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eu floresta
Biogeociências e Florestas
Caracterização das propriedades tecnológicas da madeira de matá-
matá (Eschweilera coriacea [DC.] SA Mori, E. odora Poepp. [Miers] e E.
truncata AC Sm.) por Espectroscopia de Infravermelho Próximo
Cristiano Souza do Nascimento (1)
Claudete Catanhede do
Nascimento (2),
(2)
Roberto Daniel de Araújo ,
,
José Carlos Rodrigues Soares (3)
(4)
Niro Higuchi
(1) Programa de Pós-Graduação em Floresta Tropical
Ciência (PPG-CFT), Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (INPA). Av. Efigênio Sales, 2.239 -
Aleixo - CEP 69060-020, Man aus, AM (Brasil); (2)
Laboratório de Engenharia e Artefatos de Madeira (LEAM/
COTEI), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA). Av.
André Araújo, 2.936 - Petrópolis - CEP 69067-
375, Manaus, AM (Brasil); (3) Mestre, Programa de Pós-
Graduação em Ciências Ambientais e Florestais (PPG-
CIFA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Av.
Rodrigo Otávio, Coroado - CEP 69067005, Manaus, AM
(Brasil); (4) Laboratório de Manejo Florestal (LMF/
CODAM), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA). Av. Efigênio Sales, 2.239 - Aleixo - CEP
69060-020, Manaus, AM (Brasil)
@Cristiano Souza do Nascimento
(s-nascimento@hotmail.com)
Recebido: 10 de janeiro de 2021 - Aceito: 02 de julho
de 2021
Citação: Nascimento CS, Nascimento CC, Araújo RD,
Soares JCR, Higuchi N (2021).
Caracterização das propriedades tecnológicas da madeira
de matá-matá (Eschweilera coriacea [DC.] SA Mori, E.
odora Poepp. [Miers] e E. truncata AC Sm.) por
Espectroscopia de Infravermelho Próximo. iForest 14:
400-407. – dou:
10.3832/ifor3748-014 [online 01-09-2021]
Comunicado por: Giacomo Goli
© SISEF https://iforest.sisef.org/
Artigo de Pesquisa
doi: 10.3832/ifor3748-014
volume 14, págs. 400-407
, O objetivo deste estudo foi determinar as propriedades tecnológicas (químicas,
mecânica e física) de Eschweilera sp. madeiras usando espectroscopia de infravermelho
próximo (NIRS). A espectroscopia NIR provou ser eficiente para análises químicas
(extrativos, lignina e carboidratos) e testes físico-mecânicos (teor de umidade, densidade
básica - BD, módulo de elasticidade - MOE e módulo de
ruptura - MOR) de madeira, proporcionando uma poderosa ferramenta para uso em florestas sustentáveis
atividades de manejo na Amazônia. Amostras de madeira de três árvores de cada
Espécies de Eschweilera foram coletadas na Estação Experimental de
Florestal/INPA/Brasil. As amostras foram extraídas da área de seção transversal
(20 × 20 × 30 mm) no sentido alburno-cerne. Espectros NIR (4.000-
10.000 cm-1) foram então obtidos das amostras (umidade 12%) usando
Espectrometria de transformada de Fourier. A regressão dos mínimos quadrados parciais (PLS)
modelos de previsão para as propriedades químicas, mecânicas e físicas de
Madeiras amazônicas foram usadas para quantificação. Os resultados para os extratos
totais (tanto em tolueno quanto em etanol) e solubilidade em água quente mostraram uma
concentração máxima de extrativos de 7,66% e 3,13% para E. odora (matá amarelo matá),
incluindo vários compostos de baixo peso molecular, como resinas ,
gomas, terpenos, alcalóides, flavonóides e taninos. A maior concentração
de substâncias fenólicas (taninos) foi encontrado em E. Truncata (matá-matá preto,
10,00%). Os macrocomponentes (metabolismo primário) das espécies de Eschweilera
estavam na faixa de 44,20-46,33% para celulose e 28,89-31,21% para lignina.
Os compostos minerais (cinzas) foram quantificados em concentrações < 0,70%. Os
resultados preditivos para as propriedades físicas e mecânicas da madeira de matá-matá
estão na faixa padrão para madeiras tropicais. O maior poder calorífico (HCV)
variou de 4,993-5,033 cal g-1 e o BD de 0,78-0,88 g m-3 . Em relação a
umidade, o maior teor foi observado em E. truncata (13,46%). Valores
para resistência mecânica estavam na faixa de 14.253-17.447 MPa para MOE
e 146,04-175,73 MPa para MOR, com a maior força atribuída a E.
madeira truncada . Os valores obtidos para as propriedades tecnológicas da madeira de
E. coriacea (matá-matá branco), E. odora (matá-matá amarelo) e E. truncata
(matá-matá preto) foram compatíveis com os obtidos por determinação destrutiva de
espécies tropicais e também para outras espécies do gênero Eschweil
era.
Palavras-chave: Eschweilera, Madeiras Amazônicas, Química da Madeira, Propriedades
Físico-Mecânicas, Espectroscopia NIR, Manejo Florestal
Introdução métrica, o que reduz drasticamente a
A floresta amazônica é considerada um tamanho de suas populações e podem gerar
das maiores fontes de madeira tropical do escassez de fornecimento de madeira dessas
do mundo, com uma produção no final do espécies no futuro próximo. No outro
2014 de cerca de 31 milhões de m³ do Por outro lado, espécies amplamente abundantes e
estados brasileiros do Acre, Amazonas, Mato com diâmetro padrão menor são negligenciadas e/ou
Grosso e Pará (OIMT 2015). Este cenário relegados a segundo plano, pois seu potencial
seria satisfatório se essa produção de uso e indicação para os mercados é
oriundos de Programas de Manejo Florestal ainda não conhecido (Fróes et al. 2019). Muitos
Sustentável que combinam essas espécies são adequadas para o manejo
exploração com princípios legais, econômicos florestal e não são comercializadas devido
e ecológicos (Balboni et al. 2018). No ao desconhecimento de suas propriedades;
neste nível, já foram catalogadas 6.000 espécies estes incluem Eschweilera sp. e Couratari
botânicas de hábito arbóreo; stellata (Lecythidaceae), Bixa arborea (Bix
no entanto, as espécies comerciais estão aceae), Helicostylis pedunculata (Mora ceae),
limitadas a um número de 100 (Garcia et al. 2012). Inga sp. e Tachigali chrysophylla
Exploração seletiva na Amazônia de (Fabaceae), entre outros (Balboni et al.
as chamadas “bosques comerciais” restringem- 2018, Freitas & Vasconcellos 2019).
se a uma dezena de espécies com grande di As espécies madeireiras conhecidas na Amazônia
400 iForest 14: 400-407
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Nascimento CS et al. - iForest 14: 400-407

pesquisa e indústria para controle de qualidade em

últimos anos é a espectroscopia no infravermelho próximo
(NIRS), que permite correlacionar os espectros com
várias propriedades de
madeira. Esta técnica é considerada robusta
uma vez que combina modelagem matemática
com a química (quimiometria), associando os aspectos
físicos, mecânicos e biológicos
propriedades da madeira (Varejão et al. 2012,
Tsuchikawa & Schwanninger 2013, Mancini
et ai. 2019). Acredita-se que o NIRS
metodologia é a principal ferramenta para a
caracterização tecnológica da madeira que
pode ser aplicado com segurança e rapidez ao
manejo florestal sustentável na Amazônia. Diante
disso, este estudo teve como objetivo
determinar as condições físicas, mecânicas e
propriedades químicas das madeiras de matá-matá
(Eschweilera coriacea [DC.] SA Mori, E.
odor Poepp. [Miers] e E. truncata AC
Sm.) usando espectroscopia de infravermelho próximo –
NIRS.

Materiais e métodos
Fig. 1 - Localização geográfica da área de coleta da amostra.

como matá-matá (Eschweilera sp.) são abundantes e
amplamente distribuídos em várias regiões da floresta
amazônica, mas há
são grandes lacunas em nosso conhecimento
características tecnológicas. Compreender a relação
entre essas características é importante para
reconhecer quais
combinação de propriedades da madeira é a
mais adequado para usos específicos (Fróes et al.
2019, Nascimento et al. 2019).
A caracterização tecnológica é fundamental para a
indicação/utilização da madeira, principalmente
quando se pretende introduzir
espécies novas ou pouco conhecidas para o mercado,
fornecendo uma gama de opções e adicionando
valor para as novas madeiras. Neste contexto, como
avaliação das propriedades de superfície, umidade,
densidade, potencial energético, teor de sílica, cor,
cheiro, proteção biológica,
etc., fornece informações úteis para
recomendar o melhor uso desta ma crua
terial (Varejão et al. 2012, Fernandes et al.
2017).
A estimativa da qualidade da madeira é suportada
por metodologias confiáveis, e ferramentas para
avaliar as propriedades da madeira estão em
constante evolução, impulsionadas pela busca de
métodos mais rápidos, precisos e de menor custo
para o estudo deste material (Liu et al.
2007). Avaliação não destrutiva (NDA)
de madeira permite a estimativa de importantes
propriedades tecnológicas sem alterar
sua estrutura, preservando o material e
não comprometendo assim o seu uso. Na maioria
casos, métodos não destrutivos são baseados
na investigação de correlações e ajuste de modelos
de calibração entre
as propriedades de interesse e outras que
são mais fáceis de medir, quais classes esses
como métodos indiretos (Bieker & Rust 2010).
Uma das ferramentas não destrutivas mais
poderosas que vem ganhando espaço na
Site de estudo
A pesquisa foi realizada com espécies
de floresta secundária de terra firme no INPA/
Silvicultura Tropical Experimental do Brasil
Estação (02° 35ÿ 55,5ÿ S, 60° 02ÿ 14,8ÿ W),
localizada no km 23 da rodovia ZF-2 (Fig. 1),
acessado a partir do km 50 da Rodovia BR-174
(Manaus– Boa Vista). Em um terreno de 1 hectare
(subparcelas de 100 × 4 × 25 m), foram inventariadas
128 árvores de diferentes espécies, com destaque
para as espécies de Eschweilera, que
é o gênero dominante na região (Floresta Amazônica
Central) e é promissor
para fins comerciais. Nove árvores foram
selecionados aleatoriamente para exploração, com base
em características semelhantes entre indivíduos da
mesma espécie, como diâmetro
na altura do peito (DAP) e na altura. Esses
as árvores estavam na classe 25 cm ÿ DAP ÿ 50 cm
de diâmetro e análises visuais da
estado de saúde de cada árvore também foram
Fora. Discos de 10 cm de espessura foram cortados em
DAP de três indivíduos de cada espécie,

Aba. 1 - Dados de modelagem NIR usados para prever as propriedades tecnológicas das madeiras de Eschweilera . (n): número de amostras; (Rc2 ): Coeficiente de
determinação - Calibração; (RMSEC): Raiz quadrática média do erro de calibração; (RMSEP): Erro quadrático médio de predição;
(RPD): Relação desempenho/desvio.

Espectral % de
Modelos Tratamento/suavização n Rc2 RMSEC RMSEP RPD Faixa padrão
intervalo (cm-1) incerteza
nd
Extrativos 2 derivado Norris 7500-4540 120 0,99 0,09 0,42 4,09 0,82 1,08-17,30%

Polifenóis 2 nd derivado Norris 6100-5900 120 0,95 2,48 5,68 4,66 9.06 0,13-13,60%
Água quente 2 nd derivado Norris 7500-4540 120 0,98 0,68 0,07 3,22 0,12 0,17-13,90%
nd
Lignina 2 derivado Norris 6070-5000 60 0,99 0,46 5,43 3,01 10,04 21,56-44,35%
2º
Celulose lugar derivado Norris 5000-4000 60 0,99 0,12 3,85 3,05 4,55 35,00-54,85%
2º
Cinza lugar
derivado Savitzky-Golay 8450-7300 120 0,97 0,11 0,47 5,01 0,61 0,04-3,00%
2º
Umidade lugar derivado Norris 6070-5500 60 0,99 0,15 1,30 3,53 1,40 10,14-15,51%

Maior valor calórico 1

rua
derivado Savitzky-Golay 7450-4090 90 0,94 49,30 62,40 3,99 4,01 4000-5263 cal g-1
Densidade básica Não tratado 10.000-4.000 64 0,91 0,07 0,10 3,69 11,02 0,40-1,00 g cm-3
Módulo de elasticidade 1
rua
derivado Savitzky-Golay 5360-4000 120 0,90 1,25 1,91 4,09 4,36 7060-19420 MPa
2º

Módulo de ruptura lugar

derivado Savitzky-Golay 6020-5075 120 0,89 16,10 28,00 5,82 12,20 46,68-200,42 MPa

401 iForest 14: 400-407

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Propriedades tecnológicas da madeira de matá-matá por espectroscopia NIR

Eschweilera coriacea (matá-matá branco), E.

Aba. 2 - Resultados das propriedades químicas das madeiras de Eschweilera por métodos não destrutivos
odora (matá-matá amarelo) e E. truncata
metodologia. Cada valor é uma média de quatro repetições. (SD): Desvio padrão,
(matá-matá preto), de onde os exemplares
As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente (p>0,05) após o teste de Tukey.
(20 × 20 × 30 mm) foram fabricados coriacea
E.

da seção transversal, na direção de

Quente
o alburno. Dez espécimes foram extraídos de cada Estatísticas da espécie Polifenóis Extrativos Cinza de celulose de lignina
agua
indivíduo para obter a
espectros NIR. Amostras de cada indivíduo Máx. 6,37 6.18 1,42 31,83 47,48 0,64

foram encaminhados ao Laboratório de Anatomia da odor

E.
Min. 5,55 5,77 0,93 30,57 44,81 0,41
Madeira (COTI/INPA) para confirmação da 5,85 a 5,92 b 1,25 b 31,14 a 46,33 a 0,49 a
Média
identificação da espécie em campo.
SD 0,45 0,23 0,28 0,64 1,37 0,13
Biogeociências
Florestas
iForest
–e

Procedimentos de análise Máx. 7,66 3.01 3.13 30,66 46,43 0,65

Os espectros na região do infravermelho próximo foram Min. 5,81 1,63 2,81 24,88 43,46 0,42
truncata
E.

obtido a partir do radial e tangencial

Média 6,48 a 2,09c _ 2,76 a 28,89 a 44,64 a 0,55 a
planos dos espécimes (umidade 12%) usando um
espectrômetro de transformada de Fourier (FT NIR/ SD 1,02 0,79 0,39 3,48 1,57 0,12
Termo Fisher Scientific, modelo Antaris II). O sistema Máx. 6,45 10,00 2.14 31,67 45,73 0,71
utiliza o software “Integração de Resultados” que Min. 5,59 7.06 1,75 30,86 43,29 0,66
opera nos 4.000
6,08 a 8,78 a 1,90 b 31,21 a 44,20 a 0,69 a
faixa de 10.000 cm-1 , com 16 varreduras e 8 Média
resolução cm-1 . Foram feitas três leituras SD 0,44 1,53 0,21 0,42 1,33 0,03
de cada lado da amostra para obter uma
espectro médio que representa a amostra
(Nascimento et al. 2017). 2013); (viii) determinação do maior Resultados e discussão
Regressão de Mínimos Quadrados Parciais (PLS) poder calorífico - HCV (D2015-00/2000, ASTM
modelos foram desenvolvidos por Nascimento & 2013); (ix) determinação da densidade básica - Caracterização química
Varejão (2012) e Nascimento et al. (2016) BD (NBR 7190/1997, ABNT 1997); (x) determinação A elucidação das características químicas da
para prever as propriedades químicas, físicas e do módulo de elasticidade madeira fornece a base para interpretar suas
mecânicas das madeiras amazônicas. (MOE) e ruptura (MOR) em flexão estática propriedades em uma engenharia
Esses modelos são baseados na correlação (555 - COPANT 1973). contexto, para melhor compreender
dos espectros NIR (madeira) com resultados de teste pontos fortes e limitações desta matéria-prima. O
pelo método tradicional (destrutivo Análise estatística resultado da estimativa do
metodologia), utilizando o software TQ AnalystTM . Os espectros NIR das matas de matá-matá propriedades tecnológicas do matá-matá
Isso permite resultados subsequentes para (total de 90 amostras) foram aplicados em diferentes madeiras são apresentadas na Tab. 2, Tab. 4 e
propriedades da madeira a serem obtidas modelos para prever as propriedades físicas, a análise de variância (ANOVA) na Tab. 3
meios não destrutivos, ou seja, o espectro NIR da mecânicas e químicas. Os resultados obtidos foram e Tab. 5.
madeira é obtido e correlacionado com os dados submetidos a Os extrativos em solventes orgânicos (tol ueno e
quimiométricos, com a análise para obter a média, mínima e etanol) e a solubilidade em água quente apresentaram
novo espectro avaliado por similaridade com valores máximos, bem como a análise de concentrações máximas de
o conjunto de dados. testes de variância e normalidade. Quando uma 7,66% e 3,13% para Eschweilera odora (amarelo
O conjunto de dados (espectro NIR × referência diferença estatisticamente significativa na propriedade baixo matá-matá), onde esses compostos
valor) é separado em dois grupos, o sendo avaliado foi encontrado (ÿ = 0,05), o somar mais de 10% em massa seca deste
primeiro é usado para calibrar a equação (2/3 Teste de Tukey (PAST v. 2.17c – Hammer et al. espécies (Tab. 2). A análise de variância
dados) e o segundo para validar o modelo 2001) foi aplicado. Ao final, uma correlação (ANOVA) foi aplicado aos extrativos
(dados de 1/3). Os modelos testados são compostos matriz foi obtida entre as propriedades previstas. concentração e sem significância geral
por um conjunto de dados brutos, com tratamento Para isso, os dados que diferença entre as espécies (p = 0,5599) foi
matemático de testes de 1ª e 2ª derivada não atendeu a suposição de normalidade encontrado. No entanto, para a solubilidade em água, o
e também a opção de aplicar ou não filtros. foram submetidos a log10, raiz quadrada e existência de diferenças nos valores médios
Aba. 1 mostra os parâmetros quimiométricos Transformações de dados Box Cox para atender às entre as espécies (p = 0,0025 – Tab. 3) foi
usado nos modelos preditivos para propriedades pressuposto da análise de correlação de Pearson. confirmado pelo teste de Tukey, indicando
tecnológicas, com base em 1200 amostras Para as variáveis que não atendiam ao pressuposto que há uma diferença na concentração
de 40 espécies de madeiras diferentes do de normalidade mesmo após as transformações, ção em E. odora (2,76%) em comparação com E.
Floresta Amazônica, com cada espécie representada foram aplicadas as correlações de Spearman. Essas coriacea (matá-matá branco – 1,25%) e E.
por três indivíduos e 10 espécies análises foram realizadas usando o software truncata (matá-matá preto – 1,90%).
masculino. estatístico R v. 4.0.5 (R Uma gama de compostos com baixo peso molecular
Todos os modelos foram construídos a partir de originais Equipe Principal 2020). foi encontrada nos extrativos, em
dados obtidos pela metodologia tradicional, conforme
descrito em: (i) determinação de
o teor total de extrativos – etanol/tol ueno Aba. 3 - Resultado da análise de variância das propriedades químicas dos diferentes
Bosques de Eschweilera .
(D1105-96/2013, ASTM 2013); (ii) determinação do
teor de polifenóis e taninos totais (Barbosa et al.
2006); (iii) Variáveis Soma dos quadrados Quadrado médio F Valor P
determinação da solubilidade em água quente Extrativos 0,6167 0,3083 0,6398 0,5599
(D1110-84/2013, ASTM 2013); (iv) Determinação do
Polifenóis 67,4644 33.7322 33.4435 0,0006
teor de lignina (D1106-96/2013,
Água quente 3,4711 1,7355 19.1139 0,0025
ASTM 2013); (v) determinação do petróleo bruto
teor de celulose (Halward & Sanchez Lignina 10.4790 5,2395 1,2402 0,3542
1975); (vi) determinação do teor de cinzas Celulose 7,5783 3,7891 1,8514 0,2365
(D1102-84/2013, ASTM 2013); (vii) determinação da
Cinza 0,0622 0,0311 2,8426 0,1354
umidade (D2016-74/1983, ASTM

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Nascimento CS et al. - iForest 14: 400-407

Fig. 2 - Vista em corte transversal

(10×) de amostras de madeira
de matá-matá (Esch weilera sp.).
(A): E. coreacea; (B): E.
odor; (C): E. truncata; (P):
parênquima; (V): embarcações.

Biogeociências
Florestas
iForest
–e

incluindo resinas, gomas, terpenos, alcalóides, tecido lem. Aspectos anatômicos da A celulose é o polissacarídeo mais abundante na
e flavonóides. Também dentro desses compostos três espécies de Eschweilera estudadas são natureza. É formado por uma cadeia
estão várias classes químicas de substâncias apresentado na Fig. 2, onde a semelhança composto por unidades de glicose unidas por 1-ÿ, 4-
fenólicas, como os taninos. O processo de pode ser observada no parênquima paratraqueal ligações glicosídicas. As paredes das células vegetais
quantificação da extração utiliza, em vasicêntrico e nas linhas (P) e vasos solitários (V) são dispostas de forma compacta de tal forma que as
solventes gerais, apolares e/ou de baixa polaridade obstruídos por substâncias orgânicas (extrativos). as fibras apresentam regiões claramente cristalinas.
(hexano, benzeno e clorofórmio) Devido às suas propriedades químicas e físicas,
que são responsáveis pela remoção de Os macrocomponentes (metabolismo primário) assim como sua estrutura supramolecular, a celulose
resinas, ceras e óleos essenciais. Tolueno etanol, das espécies de Eschweilera estavam no está ligada à contração volumétrica da espécie (Silva
acetona, metanol e água, faixa de 44,20-46,33% para celulose e & Silva 1991, Vare jão et al. 2012).
que são solventes de média a alta polaridade, 28,89-31,21% para lignina (Tab. 2). Apesar disso
carregam uma grande quantidade de compostos variação, não foi observada diferença estatística A lignina é outro componente importante da
como flavonóides, taninos e açúcares entre as médias de cada espécie madeira. É uma estrutura amorfa, heterogênea
(Barbosa et al. 2006, Lovaglio et al. 2017). para estes compostos (lignina: p = 0,3542; e polímero predominantemente aromático,
Para os taninos, maior concentração foi observada celulose: p = 0,236). Comparando esses resultados que envolve polissacarídeos na célula
nos extrativos de E. truncata com dados da literatura para madeiras tropicais, estrutura. Caracteriza-se pela alta
(10%). O teste de Tukey confirmou a formação de verificou-se que esses valores número de grupos -OCH3 e -OH, e seus
três classes de valores para polifenóis e taninos se enquadram na faixa padrão para espécies em A estrutura química varia de acordo com
totais (p = 0,0006), com E. região (Silva & Silva 1991, Fengel & seja de madeira dura ou de coníferas. As paredes
truncata (8,78%) diferindo dos demais Wegener 2003). Quanto aos compostos minerais celulares lignificadas tendem a
duas espécies e E. coriacea (5,92%) apresentando presentes no tecido xilêmico, contrato menos do que os não lignificados. Desde
diferenças significativas em relação a E. que em tecnologia são quantificados como cinzas a lignina fornece resistência ao impacto, compressão
odor (2,09%). (um produto da carbonização), no presente e flexão, diminui a água
Metabólitos secundários (extrativos) podem estudo estes foram quantificados em concentrações permeabilidade, além de proteger
ser encontrado na lamela média, células mal do < 0,70%, sem diferença estatística contra microorganismos, impedindo a
parênquima e vasos e vazios no xy entre as espécies (p = 0,1354). penetração de enzimas destrutivas
a parede celular (Fengel & Wegener 2003, Sjö ström
2013).
Aba. 4 - Resultados das propriedades físicas e mecânicas das madeiras de Eschweilera por Extrativos, ou metabólitos secundários, incluem
metodologia não destrutiva. Cada valor é uma média de quatro repetições. SD = Desvio padrão. As uma ampla gama de compostos orgânicos,
médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente após como terpenos, ácidos graxos,
Teste de Tukey (p>0,05). (HCV): maior poder calorífico; (BD): densidade básica; (MOE): módulo compostos (principalmente compostos fenólicos)
de elasticidade; (MOR): módulo de ruptura. e óleos vegetais. Essas substâncias têm
coriacea
E.

uma função fisiológica na árvore, seja como material

Umidade HCV BD MOE MOR de reserva, para armazenamento de energia
Estatísticas da espécie
(%) (cal g-1) (g cm-3) (MPa × 1000) (MPa) ou atividade antioxidante contra estressores
Máx. 12,66 5.094 0,83 16.570 153,78 ambientais, entre outros. Eles são responsáveis por
certas características do
odor
E.
Min. 12,52 4.972 0,71 14.310 145,28
madeira, como sabor, cor, inflamabilidade,
12,58 b 5.033 a 0,78 a 15.337 b 149,32 b
Média e especialmente a resistência natural a organismos
SD 0,07 61.000 0,07 1.144 4,27 xy lófagos (Kilic & Niemz 2012).
Além de macrometabólitos e extrativos, pequenas
Máx. 13,46 5.114 0,93 14.640 147,57
quantidades de compostos minerais são encontradas
Min. 12,77 4.871 0,80 13.710 144,01
truncata
E.
na madeira, que são absorvidas do solo durante o
13.21 b 4.996 a 0,88 a 14.253 b 146,04 b
Média crescimento da madeira.
SD 0,38 121.650 0,08 484.390 1,83 árvores e depositados na parede celular. Em geral,
esses compostos são analisados em cinzas
Máx. 13,80 5.135 0,91 18.310 176,35
que é caracterizado como material alcalino
Min. 13.11 4.849 0,74 16.300 174,81
(pH 8-13), formado por carbonatos, sais e
Média 13,46 a 4.993 a 0,81 a 17.447 a 175,73 a óxidos de Ca, K, Mg, P, Na e Si (Serafi move et al.
SD 0,35 143.010 0,09 1.034 0,82 2011, Sjöström 2013).
Castilho (1984) realizou a química

403 iForest 14: 400-407

Machine Translated by Google
caracterização de Eschweilera iquitoensis
madeira (machimango colorado), uma espécie
da Amazônia peruana, usando metodologia destrutiva
tradicional, relatando
valores de 30% de lignina, 8% de extrativos totais
e 1% de cinzas. Moutinho et ai. (2011), investigando
matas de matá-matá (E. amazonica, E.
coriacea, E. idatimon e E. ovata) do
região sudeste do Pará (Brasil) registrou valores de
23,40 a 30,80% para
teor de lignina e concentrações de extrativos a partir
de 3,60% (biriba branca, E. ovata)
a 11,10% (E. coriacea). Nascimento e col.
(2019), estudando o perfil químico de extrativos de
espécies arbóreas da família Lecythi daceae da
Amazônia Central,
encontraram níveis totais de extrativos variando de
1,93% (castanha sapucaia, Lecythis usitata)
a 7,10% (E. odor), e polifenóis totais
concentrações de 0,33% (tauari branco, Cour atari
stellata) a 2,79% (tauari, Couratari gu ianensis).
Caracterização física e
mecânica
Os resultados das previsões para o físico
e propriedades mecânicas de matá-matá
madeira são apresentados na Tab. 4. A análise
de variância não detectou diferenças significativas
para os valores de maior poder calorífico
valor (HCV, p = 0,8936) e densidade básica
(BD, p = 0,3889) entre as espécies estudadas, com
o HCV variando de 4,993-
5,033 cal g-1 e BD de 0,78-0,88 g cm-3 .
Quanto ao teor de umidade, o maior valor
foi observado para E. truncata (13,46%). este
foi evidenciado pelo teste de Tukey com diferença
significativa (p = 0,0284) quando comparado com as
médias de E. Coriacea (12,58
%) e E. odora (13,21%). A mesma diferença
estatística foi observada para o módulo de
elasticidade (MOE, p = 0,0153) e módulo de
ruptura (MOR, p < 0,0001), com variação
de 14,253-7,447 MPa e 146,04-175,73 MPa,
respectivamente (Tab. 4, Tab. 5). Vale a pena
mencionando que os valores previstos para
as propriedades estão na faixa de alta
densidade florestal da Amazônia (INPA/CPPF
1991, Balboni et ai. 2018).
Kollmann & Cotê Junior (1968) e Silveira et al.
(2013) afirmam que o físico
e as propriedades mecânicas dependem da
teor de umidade da madeira, com isso
variável sendo inversamente proporcional a BD,
HCV, MOE e MOR, ou seja, quanto maior a
teor de água, maior a inter-relação das hidroxilas
com as moléculas de celulose e hemicelulose,
aumentando
instabilidade e defeitos em pedaços de madeira
e reduzindo o potencial energético, bem como
como a resistência biológica e mecânica
da madeira. A análise estatística indicou a formação
de duas
grupos com menor (E. coriacea e E. odo ra) e maior
teor de umidade (E. trun cata). Dentro dessa faixa,
Silva et al. (2014)
observou um nível de umidade de 12,16-14,22%
ao aplicar espectroscopia de infravermelho próximo
(NIR) para prever esta propriedade em madeira
resíduos da Amazônia.
O poder calorífico da madeira é um dos
iForest 14: 400-407
Propriedades tecnológicas da madeira de matá-matá por espectroscopia NIR
Aba. 5 - Resultados da análise de variância das propriedades físicas e mecânicas
dos diferentes bosques de Eschweilera .
Variáveis Soma de quadrados quadrado médio
Umidade 1,2313
HCV 2.978
BD 0,0124
MOE 15.823.089 7.911.544
MOR 794.948
1.589.897
principais parâmetros que refletem a produção de
energia deste material, juntamente com a
concentração de compostos químicos,
umidade e BD. O bioma amazônico
contém espécies florestais que não foram
estudados para fins energéticos, embora a produção
de energia a partir da madeira seja bastante difundida,
principalmente para uso doméstico e para a produção
de carvão vegetal para a indústria siderúrgica. UMA
estudo de Silva et al. (2020) utilizaram uma
metodologia tradicional para caracterizar os valores
energéticos de resíduos de madeira para a produção
de briquetes, encontrando altos valores de HCV
que variou de 5.213 cal g-1 (angelim pe dra,
Hymenolobium petraeum) a 5.832 cal
g -1 (jatobá, Hymenaea courbaril). Moutinho
et ai. (2011) encontraram valores mais baixos para vários
matas de matá-matá (Eschweilera sp.), variando de
4.438-4.758 cal g-1. No entanto, em
um dos poucos estudos utilizando predição não
destrutiva (NIR), Silva et al. (2014)
resíduos de madeira caracterizados do estado
do Amazonas (Brasil), encontrando valores de HCV
semelhantes aos do presente estudo, variando de
4.608 (cedrinho, Scleronema sp.)
a 4,928 cal g-1 (louro, Ocotea sp.).
Uma das variáveis-chave para o uso da madeira
é a densidade, que está intimamente relacionada à
composição química e estrutura anatômica
(Kollmann & Cotê Junior 1968, Vale et al.
2010). Aplicação da metodologia não destrutiva
(NIR) em madeira de Picea sitchen sis (Sitka spruce),
Pinus sylvestris (Scots
pinheiro) e 24 espécies tropicais, Nuopponen
et ai. (2006) procurou estabelecer a relação entre
constituição química
e densidade da madeira, concluindo que
madeira tinha maior densidade do que abeto e
pinhais, e verificando também que
espécies apresentaram maior teor de lignina em
sua composição do que outras madeiras.
Araújo et ai. (2019), estudando gestão
espécies de madeira na Amazônia e aplicando
a metodologia tradicional, identificou
predominância de madeira com alta densidade
(murici, Byrsonima crispa, 0,71 g cm-3; piãoz inho,
Micrandropsis sclerorylon, 1,18 g cm-3).
Dentro dessa faixa, Fróes et al. (2019) encontrado
valores médios de 0,77 g cm-3 para E. truncata
madeira aplicando o mesmo (destrutivo)
metodologia, enquanto Nascimento et al.
(2017) determinaram a densidade de E. odora
pelo NIR, obtendo valores médios de 0,80 g
cm-3. No estudo atual o matá-matá
madeiras foram classificadas como de alta densidade (BD >
0,70 g cm-3).
Conhecimento das propriedades mecânicas
de madeira é essencial para pur estrutural
F Valor P
0,6156 6,8312 0,0284
1.489 0,1146 0,8936
0,0062 1,1069 0,3898
9.0805 0,0153
107.3328 0,0000
poses. Balboni et ai. (2018) caracterizado
propriedades físicas e mecânicas de
a floresta amazônica Pseudopiptadenia
psilostachya (timborana) e E. ovata obtiveram valores
de MOE de 16.030-17.870 MPa
e MOR de 103,90-127,10 MPa, com a
maior resistência observada para a madeira da era
Eschweil . Na base de dados do Instituto
de Pesquisa Tecnológica (IPT 2020), o
espécie tropical Hymenaea courbaril é classificada
como madeira de alta resistência com MOR
de 151,8 MPa e MOE de 17.062 MPa.
Estudos preditivos baseados em alta qualidade
madeiras duras não são tão comuns. Araújo et
al. (2019) usaram a técnica Stress Wave Timer para
determinar o MOE da Amazônia
madeiras, obtendo valores a partir de 11.049 (breu
vermelho, Protium puncticulaton) para 14.201
MPa (Micrandropsis sclerorylon). Recentemente
anos, vários estudos foram desenvolvidos
validar modelos baseados em espectroscopia NIR
para prever o
propriedades da madeira maciça. Andrade et ai.
(2010) determinaram a resistência mecânica
de Eucalyptus urophylla (eucalipto vermelho)
madeira por espectroscopia NIR e obtido
MOR de 94,40 MPa e MOE de 15.972,20
MPa. Schimleck et ai. (2018) comparou vários
modelos preditivos NIR para seis espécies
de pinheiros (Pinus caribaea, P. chiapensis, P.
maximinoi, P. oocarpa, P. taeda e P. te cunumanii),
onde MOR variou de 55,15-
70,13 MPa e MOE de 5.930,21-9.110,24
MPa. Também usando espectroscopia, Mancini et
al. (2019) registrou valores de MOR de 102,40
Valores de MPa e MOE de 12.132,00 MPa para
Castanea sativa (castanha doce). Yu et ai.
(2020) comparou as propriedades mecânicas de
Quercus mongolica (carvalho mongol)
madeira usando modelagem NIR e observado
valores de resistência à ruptura na faixa de
120,00 a 200,00 MPa e resistência a
elasticidade de 12.000 a 18.000 MPa.
O método de previsão não destrutivo
usado para caracterização tecnológica de
As madeiras de Eschweilera são inteiramente baseadas em
espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS), uma ferramenta
baseado em espectroscopia vibracional. Isso envolve
a exposição da madeira à radiação eletromagnética
na faixa de 4.000 a
12.000 cm-1 , que permite estimar
vários atributos da madeira com base na
combinação de componentes químicos com
propriedades físicas e mecânicas por estatística
multivariada e quimiometria. o
propriedades tecnológicas da Eschweilera
madeiras previstas pelos modelos NIR neste
estudo estão dentro do intervalo padrão para
404
Machine Translated by Google
Nascimento CS et al. - iForest 14: 400-407

carbonatos, fosfatos e silicatos dentro da célula

Fig. 3 - Fatorial
vegetal (Higuchi 1997).
distribuição do
Entre as variáveis agrupadas em G2, a
madeira analisada
correlação positiva de lignina e HCV é
propriedades por PCA.
bem conhecido, especialmente em estudos de energia:
(BD): Densidade
quanto maior o teor de lignina, maior
básica; (MOE): Módulo
potencial energético (HCV), pois quanto maior
de elasticidade; concentração de carbono fixo no
(MOR): Módulo
matriz, mais forte o brilho quando queimado
de ruptura; (HCV):
(Telmo & Lousada 2011, Todaro et al. 2015,
Calórico mais alto
Silva et ai. 2020). Quanto à celulose/lignina
valor.
conexão, a correlação é negativa
(Fengel & Wegener 2003). Sobre a
Atributos da madeira G3, a associação extrativos/
BD tem sido explicada em vários
estudos (Nascimento et al. 2017, Soares et al.
al. 2018, Fróes et al. 2019), uma vez que as espécies
florestais tropicais de alta densidade crescem lentamente em
diâmetro, tendo assim tempo para maior deposição
de compostos no xilema (Silva
& Silva 1991, Chave et al. 2009). Por outro lado,
espécies pioneiras, que geralmente são rápidas
em crescimento, apresentam baixa densidade e
concentração de extrativos (Vale et al. 2010, Kilic
& Niemz 2012).
A umidade da madeira (único atributo incluído no
madeiras tropicais com base em métodos tradicionais, relação significativa com MOE (Tab. 6), G4) tem correlação indireta
comprovando a precisão do modelo em que pode ser parcialmente explicado pela macro com a maioria das propriedades. Por exemplo, Silveira
as previsões variáveis. componentes da madeira (celulose e lignina). et ai. (2013) estudou a correlação inversa
Investigar as possíveis relações biológicas entre Fujimoto et ai. (2008) afirmou que o OH entre umidade e BD, com madeira de baixa
os aspectos físicos, mecânicos e grupo (vinculado a bandas NIR específicas) no densidade apresentando maior teor de umidade. Na
e características químicas de matá-matá regiões semicristalinas ou cristalinas da celulose indústria de energia usando madeira
madeira, análise de componentes principais (PCA) afetam fortemente a resistência da madeira biomassa, espécies com maior teor de umidade têm
foi realizado com base na correcção de Pearson (MOR e MOE) em testes de flexão. Quanto à forte um baixo HCV e, consequentemente, um
matriz de lação (Fig. 3, Tab. 6). Os quatro primeiros relação dos polifenóis com a resistência mecânica, menor rendimento energético (Silva et al. 2014, 2020).
componentes explicaram 86% do total poucas evidências estão disponíveis na literatura. Ao avaliar a influência dos extrativos na
variação. Com base no PC1 e PC2 (contabilizando Uma possível explicação poderia ser proposta aqui, arquitetura hidráulica em espécies arbóreas do
62% da variação total – Fig. pois Amazônia Central, Santos (2020) descobriu que
3), quatro grupos de propriedades da madeira podem compostos fenólicos presentes em extrativos, como certas espécies desenvolveram uma estratégia
ser identificado. Grupo 1 (G1) incluiu cinzas, taninos altamente reativos, formam adaptativa para enfrentar o estresse hídrico, em que uma alta
polifenóis, MOE e MOR; grupo 2 (G2) pontes de hidrogênio intra e intermoleculares O teor de umidade foi associado a um
inclui celulose, lignina e HCV; grupo 3 com vários compostos na madeira (Pizzi maior concentração de extratos aquosos.
(G3) incluiu BD, extrativos e solubilidade 2019). Semelhante aos polifenóis, a correlação entre
em água quente; e grupo 4 (G4) incluído a resistência das cinzas e da madeira tem As correlações mais significativas entre
apenas umidade. Entre as propriedades da madeira foi pouco estudado, podendo ser as propriedades da madeira analisadas (Tab. 6)
agrupados em G1, MOR apresentou um explicada pela interação intramolecular foram encontrados entre MOR e polifenóis (r = 0,84,
p = 0,004), MOE e polifenóis (r = 0,87, p = 0,002), e
MOE e
Aba. 6 - Resultado da correlação de Pearson entre todas as variáveis obtidas a partir das relações entre MOR (r = 0,90, p = 0,000). A seguir
variáveis químicas, mecânicas e físicas madeira de Eschweilera . (BD): sequência foi obtida a partir das variáveis
Densidade básica; (MOE): Módulo de elasticidade; (MOR): Módulo de ruptura; (HCV): Superior classificado como correlação moderada: MOR/
valor calórico. (*): Para a correlação desta variável com as demais, foram aplicadas as relações de cinzas > Extrativos/celulose > Extrativos/BD
Spearman. (Classe): força da correlação baseada em Callegari-Jacques > Extrativos/HCV > Extrativos/água quente >
(2003): moderado (0,30 ÿ r < 0,60); forte (r ÿ 0,60). Lignina/polifenóis > HCV/cinzas> BD/água quente.
As maiores contribuições para essas combinações
Propriedades Variável 1 Variável 2 Pearson r Valor P Classe estão associadas aos extrativistas,
Químico Extrativos Celulose -0,47 0,2030 Moderado polifenóis e MOR.
Em estudos recentes sobre as madeiras amazônicas,
BD 0,46 0,2017 Moderado
Silva et ai. (2020) encontraram correlações
Água quente 0,36 0,3380 Moderado significativas entre extrativos e BD (r = 0,56)
HCV -0,41 0,2780 Moderado bem como cinzas e HCV (r = -0,58). Fernan des et
ai. (2017) encontraram uma correlação significativa
Polifenóis Lignina* 0,33 0,3800 Moderado
entre extrativos e água quente (r
MOE 0,87 0,0020 Forte = 0,550), enquanto Soares et al. (2018) trabalhando
MOR 0,84 0,0040 Forte com Eucalyptus sp., também observaram correlações
significativas entre extrativos e
MOR mecânico Cinza 0,56 0,1130 Moderado
BD (r = 0,48) e extrativos e celulose
MOE 0,90 <0,0001 Forte (r = -0,563). Outros estudos mostraram correlações
Fisica BD Água quente 0,30 0,4270 Moderado entre variáveis químicas e físicas na madeira,
HCV Cinza -0,33 0,3920 Moderado incluindo Moutinho et al.
(2011) que relataram uma correlação moderada

405 iForest 14: 400-407

Machine Translated by Google
ção para a combinação extrativos/HCV (r
= -0,390). Vale ressaltar que em todos
desses estudos tendências de correlação semelhantes
foram observados como no presente estudo.
Quanto às propriedades físicas, Moutinho et al.
(2011) observaram uma correlação entre BD
e HCV (r = 0,360), enquanto para mecânica
propriedades, Fernandes et al. (2017) mostrou
uma relação muito significativa entre
MOE e MOR (r = 0,779), que é menor
do que o detectado neste estudo (r = 0,902).
MOE é um parâmetro de rigidez da madeira que é
altamente e positivamente correlacionado com
e, portanto, pode ser usado para avaliar
parâmetros de resistência da madeira como MOR
(Liu et al. 2007).
Conclusões
Neste estudo, as propriedades químicas, físicas
e mecânicas da madeira de Esch weilera coriacea
(matá-matá branco), E.
odora (matá-matá amarelo), e E. truncata
(back matá-matá), estimados por espectroscopia
NIR, foram compatíveis com os obtidos pelas
determinações destrutivas
de espécies tropicais e também com outras
espécies do gênero Eschweilera. Conhecimento
da composição química e do
distribuição de componentes químicos em
tecidos vegetais é fundamental para melhorar o uso de
madeira e sua comercialização em diferentes
setores industriais, como construção civil ou naval, a partir do segundo ciclo de corte. Anais da Academia
fabricação de móveis, painéis
e painéis, etc
A caracterização tecnológica das madeiras ma
tá-matá por espectroscopia no infravermelho
próximo (NIRS) proporcionou resultados robustos
e satisfatórios gerados em curto espaço de tempo.
Além disso, ao contrário da metodologia tradicional, 57. [online] URL: http://revistafitos.far.fiocruz.
não há necessidade de destruir a amostra e não
produzir resíduos. Por fim, PLS
modelos usados neste estudo para prever madeira
as propriedades tecnológicas apresentaram alto
desempenho com alto coeficiente de determinação
(> 0,90) e RPD (relação desempenho/desvio > 3),
e baixos erros de calibração e predição (RMSEC
e RM SEP, respectivamente).
Reconhecimentos
Os autores agradecem à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
MEC/CAPES (Ph.D. CFT/
INPA para 88882.4444 19/2019-01); o MCTI/
Projeto CNPq/FAPEAM “INCT Madeiras da
Amazônia” pelo apoio financeiro; Jorge A.
Freitas pela identificação da amostra
madeiras; e Ana Julia O. Godoy pela revisão do
texto em inglês.
Contribuição dos autores
Todos os autores contribuíram para a concepção,
resultados e discussão deste estudo. CSN e
A CCN é a principal responsável pela concepção,
desenho, análise e redação do
manuscrito. RDA produzido e processado
Dados espectrais NIR. A CSN realizou o
análises químicas, mecânicas e físicas
da madeira. JCRS editou as imagens e
apoiou a análise estatística. NH é o
coordenador geral do projeto “INCT
iForest 14: 400-407
Propriedades tecnológicas da madeira de matá-matá por espectroscopia NIR
Madeiras da Amazônia/ MCT/ CNPq/ FAPEAM”,
que apoiou as atividades de campo e coleta. O
CCN fez uma revisão crítica do conteúdo do
artigo. Por fim, todos os autores aprovaram
a versão final do manuscrito.
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