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Aluno(a): ______________________________________________8º ano:_______

Língua Portuguesa (8º C, D e E) Profa. Leila Cristina. – Esc. Clementino Coelho.

Liberdade de expressão x discurso de ódio: abordagem a partir das redes sociais.

A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO AMBIENTE VIRTUAL:

A liberdade de expressão está prevista na Constituição Federal de 1988, em seus artigos 5º,
incisos IV e IX, e 220. O artigo 5º, inciso IV, dispõe que “é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato”.

Então, entende-se que as pessoas são livres para manifestar suas opiniões. No entanto, a pessoa
ao se pronunciar, não deve usar do anonimato, pois, assim como ela tem direito de se expressar,
também é assegurado o direito à pessoa que foi mencionada na manifestação saber quem a
publicou para exercer o direito de resposta ou mesmo buscar a devida reparação civil em caso de
dano.

O surgimento de Tecnologias da Informação e Comunicação contribuiu para amplificar os canais


de manifestação do pensamento e das comunicações.

A maioria dos usuários não se preocupa com as consequências advindas dessa exposição, nem
com as questões éticas que tangenciam o uso da Internet, diante do direito à liberdade de
expressão, previsto na Constituição Federal. Muitos a utilizam para incitar ao ódio contra
segmentos da população, praticando, por exemplo, racismo e preconceitos em geral.

Pode-se considerar que o discurso de ódio é uma nova forma de propagação de conteúdos
prejudiciais na Internet, principalmente nas redes sociais, e, também, um dos enfoques polêmicos
da liberdade de expressão, pois se caracteriza por ser manifestação agressiva e incitadora do
ódio, como o próprio nome sugere. De acordo com Samantha Meyer-Pflug, esse discurso
“consiste na manifestação de ideias que incitam à discriminação racial, social ou religiosa em
relação a determinados grupos, na maioria das vezes, as minorias”.
Entende-se, a partir do exposto, que o discurso de ódio representa o desprezo e a discriminação a
determinados grupos de pessoas.
A maioria das pessoas, ao acessar as redes sociais, acredita que pode falar o que pensa, sem
pensar nas consequências advindas da exposição. Pode-se citar como exemplos frequentes de
discurso de ódio, as manifestações contra políticos, contra times de futebol, com relação à opção
sexual e religião, entre outras. Se não bastasse uma pessoa expor a opinião, as redes sociais
possibilitam que outras compartilhem em suas redes a opinião manifestada, podendo gerar uma
enorme divulgação.
Entretanto, o art. 20, da Lei 7.716/89[xvi], dispõe que “Praticar, induzir ou incitar a discriminação
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, tem como pena reclusão de
um a três anos e multa. Portanto, as pessoas que inferiorizam e expõem agressivamente as outras
nas redes, devem ser punidas pelas suas ações.
Diante de todo o exposto, pode-se concluir que a liberdade de expressão não é um direito
absoluto. No momento em que esse direito violar um direito constitucionalmente assegurado a
outrem, deve existir a devida punição e limitação.

Atividade de Fixação
TEXTO
Vivemos em um mundo marcado pelo pluralismo de etnias, povos, identidades, subjetividades
e representações.
O diverso é algo que compõe a condição humana e está intrinsecamente ligado à ideia de
humanidade, que só é possível na diversidade.
A cultura brasileira, apesar de ter construído mitos sobre o modo como lidamos com a
diferença, é marcada pela intolerância em relação ao outro. Não é incomum escutarmos
notícias de agressões e mortes que acontecem com as pessoas mais vulneráveis dessa
sociedade, o que desconstrói qualquer concepção mitológica sobre o modo como nos
relacionamos com a diferença.
Nessa perspectiva, o direito à diversidade, bem como as respectivas políticas, devem ser
pensados com fulcro na transformação sociocultural e nas potencialidades que uma
convivência harmônica, com respeito ao diferente, pode trazer não para um ou outro, mas para
o conjunto da sociedade. O contato com culturas diferentes é o que permite compreender
melhor o contexto sociocultural onde as pessoas se encontram, como também conhecer
formas diversas de expressão cultural, o que gera empatia e trocas de experiências e de visões
de mundo.
Pensar a diversidade como direito implica transcender os limites da tolerância e construir
relações sociais que se pautem no respeito ao outro e na compreensão de que o diverso é
fundamental e imprescindível. Tratase de uma causa mais que necessária em um mundo onde
o preconceito e a intolerância crescem todos os dias, e inclusive ganham projeção na esfera
política, o que pode resultar em significativos retrocessos sociais. Entendida como direito e
trabalhada no plano da cultura, a diversidade tem a potencialidade de desenvolver sociedades
mais compreensivas e menos xenófobas, abrindo espaço para o crescimento cultural coletivo e
o aprofundamento da experiência democrática.
Resumo adaptado de texto de Thiago Burckhart. Disponível em: http://justificando.com/2015/09/28/.

1. Que benefícios a familiaridade com outras culturas pode trazer para a sociedade?

2. O que comprova que o brasileiro não é tão tolerante como se imagina?

3. Quais são os grupos humanos mais vulneráveis da nossa sociedade?

4. De que modo as novas tecnologias favorecem a intolerância?

5. Leia o texto a seguir, extraído de uma rede social, que fala sobre liberdade de
expressão e discurso de ódio:
“Liberdade de expressão é diferente de discurso de ódio. Quando for debater com
alguém, lembre-se de ter opiniões que não incitem a violência. Se você foi vítima,
denuncie!
QUEM TEM BOCA VAI A QUALQUER LUGAR.
ATÉ PARA TRÁS DAS GRADES.”
(Disponível em: https://twitter.com/governodobrasil/status/1014657606219194374. Acesso em: 24/7/2018.)

Considerando o contexto de circulação desse texto, responda:


a) Qual é o sentido da expressão “quem tem boca”?

b) Qual pode ser a consequência para a pessoa “que tem boca”?

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