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Direito Processual Civil III

Aula 2

Prof. Me. Renato Augusto de Alcântara Philippini


Teoria Geral dos Recursos
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos CONCEITO DE RECURSO
Classificação
Princípios

▪ Recurso  pode ser conceituado como sendo o meio


idôneo para provocar a impugnação e,
consequentemente, o reexame de uma decisão
judicial, visando a obter, na mesma relação processual,
a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a
integração do julgado.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
OBJETIVO
Classificação
Princípios

▪ Três situações buscadas no recurso:

I – anular  invalidar – quando se busca cassar a


decisão para que outra seja proferida em seu lugar
(geralmente em casos de vícios processuais).

II – reformar  modificar (total ou parcial) – quando se


busca uma modificação na solução dada à lide, visando
a obter um pronunciamento mais favorável ao
recorrente.

III – integrar  esclarecer – visa apenas afastar a falta


de clareza ou imprecisão do julgado, ou suprir alguma
omissão do julgador.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
Classificação
RECURSO ≠ AÇÃO
Princípios

▪ O recurso não se confunde com ação, uma vez que,


por meio dele, não se forma novo processo, há apenas
um prolongamento da relação processual.

 O recurso constitui apenas uma etapa do


procedimento, seja no processo de conhecimento ou de
execução.

outros meios de impugnação (ação rescisória, MS e


embargos de terceiro)
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica VOLUNTARIEDADE
Espécies de recursos
Classificação
Princípios

▪ Voluntariedade  a parte que se sente prejudicada


tem ônus de recorrer, mas não há obrigatoriedade.

Se a parte não recorre  preclusão – supera-se uma


fase procedimental (no caso de decisão interlocutória) ou
opera-se o trânsito em julgado (no caso de sentença)
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
VOLUNTARIEDADE
Classificação
Princípios

O “recurso de ofício” - reexame necessário” ou “remessa


obrigatória” – previsto no art. 496, tem natureza
recursal?
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
VOLUNTARIEDADE
Classificação
Princípios

O ato de remessa obrigatória de determinados


processos ao tribunal não tem natureza recursal 
carece de voluntariedade (além de outras características
típicas do recursos (tipicidade, a necessidade de
fundamentação, a tempestividade, o preparo).

A hipótese do art. 496, CPC configura, pois, condição de


eficácia da sentença.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
NATUREZA JURÍDICA
Classificação
Princípios

A corrente dominante, da qual faz parte Barbosa Moreira,


afirma que o poder de recorrer é “simples aspecto,
elemento ou modalidade do próprio direito de ação
exercido no processo”.

Obs: determinar a natureza jurídica de algo, significa encontrar sua


essência, sua definição para, com base nisso, encontrar a sua classificação
dentro do universo do direito.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
ESPÉCIES DE RECURSOS
Classificação
Princípios

O art. 994 contempla 9 espécies de recursos:

- apelação,
- agravo de instrumento,
- agravo interno,
- embargos de declaração,
- recurso ordinário,
- recurso especial,
- recurso extraordinário,
- agravo em recurso especial ou extraordinário e
- embargos de divergência

Obs: - existem recursos previstos em legislação extravagante  embargos


infringentes contra sentença (art. 34 da Lei 6.830/80) - recurso inominado
contra sentença (art. 41 da Lei 9.099/95)
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
Classificação
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Princípios

Para fins puramente didáticos, os recursos podem ser


classificados tendo em vista três aspectos:

- a extensão da matéria impugnada,


- a autonomia do recurso e
- a natureza da matéria apreciada.

© Prof. Renato Philippini


RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Espécies de recursos
Classificação
Princípios

1. Quanto à extensão da matéria impugnada, o recurso


pode ser parcial ou total. Parcial quando o recorrente
ataca apenas parte da matéria, objeto da decisão.

© Prof. Renato Philippini


RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Espécies de recursos
Classificação
Princípios

2. Quanto à autonomia, o recurso pode ser principal ou


adesivo.
 Principal é o recurso interposto independentemente
da conduta da parte contrária, ou seja, é aquele cuja
interposição não está condicionada à interposição de
outro. Todos os recursos previstos no Código podem ser
interpostos independentemente de outro.
-> Quanto à apelação, ao recurso extraordinário e ao
recurso especial, além de poderem ser interpostos como
recurso principal, admitem a interposição na forma
adesiva (art. 997, § 2º, II).
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Espécies de recursos
Classificação
Princípios

3. Quanto à natureza da matéria apreciada, os recursos


podem ser comuns e especiais.

 Os comuns tem por objeto a proteção do direito


subjetivo (sucumbência é o motivo da interposição). A
apelação, o agravo de instrumento e o agravo interno
são modalidades de recursos comuns.
 Os recursos especiais, também chamados de
excepcionais visam a proteção do direito objetivo.
uniformidade da aplicação desse direito. São
modalidades de recurso especial: o recurso especial
propriamente dito, (se destina à uniformização do direito
infraconstitucional) e o recurso extraordinário (objetiva
a uniformização do direito constitucional.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Classificação
Princípios AOS RECURSOS

a) da tipicidade ou taxatividade

Os que estão taxativamente expressos na lei. Um


recurso só existirá se lei federal expressamente assim
dispuser.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Classificação
Princípios AOS RECURSOS

b) da singularidade (unirrecorribilidade ou unicidade)

Para cada pronunciamento do juiz só cabe um recurso


específico  impossibilidade da interposição simultânea
de mais de um recuso.

Exceção: contra decisões de ultima instância cabem dois recursos


simultâneos: Recurso Especial (que contraria lei extraordinária) e Recurso
Extraordinário (que contraria a CF. Primeiro será julgado o especial e
somente quando o acordão do STJ não se tornar prejudicial para o
extraordinário, é que o ultimo recurso subirá ao STF (art. 543, § 1º).
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Classificação
Princípios AOS RECURSOS

c) da fungibilidade

Princípio da Adequação do Recurso: há um recuso


próprio para cada espécie de decisão (diz-se, por isso
que o recuso é cabível, próprio e adequado)

A partir disso surge o Princípio da Fungibilidade 


possibilidade de admissão de um recurso interposto por
outro, que seria o cabível, na hipótese de existir dúvida
objetiva sobre a modalidade de recurso adequada.

- decorre do princípio da Instrumentalidade das formas  mesmo que o ato


seja realizado fora da forma prescrita em lei, se ele atingiu o objetivo, esse
ato será válido (v. art. 244).
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Espécies de recursos
Classificação AOS RECURSOS
Princípios

d) da dialeticidade recursal – necessidade de


apresentação das razões pelas quais se deseja obter a
reforma do julgado. (v. o artigo 1.010, II, do CPC).

 o recorrente deve apresentar os fundamentos


concretos com que pretende a reforma ou anulação
(“causa de pedir” recursal)

- permite ao recorrido a elaboração das contrarrazões e


fixa os limites de atuação do tribunal no julgamento do
recurso.

- a falta acarreta o não conhecimento do recurso.


RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Classificação
Princípios AOS RECURSOS

e) da voluntariedade: só há recurso por vontade da


parte, o Tribunal só pode examinar o que foi apresentado
voluntariamente. Este princípio decorre: do Principio da
Iniciativa da Parte – é preciso decorrer da vontade da
parte.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Classificação
Princípios AOS RECURSOS

f) da vedação da reformatio in pejus  proibição de


piorar a situação do recorrente, caso só ele recorra.
RECURSOS
Conceito
Natureza jurídica
Espécies de recursos
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Classificação
Princípios

O principio do duplo grau não é o principio do recurso,


mas sim do processo. O recurso deriva do duplo grau
de jurisdição. O Princípio do duplo grau de jurisdição
consiste na possibilidade de submeter-se a lide a
exames sucessivos, por juízes diferentes.

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