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Nº DE CPF: 069.420.574-52
MACEIÓ/AL
2021
A CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL E O PROCESSO DE MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: análise dos impactos da implantação do ensino remoto e
do teletrabalho
MACEIÓ/AL
2021
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1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
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Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A Política Educacional Brasileira no Contexto da Crise Estrutural
do Capital: a particularidade do Serviço Social na Escola pública, apresentado ao Curso de Serviço Social da
Universidade Federal de Alagoas, orientado pela Prof.ª Dra. Maria Célia da Silva Porto (SILVA, 2016).
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Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo Científico intitulado A precarização da educação diante da Crise
Estrutural do Capital: mercantilização do ensino superior no Brasil, em particular o curso de Serviço Social,
apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Políticas e Gestão em Serviço Social do Centro
Universitário Leonardo da Vinci, orientado pela Prof.ª Natana Martins Alves Ferneda.
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mais do que zeros para escapar do buraco sem fundo do endividamento global ao qual
estamos condenados pelo sistema que eles agora querem salvar a todo custo” (MÉSZÁROS,
2011, p. 22).
Em contrapartida, o sistema de educação é direcionado a preservar a ordem
estabelecida, não permitindo quaisquer questionamentos e sem evidenciar as deficiências do
próprio sistema capitalista. Dessa forma, o Estado promove o agravamento da crise e a
autodestruição da humanidade.
Compreender os efeitos do sistema capitalista ao querer impor uma nova cultura,
naturalizando o novo normal nesse cenário configurado pela pandemia, é de suma relevância
para pensar o que Marx já previa em O capital, reproduzido por Araújo e Neto (2021); “[...] a
abstração que emana do trabalho abstrato encontra seu coroamento no mundo virtual; tudo
aparece fora de lugar para esconder o fundamento do capital: a acumulação de mais-valia e a
exploração do trabalho”.
Nessa perspectiva, criam-se alternativas para a efetiva e permanente implantação do
ensino remoto e o teletrabalho através do ensino EaD. Pode-se dizer que é a configuração
mais vigorosa encontrada pelos mandatários do capital para invalidar a educação pública,
gratuita e socialmente referenciada. Trata-se da “sucatização” da educação, reduzindo-a
meramente aos imperativos do mercado.
A pandemia da Covid-19 é uma excelente oportunidade para alavancar a modalidade
de ensino a distância (EaD), que obteve uma ampliação significativa desde 2019. Com o
isolamento social, as atividades presenciais nas instituições educacionais encontram-se
interditadas e o ensino normal converteu-se em ensino remoto: ensino de estratégia do sistema
capitalista, remoto da humanidade e da construção democrática de políticas para o
funcionamento das instituições.
Neste ponto de partida, menciona-se Tonet (2016), que assevera que quando o trabalho
está em crise a educação também segue a mesma direção, porquanto o trabalho é a base do
mundo. Acrescenta que os interesses destas duas categorias, capital e trabalho, são
radicalmente opostos, dando gênese a “[...] duas perspectivas sociais, dois mundos
organizados ou organizáveis sob princípios e formas inteiramente diferentes” (TONET, 2016,
p. 18).
Toda essa trajetória busca ressaltar a relevância sobre a percepção do trabalho e da
educação, que também faz parte desse paralelo de ideologias investigativas. Aponta-se Adam
Smith3 como referência quando explana a relação contraditória entre o homem e o
conhecimento, deixando claro o significado do sistema capitalista na categoria educação. Esse
sistema considera a educação como uma mercadoria. Dessa forma, é enormemente afetada
pelos cortes de recursos dos orçamentos públicos, o que resulta numa crise no sistema público
de ensino.
Partindo para a contemporaneidade, tendo em vista a vigência do neoliberalismo, essa
tendência se acentua. Tudo se vende e se compra; tudo tem um valor monetário. O modelo
neoliberal impede a emancipação da sociedade, porquanto se baseia exclusivamente em
consumo e lucro. Transforma o espaço educacional num estabelecimento comercial.
Constata-se que a cada geração a educação está sendo golpeada por meio de um
crescente processo de mercantilização, como (FORAGE, 2020, p. 49) menciona: [...]
“desestruturação, privatização e perda de autonomia, que têm se expressado nos sucessivos
cortes orçamentários que somam, desde 2015, mais de 6 milhões de reais”.
No tocante à educação superior no Brasil, uma das nossas temáticas fundamentais,
destacam-se os impactos negativos que ela vem sofrendo com a implantação do ensino a
distância (EaD), mesmo antes da pandemia da Covid-19. Santos (2008) observa que a gênese,
a efetivação do ensino a distância e a instituição de uma universidade aberta no Brasil vêm
ganhando formato desde 1990.
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O economista Adam Smith, embora fosse um grande defensor do espírito comercial, não hesitou em afirmar
que a divisão do trabalho prejudica a educação, direcionando o homem a um declínio tão elevado de nível de
conhecimento que somente um esforço educacional especial poderia consertar o empobrecimento causado e
assegurar uma educação de qualidade.
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das atividades presenciais, todas essas atividades foram levadas para suas casas. Eles têm de
dividir seus espaços de moradia com o trabalho, numa jornada que os leva à exaustão e ao
esgotamento da saúde, sem que consigam separar a vida profissional da vida pessoal.
Quanto às condições objetivas dos discentes, elas não os beneficiam. Como exemplos:
o acesso à internet, a falta de um lugar específico para realizar suas atividades, a ausência de
um equipamento tecnológico para reproduzir os conteúdos, tais como notebook, celular etc.
Tudo isso reflete nos filhos e filhas da classe trabalhadora que, muitas vezes, sobrevivem com
os mínimos sociais.
Cabe refletir sobre dois importantes pontos: o primeiro deles é o aspecto relacionado
ao distanciamento entre a classe trabalhadora e os meios de produção, e o segundo concerne
ao afastamento do posto entre os trabalhadores e seu objeto de trabalho, entre o coletivo, os
alunos, os companheiros de trabalho, nomeados por Araújo e Neto (2021, p. 30) como
docentes teletrabalhadores que [...] “se transformam numa figura completamente cindida e
fragmentada. Deixam de ser educadores e transformam-se num apêndice da máquina,
perdendo sua verdadeira dimensão social”. Esses pontos mencionados refletem o controle
generalizado sobre o trabalho, no qual o ser social se sente perdido e absolutamente incapaz.
Tonet (2016) alude a uma educação sequestrada pelo sistema capitalista, uma
educação que atende aos interesses da classe dominante, que foi projetada para ser
inquestionável. Mészáros (2011) conclui que somente uma mudança radical na reprodução
social, com um novo sistema metabólico e um novo modo de produção baseado nas
necessidades reais da humanidade, em conjunto com a emancipação humana, 4 poderá resolver
4
De acordo com Lessa (2007, p. 35): “A crise contemporânea, marcada pelo esgotamento histórico do sistema
do capital, faz com que o único terreno historicamente possível para a acumulação de forças para a superação da
propriedade privada seja o da emancipação humana, que consiste no processo de superação da propriedade
privada. A emancipação humana surge da necessidade de ultrapassar um patamar mais elevado que a
emancipação política (emancipação burguesa), visto que a emancipação política resultou em uma emancipação
da burguesia e não da humanidade [...]. Expressa pela cidadania e pela democracia é, sem dúvida, uma forma de
liberdade superior à liberdade existente na sociedade feudal, mas, na medida em que deixa intactas as raízes da
desigualdade social, não deixa de ser ainda uma liberdade essencialmente limitada, uma forma de escravidão”
(NETTO & BRAZ, 2006, p. 19). Dessa forma, a emancipação humana implica uma sociedade comunista, ou
seja, não alienada, fundamentada na igualdade entre os homens, que não dependem mais nem do Estado nem da
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3 - OBJETIVOS
Objetivo geral
Objetivos específicos
4 - METODOLOGIA
CRONOGRAMA
PERÍODO
2021.2 2022 2023
SE FE
ATIVIDADES AGO T OUT NOV DEZ JAN V MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Reunião com o orientador x x X x X x x x x x x X x x x x x x x x x x x
Discursão teórica em função da
determinação dos objetivos x
Levantamento bibliográfico x X x x x x x x x x x x x x
Realização de leituras, fichamentos,
produção de textos X x x x x x x x x x x x x x
Produção da primeira etapa da
pesquisa x
Revisão da redação x
Levantamento documental x x x
Produção da segunda etapa da
pesquisa x x x x
Revisão da redação x
Produção da terceira etapa da
pesquisa x x x x x
Revisão final da redação x
Defesa da Dissertação x
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REFERÊNCIAS
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Textos sobre educação e ensino. Tradução de Rubens
Eduardo. São Paulo: Centauro, 2004.
MÉSZÁROS, István. A Crise Estrutural do Capital. Tradução de Raul Cornejo et al. 2. ed. rev.
e ampliada. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
__________, István. A teoria da alienação em Marx. Tradução de Isa Tavares. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2006.
__________, István. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. 2. ed. São
Paulo: Boitempo Editorial, 2008.
TONET, Ivo. Educação contra o capital. 2. ed. São Paulo: Instituto Lukács, 2012.
ZANONI, Alexandre Pilan; MAIA, Fernanda Landolfi; BOHLER, Fernanda Ribas; BERNARDO,
Kelen A.P.; BEZERRA, Giovana Uehara; BRIDI, Maria Aparecida; BRAUNERT, Mariana Bettega;
FREIBERGER, Zélia. O trabalho remoto/home-office no contexto da pandemia da Covid-19
Curitiba: UFPR, GETS, REMIR, 2020. Disponível em:
https://www.eco.unicamp.br/remir/images/Artigos_2020/ARTIGO_REMIR.pdf. Acesso em: 14
mar. 2021.