Você está na página 1de 50

Acústica

Física
17/10/2022
Docente: Eduardo Rayce

2º Grupo
Acústica

Elementos do Grupo

1. Emília David Ofumane


2. Firosa Neves
3. Ismael Narciso Mussara Vicente
4. Leonor Lino Agostinho
5. Loide Samuel Rafael
6. Mariano Miguel

1
Acústica

Conteúdo
Introdução........................................................................................................................................ 6

Física acústica............................................................................................................................... 6

Medicina e Fona audiologia ......................................................................................................... 6

PSICOACÚSTICA............................................................................................................................ 7

Ondas sonoras e a relação com o som ............................................................................................ 8

A formação das ondas sonoras .................................................................................................... 8

Fórmula usual .............................................................................................................................. 9

 A velocidade ...................................................................................................................... 9

 A frequência ...................................................................................................................... 9

 O comprimento de onda ................................................................................................... 9

 A amplitude ....................................................................................................................... 9

Som ................................................................................................................................................ 11

Características do som ............................................................................................................... 11

 Altura:.............................................................................................................................. 11

 Intensidade ..................................................................................................................... 11

 Timbre ............................................................................................................................. 11

Fenómenos sofridos pelo som ................................................................................................... 12

 Reflexão........................................................................................................................... 12

 Absorção ......................................................................................................................... 12

2
Acústica

 Refracção ........................................................................................................................ 12

 Difracção ......................................................................................................................... 12

 Interferência: .................................................................................................................. 12

Som na Física.............................................................................................................................. 12

Como o som se propaga?........................................................................................................... 13

Velocidade do som..................................................................................................................... 14

Intensidade sonora ........................................................................................................................ 15

Nível de Intensidade sonora ...................................................................................................... 15

Tubos sonoros ................................................................................................................................ 18

Tubos abertos ............................................................................................................................ 18

Tubos fechados .......................................................................................................................... 20

Efeito Doppler ................................................................................................................................ 22

Aparelho Auditivo .......................................................................................................................... 25

Anatomia do ouvido externo ..................................................................................................... 25

Pavilhão auricular................................................................................................................... 25

Meato acústico externo ......................................................................................................... 25

Membrana timpânica............................................................................................................. 26

Anatomia do ouvido médio ....................................................................................................... 26

Anatomia do ouvido interno ...................................................................................................... 28

Nervo vestibulococlear .............................................................................................................. 29

3
Acústica

O SOM NA MEDICINA .................................................................................................................. 31

O CORPO COMO UM TAMBOR (PERCUSSÃO NA MEDICINA) .................................................... 31

O ESTETOSCÓPIO...................................................................................................................... 32

IMAGENS DE ULTRASOM DO CORPO......................................................................................... 34

TERAPIA ULTRA-SÔNICA ............................................................................................................ 36

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ULTRA-SOM ................................................................................ 36

EQUIPAMENTO ...................................................................................................................... 37

MÉTODOS E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO .................................................................................. 37

DOSAGEM .............................................................................................................................. 38

INDICAÇÕES PARA USO .......................................................................................................... 39

CONTRA-INDICAÇÕES ............................................................................................................ 39

A PRODUÇÃO DA FALA............................................................................................................... 39

Psicoacústica .................................................................................................................................. 41

CARACTERÍSTICAS DA SONORIDADE .......................................................................................... 41

Limiar auditivo ....................................................................................................................... 41

Limiar de desconforto ............................................................................................................ 41

Limiares normais .................................................................................................................... 41

Curvas de iguais intensidades sonoras ou curvas isossónicas. .............................................. 42

O Sone .................................................................................................................................... 43

Limiar diferencial absoluto de intensidade............................................................................ 44

4
Acústica

SONORIDADE E BANDAS CRÍTICAS DO OUVIDO ........................................................................ 44

EFEITO DE MÁSCARA (MASCARAMENTO) ................................................................................. 45

OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM A SONORIDADE ............................................................ 46

O efeito da duração ............................................................................................................... 46

A previsibilidade do sinal ....................................................................................................... 46

Reflexo estapediano .............................................................................................................. 46

Fadiga ..................................................................................................................................... 46

Fórmulas de Acústica ..................................................................................................................... 47

Bibliografia ..................................................................................................................................... 49

5
Acústica

Introdução

A acústica é considerada uma ciência que abrange diversas disciplinas e por elas é abrangida. Os
ramos científicos que estudam as propriedades acústicas, a propagação do som e efeitos são os mais
diversos. Como: Acústica Ambiental, Música, Engenharia acústica, Física acústica, Medicina e Fona
audiologia.

Porem no presente trabalho, iremos abordar sobre três ramos da acústica, sendo eles a Física
acústica e a Medicina e Fona audiologia. Piscoacústica

Física acústica

A física acústica investiga a forma como a energia sonora se transmite através dos meios materiais
de propagação, seus efeitos e interacções com os meios: sólido, líquido, gasoso e plasma.

No espaço livre, a intensidade de energia da onda diminui na medida em que ela se afasta da fonte
sonora. Quando é dobrada a distância entre a fonte e o receptor, a intensidade do som cai 6 dB em
campo livre e considerando uma fonte pontual e 3dB considerando uma fonte de linha sobre um plano
reflector. Uma fonte sonora produz variações de pressão no ar, diminuindo sua densidade,
comprimindo-o numa onda progressiva, cujo formato esférico se move à velocidade de 340 m/s.

Numa sala fechada, a onda sonora é reflectida várias vezes pelas paredes, teto, soalho e a
intensidade fica mais ou menos invariável (excepto, junto da fonte sonora, onde é maior).

Os fenómenos físicos relacionados à acústica são a ressonância e o Efeito Doppler.

Medicina e Fona audiologia

A medicina e a fona audiologia são as áreas que mais estudam os efeitos benéficos e maléficos da
acústica na fisiologia humana. O interesse é focado nas pregas vocais e no sistema auditivo humano.

Além disso, usam-se diferentes métodos acústicos para alívio de dores, destruição de cálculos,
tratamentos dos mais diversos e para o diagnóstico, por exemplo, no caso do estetoscópio ou do ultra-
som

6
Acústica

PSICOACÚSTICA

A psicoacústica se preocupa com as sensações auditivas produzidas pelo som audível.

7
Acústica Ondas sonoras Som

Ondas sonoras e a relação com o som

Ondas Sonoras são ondas mecânicas que vibram em uma frequência de 20 a 20.000 hertz (Hz),
sendo normalmente perceptíveis pelo ouvido humano. O som é a sensação que sentimos, através da
audição pela acção desse tipo de onda. Outra característica importante, a onda sonora necessita de uma
meio para se propagar, seja gás, líquido ou sólido. Logo não é possível existir som no vácuo.

A onda menor que 20 Hz é denominada de infra-som e a maior que 20.000 Hz, ultra-som. Essas
ondas até chegam aos nossos ouvidos, mas não são capazes de estimular o nosso sentido da audição.
Alguns animais, como o cachorro e o morcego, conseguem captar altas frequências de até 100.000Hz,
outros como o elefante e o pombo, são capazes de perceber infra-sons.

As ondas sonoras podem apresentar frequências específicas. Chamamos de som grave, aquele
que é emitido por uma fonte sonora que vibra com baixa frequência e som agudo, o que vibra com uma
alta frequência. Para entender melhor basta perceber a diferença entre a voz masculina (grave) e a voz
feminina (agudo). Essa caracterização em relação à frequência de um som é chamada de altura.

Quando um som possui uma grande quantidade de energia por unidade de tempo e a onda
sonora possui uma grande amplitude, dizemos que o som possui uma grande intensidade. Logo, a
intensidade está relacionada ao volume do som. Essa intensidade é medida em dB (decibéis), onde se
estabeleceu que ao som de menor intensidade que o ser humanos fosse capaz de escutar seria atribuído
o valor de 0 dB e o de maior intensidade, de 120 dB.

Timbre é a característica sonora que nos permite distinguir sons de uma mesma frequência,
porém emitidos por fontes sonoras conhecidas, permitindo-nos identificar o emissor do som. Ele é a
forma da onda.

A formação das ondas sonoras

As ondas sonoras são consideradas ondas de pressão, pois se propagam a partir de variações de
pressão do meio. Por exemplo, quando um músico toca um violão, a vibração das cordas produz
alternadamente compressões e rarefacções do ar, ou seja, produz variações de pressão que se
propagam através do meio. Para se ter uma ideia, as ondas sonoras se propagam a 340m/s se o ar
estiver a 20° Celsius.

8
Acústica Ondas sonoras Som

Esse tipo de onda é denominado onda longitudinal, pois as moléculas constituintes do meio se
aproximam e se afastam umas das outras de forma alternada. Cada seção do meio através do qual passa
a onda longitudinal apenas oscila ligeiramente em torno de uma posição de equilíbrio, enquanto a onda
propriamente dita pode se propagar por grandes distâncias.

Fórmula usual

Onde:

v- velocidade do som

λ- Comprimento de onda

f- frequência da onda

 A velocidade (v) do som depende do meio no qual ele é propagado, meios físicos de
maior elasticidade tendem a propagar o som com mais facilidade, em razão da proximidade entre as
suas moléculas. Para comparação, enquanto o som propaga-se no ar a uma velocidade próxima de
340 m/s, sua velocidade de propagação pode superar 5000 m/s, quando ele é propagado em uma
barra de ferro.

 A frequência (f) de uma onda sonora é medida em Hz, essa frequência define a sua
altura, isto é, quanto maior é a frequência do som, mais agudo, ou alto, esse som é. Ao contrário,
sons de baixas frequências são chamados de sons graves, ou baixos. Os seres humanos são capazes
de perceber somente sons entre 20 Hz e 20.000 Hz.

 O comprimento de onda (λ) do som é o espaço necessário para que a onda sonora
produza uma oscilação completa, também pode ser entendido como a distância entre duas cristas
ou dois vales de uma onda. Metade de um comprimento de onda é o equivalente à distância entre
uma crista e um vale.

 A amplitude da onda sonora define a sua intensidade, ou a quantidade de energia que


essa onda carrega consigo, que também pode ser entendida como o “volume do som”.

9
Acústica Ondas sonoras Som

Figure a Amplitude da onda sonora

10
Acústica Ondas sonoras Som

Som

Som e uma vibração que se propaga pelo ar transmitindo energia, mas nunca matéria. A
velocidade do som altera-se conforme há mudança no meio em que essa onda é propagada.

O som é uma onda capaz de propagar-se pelo ar e por outros meios a partir da vibração de suas
moléculas. Os sons são percebidos por nós quando eles incidem sobre o nosso aparelho auditivo, que
são traduzidos em estímulos eléctricos e direccionados ao nosso cérebro, que os interpreta.

A velocidade do som e aproximadamente 340m/s

Como o som tem propriedades ondulatórias, ele pode sofrer diversos fenómenos, tais como a
reflexão, refracção, difracção e também interferência. Nesse último, duas ou mais ondas sonoras podem
tanto ser anuladas quanto ser somadas, de acordo com a posição em que se encontram.

Características do som

As principais características que distinguem um som de outro som são


três: altura, intensidade e timbre.

 Altura: A altura do som diz respeito à sua frequência. Sons altos são aqueles
que apresentam grandes frequências, também chamados de sons agudos. Os sons baixos, por
sua vez, são aqueles que apresentam baixas frequências, tratando-se, portanto, de sons graves.

 Intensidade: A intensidade do som diz respeito à quantidade de energia que a


onda sonora transmite. Essa intensidade está relacionada à amplitude da onda sonora: quanto
maior a sua amplitude, maior será sua intensidade. Essa propriedade do som é medida
em decibel: sons intensos são chamados de sons fortes, enquanto os sons de baixa intensidade
são chamados de sons fracos.

 Timbre: O timbre do som é o que nos permite distinguir a natureza de sua


fonte. Ao ouvirmos dois sons de mesma frequência e intensidade, mas que foram produzidos
por instrumentos diferentes, podemos facilmente diferenciá-los. O timbre é o modo de vibração
da onda sonora, e cada fonte sonora possui o seu timbre característico.

11
Acústica Ondas sonoras Som

Fenómenos sofridos pelo som

Como o som é uma onda, ele está sujeito a diversos fenómenos ondulatórios, que são :

 Reflexão: A reflexão acontece quando o som é emitido em direcção a algum


anteparo elástico. A reflexão do som dá origem ao eco sonoro, por exemplo.

 Absorção: Alguns meios são capazes de absorver as ondas sonoras,


funcionando, assim, como bons abafadores de som. As câmaras anecóicas são exemplos
práticos da absorção sonora, quase nenhum som externo é capaz de entrar nessas câmaras.

 Refracção: A refracção ocorre quando o som muda de meio e sofre mudanças


de velocidade. Esse fenómeno é especialmente útil para a realização dos exames de ultra-
sonografia.

 Difracção: Se o som passar através de algum obstáculo ou fenda de dimensões


parecidas com o seu comprimento de onda, ele sofrerá uma difracção. A difracção do som faz
com que ele passe através de frestas, em baixo de portas, e possa ser ouvido.

 Interferência: A interferência diz respeito à sobreposição das ondas sonoras,


em alguns pontos do espaço, o som produzido por uma ou mais fontes irá sobrepor suas cristas
e ondas, produzindo regiões de interferência construtiva e destrutiva. Em teatros e cinemas, o
sistema de som é projectado de forma que haja o mínimo de regiões de interferência destrutiva.

Apesar de ser uma onda, o som é uma onda do tipo longitudinal e, por isso, não é capaz de
sofrer polarização.

Som na Física

Para a Física, o som é uma onda longitudinal e mecânica e que, portanto, necessita de um meio
físico para ser propagada. Podemos entender o som como uma vibração que se propaga no ar e em
outros meios formando regiões de compressão e rarefacção, ou seja, regiões de altas e baixas pressões.

12
Acústica Ondas sonoras Som

Como o som se propaga?

O som é produzido por vibrações transmitidas para o ar. Essas vibrações geram regiões de
compressão e rarefacção dos gases atmosféricos que se intercalam periodicamente, de acordo com a
frequência da fonte que produz as vibrações.

Por se tratar de uma onda, o som não é capaz de transportar matéria, como pequenas
partículas, mas somente energia.

A velocidade de propagação do som depende directamente de factores como


a elasticidade do meio. Quanto mais elástico um meio for, maior será a velocidade de propagação das
ondas sonoras em seu interior. Dizemos que um meio é elástico quando ele é capaz de variar
grandemente o seu volume se for sujeito a uma pressão.

Figure b Como o som se propaga

13
Acústica Ondas sonoras Som

Velocidade do som

A velocidade do som é medida em relação ao meio em que ele é propagado. Não existe velocidade
relativa entre o som e o seu observador, e esse comportamento dá origem ao efeito Doppler: a
mudança na frequência aparente do som em razão do movimento relativo entre uma fonte sonora e um
observador.

Table 1 A velocidade de propagação do som em alguns meios conhecidos

Meio Velocidade do som


Ar (21 ºC) 344 m/s
Água 1480 m/s
Concreto 3400 m/s
Alumínio 5150 m/s
Vidro 5200 m/s

Além de sua dependência com o meio, a velocidade do som também depende da temperatura.
Por exemplo, sob uma temperatura de 30 ºC, a velocidade do som no ar é de
aproximadamente 350 m/s, enquanto que, para uma temperatura de 21ºC, sua velocidade é
de 344 m/s. A lei empírica que define a dependência da velocidade do som com a temperatura do ar é
mostrada abaixo

T- Temperatura do ar, em graus Celsius

14
Acústica Níveis de Intensidade Auditiva

Intensidade sonora

É o fluxo de energia por unidade de área. Refere-se ao produto da pressão pela velocidade das
partículas em um meio fluido, o que é equivalente à potência recebida por unidade de área.

Em termos acústicos a intensidade é o valor médio do fluxo de energia por unidade de área
perpendicular à direcção de propagação, medida em watt por metro quadrado ( ).

Nível de Intensidade sonora

A classificação do som como forte ou fraco está relacionada ao nível de intensidade sonora,
medida em watt/m². A menor intensidade sonora audível ou limiar de audibilidade possui intensidade:

A relação entre as intensidades sonoras permite calcular o nível sonoro do ambiente que é dado
em decibéis. Em virtude dos valores das intensidades serem muito pequenos ou muito grandes, utiliza-
se as noções de logaritmos na seguinte fórmula capaz de calcular níveis sonoros:

Onde:

NS= nível sonoro

I= Intensidade do som considerado

= Limiar de audibilidade

A exposição a níveis sonoros superiores a 80 dB pode causar lesões irreparáveis ao aparelho


auditivo, ocasionando desvios de personalidade, como fadiga, neurose e até psicoses.

15
Acústica Níveis de Intensidade Auditiva

Tabela 2 Tempo máximo que uma pessoa deve ficar exposta a ruídos contínuos ou intermitentes

Nível sonoro (dB) Tempo máximo de


exposição (horas)

85 8
90 4
95 2
100 1

Para níveis superiores a 120 dB, a sensação auditiva é uma sensação dolorosa. Observe alguns
níveis sonoros decorrentes em nosso quotidiano, para efeito de comparação.

Tabela 3 Níveis sonoros decorrentes em nosso quotidiano

Ruído Nível sonoro (dB) Intensidade ( )


Relógio de parede (tique-taque) 10 101
Interior de um templo 20 102
Conversa a meia voz 40 104
Avenida de trafego intenso 70 a 90
Britadeira 100 1010
Dancetaria 120 1012
Avião a jato aterrando 140 1024

Exemplo do cálculo de um nível sonoro

1- Qual o nível sonoro de uma intensidade de som igual a 10–2 W/m² ?

Resolução

Dados

I= w/

16
Acústica Níveis de Intensidade Auditiva

Resposta

O nível sonoro de uma intensidade de som igual a 10–2 W/m² equivale a 100 dB.

17
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

Tubos sonoros

Assim como as cordas ou molas, o ar ou gás contido dentro de um tubo pode vibrar com
frequências sonoras. Este é o princípio que constitui instrumentos musicais como a flauta, corneta,
clarinete, etc. que são construídos basicamente por tubos sonoros.

Nestes instrumentos, uma coluna de ar é posta a vibrar ao soprar-se uma das extremidades do
tubo, chamada embocadura, que possui os dispositivos vibrantes apropriados.

Os tubos são classificados como abertos e fechados, sendo os tubos abertos aqueles que têm as
duas extremidades abertas (sendo uma delas próxima à embocadura) e os tubos fechados que são os
que têm uma extremidade aberta (próxima à embocadura) e outra fechada.

As vibrações das colunas gasosas podem ser estudadas como ondas estacionárias resultantes da
interferência do som enviado na embocadura com o som refletido na outra extremidade do tubo.

Em uma extremidade aberta o som reflete-se em fase, formando um ventre (interferência


construtiva) e em uma extremidade fechada ocorre reflexão com inversão de fase, formando-se um nó
de deslocamento (interferência destrutiva).

Tubos abertos

Considerando um tubo sonoro de comprimento ℓ, cujas ondas se propagam a uma velocidade v.

Assim as possíveis configurações de ondas estacionárias são:

18
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

As maneiras de vibrar podem, partindo destes exemplos:

E a frequência dos harmônicos será dada por:

19
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

Como n não tem restrições, no tubo aberto, obtêm-se frequências naturais de todos os
harmônicos.

Tubos fechados

Considerando um tubo sonoro de comprimento ℓ, cujas ondas se propagam a uma velocidade v.

Assim as possíveis configurações de ondas estacionárias são:

20
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

As maneiras de vibrar podem, partindo destes exemplos:

E a frequência dos harmônicos será dada por:

Em um tubo fechado, obtêm-se apenas frequências naturais dos harmônicos ímpares.

21
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

Efeito Doppler

Este efeito é descrito como uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por
fontes em movimento relativo ao observador.

O efeito foi descrito teoricamente pela primeira vez em 1842 por Johann Christian Andreas
Doppler, recebendo o nome Efeito Doppler em sua homenagem.

Para ondas sonoras, o efeito Doppler constitui o fenômeno pelo qual um observador percebe
frequências diferentes das emitidas por uma fonte e acontece devido à velocidade relativa entre o a
onda sonora e o movimento relativo entre o observador e/ou a fonte.

Considerando:

Podemos determinar uma fórmula geral para calcular a frequência percebida pelo observador,
ou seja, a frequência aparente.

 Supondo que o observador esteja em repouso e a fonte se movimente:

Para o caso onde a fonte se aproxima do observador, há um encurtamento do comprimento da


onda, relacionado à velocidade relativa, e a frequência real será menor que a observada, ou seja:

Mas, como a fonte se movimenta, sua velocidade também deve ser considerada, de modo que:

Substituindo no cálculo da frequência observada:

22
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

Ou seja:

Para o caso onde a fonte se afasta do observador, há um alongamento aparente do


comprimento de onda, nesta situação a dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao
caso anterior.

No entanto:

Então:

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde a fonte se desloque e o observador
fique parado, se utilizarmos:

23
Acústica Tubos sonoros Efeito Doppler

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a
fonte se afasta.

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde o observador se desloque e a fonte
fique parada, se utilizarmos:

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a
fonte se afasta.

Conhecendo estas quatro possibilidades de alteração na frequência de onda observada


podemos escrever uma fórmula geral para o efeito Doppler se combinarmos todos os resultados, sendo
ela:

Sendo utilizados os sinais convenientes para cada caso.

24
Acústica

Aparelho Auditivo

Os nossos ouvidos são muito mais do que só experimentar o prazer de escutar a sua música
favorita, ou os pássaros cantando pela manhã. Na verdade, manter o equilíbrio pode ser tão importante
quanto ouvir, permitindo-nos ficar de pé, correr e dançar!

O ouvido (orelha) é dividido em três partes; a orelha externa, a orelha média e a orelha interna.

Anatomia do ouvido externo

O pavilhão auditivo, o meato acústico externo e a membrana timpânica são as estruturas que
compõem o ouvido externo (orelha externa), cuja única função é conduzir as ondas sonoras para o
ouvido médio (orelha média) depois de transformá-las em pressão acústica.

Pavilhão auricular

É engraçado que as estruturas grandes, carnudas e de formato estranham na lateral das nossas
cabeças chamadas orelhas são na verdade somente o pavilhão auricular. Este é somente a parte do
ouvido que não está contida no interior da cabeça. Ele consiste de cartilagem elástica recoberta por
pele, e é suportada por ligamentos, bem como pelos músculos extrínsecos e intrínsecos do ouvido
externo (orelha externa). Sua principal função é conduzir as ondas sonoras para o meato acústico
externo.

Meato acústico externo

O meato acústico externo é o canal que se estende do pavilhão auricular até a membrana
timpânica, com 2 ou 3 cm de extensão. Seu terço lateral (externo) é cartilaginoso e possui as glândulas
ceruminosas, que produzem a cera do ouvido, enquanto os seus dois terços mediais (internos)
são constituídos de osso e são consideravelmente menores.

25
Acústica

Figure c Meato acústico externo (Vista lateral)

Membrana timpânica

Localizada na extremidade medial do meato acústico externo, a membrana timpânica é uma


fina membrana que vibra em resposta às ondas sonoras. Ela transmite as ondas sonoras para o ouvido
médio (orelha média).

Anatomia do ouvido médio

Separada do ouvido externo (orelha externa) pela membrana timpânica, o ouvido médio (orelha
média) é uma cavidade preenchida por ar, situada no interior da parte petrosa do osso temporal. A tuba
faringotimpânica (trompa auditiva) conecta o ouvido médio (orelha média) à nasofaringe, enquanto
o antro mastóideo a conecta às células mastóideas.

O ouvido médio (orelha média) contém os ossículos auditivos (ossículos do ouvido), tendões
dos músculos estapédio e tensor do tímpano, o nervo da corda do tímpano e o plexo timpânico.

26
Acústica

Figure d Ouvido Médio

27
Acústica

Anatomia do ouvido interno

Enquanto os ouvidos externo e médio estão mais relacionadas à transmissão do som, o ouvido
interno contém o órgão da audição e balanço (órgão vestíbulococlear). Ele consiste em um labirinto
ósseo e um labirinto membranoso.

O labirinto ósseo forma cavidades ósseas ocas no interior do osso temporal, enquanto
o labirinto membranoso é o sistema interno de ductos e sacos preenchidos por líquido. O vestíbulo, três
canais semicirculares e a cóclea compõem o labirinto ósseo preenchido por perilinfa. O labirinto
membranoso encontra-se no interior do labirinto ósseo e é formado pelo ducto coclear, os ductos
semicirculares e dois sacos, o utrículo e o sáculo. O labirinto membranoso é preenchido por endolinfa. O
vestíbulo contém o utrículo e o sáculo, além dos canais semicirculares, todos responsáveis pelo nosso
sentido de equilíbrio e posicionamento. A cóclea abriga o ducto coclear, que contém o órgão de Corti; o
órgão receptor para a audição.

Figure e Visão geral labirinto

28
Acústica

Nervo vestibulococlear

O nervo vestibulococlear (NC VIII) entrega a informação sensorial vinda do ouvido interno
(orelha interna) para o cérebro. Ele consiste em duas partes: a parte vestibular, que carrega impulsos
nervosos do sistema vestibular, e a parte coclear, que leva impulsos da cóclea. Ambas as estruturas são
partes do ouvido.

Tabela 4 Partes Importantes do Ouvido

Função Audição e manutenção do equilíbrio

Ouvido externo Partes: pavilhão auricular, meato acústico


externo, membrana timpânica

Função: captação e condução do som

Ouvido médio Partes: cavidade timpânica, ossículos


auditivos, músculos dos ossículos

Função: transformar uma onda sonora de


elevada amplitude numa vibração de baixa
amplitude e transmiti-la ao ouvido interno

29
Acústica

Ouvido interno Partes: labirinto ósseo (vestíbulo, canais


semicirculares e cóclea) e labirinto
membranoso (utrículo, sáculo, ductos
semicirculares e ducto coclear)

Função:
- O labirinto ósseo dá suporte ao labirinto
membranoso
- O utrículo e o sáculo fornecem informação
sobre a posição da cabeça
- Os ductos semicirculares fornecem
informação sobre os movimentos da cabeça
- O ducto coclear fornece informação sobre
a audição

30
Acústica Acústica na medicina

O SOM NA MEDICINA

Embora usualmente consideramos o som em termos de seus efeitos físicos nos nossos ouvidos,
esta é uma visão bastante limitada para os nossos propósitos. Aqui discutiremos as propriedades físicas
do som e as suas aplicações na medicina. Estas aplicações vão desde o uso do estetoscópio ao uso das
modernas técnicas ultra-sônicas para estudar o movimento da válvula do coração e "observar" uma
criança por nascer (feto). Discutiremos a física do ouvido e da audição em outra oportunidade.

O CORPO COMO UM TAMBOR (PERCUSSÃO NA MEDICINA)

Percussão (tapinha) tem sido usado desde o início da civilização para vários propósitos tais como
testar se as paredes são sólidas ou coberturas para esconderijos e se o barril de vinho está cheio ou
vazio. O primeiro uso registrado da percussão no corpo humano como um meio de diagnóstico ocorreu
no século dezoito. Em 1761, L. Auenbrugger publicou um pequeno livro, “sobre a percussão do peito”,
que era baseado nas suas observações clínicas durante sete anos de diferentes sons que ele produziu
pelas pancadinhas no peito dos pacientes em vários lugares. Deve ser mencionado que Auenbrugger era
um músico talentoso e que seu pai tinha uma hospedaria. Ele provavelmente aprendeu a técnica de
percussão batendo em barrís de vinho do seu pai, e seu ouvido musical provavelmente auxiliou-o na
interpretação dos sons .

No seu livro, Auenbrugger descreveu como bater no tórax com os dedos e ele estabeleceu, "o
som assim provocado do tórax sadio parece-se com o som sufocado de um tambor coberto com um
espesso tecido de lã ou outro envoltório". Ele discutiu ambos os sons ouvidos de objetos sadios e o som
ouvido de pacientes com vários sintomas patológicos. Auenbrugger estabeleceu que com a percussão
ele poderia diagnosticar câncer, a presença de cavidades anormais em um órgão, e aquelas doenças
envolvendo fluidos na região do tórax. Ele confirmou muitos daqueles diagnósticos examinando os
corpos após a morte.

A descoberta de Auenbrugger inteiramente ignorada até 1808, quando seu trabalho


originalmente publicado em Latim, foi traduzido para o Francês. A percussão tem desde então se
tornado uma importante técnica na detecção de doenças.

31
Acústica Acústica na medicina

O ESTETOSCÓPIO

Talvez nenhum símbolo está mais associado com o médico do que o estetoscópio pendurado
no pescoço ou saindo de sua maleta. Este simples "auxiliar de audição" permite um médico ou
enfermeira ouvir sons produzidos dentro do corpo, principalmente do coração e pulmões. O ato de
ouvir estes sons com um estetoscópio é chamado “auscultação intermediada”, ou usualmente apenas
“auscultação”. (Devemos ser cuidadosos em distinguir auscultação de osculação, que é uma atividade
totalmente diferente).

Muitos sons da região toráxica podem ser úteis no diagnóstico da doença. Antes de 1818, o
único método disponível para examinar o tórax era sentindo-o com as mãos, percussão e auscultação
intermediada com o ouvido diretamente no peito. No “um tratado sobre as doenças do peito e sobre
auscultação intermediada” (1818), R.T.H. Laenec descreveu as objeções de se colocar o ouvido
diretamente no peito: "é sempre inconveniente para ambos, médico e paciente, e no caso das mulheres,
não somente é indelicado, mas freqüentemente impraticável; e para aquela classe de pessoas
encontradas nos hospitais é repugnante". Deve ser mencionado que naquele tempo, médicos
rotineiramente atendiam chamados em casa e examinavam e tratavam quase todo mundo, em qualquer
caso, na sua casa. Somente pacientes pobres iam para o hospital.

Laenec usou auscultação intermediada até 1816 quando ele examinou uma garota com
sintomas gerais de uma doença do coração. Como ela era gorda, jovem e mulher, ele sentiu que o
método de exame usual não era apropriado. Entretanto, ele lembrou-se que se uma extremidade de
um pedaço de madeira é arranhado com um prego, o som pode ser ouvido bem quando na outra
extremidade é colocado o ouvido. Ele imediatamente enrolou vários pedaços de papéis num cilindro e
levou uma das extremidades ao seu ouvido e a outra ao peito da garota acima do seu coração. O
resultado foi dramático e encorajou Laenec a melhorar este instrumento. Eventualmente ele
desenvolveu um cilindro oco de madeira de 30 cm de comprimento com um diâmetro interno de
aproximadamente de 1 cm e um diâmetro externo de mais ou menos 7,5 cm. Ele chamou-o
de estetoscópio. Naquele livro, ele descreveu sua pesquisa sobre o estetoscópio e sua interpretação dos
sons naturais e patológicos dos pulmões, coração e voz.

32
Acústica Acústica na medicina

O estetoscópio correntemente em uso está baseado no trabalho original de Laenec. As


partes principais de um moderno estetoscópio são o sino, o qual é aberto ou fechado por um fino
diafragma, o tubo e as peças auditivas

Um esquema de um moderno estetoscópio

O sino aberto é um casamento de impedâncias entre a pele e o ar, e acumula sons da área de
contato. A pele sob o sino aberto comporta-se como um diafragma. A pele-diafragma tem uma
freqüência de ressonância natural na qual ela transmite mais efetivamente os sons; os fatores
controladores da freqüência de ressonância são semelhantes daqueles que controlam as freqüências de
vibração de uma corda esticada. Quanto mais esticada a pele ao ser puxada, maior é a sua freqüência de
ressonância. Quanto maior o diâmetro do sino, mais baixa a freqüência de ressonância da pele. Assim é
possível aumentar o intervalo sonoro de interesse variando o comprimento do sino e variando a pressão
do sino contra a pele e assim a tensão do sino. Uma baixa freqüência de ruído do coração parecerá
ocorrer se o estetoscópio é pressionado fortemente contra a pele!

Um sino fechado é meramente um sino com um diafragma de freqüência de ressonância


conhecida, usualmente alta, que desafina os sons de baixa freqüência. Sua freqüência de ressonância é
controlada pelo mesmo fator que controla a freqüência do sino aberto pressionado contra a pele. O
estetoscópio de sino fechado é principalmente usado para audição de sons dos pulmões, que são
freqüências maiores que os sons do coração. A Fig.7 mostra o intervalo de freqüência típico dos sons do
coração e do pulmão.

33
Acústica Acústica na medicina

Qual é a melhor forma para o sino? Desde que estamos tratando de um sistema fechado na
outra extremidade por um diafragma sensível a pressão, o tambor auditivo, é desejável ter-se um sino
com um volume tão pequeno quanto possível. Quanto menor o volume de gás, maior a variação de
pressão para um dado movimento do diafragma na extremidade do sino.

O volume dos tubos deve também ser pequenos, e deve existir pouca perda por atrito do
som nas paredes dos tubos. A pequena restrição de volume sugere tubos de diâmetros pequenos,
curtos, enquanto a restrição de baixa fricção sugere tubos de diâmetros largos. Se o diâmetro do tubo é
muito pequeno, perdas por atrito ocorrem, e se é muito grande o volume de ar movimentando-se, é
muito maior; em ambos os casos a eficiência é reduzida. Abaixo de 100 Hz, o comprimento dos tubos no
afeta consideravelmente a eficiência, mas acima desta freqüência a eficiência decresce quando o tubo é
aumentado. Em 200 Hz, 15 dB é perdido na variação de um tubo de 7,5 cm de comprimento para um
tubo de 66 cm. O ideal é um tubo com um comprimento de 25 cm e um diâmetro de 0,3 cm.

As peças auditivas devem ajustar bem no ouvido porque o escoamento de ar reduz o som
ouvido. Quanto mais baixa a freqüência, mais significante o escoamento. Escoamentos também
permitem ruído de fundo entrar no ouvido. As peças auditivas são usualmente projetadas para seguir
ligeiramente a inclinação do canal do ouvido.

IMAGENS DE ULTRASOM DO CORPO

Ultrasom é muito útil para imaginar as estruturas do corpo. Ultra-som é uma forma de energia
não ionizante que se propaga por um meio como ondas de pressão. Se você pudesse medir a
perturbação muito pequena da pressão quando uma onda de ultra-som viaja pelo meio, você acharia
que ela flutua rapidamente sobre o valor normal da pressão ambiente de fundo, enquanto a onda
passa.

Um maneira de nós caracterizarmos uma onda de som é por sua freqüência, quer dizer, o
número de oscilações ou flutuações por segundo no meio. Sons audíveis têm freqüências entre
aproximadamente 15 ciclos por segundo (15 hertz, Hz) e 20.000 ciclos por segundo (20 kHz). O limite
superior de audição humana normalmente é tomado como sendo 20 kHz, e ultra-som se refere a ondas
de som cuja freqüência está acima deste nível. Outros mamíferos quase não são tão limitados quanto o

34
Acústica Acústica na medicina

homem em termos do alcance útil de freqüência sonora. Por exemplo, morcegos e golfinhos utilizam
ondas de ultra-som que têm freqüências tão alto quanto 125 kHz para navegar e visualização sonar.

Foram descritas aplicações médicas de ultra-som que usam freqüências tão baixas quanto 500
kHz até tão altas quanto 30 MHz. Para a maioria das aplicações de imagem, dispositivos de ultra-som
operam entre 3,5 MHz e aproximadamente 10 MHz. A exceção é para imagens intravascular, catéter
minúsculo de sondas de prova que operam em freqüências tão altas quanto 30 MHz. A ótima
freqüência de ultra-som para qualquer aplicação representa de um trade off entre

a) a necessidade para adquirir imagens de ultra-som com um grau alto de resolução de


espaço, ditando uso de freqüências mais altas, e

b) a necessidade para obter penetração " adequada " no tecido. Imagens profundas em
tecido está limitada por atenuação da onda de ultra-som, e isto fica mais severo quando a
freqüência de ultra-som é aumentada.

A modalidade mais comum usada em ultra-som médico é chamada imagem de modo - B. Um


transdutor de ultra-som é colocado contra a superfície de pele de pacientes, diretamente em cima da
região a ser mapeada. O transdutor envia um pulso muito breve de ultra-som no tecido. O pulso viaja
ao longo de um feixe, muito parecido com um feixe de uma luz de sinal em um aeroporto. Interfaces no
caminho refletem de volta uma parte da energia de ultra-som para o transdutor. O transdutor, de novo,
converte a energia refletida em sinais de eco que são enviados a amplificadores e circuitos de
processamento de sinais dentro do hardware da máquina de mapeamento. O exato, micro-segundo
decorrido entre quando o transdutor primeiro lançou um pulso de ultra-som e quando apanhou o eco
de volta diz à máquina quão distante a interface refletora está do transdutor.

Após todos os ecos serem capturados ao longo do primeira feixe, o transdutor envia um
segundo pulso ao longo de uma direção do feixe ligeiramente diferente no tecido. Os ecos são
capturados do mesmo modo e são enviados ao hardware de máquina. Então outro pulso é lançado
numa direção ainda diferente, e assim sucessivamente. Muito parecido com o feixe de uma luz de sinal
é varrido pelo céu noturno, o feixe pulsado de um transdutor de ultra-som é varrido ao longo do corpo,
mapeando refletores e outras interfaces e formando imagens bidimensionais.

35
Acústica Acústica na medicina

Os feixes são varridos e são formadas imagens de ultra-som muito rapidamente, essencialmente
em " tempo – real. Como os cabos de operador o transdutor em contato com a pele, a imagem aparece
ao vivo em um monitor vídeo. Movendo e manipulando o transdutor visões internas diferentes são
estabelecidas. As imagens representam visões tomográficas, ou de seções transversais, ou do plano que
o feixe foi por ele varrida.

Ultra-som provê imagens de qualquer região no corpo onde há um caminho de tecido mole
entre a sonda - ou transdutor de ultra-som - e a região de interesse. Em mapeamentos abdominal, por
exemplo, com o transdutor é colocado na superfície de pele abaixo das costelas o sonógrafo pode ver o
fígado, vasos sangüíneos dentro do fígado, aorta, rins, pâncreas e baço. Com preparo oral especial, o
estômago e até mesmo os intestinos podem ser vistos. São descobertas condições de doença difusas,
como cirroses e doença mais ao vivo, focal infiltrada gordurosa, como tumores cancerosos e
anormalidades de vasilha. Outras áreas de exame de ultra-som comuns incluem o coração, a pélvis, o
pescoço e os braços e pernas. Em algumas aplicações é vantajoso utilizar transdutores de cavidade de
intra - uterina para fim para cima visões do útero, os ovários, a próstata e o cólon.

TERAPIA ULTRA-SÔNICA

O termo " ultra-sônico" refere-se a ondas ou vibrações sonoras que possuem uma freqüência
além da capacidade auditiva do ouvido humano. O limite superior de audição de um indivíduo jovem é
de cerca de 20.000 ciclos por segundo; por conseguinte, qualquer freqüência superior a 20.000 ciclos
por segundo é considerada ultrasônica. A velocidade depende da elasticidade e da densidade do meio
através do qual as ondas se propagam. Não podem ser transmitidas através do ar.

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ULTRA-SOM

1. Produção de calor.

2. Alívio do edema.

3. Desagregação de exsudatos e precipitados

36
Acústica Acústica na medicina

4. Aumento do metabolismo intracelular

5. Produção de anestesia local causando alívio imediato da dor.

6. Micromassagem pela penetração profunda das vibrações.

EQUIPAMENTO

O equipamento utilizado para a aplicação terapêutica da energia ultra-sônica consiste em um


gerador de corrente de alta freqüência e de um aplicador, algumas vezes conhecido como cabeçote de
uItra-som . O gerador produz oscilações elétricas com a freqüência desejada, ocasionando vibração e
produção de ondas sonoras pelo transdutor localizado no aplicador. Esta energia sônica é transmitida
aos tecidos humanos pela superfície do aplicador

MÉTODOS E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

Como as radiações ultra-sônicas não podem ser transmitidas pelo ar, deve-se estabelecer um
contato isento de ar entre o aplicador e o tecido. Por isso, aplica-se um meio de contato entre o
aplicador e a pele, como óleo mineral ou água. Se se utilizar óleo, deve ser aplicado na pele do local a
ser tratado e a face do aplicador é movida sobre a pele com leve pressão. No caso de áreas maiores, é
aplicado com movimentos de deslizamento e, nas áreas menores, com movimento circular. O contato
por meio de água representa um método conveniente para o tratamento dos membros. Ao se utilizar a
água, tanto a parte do corpo a ser tratada quanto a face do aplicador devem estar imersas. Quando se
emprega esta técnica subaquática, o aplicador é mantido a uma distância de 1 a 2 centímetros da pele e
é movido lentamente em círculos. A finalidade de mover o cabeçote de ultra-som é assegurar uma
distribuição uniforme da energia e evitar a necessidade de localizar com precisão pequenos alvos, tais
como nervos, gânglios ou vasos sangüíneos.

A medida que as ondas sonoras se propagam pelo tecido, parte da energia é transformada em
calor. Este calor pode atingir uma profundidade de 5 centímetros ou mais. No tecido mais ou menos
homogêneo, o aquecimento é muito uniforme. Tal fato é conhecido como aquecimento de volume.
Quando os raios ultra-sônicos são detidos por interfaces existentes nos tecidos, como entre os ossos e
os músculos, ocorre um aumento de aquecimento local na área da interface. Tal fenômeno tem sido
denominado aquecimento estrutural. O aquecimento localizado. nas interfaces, produzido pela radiação
ultra-sônica não é causado por nenhuma outra forma de termoterapia.

37
Acústica Acústica na medicina

Em resumo, pode-se dizer que o aquecimento de tecidos pelo ultra-som pode ser obtido com
uma profundidade de penetração satisfatória e com máxima absorção pelo tecido muscular. As ca-
racterísticas do feixe da radiação ultra-sônica, permitem uma melhor localização do que a obtida por
outras formas de termoterapia.

DOSAGEM

Na atualidade, não existe nenhuma dosagem estabelecida para a terapia ultra-sônica, mas a
dosagem para finalidades terapêuticas deve ser limitada. A dosagem ultra-sônica depende da
intensidade e do tempo, sendo o produto destes fatores geralmente expresso em watts-minuto. A
intensidade da energia sonora utilizável no cabeçote de ultra-som (transdutor) costuma ser expressa em
watts por centímetro quadrado da superfície energizada. As intensidades terapêuticas de 0,5 a 2,0 watts
por centímetro quadrado têm-se mostrado úteis. O tratamento subaquático exige maiores intensidades
devido à absorção e reflexão das ondas pelo meio. O tempo de tratamento é progressivo, iniciando-se
com 5 minutos e aumentando-se este período até um máximo de 8 a 10 minutos por área de
tratamento. Uma série de tratamentos requer seis a doze aplicações realizadas diariamente, de acordo
com alguns especialistas, ou em dias alternados, de acordo com outros.

Ao determinar a dosagem, é conveniente lembrar que as patologias agudas requerem um


tratamento de baixa intensidade, enquanto as patologias crônicas necessitam de uma estimulação for-
necida por intensidades maiores. As lesões de localização profunda exigem um tratamento inicial de alta
intensidade.

Podem ser observados muitos aspectos a partir da reação do paciente durante o tratamento. Ele
não deve sentir dor, nem desconforto. Uma sensação de queimadura, formigamento ou dor, indica que
a dosagem é demasiado intensa. (Devido ao aquecimento localizado nas interfaces, pode surgir uma dor
nas áreas ósseas sem desconforto na pele.) Tal problema pode resultar: (1) do fato de não se mover o
cabeçote de maneira suficientemente rápida, isto é, deixando-o por um período de tempo muito
prolongado num local e aumentando a intensidade; ou (2) de um débito energético demasiadamente
grande. No primeiro caso deve-se retirar o cabeçote de ultra-som da área de desconforto; no segundo
caso, deve-se reduzir a energia do gerador. A dor pode ser considerada como uma linha natural de
defesa contra dosagens excessivamente altas. Em geral, é conveniente iniciar o tratamento com
dosagens baixas e aumentar progressivamente o tempo e a intensidade.

38
Acústica Acústica na medicina

INDICAÇÕES PARA USO

Em algumas clínicas e hospitais, a terapia ultra-sônica é utilizada em combinação com outras


modalidades de fisioterapia, tais como radiação infravermelha, diatermia e banhos de turbilhão.

Os investigadores e clínicos têm utilizado a terapia ultra-sônica para as seguintes doenças:

Bursite Osteoartrite

Cicatrizes Periartrite

Fibrosite Radiculite

Neuroma doloroso Artrite reumatóide

CONTRA-INDICAÇÕES

Apesar de a terapia ultra-sônica ser considerada como uma forma segura de tratamento, não
deve ser utilizada em doenças que são agravadas por ela ou no tratamento de doenças que respondem
a outros tipos de tratamento.

Alguns especialistas advertiram. contra o uso do ultra-som diretamente sobre o cérebro, olhos,
ouvido médio e interno, órgãos reprodutores, plexos viscerais e grandes gânglios vegetativos.

Deve-se evitar a aplicação de ultra-som ao coração e gânglio estrelado nos pacientes com
cardiopatias.

Deve-se ter muita cautela ao se considerar o uso do ultra-som em pacientes com doenças
malignas, uma vez que foi registrada a ocorrência de estimulação do crescimento do tumor e mesmo de
metástases após sua aplicação.

A PRODUÇÃO DA FALA

Os sons da fala normal são produzidos por modulação de um fluxo de ar para fora. Para a
maioria dos sons os pulmões fornecem o jato de ar, que flui através das cordas vocais , algumas vezes
chamadas as glottis, e várias cavidades vocais e saem do corpo através da boca e por um ligeiro grau
através da narina (Fig. 31). Os sons da fala produzidos deste modo são chamados sons vocais. Alguns

39
Acústica Acústica na medicina

sons são produzidos na porção oral do região vocal sem o uso de cordas vocais - estes são
chamados sons não vocais. Exemplos são p, t, k, s, f, th, e ch. O p, t e k são sons "explosivos"; o s, f, e th
são sons fricção; e o ch é uma combinação dos dois tipos. Os sons não vocais envolvem fluxo de ar
através de compressões ou "past edges" formados pela língua, dentes, lábios e palato. Tente fazer
alguns desses sons e note como você usa sua língua, dentes, e lábios no processo.

40
Acústica Psicoacústica

Psicoacústica

A psicoacústica, disciplina que se encontra na fronteira entre a acústica e a fisiologia auditiva,


ocupa-se essencialmente das relações entre as características do som e a sensação auditiva que ele
provoca.
Designa-se sonoridade à componente da percepção auditiva ligada à intensidade acústica. Essa
sensação, principalmente ligada à pressão acústica, permite-nos diferenciar um som forte dum som
fraco.

CARACTERÍSTICAS DA SONORIDADE

Limiar auditivo
Chamamos limiar auditivo da audição ao nível mínimo de pressão acústica eficaz necessária para
provocar uma sensação auditiva, num ambiente silencioso. O limiar varia para cada ouvinte e para cada
frequência.

Limiar de desconforto
Para cada frequência, limiar de desconforto corresponde ao nível mínimo de pressão acústica eficaz
necessária para produzir uma sensação de desconforto auditivo.

Limiares normais
O limiar normal (absoluto e de desconforto) corresponde ao valor médio dos limiares (absolutos e de
desconforto) dum grande número de indivíduos normouvintes

CAMPO AUDITIVO

Nas frequências audíveis, a área delimitada pelas curvas do limiar auditivo e do limiar de
desconforto define o campo auditivo, zona de sensação auditiva ou área de audição. A dinâmica do
campo auditivo é a diferença entre as duas curvas dos limiares.

41
Acústica Psicoacústica

O campo auditivo humano está compreendido entre uma pressão acústica de 0,02 mPa (0 dB
SPL) e 20 Pa (120 dB SPL). Estes valores do campo auditivo aplicam-se apenas para as frequências
compreendidas entre 0,5 e 8 kHz, onde a sensibilidade do ouvido é melhor. Para frequências inferiores e
superiores é necessária uma pressão acústica muito superior para atingir o limiar auditivo.

Nota: Por antropomorfismo, designamos por infrassons todas as frequências inferiores a 20 Hz,
mesmo que sejam audíveis para o ouvido de certos animais (ex: toupeira) em que a gama de perceção
auditiva se estende a mais uma ou duas oitavas nos graves. Da mesma forma, designamos ultrassons a
todos os sons acima de 20 kHz, apesar do cão ouvir até aos 40 kHz e o morcego até aos 160 kHz, ou seja
respetivamente uma e três oitavas mais que o homem, nos agudos.

Curvas de iguais intensidades sonoras ou curvas isossónicas.

Uma curva isossónica representa o conjunto de sons puros que produzem a mesma sensação de
intensidade, a mesma sonoridade, em função da frequência ( de acordo com a norma iso 206 e 2003).

42
Acústica Psicoacústica

Figure f representação de curvas isossonicas medias de 50 jovens normouvintes, obtidas numa câmara anecóica,
em audição binaural em campo livre

A unidade para caracterizar uma curva isossónica é o fone. Corresponde ao nível sonoro
expresso em dB SPL a 1000 Hz. Por exemplo um som puro da frequência de 1000 Hz emitido a 20 dB SPL
é igual a 20 fones, tal como um som puro da frequência de 100 Hz emitido a 43 dB SPL.
Nota: O fone é igual ao dB SPL unicamente para um som da frequência de 1000Hz.

O Sone

Não sendo o fone um índice de sensação mas sim de igualdade de sensações,foi criada uma
segunda unidade: O sone. Para níveis superiores a 40 fones e para as frequências médias, o sone está
ligado ao fone pela relação:

sone = 2(fone-40)/10. Assim a 1000Hz, um som de 40 fones valerá 2(40-40)/10= 1 sonio

43
Acústica Psicoacústica

A sonoridade varia de forma diferente em função da frequência. Em comparação com sons de 1


e 8 kHz, a sonoridade dum som de 0,1 kHz aumenta muito mais rapidamente. Isto reflete que a
dinâmica auditiva a esta frequência é inferior à dinâmica auditiva para um som de frequência de 1 kHz
ou 8kHz (ver acima, campo auditivo).

Limiar diferencial absoluto de intensidade.

É a mais pequena variação de intensidade física que provoca uma variação de sonoridade.
Depende quer do nível de intensidade quer da frequência. Nas intensidades mais fortes, o ouvido é
capaz de distinguir diferenças de intensidades de apenas 0,4dB. Estima-se em 150 o número de escalões
de sonoridade.

SONORIDADE E BANDAS CRÍTICAS DO OUVIDO

Se apresentarmos ao mesmo ouvido um som complexo composto de dois sons puros de


frequências diferentes mas próximas, a sonoridade mantem-se a mesma desde que a diferença entre as
2 frequências seja inferior à largura da banda crítica; Se ultrapassa a largura da banda crítica, a
sonoridade aumenta.

44
Acústica Psicoacústica

As bandas críticas podem ser comparadas com um conjunto de filtros de passa-banda justapostos em
que as frequências de corte não são fixas ao longo da cóclea mas sim em função da composição
frequencial do som que é apresentado.

EFEITO DE MÁSCARA (MASCARAMENTO)

A perceção dos diversos componentes dum som complexo não se faz de forma independente.
Com efeito, por razões fisiológicas, a perceção de certas frequências impede a perceção doutros
componentes: é o efeito de máscara.

Figure g limiares auditivos obtidos sem mascaramento em verde e com mascaramento por banda de ruído (1100a
1300Hz) a diferentes níveis de intensidade

A vermelho, podemos verificar a modificação dos limiares auditivos obtidos para um nível de
ruido de 60 dB SPL. Por exemplo, um som puro de 1000 Hz só será percebido a uma intensidade de 45
dB SPL em vez de 3dB SPL na ausência de ruido.

Este gráfico mostra igualmente que o efeito do mascaramento aumenta com a intensidade e é
mais pronunciado nas frequências agudas. Dito doutra forma, as frequências graves mascaram mais
facilmente as altas frequências que o inverso.

Existe também um mascaramento central, isto é, uma modificação da perceção da intensidade


do som teste, a nível central e não periférico. Por exemplo, quando se estimula um ouvido com um som
puro e o outro com um ruido, a influência do mascaramento do ruido sobre os centros vai modificar a
sonoridade do som puro. Portanto, cria-se um mascaramento sem atuar sobre o ouvido em estudo.

45
Acústica Psicoacústica

OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM A SONORIDADE

O efeito da duração
A sonoridade aumenta até um valor crítico compreendido entre 50 e 400 ms e depois diminui
ligeiramente.

A previsibilidade do sinal
Quando um ouvinte espera um som de forte intensidade, a sonoridade que este provoca é
menor do que se não o esperasse.

Reflexo estapediano
Este reflexo atua essencialmente sobre sons breves de frequências médias e intensidades
superiores a 80 dB. Ele atua tornando mais rígida a cadeia tímpano-ossicular, o que se traduz
numa diminuição da vibração sonora e por consequência numa diminuição da sonoridade. No
entanto, este reflexo é fatigável.

Fadiga auditiva
Depois da exposição do ouvido a um ruído muito intenso, observa-se a elevação dos limiares
auditivos devido à fadiga das fibras nervosas. Podemos perceber este fenómeno quando saímos
duma discoteca ou depois de usar um leitor de MP3.

46
Acústica Fórmulas da Acústica

Fórmulas de Acústica

Velocidade de propagação do som em meios gasosos

Velocidade de propagação

Velocidade de propagação em
um mesmo gás com
diferentes temperaturas

Intervalo acústico

Intervalo entre dois sons

Intensidade sonora

Intensidade sonora

Limiar da sensação audível


(LSA)
Limiar da sensação dolorosa
(LSD)

Nível Sonoro

Tubos sonoros

Tubos abertos

47
Acústica Fórmulas da Acústica

Tubos fechados

Efeito Doppler

Frequência sob efeito Doppler

48
Acústica Bibliografia

Bibliografia

Wikipédia. Acústica. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/


Ac%C3%BAstica#Engenharia_Ac.C3.BAstica>. Acesso em 28/08/2012.

Mello,V.L.M. Ondas Sonoras. Disponivel : https://www.infolivros.org/livros-pdf-


gratis/fisica/fisica-acustica/

So física. Formuls da acustica.Tubos sonoros.Efeito Doppler. Disponivel em: Fórmulas de


Acústica - Só Física (sofisica.com.br). Efeito Doppler - Só Física (sofisica.com.br) Tubos
sonoros - Só Física (sofisica.com.br).

Cochlea. Psiacustica. Disponivel em : Psicoacústica | Cochlea

Kenhub. Anatomia do ouvido humamo. Disponível em: Ouvido - Anatomia, constituintes,


sistema auditivo | Kenhub

49

Você também pode gostar