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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
3. MÉTODOS ............................................................................................................... 6
3.1. Definição do Ambiente de Estudo ..................................................................... 6
3.2. Condições do Ambiente ..................................................................................... 9
3.3. Cálculo da Radiação Solar ............................................................................... 10
3.4. Cálculo da Carga Térmica ............................................................................... 14
3.4.1. Cálculo da Carga Térmica por Condução e Convecção ........................... 15
3.4.2. Cálculo da Carga Térmica por Radiação .................................................. 17
3.4.3. Cálculo da Renovação do Ar .................................................................... 19
3.4.4. Cálculo de Infiltração de Ar ..................................................................... 20
3.4.5. Cálculo de Carga Térmica por Pessoa ...................................................... 20
3.4.6. Cálculo da Carga Térmica pela Iluminação ............................................. 21
3.4.7. Cálculo da Carga Térmica para Cargas Especiais .................................... 22
3.4.8. Carga Térmica Total ................................................................................. 22
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 23
4.1. Especificação da Máquina de Ar-Condicionado ............................................. 23
4.2. Cálculo do Consumo de Energia Para Resfriamento ....................................... 24
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 25
3

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Radiação solar direta (Idn) .................................................................... 10


Equação 2 – Determinação da altitude solar ............................................................. 10
Equação 3 – Declinação solar ...................................................................................... 10
Equação 4 – Determinação do ângulo de incidência ................................................. 11
Equação 5 – Diferença entre o Azimute solar e o Eixo Norte-Sul............................ 11
Equação 6 – Cálculo do Azimute ................................................................................ 12
Equação 7 – Radiação Solar Difusa (Id)..................................................................... 12
Equação 8 – Radiação Refletida (Ir) ........................................................................... 12
Equação 9 – Fator de forma entre o solo e a superfície ............................................ 13
Equação 10 – Fluxo total de radiação que atinge a superfície (It) ........................... 13
Equação 11 – Fluxo total de Energia .......................................................................... 14
Equação 12 – Temperatura do Ar Exterior ............................................................... 15
Equação 13 – Carga Térmica por Condução e Convecção ....................................... 15
Equação 14 – Carga Térmica por Radiação .............................................................. 17
Equação 15 - Fator de Ganho de Calor Solar Para Elementos Opacos .................. 17
Equação 16 - Fator de Ganho de Calor Solar Para Elementos Translúcidos ......... 17
Equação 17 – Entalpia Externa ou Interna (h) .......................................................... 19
Equação 18 – massa (m) ............................................................................................... 19
Equação 19 – Carga de Renovação do Ar (Qren)...................................................... 20
Equação 20 – Carga Térmica por Pessoa ................................................................... 21
Equação 21 – Consumo de Energia para Resfriamento ........................................... 24
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Coordenadas Geográficas do Ambiente e Azimute da Janela ................. 7


Figura 2 – Croqui do Ambiente..................................................................................... 8
Figura 3 – Ar-Condicionado ........................................................................................ 24
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Radiação Solar Extraterrestre e dados relacionados ............................. 10


Tabela 2 – Cálculo da Radiação Solar Direta (Idn) .................................................. 11
Tabela 3 – Determinação do Ângulo de Incidência ................................................... 12
Tabela 4 – Radiação Solar ........................................................................................... 13
Tabela 5 – Fluxo total de Energia ............................................................................... 14
Tabela 6 – Determinação Horária da Temperatura do Ar Exterior ....................... 15
Tabela 7 – Coeficientes Globais de Transmitância e Áreas ...................................... 16
Tabela 8 – Carga Térmica por Condução e Convecção ............................................ 16
Tabela 9 – Fator de Ganho de Calor Solar ................................................................ 18
Tabela 10 – Cálculo da Carga Térmica por Radiação .............................................. 19
Tabela 11 – Cálculo da Carga de Renovação ............................................................. 20
Tabela 12 – Carga por Infiltração de Ar .................................................................... 20
Tabela 13 – Carga Térmica por Pessoa ...................................................................... 21
Tabela 14 – Carga Térmica referente a Iluminação ................................................. 22
Tabela 15 – Carga Térmica Total ............................................................................... 23
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1. INTRODUÇÃO

Carga térmica é a quantidade de calor que deve ser retirada ou fornecida a um local,
por unidade de tempo, visando a manutenção de determinadas condições térmicas
para manter o conforto térmico interno das edificações para com seus usuários
através de temperaturas constantes e amenas, propícias para o desenvolvimento das
atividades locais sem maiores problemas.
O cálculo de carga de térmica é uma etapa fundamental de um projeto, pois afeta o
dimensionamento de muitos componentes da edificação, como: janelas, portas,
sistemas de ar-condicionado, entre outros. Por consequência, é um cálculo que pode
influenciar significativamente o custo inicial de investimento, custo operacional e
consumo de energia. À vista disso, o cálculo da carga térmica deve descrever com
precisão o ambiente analisado, com informações e características reais do projeto. A
utilização dos chamados “fatores de segurança”, muito comuns em outras áreas da
construção civil, durante cada estágio do cálculo pode derivar em um valor irreal,
ocasionando um superdimensionado do sistema, gerando custos desnecessários.

2. OBJETIVOS

O propósito do presente trabalho é analisar as causas que compõe a carga térmica


atuante em um ambiente, sala de estar de uma residência, indagando também o
impacto destes parâmetros para com a área estudada, a fim de obter o desempenho
térmico do local e com isso dimensionar um sistema de ar-condicionado adequado
para o espaço.

3. MÉTODOS

3.1. Definição do Ambiente de Estudo

O ambiente no qual o estudo será baseado é uma sala de estar, parte de uma
residência, localizada em um bairro residencial na cidade de Taboão da Serra que
constitui zona urbana da Grande-São Paulo.
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O ambiente possui as seguintes coordenadas geográficas, 23°38’23” de Latitude ao


Sul e 46°47’23” de Longitude ao Oeste. A sala possui uma janela na parede com face
voltada ao Leste, com um azimute de 90° referenciando-se a partir do Norte.
A Figura 1 esboça os dados geográficos obtidos através do aplicativo “bússola”
nativo do smartphone da Xiaomi (sistema MIUI).

Figura 1 – Coordenadas Geográficas do Ambiente e Azimute da Janela

Fonte: Autoral.

Nesta edificação residem 2 pessoas, as quais utilizam o ambiente de forma


intensificada, dada a atual situação pandêmica, mas que em situações normais,
utilizariam o ambiente em média 6 horas diárias para descanso e lazer.
A Figura 2 apresenta um croqui do ambiente estudado.
8

Figura 2 – Croqui do Ambiente

Fonte: Autoral.

O cômodo tem um pé direito de 2,70m, e faz fronteira com a cozinha na face oeste,
enquanto as demais faces estão voltadas ao ambiente externo.
As paredes externas e internas têm espessuras de 25cm e 15cm, respectivamente,
sabe-se que os blocos utilizados na construção foram blocos de concreto, com as
seguintes dimensões 19x19x39cm para as paredes externas e 09x19x39cm para as
internas, resultando em aproximadamente 2,5cm acabamento de cada lado da
alvenaria. Também se sabe que a alvenaria é estrutural.
A sala possui ainda uma cobertura do tipo laje, realizada de concreto com 20cm de
espessura.
Existem três esquadrias presentes no local, a janela de 1,50x1,00m com vidros
simples, e duas portas, a porta externa localizada na parede com face norte tem as
seguintes características 0,80x2,10x0,05m, já a porta interna localizada na parede
com face oeste tem com dimensões 0,70x2,10x0,04m.
9

3.2. Condições do Ambiente

Para realização dos cálculos referente as cargas térmicas foram pré-estabelecidos


alguns dados de acordo com as tabelas ASHRAE e dados fornecidos em exercícios
propostos em aula. Os dados nem sempre faram jus a realidade, pois existe uma certa
dificuldade para definir os materiais da construção e pela falta de aparelhos para
mensurar outros dados. Entretanto, os dados estabelecidos tentaram reproduzir e
condizer com a realidade da melhor maneira possível.

Alguns desses dados são:


• Condições Ambientais:
o Temperatura Máxima Externa (°C): 31;
o Temperatura Interna (°C): 24;
o Amplitude Térmica (°C): 10;
o Umidade Externa (%): 58;
o Umidade Interna (%): 60.
• Coeficientes de Condutibilidade Térmica (k):
o Alvenaria (W/mK): 1,3;
o Concreto (W/mK): 1,7;
o Madeira (W/mK): 0,8.
• Coeficientes de Convecção (h):
o Externo (W/m²°C): 7;
o Interno (W/m²°C): 3.
• Pressão de Saturação do Ar:
o Exterior (mmHg): 28,34;
o Interior (mmHg): 22,37.
• Coeficiente Global de Transferência de Calor do Vidro (U): 6,4 (W/m²ºC);

• Vazão de Ar para Renovação (m³/h pessoa): 35;

• Taxa de Calor Liberado pelas Luminárias (W/m²): 9;

• Fator de Conversão kcal/h para W: 1,163;

• Fluxo de Calor Total Liberado por Pessoa (W): 139,56.


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3.3. Cálculo da Radiação Solar

Para o cálculo da radiação solar foi estabelecido o dia 03/02/2021 para análise,
correspondente ao 34° dia do ano. Assim, para começar os cálculos foi consultada a
Tabela 1, a fim de obter alguns dados referentes ao mês em análise.

Tabela 1 – Radiação Solar Extraterrestre e dados relacionados

A
Mês B C
(W/m²)
Fevereiro 1230 0,142 0,058

Para determinação do fluxo total de radiação que atinge a superfície (It), se fez
necessário o cálculo de todas as partes que compunham a radiação total.
Primeiro foi calculada a radiação solar direta (Idn), com as seguintes equações:

Equação 1 – Radiação solar direta (Idn)

 𝐼𝐷𝑁 = 𝐴 ⋅ 𝑒 −(𝐵/𝑠𝑒𝑛β)

Equação 2 – Determinação da altitude solar

𝑠𝑒𝑛β = 𝑐𝑜𝑠𝐿 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛿 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝐻 + 𝑠𝑒𝑛𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝛿

Equação 3 – Declinação solar

(284 + 𝑁)
𝛿 = 23,47 × (360 × )
365

Alguns valores referentes aos coeficientes “A” e “B” foram retirados da Tabela 1, a
latitude (L) considerada foi a fornecida pelo aplicativo “bússola” do smartphone. O
ângulo horário (H) exprime o ângulo do sol em relação às 12 horas, para isso foi
estabelecido que às 12horas o ângulo seria de 0° e que seriam somados 15° a cada
hora posterior e subtraído o mesmo valor para horas antecedentes, dados
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referenciados na Tabela 2. E para o cálculo da declinação solar foi utilizado o número


(N) correspondente ao 34° dia do ano.

Tabela 2 – Cálculo da Radiação Solar Direta (Idn)

Idn
H H (º) cos H sen β A (W/m²) B C
(W/m²)
8 -60 0,5000 0,5552 937,4195 1215 0,144 0,060
9 -45 0,7071 0,7366 999,2641 Latitude (L) cos L sen L
10 -30 0,8660 0,8759 1030,8031 -23°38'23"
0,9161 -0,4010
11 -15 0,9659 0,9634 1046,3151 -23,6397
12 0 1,0000 0,9933 1051,0262 δ cos δ sen δ
13 15 0,9659 0,9634 1046,3151 -16,9839 0,9564 -0,2921
14 30 0,8660 0,8759 1030,8031
15 45 0,7071 0,7366 999,2641
16 60 0,5000 0,5552 937,4195
17 75 0,2588 0,3439 799,3180
18 90 0,0000 0,1171 355,3432

Após isso, foi determinado o ângulo de incidência dos raios solares


Tabela 3, sabendo que a janela estava paralela a parede, portanto a ( ∑ ) 90° do chão,
tendo em vista também que o azimute solar (φ) varia de acordo com a hora do dia e
que o azimute de superfície em relação ao norte (ψ) é de 90°, para isso foram
utilizadas as seguintes equações:

Equação 4 – Determinação do ângulo de incidência

𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑐𝑜𝑠β ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛾 ⋅ 𝑠𝑒𝑛∑ + 𝑠𝑒𝑛β ⋅ 𝑐𝑜𝑠∑

Equação 5 – Diferença entre o Azimute solar e o Eixo Norte-Sul

𝛾 = 180 − ∅
12

Equação 6 – Cálculo do Azimute

𝑠𝑒𝑛𝛽 × 𝑠𝑒𝑛𝐿 − 𝑠𝑒𝑛𝛿


𝑐𝑜𝑠∅ =
𝑐𝑜𝑠𝛽 × 𝑐𝑜𝑠𝐿

Tabela 3 – Determinação do Ângulo de Incidência

β cos β sen β φ cos φ sen φ ϒ cos ϒ sen ϒ θ cos θ sin θ ∑


33,72 0,83 0,56 84,77 0,09 1,00 95,23 -0,09 0,00 94,35 -0,08 1,00
90
47,45 0,68 0,74 90,30 -0,01 1,00 89,70 0,01 0,00 89,79 0,00 1,00
61,15 0,48 0,88 97,68 -0,13 0,99 82,32 0,13 0,00 86,30 0,06 1,00 cos ∑
74,45 0,27 0,96 112,56 -0,38 0,92 67,44 0,38 0,01 84,10 0,10 0,99
0
83,34 0,12 0,99 180,00 -1,00 0,00 0,00 1,00 0,02 83,34 0,12 0,99
74,45 0,27 0,96 112,56 -0,38 0,92 67,44 0,38 0,01 84,10 0,10 0,99 sen ∑
61,15 0,48 0,88 97,68 -0,13 0,99 82,32 0,13 0,00 86,30 0,06 1,00
1
47,45 0,68 0,74 90,30 -0,01 1,00 89,70 0,01 0,00 89,79 0,00 1,00
33,72 0,83 0,56 84,77 0,09 1,00 95,23 -0,09 0,00 94,35 -0,08 1,00 ψ
20,11 0,94 0,34 79,67 0,18 0,98 100,33 -0,18 0,00 99,69 -0,17 0,99
90
6,73 0,99 0,12 74,37 0,27 0,96 105,63 -0,27 0,00 105,52 -0,27 0,96

Com essas informações, tornou-se possível o cálculo da radiação solar difusa (Id),
utilizando o coeficiente “C” da Tabela 1:

Equação 7 – Radiação Solar Difusa (Id)

1 + 𝑐𝑜𝑠∑
 𝐼𝑑 = 𝐶 × 𝐼𝐷𝑁 × ( )
2

Após isso realizou-se o cálculo da radiação solar refletida (Ir), para isso adotou-se a
refletância do local (ρs) como 0,2, então através das equações foram realizados os
cálculos:

Equação 8 – Radiação Refletida (Ir)

𝐼𝑟 = 𝐼𝐷𝑁 × (𝐶 + 𝑠𝑒𝑛β) × ρ𝑠 × 𝐹𝑠𝑠


13

Equação 9 – Fator de forma entre o solo e a superfície

1 − 𝑐𝑜𝑠∑
𝐹𝑠𝑠 =
2

Com todos os dados devidamente calculados pode-se estimar o fluxo total de


radiação que atinge a superfície da janela, apresentado na Tabela 4 junto a todos as
radiações que deram origem ao total.

Equação 10 – Fluxo total de radiação que atinge a superfície (It)

𝑰𝑻 = 𝑰𝑫𝑵 ⋅ 𝒄𝒐𝒔𝜽 + 𝑰𝒅 + 𝑰𝒓

Tabela 4 – Radiação Solar

h W/m² (m²) W
Área It
Horas Idn Id Ir It
Envidraçada (janela)
8 937,42 28,12 57,67 14,69 1,5 22,042
9 999,26 29,98 79,61 113,16 169,744
10 1030,80 30,92 96,47 193,91 290,863
11 1046,32 31,39 107,08 246,07 369,105
12 1051,03 31,53 110,70 264,05 396,075
13 1046,32 31,39 107,08 246,07 369,105
14 1030,80 30,92 96,47 193,91 290,863
15 999,26 29,98 79,61 113,16 169,744
16 937,42 28,12 57,67 14,69 22,042
17 799,32 23,98 32,28 -78,29 -117,436
18 355,34 10,66 6,29 -78,13 -117,199

Após a obtenção dos valores, foi possível calcular os fluxos referentes ao resfriamento
das cargas através da janela, para isso foram utilizados os valores presentes na Tabela 5,
e a seguinte equação.
14

Equação 11 – Fluxo total de Energia

𝐹𝑇 = 𝐼𝑇 ⋅ 𝐹𝐶𝑅

Tabela 5 – Fluxo total de Energia

W Fator de Carga de Resfriamento


Fluxo total de
It Hora Solar Face da Janela
Energia (W)
(janela) (h) (L)
22,042 8 0,80 17,63
169,744 9 0,76 18,63
290,863 10 0,62 19,63
369,105 11 0,41 20,63
396,075 12 0,27 21,63
369,105 13 0,24 22,63
290,863 14 0,22 23,63
169,744 15 0,20 24,63
22,042 16 0,17 25,63
-117,436 17 0,14 26,63
-117,199 18 0,11 27,63

3.4. Cálculo da Carga Térmica

Tendo em vista as condições do ambiente, foi possível calcular a carga térmica


incidente nele. Para facilitar o cálculo dividiu-se o ambiente por suas fachadas e
cobertura, sendo que a fachada oeste não realiza nenhuma troca de carga térmica,
pois faz fronteira com a cozinha e neste caso adotou-se que a temperatura ambiente
da cozinha seria a mesma do cômodo em estudo, por isso a transferência de carga é
nula. Já para as demais fachadas e cobertura, começou-se calculando as cargas por
condução e convecção.
Nesta etapa se fez necessário calcular a temperatura externa que sofre variação
conforme o tempo, foi utilizada a seguinte equação:
15

Equação 12 – Temperatura do Ar Exterior

Text = Tmaxext − amplitude × Fi

Sendo o Fi fornecido por tabelas ASHRAE, demonstrado na Tabela 6 junto a


temperatura externa do ar já calculada.

Tabela 6 – Determinação Horária da Temperatura do Ar Exterior

Hora Fi Text
8 0,84 22,6
9 0,71 23,9
10 0,56 25,4
11 0,39 27,1
12 0,23 28,7
13 0,11 29,9
14 0,03 30,7
15 0 31,0
16 0,03 30,7
17 0,1 30,0
18 0,21 28,9

3.4.1. Cálculo da Carga Térmica por Condução e Convecção

A equação que representa o cálculo da carga térmica por condução e convecção (Q)
é:

Equação 13 – Carga Térmica por Condução e Convecção

𝑄 = 𝑈 × 𝐴 × ∆𝑇
16

Para este cálculo necessitamos calcular os Coeficientes Globais de Transmitância


(U), bem como a área de cada material constituinte por cada fachada. Os valores
encontrados para os materiais estão representados na Tabela 7.

Tabela 7 – Coeficientes Globais de Transmitância e Áreas

Fachada Norte Fachada Oeste


Alvenaria Porta Alvenaria Porta
U A U A U A U A
1,4959 16,4100 1,8564 1,6800 1,2787 18,0900 1,3953 1,4700
Fachada Leste Fachada Sul
Cobertura
Alvenaria Janela Alvenaria
U A U A U A U A
1,4959 8,2200 6,4000 1,5000 1,4959 18,0900 1,6840 24,1200

Na Tabela 8 estão apresentados os resultados referentes a diferença de temperatura e


a carga térmica presente em cada fachada, e a carga térmica de condução e convecção
total de cada hora.

Tabela 8 – Carga Térmica por Condução e Convecção

Fachada
Hora ΔT Fachada Norte Fachada Leste Fachada Sul Cobertura ∑Qcond+conv
Oeste
8 -1,4 -38,7327 -30,6547 -30,6547 0,0000 -56,8640 -156,9062
9 -0,1 -2,7666 -2,1896 -2,1896 0,0000 -4,0617 -11,2076
10 1,4 38,7327 30,6547 30,6547 0,0000 56,8640 156,9062
11 3,1 85,7653 67,8783 67,8783 0,0000 125,9132 347,4351
12 4,7 130,0313 102,9122 102,9122 0,0000 190,9007 526,7565
13 5,9 163,2308 129,1877 129,1877 0,0000 239,6413 661,2475
14 6,7 185,3638 146,7047 146,7047 0,0000 272,1350 750,9082
15 7,0 193,6636 153,2735 153,2735 0,0000 284,3202 784,5309
16 6,7 185,3638 146,7047 146,7047 0,0000 272,1350 750,9082
17

17 6,0 165,9974 131,3773 131,3773 0,0000 243,7030 672,4551


18 4,9 135,5646 107,2915 107,2915 0,0000 199,0241 549,1716

3.4.2. Cálculo da Carga Térmica por Radiação

Para esta etapa, tem-se a seguinte equação da carga térmica relativa à radiação:

Equação 14 – Carga Térmica por Radiação

𝑄 = 𝐹𝑆 × 𝐼 × 𝐴

Mediante este ponto, fez-se necessário calcular os Fatores de Ganho de Calor Solar,
tanto para elementos opacos, quanto para elementos translúcidos. A fórmula para
ambos sofre pequenas variações, apresentadas nas equações a seguir:

Equação 15 - Fator de Ganho de Calor Solar Para Elementos Opacos

𝐹𝑠 = 𝑈 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝑅𝑠𝑒
Equação 16 - Fator de Ganho de Calor Solar Para Elementos Translúcidos

𝐹𝑠 = 𝑈 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝑅𝑠𝑒 + 𝜏

Para realizar esses cálculos tomamos alguns dados tabelados como o “Rse”, “α” e
“τ”. Esses elementos junto ao “Fs” respectivo de cada material estão representados
na Tabela 9.
18

Tabela 9 – Fator de Ganho de Calor Solar

Vidro
τ α ρ Ni CGCSS Rse (m²K/W) Fs
0,86 0,06 0,08 0,17 0,87 0,04 0,8754
Alvenaria
α U Rse (m²K/W) Fs
0,74 1,4959 0,04 0,0443
Cobertura
α U Rse (m²K/W) Fs
0,8 1,6840 0,04 0,0539
Porta
α U Rse (m²K/W) Fs
0,2 1,8564 0,04 0,0149

Para realizar o cálculo ainda é necessário calcular a radiação solar (I) incidente a cada
fachada, após isso pode-se calcular a carga térmica de radiação referente a cada
fachada e realizar o somatório das cargas referente hora a hora. Pode-se encontrar
esses dados na Tabela 10.
19

Tabela 10 – Cálculo da Carga Térmica por Radiação

Hora Fachada Norte Fachada Leste Fachada Sul Fachada Oeste Cobertura ∑Q_radiação

8 11,0826 24,6435 11,7706 0,0000 19,0997 47,4966


9 85,3445 189,7744 90,6426 0,0000 147,0829 365,7615
10 146,2411 325,1859 155,3197 0,0000 252,0323 626,7466
11 185,5802 412,6616 197,1011 0,0000 319,8295 795,3429
12 199,1401 442,8137 211,5027 0,0000 343,1986 853,4566
13 185,5802 412,6616 197,1011 0,0000 319,8295 795,3429
14 146,2411 325,1859 155,3197 0,0000 252,0323 626,7466
15 85,3445 189,7744 90,6426 0,0000 147,0829 365,7615
16 11,0826 24,6435 11,7706 0,0000 19,0997 47,4966
17 -59,0448 -131,2938 -62,7103 0,0000 -101,7580 -253,0490
18 -58,9256 -131,0286 -62,5837 0,0000 -101,5525 -252,5379

3.4.3. Cálculo da Renovação do Ar

Para o cálculo da renovação do ar adotou-se a vazão de 35m³/h*pessoa, sabendo que


a taxa de ocupação do local é de 2 pessoas e a pressão (P) em São Paulo é de 700mm.
Também foram utilizadas as equações demonstradas a seguir e com isso chegou-se
nos resultados apresentados na Tabela 11.

Equação 17 – Entalpia Externa ou Interna (h)

0,622 × 𝑃𝑣
ℎ = 0,24 × 𝑡 + × (597 + 0,46 × 𝑡)
𝑃 − 𝑃𝑣

Equação 18 – massa (m)

𝑃 × 𝑉𝑡 700 × 𝑉𝑡 × 13,6
𝑚 = =
𝑅×𝑇 29,27 × (273 + 𝑡𝑒)
20

Equação 19 – Carga de Renovação do Ar (Qren)

 𝑄𝑟𝑒𝑛 = 𝑚 ⋅ Δℎ

Tabela 11 – Cálculo da Carga de Renovação

Text média
Vt (m³/h) Pve he Pvi hi ∆h m Qren
(°C)
70 28 16,4372 15,8621 13,4220 13,1535 2,7086 75,6184 204,819

3.4.4. Cálculo de Infiltração de Ar

A infiltração considerada é fruto das esquadrias encontradas nas fachadas voltadas


ao ambiente externo, sendo uma porta e uma janela. A porta foi considerada bem
ajustada, por tanto o coeficiente adotado foi de 6,5 m³/h por metro de fresta, e as
frestas consideradas foi o perímetro da porta de 5,8m. Já para a janela considerou-se
uma abertura comum de coeficiente 3 m³/h por metro de fresta, apenas para a parte
de fechamento da janela, resultando em 1m. Com isso foi possível obter os valores
demonstrados na Tabela 12.

Tabela 12 – Carga por Infiltração de Ar

Text
Vt (m³/h) Pve he Pvi hi ∆h m Q_inf
média (°C)
Porta 37,7 28 16,44 15,86 13,42 13,15 2,71 40,73
119,09
Janela 3 28 16,44 15,86 13,42 13,15 2,71 3,24

3.4.5. Cálculo de Carga Térmica por Pessoa

Como já mencionado anteriormente, apenas duas pessoas usufruem do ambiente, por


isso a carga térmica será referente a essa quantidade. Através de dados tabelados
obteve-se o calor liberado por um homem adulto de 120 kcal/h, resultando em
aproximadamente 140W. Para realizar o cálculo utilizou-se da seguinte equação.
21

Equação 20 – Carga Térmica por Pessoa

𝑄𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 𝑁°𝑑𝑒𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 × 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜

Por fim, foi calculado através do fator de resfriamento a carga de resfriamento a cada
hora após as pessoas terem deixado o ambiente, foi estimada um cálculo para as
primeiras 10 horas após o ambiente ter sido deixado pelas pessoas. Esses dados e a
carga térmica produzidas pelos dois usuários encontram-se na Tabela 13.

Tabela 13 – Carga Térmica por Pessoa

Total de Horas Carga por Carga para


Horas
no Recinto (6hrs) Pessoas com FCR duas Pessoas
1 0,5 139,56 279,12
2 0,6 167,47
3 0,67 187,01
4 0,72 200,97
5 0,76 212,13

6 0,79 220,50

7 0,34 94,90
8 0,26 72,57
9 0,21 58,62
10 0,18 50,24

3.4.6. Cálculo da Carga Térmica pela Iluminação

Para o cálculo da carga térmica emitida através da iluminação levou-se em


consideração as 4 lâmpadas de led aparentes e ventiladas presentes na sala. As
lâmpadas possuem 9W/m² cada. E para o cálculo da carga térmica multiplicou-se a
potência da lâmpada pela área total do ambiente. Ainda fora utilizado o coeficiente
22

de resfriamento referente as horas após o acionamento das luzes, considerando uma


operação de 10 horas. Os dados estão todos apresentados na Tabela 14.
Tabela 14 – Carga Térmica referente a Iluminação

Horas após o
Coneção y de Carga de Iluminação Carga de
acionamento
operação (10) com FCR Iluminação
das luzes
0 0,01 8,6832 868,32
1 0,76 659,9232
2 0,81 703,3392
3 0,84 729,3888
4 0,88 764,1216

5 0,9 781,488

6 0,92 798,8544
7 0,93 807,5376
8 0,95 824,904
9 0,96 833,5872
10 0,97 842,2704

3.4.7. Cálculo da Carga Térmica para Cargas Especiais

Para cargas especiais foi considerado um aparelho elétrico, a televisão, para isso
adotou-se o coeficiente de 860 kcal/h. Utilizado a conversão chegou-se em
1000,18W de carga térmica emitida pelo aparelho em questão.

3.4.8. Carga Térmica Total

A carga térmica total fora calculada através da soma de cada carga referenciada
anteriormente hora a hora, resultando nos dados apresentados na Tabela 15.
23

Tabela 15 – Carga Térmica Total

Horas Carga Térmica Total Hora a Hora

8 2362,1164
9 2826,0799
10 3255,1787
11 3614,3039
12 3851,7389
13 3928,1163
14 3849,1807
15 3621,8183
16 3269,9307
17 2890,9320
18 2768,1596

4. RESULTADOS

Analisando os resultados em questão, podemos observar que a média da carga


térmica total é de aproximadamente 3294W, e a carga térmica total ocorre às 12 horas
e tem o valor de aproximadamente 3928W. Tendo em vista os resultados
apresentados, a carga máxima a ser resfriada possui 634W a mais que a média,
portanto o sistema de ar-condicionado, para ter um bom funcionamento, deve
trabalhar com folga entre os dois valores apresentados, sem estar no seu máximo, por
isso é melhor que o sistema possua um funcionamento acima de 3928W.
Transformando o valor para BTU temos que o aparelho de ar-condicionado deve
possuir mais de 13.402,89 BTU/h.

4.1. Especificação da Máquina de Ar-Condicionado

A princípio o ar-condicionado dimensionado teria 14000BTU/h, entretanto pensando


na folga para funcionamento do aparelho, a máquina de ar-condicionado escolhida
foi o modelo Split Dual ArtCool Inverter da marca LG, o modelo possui uma
24

capacidade de 18000 Btu/h o equivalente a aproximadamente 5275W, o modelo


promete um ciclo de aquecimento e resfriamento e funciona a uma tensão de 220V.
Além do mais, o aparelho possui um selo Procel A, para a classificação energética e
possui um certo custo benefício em relação ao investimento inicial.

Figura 3 – Ar-Condicionado

Fonte: Ponto Frio.

4.2. Cálculo do Consumo de Energia Para Resfriamento

Sabendo que o sistema de ar-condicionado funcionará 1100 horas por ano e que seu
COP (coeficiente de performance) é de 3,5, pode-se calcular o consumo de energia
para resfriamento, que é dado pela equação a seguir.

Equação 21 – Consumo de Energia para Resfriamento

Potência × tempo 5275 × 1100


Consumo anual = = = 1.657.857,14 Wh
COP 3,5
Consumo anual = 1.657,86 kWh ou 6 × 109 J

Assim sendo, o consumo anual de resfriamento para este aparelho de ar-condicionado


é de 1658 kWh.
25

5. CONCLUSÕES

Com os cálculos apresentados no presente trabalho, conclui-se, com os níveis de


carga térmica apresentados para um ambiente de aproximadamente 24m², a
importância de um dimensionamento adequado para um sistema de ar-condicionado,
pois uma escolha equivocada de um aparelho pode gerar custos desnecessários sem
solucionar de fato o problema. Além disso, alguns tipos de máquinas de ar-
condicionado podem ter níveis elevados de consumo energético, solucionando um
problema de conforto térmico, mas acarretando problemas ambientais e financeiros.
Ademais, pode-se perceber a grande influência das esquadrias, principalmente as
janelas, perante as cargas térmicas do ambiente e a radiação solar incidente sobre as
fachadas, que contribuem muito para o aumento da carga, por isso a utilização de
persianas em janelas presentes em ambientes que se deseja evitar o aumento da
temperatura podem ser boas soluções, evitando a incidência direta da radiação para
com o ambiente.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AR-CONDICIONADO SPLIT LG DUAL ARTCOOL INVERTER 18000 BTUS


QUENTE/FRIO 220V. Ponto frio, 2021. Disponível em: < www.pontofrio.com.br>.
Acesso em: 13 jun 2021.
CARGA TÉRMICA. edisciplinas – PCC3260 – Física das Construções, 2021.
Disponível em: <edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 13 jun 2021.
CARGA TÉRMICA (ASHRAE). edisciplinas – PCC3260 – Física das
Construções, 2021. Disponível em: <edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 13 jun 2021.
PCC 3260 – FÍSICA DAS CONSTRUÇÕES APRESENTAÇÃO DE POWER
POINT. edisciplinas – PCC3260 – Física das Construções, 2021. Disponível em:
<edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 13 jun 2021.
RADIAÇÃO SOLAR. edisciplinas – PCC3260 – Física das Construções, 2021.
Disponível em: <edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 13 jun 2021.

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