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INSTITUTO LOCKMANN

POV (PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL)


MINISTÉRIO PASTORAL

CAROLINA GRANITO DO CANTO PONTE

Traduzindo Deus
Como ouvir a voz de Deus para você e o mundo que o cerca

TERESÓPOLIS
2022
CAROLINA GRANITO DO CANTO PONTE

Traduzindo Deus
Como ouvir a voz de Deus para você e o mundo que o cerca

Resenha sobre o livro de Shawn Bolz sobre o


agir de Deus e o mover profético, abordando
as formas como podemos ouvi-lo e falar
sobre o que Ele nos tem revelado.

TERESÓPOLIS
2022
Traduzindo Deus – Shawn Bolz

O livro “Traduzindo Deus” do autor Shawn Bolz é um grande recurso para todos aqueles
que tem o desejo de verdadeiramente se conectarem com a voz e a vontade do Pai. O autor nos
descreve, através de suas palavras e, principalmente, exemplos, um caminho que nos leva a
entender que o mover sobrenatural e o profético passam pelo relacionamento constante e
verdadeiro, com Deus e com as pessoas. Ao longo de sua obra Bolz nos ensina que o amor é a
raiz inicial de toda profecia, que o Senhor revela seu coração aos seus filhos, que Deus se
comunica de formas além do que esperamos, que podemos errar, mas que devemos nos
responsabilizar por nossas palavras, entre outras coisas que considero essenciais para todos
aqueles que verdadeiramente desejam dar um passo de fé para viver a vida movida pelo Espírito,
que Cristo prometeu a cada um de nós

Ao iniciar o livro, Shawn começa apresentando a raiz de todo e qualquer entendimento


profético: o amor. O fluir profético é uma das maiores ferramentas de amor que nós, como
amigos de Cristo, temos em mãos para demonstrar o quanto ele se importa com cada um de
seus filhos. A própria Bíblia enfatiza a grandeza desse meio, e isso se dá ao fato de que seu
impacto é imediato. Nada conecta e transforma mais as pessoas do que saber que Deus as ama,
conhece e verdadeiramente se importa com elas.

Relativo a esse amor, ele é o principal no mover profético justamente porque é


impossível compartilhar um coração tão cheio de bondade quanto o do Senhor se você não é
capaz de fazê-lo também em amor. É muito mais sobre o que as pessoas podem ser, e de fato já
são em Cristo, do que sobre o que elas são em sua carnalidade. A chave do amor é compreender
que precisamos tratar o outro como Deus trataria, e através de Jesus podemos perceber que a
profecia não é uma palavra de condenação, mas de esperança, que gera arrependimento e se
converte em vida eterna.

Em continuidade, o autor aborda a respeito de uma grande revelação profética, a saber


Apocalipse. Aqui ele nos faz entender o principal ganho que o apostolo João teve com toda essa
revelação: que para Jesus a igreja não seria, mas já era, gloriosa. Deus vê a igreja com olhos de
amor, e isso fez com que João a enxergasse assim também, e essa visão deve se tornar uma
realidade no coração de cada um de nós.
É necessário que enxerguemos o que o Senhor vê, pois só assim nosso coração estará
aberto para mostrar isso ao mundo através do mover profético. Nosso papel é conectar as
pessoas com a natureza de Deus, de forma que elas, por si só, sintam-se inspiradas para viver
uma vida mais próxima da que Ele deseja para elas. Aqui o autor coloca um dos maiores
ensinamentos do livro: não é preciso unção para falar a alguém o que está errado em sua vida,
mas essa unção é necessária para mostrar o que o Senhor vê como realidade para elas.

Após tudo isso, sabemos que o profético é transformador e passamos a desejá-lo de todo
o coração, mas a grande questão que fica é: como alcançar esse tipo de revelação? O autor nos
mostra que essa, na verdade, é uma resposta bem simples. Encontramos o coração de Deus
quando nos relacionamos com Ele.

O Senhor fez a cada um de nós como seres únicos e especiais, e Ele conhece a forma
como melhor nos relacionamos. Apenas devemos nos colocar em disponibilidade, com o
coração aberto para recebê-lo, e iremos começar a compreender profundamente quem Ele é.
Nesse caminhar começamos a ouvi-lo, e isso impacta diretamente tudo o que fazemos e como
agimos depois.

A grande verdade é que o evangelho sempre foi simples, e o profético não foge a essa
tendência. Ele é eficaz porque quando as pessoas entendem o que Deus pensa e sente sobre elas,
elas passam a acreditar em seu amor por suas vidas, e isso é o suficiente para levá-las a querer
se tornar o que Ele enxerga nelas.

A sociedade e a própria igreja têm visto e tratado às pessoas como descartáveis, como
se não houvesse solução para os seus erros, mas o Reino de Deus tem uma cultura de amor, não
de condenação. Jesus nunca veio com gritos de condenação, mas com atos de pura bondade,
que reconectaram as pessoas ao projeto original de Deus, e é a isso que queremos dar
continuidade. É para esse propósito que a profecia serve, e não pela revelação em si.

O tanto de paixão que Jesus tinha pelo mundo e pelas pessoas lhe dava autoridade para
transformar a vida delas, mesmo quando ninguém mais podia. É a esse tipo de paixão sem
limites que precisamos ter por todos, sem exceções. Somos tentados a deixar nosso ódio por
alguns nos dominar, mas onde esse ódio habita perde-se a oportunidade de que você seja usado
para ganhar essa vida. Não é sobre concordar com as atitudes das pessoas, mas sobre entender
que todas são dignas do amor de Jesus.
Esse tipo de discernimento na prática só é possível a partir da revelação de Deus a nós,
porque é isso que nos faz desejar proteger nosso relacionamento com Deus a qualquer custo.
Isso nos ajuda a cortar raízes de pecado e, consequentemente, a termos mais facilidade em ouvir
Sua voz. A partir desse relacionamento, Deus começa a compartilhar conosco a sua natureza,
nos levando a ter mais acesso ao Espírito Santo, que foi distribuído a todos na mesma medida,
mas é mais acessado por alguns. Essa voz começa a nos orientar, porque só quando nos
relacionamos estamos verdadeiramente aptos a ouvir e obedecer, e então podemos receber a
mente de Cristo.

A partir do momento em que nossas mentes estão prontas e em alinhamento com Jesus,
entendemos que não apenas devemos discernir o negativo das pessoas, mas buscar o coração
de Deus a respeito do que estamos observando. Tirar a etapa da busca pela visão de Deus nos
leva a um caminho de religiosidade.

Sabendo disso, nossa grande chance é vir ao mundo para ajudar as pessoas a verem que
existe algo além e que Deus tem algo maior para eles, deixando o Espírito Santo fazer o trabalho
de convencimento. O simples fato de amarmos o mundo basta, uma vez não sendo de nossa
competência tentar mudá-lo. É sempre difícil compreender que não cabe a nós qualquer
julgamento, mas para manter isso em mente basta saber que o mundo não precisa que ninguém
o diga que ele está se destruindo, mas sim que há esperança para a sua restauração. Nesse ponto
uma declaração do autor deve ser destacada: É preciso enxergar o que Deus está fazendo, não
a decadência das ações dos homens.

Uma vez abordado o discernimento, o autor traz a informação chave de tudo o que
buscamos compreender até então: Como ouvir a voz de Deus? A resposta dada é que se
relacionar basta, e não são necessárias fórmulas mirabolantes. Ninguém pode nos ensinar como
ouvi-lo, a não ser o próprio Deus, que nos conhece melhor que qualquer outro. Ele pessoalmente
nos ensina a ouvir para que possamos aprender com ele e, a partir daí, fazer escolhas com base
naquilo que Ele nos ensinou.

Ao iniciar a abordagem do oitavo capítulo de sua obra, o autor trabalha os dons


proféticos em si, explanando suas principais características. Entre eles estão: O dom da palavra
de sabedoria, que é a revelação com propósito de mostrar um conselho da mente e coração de
Deus; o dom da profecia, que se caracteriza como a habilidade de conhecer o que está no
coração de Deus para o futuro; e o dom da palavra de conhecimento, que é a revelação
sobrenatural sobre a vida de uma pessoa. Conhecer os tipos de movimentos proféticos nos ajuda
a compreender melhor o que Deus está nos direcionando naquele momento, além de nos ajudar
a saber o que pedir a Deus em oração no que se diz respeito à revelação. É aqui que começamos
a ser preparados para a prática desses dons.

Em seguida, somos lembrados a respeito da necessidade de nos relacionarmos para


vivermos profeticamente, não só com Deus, mas com as pessoas que Ele tanto ama. Sem
relacionamentos qualquer profecia se torna vazia, e não é capaz de motivar uma mudança.
Quando entendemos o poder dos relacionamentos nosso princípio passa a ser o amor, e não
mais a lei, e isso nos leva a compreender que estamos aqui para encorajar as pessoas como Jesus
fazia. É aqui que percebemos a primeira etapa de manifestação do dom profético em nossas
vidas.

O mais interessante é que essa manifestação do Reino e do coração do Pai não está de
forma alguma restrita a nós. Deus gosta de nos usar e deseja isso, mas não precisa de nós. Ele
é tão pessoal que sabe que nem todos vão acreditar no que dizemos, e Ele nos usa simplesmente
para conduzir a própria pessoa a ouvi-lo. Ele não precisa que estejamos em um bom dia, nem
que as condições sejam as melhores. Ele fala a todos e através de todos os que estão com o
coração disponível, e é só dessa abertura que ele precisa para falar em toda a criação. A grande
vantagem de seus amigos próximos, no entanto, é que para eles é que os maiores segredos são
revelados.

Ao finalizar sua obra, o autor nos traz um aviso importante a respeito das ministrações
proféticas: é preciso ter coragem para começar a ministrar, e muitas vezes será preciso errar
para aprender a compreender corretamente. Nossa responsabilidade, no entanto, é entender que
nem sempre uma profecia não cumprida é culpa de quem recebeu, e devemos assumir a
responsabilidade pelo que falamos de errado, porque isso tira um peso das pessoas. O dom
profético não serve para os orgulhosos de coração, porque só aqueles que compreenderem que
errar faz parte serão capazes de acertar e chegar às grandes revelações do Pai.

O conselho deixado a cada um de nós é para buscarmos compreender onde erramos e


acertamos, mantendo contato com aqueles para quem revelamos. Isso nos ajudará a crescer cada
vez mais rápido e a chegar em lugares onde jamais imaginamos.

Termino essa resenha dizendo que o livro teve um grande impacto sobre mim. O mover
de Deus sempre foi algo de grande desejo de meu coração, e compreender mais profundamente
como se dá esse mover e, principalmente, que é aceitável errar no processo, abriu minha mente
para possibilidades que eu sequer cogitava antes. Com certeza é uma leitura muito
engrandecedora, que todo cristão que deseja viver o sobrenatural deveria se propor a concluir.

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