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Português

Ano Letivo
2.º CEB
2013/2014
5.º ano
Nome: ____________________________________________________ N.º: _______ Turma: _________
Data: _________________________________ Classificação: __________________________________
Assinatura da Professora: ________________________ Assinatura do E.E.: _______________________

Grupo I

A. Lê o texto A, de António Torrado. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado a seguir


ao texto.
Texto A

O avô Pedro não vive em Louredo. Mora em Matos, um lugar bem distante do nosso.
Há muito tempo que a mãe andava a dizer que precisava de lhe fazer uma visita. Mas há sempre tanto
trabalho, tantas canseiras, que a visita foi sendo adiada. Hoje, logo de manhãzinha, pusemo-nos a caminho, a
mãe com o Vítor ao colo, o Zé, a Fernanda e eu.
5 Foi uma caminhada longa, sempre a subir por caminhos estreitos e pedregosos. Andámos a pé bastante
tempo. Íamos mais ou menos a meio e o Zé começou a choramingar. Os sapatos apertavam-lhe os pés. Para
seguirmos viagem teve de ir descalço, não houve outro remédio.
Matos é um lugar pequenino. Fica num cimo, junto de penedos. Vê-se mesmo em frente a serra do
Marão, que é muito extensa, bem diferente daquela manchazinha que aparece no mapa da escola.
10 Como sempre, o avô Pedro estava à varanda, sentado num banquinho, a apanhar sol. Por isso tem a
cara e o pescoço tão tisnados1. Tinha, como é costume, a barba, branca.
– Olá, passarões! – disse quando nos viu.
– A sua bênção, avozinho – dissemos em coro, como a mãe se farta de nos recomendar.
– Que Deus vos abençoe e vos crie para a boa sorte – disse ele.
15 A Fernanda e a mãe foram dar uma arranjadela àquela casa velha e desarrumadíssima, com o soalho
cheio de lixo, nódoas e caganitas de rato, a roupa espalhada pelos cantos, e a cama por fazer, com os
cobertores enrodilhados. Penso que o avô só se deita entre os lençóis esticadinhos e a cheirar bem quando a
mãe lá vai...
– Podia ser mais cuidadoso, meu pai. Se lhe acontece qualquer coisa grave e os vizinhos aparecem, o
20 que é que vão dizer?!... – barafustou a mãe.
– Ai, o fogão está tão sujo, ó avô! Há quanto tempo não o limpa? – perguntou a Fernanda.
E ele a piscar-nos um olho e a sorrir:

1
– Deixa cá pensar... Foi... Sim, foi no dia de “São Nunca” à tardinha!
O avô Pedro está velhinho, não tem cuidado com a limpeza, mas nós gostamos muito dele. Há tempos a
25 mãe pensou levá-lo para nossa casa. Se ele morasse em Louredo, sempre se distraía mais, comia melhor,
andava limpo. Mas ele não concordou:
– Ora, ora... Cada mocho no seu souto! Não adianta começares com essa conversa. Se quiseres que
acabe depressa, tira-me desta casa!
– Mas aqui sozinho...
30 – Quem te disse tal disparate? Eu nunca estou sozinho! Basta fechar os olhos por um instante e de
repente esta casa fica cheia de gente. Vejo a minha mulher, converso com ela, vejo os meus filhos ainda
pequenitos a brincar por esses cantos... A casa está sempre cheia de conversas, de barulho. Eu nunca estou
sozinho!
É claro que o avô Pedro sonha com coisas passadas há muito tempo! Às vezes, ouvimo-lo falar sozinho,
35 ou a rir. Uma vez, chorava. E nós, aflitos:
– Que foi, avozinho?
– Então ainda não sabeis da triste novidade?! Venho agora mesmo da corte 2 das vacas. E sabeis o que
vi? A vitela está esticada no estrume, fria como pedra. A vitela grande, a filha da Cabana, a vaca maior, está
morta. E eu a pensar fazer um bom dinheiro dela... Depois havia de comprar um arado 3 novo, o que temos
40 está tão desconjuntado... e mercava roupas para as crianças, e uns socos 4 para mim... Eu a pensar dar um
jeito à vida, e agora?!...
Ficámos calados. Lembro-me que, nesse dia, o avô estava sentado à varanda, era um dia de sol, e ele
parecia bem arranjado, com a camisa e as calças lavadas que a mãe o obrigara a vestir. E calçava uns socos
novos, de pau de amieiro, que o pai comprara na feira.
45 Mas o avô Pedro também sabe muitas adivinhas. Quando começa, nunca mais acaba, parece um fieiro
de água a correr...
Nós, é claro, raramente acertamos, mas gostamos de ouvir. O avô, é certo e sabido, termina perguntando
ao Zé:
– Ó melrinho, diz lá de que cor era o cavalo branco da tia Benedita?
50 Pensa bem, olha que não é o cavalo branco do Napoleão...
E o Zé, embatucado:
– Se fosse o do Napoleão, já sabia!
António Mota, O rapaz de Louredo, Gailivro

VOCABULÁRIO
tisnado1 – queimado, moreno; corte2 – curral; arado3 – instrumento para lavrar os campos; socos4 – chinelos de
pau, socas.

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B. Responde ao que te é pedido sobre o texto que acabaste de ler, seguindo as orientações que te são
dadas.

1. Uma história começa quase sempre pela apresentação de uma situação inicial, a que se seguem o
desenvolvimento e o desfecho ou conclusão. Das frases dadas, assinala com um círculo aquela que não faz
parte da situação inicial desta história.
a) O avô Pedro não vivia em Louredo.
b) O lugar onde habitava era bastante distante da aldeia onde vivia o narrador.
c) A casa do avô estava muito desarrumada.
d) A mãe andava há muito tempo a dizer que era preciso visitá-lo.
e) A visita foi diversas vezes adiada devido à quantidade de trabalho.
f) Logo que começou o dia, o narrador, a mãe e os irmãos iniciaram o percurso rumo a Matos.

2. De acordo com a leitura do texto, indica quais as afirmações falsas e quais as verdadeiras e apresenta uma
alternativa verdadeira para as frases falsas.
a) A caminhada até à casa do avô Pedro foi difícil mas curta.
b) O Zé teve de descalçar os sapatos porque lhe apertavam os pés.
c) Já iam no fim do percurso quando o Zé começou a choramingar.
d) Ao contrário do que era habitual, o avô estava à varanda sentado num banquinho.
e) A desarrumação da casa devia-se ao facto de o avô já ser bastante idoso.
f) Em determinada ocasião o avô começou a chorar porque tinha encontrado uma das suas vitelas
morta.
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3. Identifica os interlocutores do primeiro diálogo.


3
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4. A determinada altura o avô afirma: «Eu nunca estou sozinho!» (linha 30). O que queria o avô dizer com
estas palavras?
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5. Transcreve do texto uma frase que comprove o facto de o narrador ser também personagem da história.
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6. Caracteriza através de dois adjetivos a relação entre o narrador e o avô. Justifica a tua escolha.
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7. Ao longo do texto o narrador caracteriza indiretamente o avô. Escreve à frente de cada característica uma
expressão ou uma frase, retirada do texto, que confirme que o avô era uma pessoa:
 idosa ____________________________________________________________________________
 carinhosa
_________________________________________________________________________
 sonhadora
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 divertida
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Texto B

C. O texto que se segue foi retirado de um folheto de percursos pedestres da zona de Soalhães,
concelho de Marco de Canavezes. O folheto apresenta um percurso a pé. Lê o folheto, utilizando a legenda
abaixo para interpretares os símbolos, e realiza, depois, a tarefa indicada.

Lê e observa, agora, a informação do texto e da legenda.

5
http://pedestrianismo.blogspot.com/2010/10/passeio-pedestre-pedras-moinhos-e.html

8. Indica quais as afirmações falsas e quais as verdadeiras, baseando-te no mapa.

Afirmações V/F
a) O folheto é da responsabilidade de uma única entidade.
b) Durante o percurso, é possível visitar vários moinhos de água.
c) Na zona de Pedras Brancas pode avistar-se gado.
d) Perto de Almofrela há uma pista de BTT.
e) O percurso inicia-se e termina em Soalhães.
f) Ao longo da caminhada, encontram-se quatro capelas.
g) Para almoçar no parque de merendas, é necessário chegar à zona de Quintela.
h) No percurso de regresso, poder-se-ão avistar raposas.
i) No percurso de regresso, não se passa por Pedras Brancas.
j) Esta rota permite avistar aves diversas.

Grupo II
A. Responde agora ao que te é pedido sobre a gramática.

9. Lê o seguinte excerto do diálogo, retirado do texto A.

« – Olá, passarões! – disse quando nos viu.


– A sua bênção, avozinho – dissemos em coro, como a mãe se farta de nos recomendar.
– Que Deus vos abençoe e vos crie para a boa sorte – disse ele.»

9.1. Achas que o princípio da cortesia foi respeitado pelos interlocutores? Justifica a tua resposta.
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10. Completa o quadro de acordo com o exemplo.


Infinitivo Radical Tema Vogal temática Conjugação
Pensar pens pensa a 1.ª
Sonhar

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Escrever
Sorrir
11. Completa o crucigrama com as formas verbais que te são pedidas, a partir dos seguintes verbos.

1. Verbo gostar – Pretérito imperfeito do indicativo, 1.ª pessoa do plural.


2. Verbo sonhar – Pretérito perfeito do indicativo, 1.ª pessoa do singular.
3. Verbo escrever – Presente do indicativo, 2.ª pessoa do singular.
4. Verbo lembrar – Pretérito perfeito do indicativo, 1.ª pessoa do singular.
5. Verbo rir – Futuro do indicativo, 1.ª pessoa do plural.
6. Verbo pensar – Pretérito perfeito do indicativo, 2.ª pessoa do plural.

12. Atenta na seguinte frase retirada do texto A.


“… que o pai comprara na feira.”

12.1. Indica em que tempo verbal está o verbo.


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12.2. Reescreve a frase utilizando o verbo no pretérito-mais-que-perfeito composto.
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13. Forma uma nova palavra, a partir de cada palavra dada, utilizando os sufixos e o prefixo que se
encontram dentro do retângulo. Deves usar cada um dos elementos apenas uma vez.

-ada -ar -dade -oso -des

Caminho __________________________
Trabalho __________________________
Arrumado _________________________
Gosto ____________________________
Novo _____________________________
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14. Lê a seguinte frase retirada do texto A.
“ – Ai, o fogão está tão sujo, ó avô!”

14.1. Indica o vocativo.


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15. Assinala, com um X, a única frase que não contém um quantificador numeral.

a) Há tanto tempo que não vou a Lisboa.

b) O João tem seis cães.

c) Tenho metade da idade da minha mãe.

Grupo III

A. Vais agora escrever um texto. Escolhe apenas uma das alternativas apresentadas e realiza a atividade.
Escreve uma carta de 20 a 25 linhas, respeitando o modelo da carta familiar:
 Local/Data
 Fórmula de saudação
 Corpo da carta:
- introdução;
– desenvolvimento;
– conclusão
 Fórmula de despedida
 Assinatura

a) Após a visita à casa do avô, em Matos, o narrador voltou para Louredo, continuando a ajudar a mãe no
duro trabalho do campo. Passado algum tempo, resolve então escrever ao avô, contando-lhe como está a
decorrer a vida familiar e dizendo-lhe o quanto gosta dele. Na carta, o neto tenta convencê-lo a vir visitá-lo
nos seus anos. Imagina que és o narrador e escreve a carta ao avô Pedro. Deves respeitar o modelo da
carta familiar.

8
b) Após a leitura da obra A vida mágica da sementinha , de Alves Redol, decidiste escrever uma carta a um
amigo, convencendo-a a ler esta obra. Não te esqueças de apresentar duas razões e de as justificar.
Deves respeitar o modelo da carta familiar.

Escolha do tema: __________

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Bom trabalho!

Bom trabalho!
A tua professora,
Marta Ribeiro
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