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Aula de Fundamentos da dor 30.06.22 – Dr.

Franklin Reis

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO EM DOR

Teremos que fazer Anamnese com base nessa aula

DOR é considerada como o 5º sinal vital juntamente com a PA + FC + FR + Temperatura


Dor em qualquer nível (hospitalar/ambulatorial) deve ser feita avaliação ativa da dor – perguntar
se ele tem dor, mesmo por qualquer outro tipo de queixa.
Se ele disser que sim, está com dor, começar as perguntas da dor:

AVALIAÇÃO BIOMÉDICA DA DOR – Fazer anamnese seguindo esse roteiro


Seguir esse roteiro na Anamnese

AP: Antecedentes Pessoais


AF: Antecedentes Familiares

Existe a necessidade de fazer Avaliação Biopsicossocial

1. IDADE E SEXO
Importância: se paciente tem cefaleia, sexo feminino – possibilidade de ser enxaqueca
migrânea;
Ao contrário, do sexo masculino – a cefaleia mais frequente é cefaleia em salvas
Paciente jovem, homem – é uma pista a mais
 Migrânea - mulher
 Cefaleia em Salvas – homem jovem
 Arterite Temporal - idoso com dor de cabeça recente; risco se não tratar: perda de
visão.

2. LOCAL, INÍCIO E FATOR INICIAL


Local: nome da parte anatômica e não o nome de doenças
Ex.: dor no cotovelo do lado direito.
Não posso colocar nome de doença da localização da dor do paciente, por mais que seja uma
doença clássica dessa localização como epicondilite lateral, coloco dor no cotovelo na região
medial (ideal é caracterizar o melhor possível anatomicamente onde é a dor do paciente).

Início: notar se a cefaleia é progressiva (durante um tempo) ou súbita (de uma hora pra outra).
Ex.: Cefaleia de início súbito pode ter sido devido AVC – fenômenos hemorrágicos são súbitos
(paciente está bem e rompe artéria/veia e começa apresentar sintomas)
Ex.: Cefaleia progressiva pode ser de Câncer cerebral
É importante identificar na história se começou logo, ou se já teve início antes ou tardio ou se
veio progressivamente aumentando

Fator que inicia: escovar os dentes, se barbear e mastigar – podem ser gatilhos
Se o paciente consegue relacionar que a partir de algum evento ele começou sentir aquela dor

Dor Neuropática – lesão de um nervo – principalmente quando é dor em ardência, queimação e


choque
Dor Nociceptiva – ativação de nociceptores

3. TIPO DA DOR E IRRADIAÇÃO


- Perguntar “Como que é a sua dor?”
- Não sugestionar como é a dor do paciente;
- Se o paciente não conseguir caracterizar, aí pode se citar (choque, aperto, facada,
ardência, em aperto, queimação, latejante);
- Não restringir que paciente tenha só um tipo de resposta, ele pode dizer até todas.
 Queimação
 Ardência
 Choque
 Facada
 Aperto
 Latejante

4. DURAÇÃO E FREQUÊNCIA
Duração: quanto tempo dura uma crise naquele determinado momento: 30 min, 1h, 2h?
Frequência: quantas vezes tem em um intervalo de tempo – dia, hora, mês,
“Como é sua dor, acontece quantas vezes no dia?”
Acontece 3x por minuto (frequência) ou 1x por dia (frequência diária) ou o tempo todo:
contínua (frequência e duração)

Ex.: Cefaleia Trigêmio Autonômicas


Todas têm Características autonômicas como: lacrimejamento, hiperemia ocular, ptose
palpebral, cefaleia na região temporal, anidrose na face. E o que diferencia uma da outra é a
duração:

5. INTENSIDADE (MENSURAÇÃO)
 Escala de acordo com característica do paciente
- Adulto, cognitivo: usamos Escala Verbal (de 0-10 quanto você dar para sua dor? Dar um
parâmetro para o paciente (0 nenhuma dor, 10 é a pior dor que já sentiu) ou analógica ou
virtual.
- Devemos individualizar a dor do paciente – Perguntar “Qual a pior dor que ele já sentiu na
vida?” e ele usar isso como parâmetro.
 Usar a mesma escala para reavaliação – não importa o tempo da reavaliação (após 1
mês, 1 hora depois, 2 meses depois, uma semana depois), usar a mesma escala.
 Mudar escala somente se as condições do paciente mudarem
Ex.: paciente chega no pronto socorro com dor e está conversando – aplico escala verbal, mas,
após fazer algum exame, ou tomar medicamento, se ele rebaixar e for intubado, ele vai ter que
usar outra escala.
6. FATORES AGRAVANTES E ATENUANTES
 Agravantes: o que piora
- Se pct tem Lombalgia e dói quando ele fletir a coluna, posso pensar em doença discal.
- Se ele tem Lombalgia e piora quando ele estende a coluna, posso pensar em estenose de Canal
Lombar, Espondilolistese, por ex.
 Atenuantes: o que melhora
Paciente com dor de cabeça e melhor quando ele vai para um quarto escuro, pode ser Cefaleia
Migrânea – enxaqueca.

7. EPISÓDIOS E TRATAMENTOS PRÉVIOS


 Quanto foi? Duração, dose/ sessões/ melhora perceptível?
Exemplos: Medicamentosos, Fisioterápicos, Acupuntura, Psicológico;
Perguntar se já fez tto para dor e ele fala que fez fisioterapia: Perguntar: Quando foi que você
fez? Quantas sessões você fez? Qual medicamento usou? Qual a dose?
Fez acupuntura: Quantas sessões? Teve melhora perceptível ou não?

AP: Sempre perguntar: “Já sofreu algum trauma importante? Já passou por alguma
cirurgia? Já teve algum câncer?
8. ANTECEDENTES PESSOAIS (AP) E ANTECEDENTES
FAMILIARES (AF)

Perguntar a respeito de histórico de Enxaqueca na família (Migrânea é hereditário);


perguntar se já teve CA na família.

AVALIAÇÃO BIOPSICOSSOCIAL
 Estado de humor
 Catastrofização, ansiedade, depressão, medo
 Qualidade do sono – sono reparador; dorme tantas horas.
 Apetite/Estado Nutricional – alimentos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios - Ex.:
paciente inflamado se alimentando ruim, terá mais dificuldade de melhorar
 Atividades Diárias de rotina – Ex.: pct não tem vida social, não tem relações
interpessoais.
 Profissão (Qual/Satisfação com a profissional) e Ergonomia
 Atividades Físicas/Sedentarismo – quando pratica atividade física regular há liberação
de opióides endógenos, fortalecimento muscular, consequentemente tende a sentir
menos dor; quando tem dor, tende a parar de fazer atividade física; mas não pode ter dor
e ficar totalmente parado, só piora.
 Álcool e Tabagismo – muito relacionado a dor – é fundamental que paciente com dor
se abstenha disso.

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