histórica de conhecer e
socializar que a cada geração a educação está sendo golpeada por meio de um processo
crescente de mercantilização, e que mesmo antes da pandemia da Covid-19, existiam
impactos negativos com a implantação do ensino a distância (EaD).
Entende-se como fundamental desenvolver um processo de investigação do universo
religião, sendo por isso uma emancipação completa e radical do mundo da emancipação política.
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da classe trabalhadora do referido complexo pela mediação dos seguintes elementos:

4.1 - Estudo bibliográfico

Desenvolver um processo de apropriação da literatura existente sobre o objeto de


investigação, tanto para entender a crise estrutural do capital, pela mediação da leitura e pela
compreensão da produção teórica de Karl Marx e István Mészáros, como todo o processo de
educação e trabalho e os impactos da crise na educação.

4.2 - Pesquisa documental

Abrange a exploração das fontes documentais existentes, tanto as referências


sistematizadas na forma de livros, revistas, teses e dissertações, quanto as referências em
jornais, intentando compreender o processo das imposições do novo modelo de educação
desenhado em período de pandemia da Covid-19, com a implantação do ensino/trabalho
remoto e do teletrabalho como alternativas ao ensino a distância (EaD).
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CRONOGRAMA
PERÍODO
2021.2 2022 2023
SE FE
ATIVIDADES AGO T OUT NOV DEZ JAN V MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Reunião com o orientador  x  x  X  x  X  x  x  x  x  x  x  X  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  
Discursão teórica em função da
determinação dos objetivos  x                                              
Levantamento bibliográfico    x  X  x  x  x  x  x      x x x x x  x  x          
Realização de leituras, fichamentos,
produção de textos      X  x  x  x  x  x      x  x  x  x  x  x    x  x          
Produção da primeira etapa da
pesquisa                  x                              
Revisão da redação                    x                            
Levantamento documental x x x
Produção da segunda etapa da
pesquisa                          x  x  x  x                
Revisão da redação                                  x              
Produção da terceira etapa da
pesquisa                                    x  x  x  x  x    
Revisão final da redação                                              x  
Defesa da Dissertação                                                x
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REFERÊNCIAS

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