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Metabolitos primários
Monossacáridos
Glúcidos Oligossacáridos
Polissacáridos
Lípidos
Aminoácidos
Prótidos Oligopéptidos
Proteínas
Ácidos nucleicos
Complexos multienzimáticos
Estruturas Ribossomas
supramoleculares Elementos do citoesqueleto
RNPs
Cn(H2O)m n≥m
Monossacáridos
São os glúcidos mais simples, constituídos por uma só unidade (monómero). Não originam, por
hidrólise, outras moléculas de hidratos de carbono. Conforme o número de carbono existentes na
moléculas – diose, triose, tetrose, pentose, hexose, heptose, etc...
Troca-se “ul” por “ceto” quando se trata de uma cetose. Ex: ceto-hexose (frutose) -> hexulose
O grupo aldeídos das aldoses tem poder redutor, pelo que são englobados na designação de
açúcares redutores. O grupo cetónico, por si só, não tem capacidade redutora, ainda assim, muitas
cetoses reduzem o licor de Fehling, por isso também são açúcares redutores. Assim, todos os
monossacáridos e alguns polissacáridos são açúcares redutores.
Esteroisomerismo
Isómeros são moléculas que têm a mesma fórmula química mas diferentes estruturas.
Fórmulas de Haworth
A anterior fórmula não dava para explicar certas reacções químicas nem certas propriedades
físicas dos monossacáridos, como a mutarrotação, que é o poder rotatório de muitos açúcares
quando em solução aquosa. Este fenómeno de mutarrotação e outra anomalias dos açúcares são
resultado de estes se encontrarem em estruturas cíclicas, as quais originam duas formas isómeras,
α e β – anómeros (são diastereómeros). Estes diferem na configuração no C1 (aldoses) e no C2
(cetoses).
Os anéis e estruturas cíclicas mais comuns são as furanoses (anel de 5 lados) ou piranoses (6
lados). A forma de piranose prdomina em D-glucose, enquanto que a de furanose predomina nas
da ceto-hexose D-frutose e na maioria das pentoses.
A glicose e derivados é tão abundante na Natureza devido à sua conformação em cadeira, que
minimiza os contactos mais chegados entre os maiores grupos funcionais. Estes ocupam
preferencialmente a posição equatorial.
D-gliceraldeído e di-
hidroxiacetona São intermediários da glicólise, têm ocorrência comum nas células
D-ribose
Aldopentose mais importante. Intermediário em várias vias metabólicas
D-eritrose
Intermediário da via das pentoses fosfato e ciclo de Calvin
D-Xilose
Faz parte da constituição das paredes celulares. Ocorre em forma de piranose.
L-Arabinose Um dos poucos açucares da série L em plantas. Ocorre em forma de piranose e faz parte
da constituição das paredes celulares, juntamente com a D-Xilose
D-Ribulose e D-Xilulose
Cetopentoses importantes. Intermediários em vias metabólicas
D-Glucose
Açúcar e composto orgânico mais comum em forma livre ou combinada. Piranose
L-Galactose
D-Manose
D-Frutose
Açúcar mais doce. Ocorre em forma de furanose.
D-Sedo-heptulose e D-mano-
heptulose Em tecidos vegetais
Uma das reacções mais comuns em que os oxidrilos (-OH, grupo funcional dominante)
participam é a esterificação, sendo os oligo e polissacáridos derivados éster dos
monossacáridos. Outros ésteres de importância biológica são os glicósidos e os ésteres fosfóricos
dos açúcares.
Do ponto de vista industrial têm grande importância os ésteres dos ácidos acético e nítrico. Os
nitratos de celulose, amido, glicerol, D-manitol e etilenoglicol são explosivos úteis. Do ponto de
vista químico, a facilidade de reacção dos grupos -OH dos açúcares é, geralmente, na seguinte
ordem: hemiacetal, álcool primário, álcoois secundários.
Os ésteres fosfóricos dos açúcares são muito diversos e de grande importância no metabolismo
celular. São, por exemplo, compostos intermediários da síntese e degradação de oligo e
polissacáridos dos processos respiratório, fermentativo e fotossintético e, de um modo geral, da
maioria dos processos oxidativos biológicos. Assim, são metabolitos intermediários da glicólise,
via dos fosfatos de pentose, ciclo de Calvin e gluconeogénese, ocorrendo, por isso, em todas
as células, onde desempenham funções biológicas primordiais. São, ainda, constituintes de
coenzimas, nucleósidos, nucleótidos e ácidos nucleicos, bem como precursores de aminoácidos
(exemplos: histidina, fenilalanina, tirosina e triptofano) e de muitas outras moléculas biológicas.
São compostos que resultam de açúcares por redução da função adeído ou cetona. Estão divididos
em duas classes:
Ciclitóis
Açúcares-ácidos
Os ácidos ascórbicos podem ser considerados como derivados enólicos dos ácidos aldónicos.
O homem, juntamente com os outros primatas e a cobaia, é dos poucos mamíferos incapazes
de sintetizar o ácido ascórbico, para o qual, portanto, este composto se comporta como vitamina.
Sabe-se que o ácido L-ascórbico é necessário para a formação do colagénio e do material
intercelular, para o desenvolvimento adequado das cartilagens, ossos e dentes e para a
cicatrização das feridas, podendo ainda ser importante, possivelmente pelas suas propriedades
redutoras, na manutenção de um elevado potencial redutor no protoplasma das células sãs. A
deficiência extrema de vitamina C leva ao escorbuto, doença endémica da Idade Média e que
grassou entre os marinheiros do tempo das descobertas. Esta doença é provocada por uma
estrutura deficiente do colagénio, de que resultam lesões na pele, fragilidade dos vasos sangúneos
e dificulade na cicatrização de feridas.
Oligossacáridos
São oligómeros de monossacáridos – 2 a 10 monómeros - ligados uns aos outros por ligações
glicosídicas (pontes de hidrogénio). Consoante o seu grau de oligomerização, assim recebem as
designações de dissacáridos, trissacáridos, tetrassacáridos, pentassacáridos, etc.
A ligação glicosídica estabelece-se sempre entre grupos oxidrilo (OH-HO) do carbono
hemiacetal de um açúcar (aldose ou cetose) e o de outro composto. Por cada ligação que se
estabelece, liberta-se uma molécula de H2O, por isso os monossacáridos participantes são
referidos por resíduos e o seu nome termina em –ilo. A substância formada (acetal) chama-se
glicósido, podendo ser oligossacárido ou não, conforme a natureza do R.
Nomenclatura
α-1,4 ou α(1→4)
Se este grupo -OH não for o do hemiacetal, o dissacárido originado terá acção redutora.
(ex: lactose)
Se este grupo -OH for o do hemiacetal, o dissacárido originado não terá acção redutora,
pois os carbonos anoméricos estão bloqueados na formação da ligação glicosídica.
Lactose •O-β-D-galactopiranosilo-(14)-D-glucopiranose
Maltose •O-α-D-glucopiranosilo-(14)-D-glucopiranose
Isomaltose •O-α-D-glucopiranosilo-(16)-D-glucopiranose
Celobiose •O-β-D-glucopiranosilo-(14)-D-glucopiranose
Rafinose •O-α-D-galactopiranosilo-(16)-α-D-glucopiranosilo-(12)-β-D-frutofuranósido
Polissacáridos
São polímeros de monossacáridos, porém formados por um número elevado de unidades. Não
são tão solúveis em água. Têm funções energéticas (glicogénio), de suporte (celulose,
condroitinsulfato nos ossos), estrutural, regulação iónica e de pressão osmótica, etc.
Podem ser:
Nomenclatura
Dextranas
(bactérias) Polissacáridos mucilaginosos, fortemente ramificados, produzidos por
certas bactérias e formados por unidades de D-glucopiranose.
Calose
(Plantas) Polissacárido linear formado por unidades de D-glucopiranose presente
nos tubos crivosos.
O código glicómico ou código dos açúcares dos oligossacáridos, por comparação com o código
genético ou com o código proteico. Os hidratos de carbono são o terceiro alfabeto da vida.
Comparados com os aminoácidos e com nucleótidos, a sua versatibilidade para formar isómeros
(palavras codificáveis) é inagualável. Os hidratos de carbono são muito mais complexos com mais
grupos funcionais por carbono e com um número muito maior de centros quirais, fazendo com que
a síntese química e a determinação da sua estrutura seja mais difícil.
O conceito de Dogma central ignorou modificações pós-tradução (como a glicosilação das
proteínas) que amplia as funções de uma só proteína codificada por um gene particular.
Lípidos
São pouco solúveis em água e muito solúveis em solventes orgânicos, como o éter, acetona,
álcool, benzeno, etc. Muitos lípidos quando hidrolisados libertam ácidos gordos. Desempenham
funções biológicas a nível das estruturas (membranas celulares), quer como reserva energética,
assim como outras funções, como hormonais.
Saturados
|
Ácidos gordos
Insaturados
\ monoglicéridos
Glicéridos diglicéridos
Fosfolípidos
Glicerolípidos triglicéridos
ág + fosfato
Esfingolípidos Glicolípidos
Esteróides,
esteróis
Pigmentos
vegetais,
vitaminas
lipossolúveis.
Hidrocarbonet
os e céridos
São ácidos monocarboxílicos alifáticos, de cadeia carbonada longa linear não ramificada, com
número par de átomos de carbono (14 a 20). As insaturações são ligações duplas (dobra de
30º), com configuração cis, não conjugadas entre C9 e C10.
Nomenclatura
X = nº de átomos de carbono
X:Y →
Y = nº de ligações duplas
As plantas sensíveis ao frio tem uma elevada percentagem de ácidos gordos saturados. As
membranas tendem a “solidificar” num estado semi-cristalino a temperaturas baixas. Lípidos das
membranas de plantas resistentes ao frio tem uma elevada proporção de ácidos gordos
insaturados do que as plantas sensíveis ao frio.
O ser humano consegue sintetizar ω-9, porém não consegue sintetizar ácidos gordos ω-3 e ω-
6, que são essenciais, pelo que têm que ser fornecidos na dieta alimentar.
Glicerolípidos
Lípidos da membrana
Os lípidos da membrana são fosfolípidos que contém uma extremidade hidrófila (polar) e uma
extremidade hidrofóbica (apolar). Organizam-se em bicamadas e apresentam enorme mobilidade.
A fluidez da bicamada depende da natureza química dos seus componentes, por exemplo, um
aumento de colesterol diminui esta fluidez.
Esfingolípidos
O núcleo é composto por ceramida, ou seja, esfingosina ligada por uma ligação amida a um
ácido gordo.
Aminoácidos
Composto orgânico que contém um grupo amina (H2N) + grupo carboxilo (COOH). Todos os
aminoácidos que participam na constituição das proteínas são L-α-aminoácidos.
α-aminoácidos, β-aminoácidos, γ-aminoácidos, etc.
Aminoácidos raros das proteínas - podem fazer parte da constituição das proteínas
ocasionalmente, mas não se encontram codificados no código genético. A cistina
(hidroxiprolina) é um importante aminoácido raro das proteínas, forma-se por oxidação
espontânea de dois resíduos da cisteína. O colagénio tem na sua constituição hidroxiprolina
e hidroxilisina. Para que haja a conversão de resíduos de prolina em resíduos de
hidroxiprolina é necessária a presença do ácido L-ascórbico (vitamina C).
Aminas
Primárias → NH2R
Secundárias → NHRR’
Terciárias → NRR’R’’
Quaternárias → N+RR’R’’R’’’
Aminas biogénicas
As aminas exógenas são directamente absorvidas pelas comida no intestino. O álcool pode
aumentar a taxa de absorção.
Ligação peptídica
Ligação éster, do tipo amida, entre o grupo carboxilo de um aminoácidos e o grupo amida de
outro aminoácido. O inverso é feito por hidrólise, catalisada por proteases. Por cada ligação liberta-
se uma molécula de H2O, por isso cada aminoácido passa a chamar-se resíduo de aminoácido.
(ex: tirosilo de tirosina, analilo de analina, etc.).
Ligação isopeptídica – qualquer ligação que não seja eupeptídica. A ligação entre os
grupos carboxilo e o grupo amina não pode se encontrar directamente ligado ao átomo de
carbono α. (ex: ligações em que participem o grupo β-carboxilo do ácido aspártico, o grupo
γ-carboxilo do ácido glutâmico, o grupo ε-amina da lisina e tanto o grupo carboxilo como o
grupo amina da β-alanina.
Nomenclatura de péptidos
A configuração trans é mais estável (R longe um do outro) que a configuração cis, sendo, por
isso, a configuração que predomina nas cadeias peptídicas.
Oligopéptidos e polipéptidos
Glutationa
Importante papel anti-oxidante na célula
Ácido oftálmico
Isolado do cristalino de vitela
Carnosina e
Anserina Presente nos músculos dos mamíferos
Ofidina
Presente nos músculos da cobra
Encefalinas
Presente no cérebro. Semelhante à morfina.
Cininas e
angiotensinas Importantes reguladores da circulação sanguínea
Proteínas
São polímeros, constituídos por uma ou mais cadeias polipeptídicas, sintetizados nos
complexos mRNA-ribossoma. Os polipéptidos que não são sintetizados com ribossomas, não são
proteínas. Sendo polímeros de aminoácidos, são constituídas por C, H, O e N, podendo ou não
conter quantidades variáveis de S, P e metais (ex: Zn, Cu, Fe, Mn, Mg, etc.).
Tem funções de defesa, hormonais, de transporte, biocatálise, reserva, movimento,
estrutura, etc.
Terá de pesar mais de 5 kDa (45 resíduos de aa) para que se distinga de um polipéptido.
As modificações pós-tradução das proteínas e o splicing alternativo faz com que haja mais
proteínas diferentes (106) do que genes (24000).
Ómicas
O transcritoma é o conjunto total de todos os mRNAs da célula que são transcritos sob uma
determinada condição fisiológica e ambiental, tendo em consideração a abundância de cada um e,
idealmente, incorporando os resultados do “splicing”.
O translatoma é o conjunto total das proteínas da célula expressas num dado momento, tendo
em consideração a abundância de cada uma.
O metaboloma refere-se ao conjunto completo de metabolitos, intermediários de vias
metabólicas, hormonas ou outras moléculas envolvidas em processos de sinalização, que se
encontram numa amostra biológica, como, por exemplo, um organismo.
Dada grande complexidade estrutural das moléculas proteicas, é frequente considerar quatro
níveis básicos na estrutura das proteínas:
Estrutura de nível primário – sequência de aminoácidos.
Estrutura de nível secundário – formação de hélices α e folhas pragueadas β.
Estrutura de nível terciário;
Estrutura de nível quaternário.
Quanto à sua estrutura, as proteínas podem ser fibrosas (ex: colagénio, queratinas, etc.) ou
globulares (hemoglobina, insulina, etc.).
Desnaturação de proteínas
É a alteração estrutural que destrói a sua conformação nativa, essencial à expressão da sua
atividade biológica. Os agentes desnaturantes podem ser temperaturas elevadas, valores
extremos de pH ou compostos químicos, como, p. ex., ureia, detergentes, metais pesados,
solventes orgânicos.
Interactómica
Priões – agente infeccioso composto por proteínas com uma conformação aberrante.
Glicoproteínas e exoglicoma
São proteínas que possuem uma ou mais porções de hidrato de carbono (ou glicana) ligadas
covalentemente à cadeia polipeptídica através dos grupos laterais de resíduos de aminoácidos.
Portanto, as glicoproteínas são proteínas glicosiladas que adquiriram essa forma através do
processo de glicosilação, que é um dos conhecidos mecanismos de modificação pós-traducional
das proteínas.
São glicósidos e por isso podem ser do tipo N- ou do tipo O- - N-glicoproteínas e O-
glicoproteínas, dependendo do átomo do resíduo de aminoácido a que as glicanas estão ligadas.
Embora usualmente uma dada glicoproteína possua glicanas apenas de um dos tipos, conhecem-
se algumas que são simultaneamente do tipo N- e O- (p, ex., a fetuína bovina e a imunoglobina
humana A).
Lectinas
As lectinas são proteinas com origem não imune (sem anticorpos), sem actividade catálica
(sem enzimas), que reconhecem e se ligam de uma forma estável (sem enzimas) a estruturas de
glicidos específicas. Estão presentes em todas as células e as suas funções fisiológicas são
desconhecidas.
Lipoproteínas
Há vitaminas que são solúveis em água (não são armazenadas) e vitaminas solúveis em
lípidos (são armazenadas, normalmente são tóxicas com overdose).
Muitas vitaminas são precursores de cofactores. São classificadas pela sua química e biológica
actividade, não pela sua estrutura. Vão de A a K.
Coenzimas
São compostos químicas que inibem a absorção ou a acção das vitaminas. Por exemplo, a
avidina é uma proteína dos ovos que inibe a absorção da biotina.
Energia livre de Gibbs (G) – quantidade de energia capaz de realizar trabalho durante uma
reacção a temperatura e pressão constantes.
G = H - TS
Enzimas
São catalizadores biológicos que ocorrem em todos os organismos vivos. São sintetizadas no
interior das células e responsáveis pelas taxas muito elevadas com que ocorrem as inúmeras
reacções do metabolismo, nas condições de pH, temperatura e pressão do meio celular.
As enzimas aumentam a taxa das reacções porque baixam a energia livre de activação das
reacções químicas que catalisam, sem alterarem o seu ponto de equilíbrio, o qual acaba,
inevitavelmente, por ser atingido, com ou sem enzima. É o tempo necessário para atingir o ponto
de equilíbrio que é extraordinariamente diminuído por acção das enzimas. Têm uma capacidade
catalítica extraordinariamente elevada e grande especificidade.
Há enzimas, como a ribonuclease P, que são constituídas por RNA e proteína. As numerosas
moléculas de RNA são enzimas, significando que a capacidade catalítica e a informação genética
podem coexistir na mesma molécula. (ex: ribozimas, grupo I de intrões de self-splicing, RNAse P,
etc.)
Catálise enzimática
Todos estes passos são reversíveis: se uma enzima se liga ao substrato X e sintetiza o
produto Y, a mesma enzima também se pode ligar a Y e transformá-lo em X; a enzima pode ainda
ligar-se a X ou a Y e libertá-los sem a ocorrência de reacção química, ou pode converter X em Y e
de novo Y em X, sem chegar a libertar Y.
Por outro lado, a ligação de uma enzima ao seu substrato não é fixa nem permanente,
obedecendo a um equilíbrio dinâmico em que as moléculas intervenientes estão continuamente a
ligar-se e a separar-se.
As enzimas baixam a energia Iivre de activação das reacções químicas que catalisam
recorrendo a cinco tipos de mecanismos:
Diz-se que a enzima está saturada quando a velocidade da formação de produto não
aumenta, mesmo que se adicione substratos.
Especificidade enzimática
Assim, as características únicas do centro activo de cada enzima fazem com que esta tenha
possibilidade de discriminar entre compostos com configuração molecular próxima.
Antes, pensava-se que as enzimas possuiam uma estrutura permanente e rígida à qual o
substrato se ajustava para se puder ligar (teoria da “chave e fechadura”). Sabe-se agora que as
enzimas alteram a sua conformação quando os substratos se ligam, que a orientação exacta dos
grupos catalíticos do centro activo é necessária para que se dê a catalise e que os sustratos são
capazes de induzir esta orientação. Por isso surgiu a teoria do encaixe induzido. A enzima é
flexível e o próprio substrato consegue induzir conformações apropriadas à catálise.
Especificidade absoluta – só pode usar um tipo de substrato (ex: urease usa apenas
ureia);
Especificidade de grupo, absoluta – só pode usar um grupo de substratos (ex: álcool
desidrogenase só pode utilizar álcoois);
Especificidade de grupo, relativa
Especificidade estereoquímica – propriedade maioritária. Representa a capacidade que
as enzimas têm de discriminar entre um dado substrato e o seu isóméro óptico.
Classes enzimáticas
Isoenzimas
Formas múltiplas de uma enzima que ocorre numa dada espécie, com a mesma especificidade
para os substratos, mas com diferentes na sua estrutura. Catalizam a mesma reacção química.
Velocidades de catálise
Os principais factores que afectam a velocidade das reacções catalisadas por enzimas são:
Concentração de enzima
Concentração do substrato
Temperatura
pH
Existe proporcionalidade entre as velocidades iniciais (no tempo zero, t0) e as quantidades de
enzima, isto é,
v=k[E]
V S
v
Equação de Michaelis m S
Influência da temperatura
Assim, por um lado aumenta a velocidade inicial (ou verdadeira actividade catalítica) da enzima,
por outro conduz a uma progressiva inactivação das moléculas da enzima. A conjugação dos dois
efeitos conduz à definição de uma temperatura óptima.
Influência do pH
As enzimas são usualmente activas apenas numa gama restrita da escala do pH. Além disso,
verifica-se que existe normalmente um valor bem definido de pH para o qual a actividade catalítica
de cada enzima é máxima - pH óptimo da enzima. Para grande número de enzimas, o pH óptimo,
além de ser bem definido, situa-se próximo da neutralidade, ou quando muito entre os limites de pH
5 e 9.
Glicólise
É uma cadeia linear de 10 reacções que converte uma molécula de D-glucose em duas de
piruvato. Entretanto, 2 ATP e 2 NADH são formados. A glicólise ainda fornece metabolitos
intermediários para diversas reacções biossintéticas. Ocorre no citoplasma, na presença ou
ausência de oxigénio.
Em condições de anaerobiose, o piruvato é convertido em lactato ou etanol + CO2, por acção
das fermentações lácticas e alcoólicas.
Glucose
2 ADP 2 ATP
4 ADP 4 ATP
2 NAD+ 2 NADH
2 Piruvato
SALDO
D-Glucose + 2ADP + 2H3PO4 + 2NAD+ → 2ácido pirúvico + 2ATP + 2NADH + 2H+ + 2H2O
Destinos do piruvato
Em condições de aerobiose,
Nestas condições, os NADH (rico em energia) formados na glicólise vão para a mitocôndria por
um mecanismo de shuttle do malatoaspartato ou do glicerol-fosfato, uma vez que a membrana
interna da mitocôndria é impermeável ao NADH. Dependendo do mecanismo de shuttle, cada
NADH da glicólise origina 2 ou 3 moléculas de ATP na cadeia mitocondrial de transporte de
electrões.
Em condições de anaerobiose,
Nestas condições, as células têm necessidade de re-oxidarem o NADH, senão a sua glicólise
pode parar por falta de NAD+ necessário ao funcionamento da reacção 6. Se a glicólise parar, as
células não conseguem produzir ATP, ficam “mortas”. Então as células recorrem à redução do
piruvato a lactato (fermentação láctica) ou a etanol + CO 2 (fermentação alcoólica) para poderem
re-oxidarem o NADH para que a glicólise possa continuar. A função das fermentações é, portanto,
a oxidação do NADH da glicólise.
Gliconeogénese
Costuma-se dizer que é uma via inversa à glicólise, excepto em 3 reacções catalizadas por
enzimas diferentes. Começa a partir do piruvato, que não volta a ser fosfoenolpiruvato, pois isto é
inviável gastando muita energia que não se tem. Como esta via é activada quando há falta de
energia, poupá-la é indispensável, pelo que se usa uma via alternativa.
Ocorre principalmente no fígado e nos rins, onde temos a síntese de glicose a partir de
substâncias que não são hidratos de carbono, que podem ser o lactato, piruvato, glicerol, etc. Esta
via é activada quando ocorrem actividades físicas muito intensas ou jejum prolongado. Durante
este jejum, as reservas de glicogénio hepático esgotam-se.
1. Formação de citrato
O oxaloacetato reage com o acetil-CoA para formar citrato e coenzima A
Irreversível
Enzima: citrato sintase
2. Isomerização do citrato a isocitrato
A formação reversível do citrato em isocitrato é feita por meio da formação
intermediária do cis-aconitato. A aconitase pode promover a adição reversível da
água na dupla ligação do cis-aconitato através de dois caminhos distintos, um
levando a citrato e outro a isocitrato.
Enzima: aconitase
3. Descarboxilação oxidativa do isocitrato a α-cetoglutarato
Reacção de oxidação-redução (NAD+ é o oxidante)
1 molécula de CO2 e de NADH
Enzima: isocitrato desidrogenase
4. Descarboxilação oxidativado α-cetoglutarato para formar Succinil-CoA
Complexo multienzimático: α-cetoglutarato desidrogenase
Parecida com a descarboxilação do piruvato para dar acetil-coA
1 molécula de CO2 e NADH
SALDO:
2 CO2;
1 GTP;
3 NADH;
1 FADH2;
A oxidação do NADH rende 2,5 ATP;
A oxidação do FADH2 rende 1,5 ATP;
A oxidação de 2 C de acetil-Coa produz 10 ATP
2 ATP
2 NADH (= 5 ATP)
2 NADH (= 5 ATP)
20 ATP (2x10)
SALDO: 32 ATP por glucose oxidada a CO2. A fermentação apenas rende 2 ATP.
Ainda falta
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA FOTOFOSFORILAÇÃO
Fosforilação oxidativa
Fotofosforilação
Fase luminosa
o Há conversão de energia luminosa em energia química → formação de O 2, NADPH
e ATP.
o Há uma fotofosforilação não-cíclica – a que utiliza os foto-sistemas I e II com
formação de O2 e outra cíclica, que utiliza o foto-sistema I e apenas produz ATP.
- Fase escura
o Síntese de compostos orgânicos, a partir da fixação de CO 2 e utilizando o ATP e o
NADPH formados na fase luminosa. (Ciclo de Calvin – ciclo fotossintético da
redução do CO2 a glúcidos).
o
6CO2 + 18ATP + 12NADPH + 12H+ + 12H2O → Glucose + 12NADP+ + 18ADP + 18Pi
Catabolismo dos lípidos
A síntese e degradação dos ácidos gordos dão-se em vias metabólicas diferentes, que
envolvem enzimas diferentes, correm em compartimentos celulares diferentes e há mecanismos de
regulação que impedem que ambas ocorram simultaneamente.
Hidrólise enzimática de triglicerídeos pelas lipases. Esta actua até degradar os tiglicerídeos
a glicerol e 3 ácidos gordos.
Hidrólise enzimática de fosfolípidos pela fosfolipase.
Activação dos ácidos gordos no citosol: Como os ácidos gordos livres são pouco
solúveis em água e muito solúveis em gordura não são capazes de atravessar a membrana
mitocondrial. Para que isto seja possível, é necessário que estes sejam activados, ou seja,
fosforilados. o que lhes permite reagir com a coenzima A livre e dar origem ao acil-CoA que
é capaz de atravessar a membrana.
Formação de acil-coA: Quando fosforilados (activos) podem reagir com a co-A livre e
originam acil-CoA, que é capaz de atravessar a membrana.
Transporte dos ácidos gordos activados através da membrana: Para que o acil-CoA
passe pela membrana da mitocôndria, estes reagem com um aminoácido "especial",
a carnitina, libertando a coenzima A. A carnitina esterificada é transportada para dentro da
mitocôndria por um transportador específico, a translocase. Dentro da mitocôndria, a
carnitina transfere o grupo acilo para uma outra molécula de CoA e a carnitina livre volta
então para o citoplasma através do transportador.
o A 3ª reacção: Outra oxidação, desta vez a reduzir NAD a NADH. O grupo hidroxil é
oxidado e forma-se um grupo cetona no carbono beta.
o 4ª reacção: é uma tiólise, ou seja, parte-se a ligação entre estes carbonos, então há
a formação de um grupo acil-coA com menos dois carbonos que o inicial e há
também formação de acetil-coA
+ +
CH3(CH2)n-CO-S-CoA + FAD + NAD + CoA-SH → CH3(CH2)n-2-CO-S-CoA + FADH2 + NADH + H + acetil-CoA
Estes produtos ( acetil co-A, acil co-A, FADH2, NADH+ H+) podem servir de intermediários para
a formação de corpos cetónicos, para o Ciclo do ácido cítrico (ou Krebs) ou para síntese lipídica.
Quando o acetil-CoA formado não entra no ciclo do ácido cítrico e forma corpos cetónicos,
surge uma doença bastante comum nos dias de hoje, a diabetes de tipo I. Isto acontece devido a
baixa concentração de oxalacetato, que é determinante para que o acetil-CoA entre no ciclo. Por
isso, quando este é reduzido, pouco acetil-CoA entra no ciclo de Krebs, promove-se a formação de
corpos cetónicos, causa a doença.
Vias lisossomais/vacuolares;
Via da ubiquitina-proteassoma – responsável pela degradação de centenas e milhares de
proteínas. Muitos destes substratos são proteínas regulatórias, como factores de transcrição
ou reguladores do ciclo celular. Outros são proteínas aberrantes que precisam de ser
eliminadas para prevenir agregação ou toxicidade.
Em geral, o catabolismo dos aminoácidos inicia-se com a separação dos grupos amina dos
seus esqueletos carbonados. A remoção dos grupos α-amina dos aminoácidos para dar os 2-
oxoácidos correspondentes é conseguida a custa de dois tipos de reacções:
Transaminação;
Desaminação oxidativa.
A transaminação não resulta, por isso, na remoção líquida de azoto dos aminoácidos. Contudo,
permite que os grupos amina dos diversos aminoácidos se concentrem num só aminoácido, o
glutamato/ácido L-glutâmico.
COOH COOH
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H2N – C - H + H2O + NADP+ → C=O + NH3 + NADPH + H+
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→
CH2 CH2
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CH2 CH2
| |
COOH COOH
Ácido L-glutâmico Ácido 2-oxoglutâmico
Remoção do azoto
Estroma do cloroplasto
Lúmen do tilacóide
H+ H+
NH4+ NH4+
Esta teoria consiste na síntese de ATP pela passagem de H + do lúmen dos tilacóides, em
resposta ao gradiente de pH. A membrana é impermeável aos H+, mas é permeável ao NH4+
(amónio) e aos NH3 (amoníaco). Se [NH4+] na mitocondria, citoplasma ou cloroplasto aumenta, a
forma NH3 predomina no estroma do cloroplasto devido ao alto pH. Assim, o NH3 entra no lúmen do
tilacóide.
Como no lúmen o pH é relativamente mais baixo, o NH 3 tem tendência para captar um protão,
transformando-se em NH4+. Este sai do tilacóide, entra no estroma, onde o pH é mais alto. Assim, o
NH4+ perde o protão e converte-se em NH3.
Ciclo da ureia
Embora a ureia represente o principal produto final do metabolismo do azoto nos mamíferos
terrestres, sabe-se que os ursos em hibernação podem utilizar a ureia para a biossíntese de
aminoácidos.
Assimilação do carbono
Fotossíntese
CO2 Hidratos de Carbono
Assimilação do azoto
Nitrogenase
N2 NH4+
Nitrato Nitrito
redutase redutase
NO3- NO3- NH4+ AMINOÁCIDOS
NH4+ NH4+
Esqueletos
Assimilação do enxofre Carbonados
SO2-
AMINOÁCIDOS
SO42-
Assimilação do azoto
O NO3 trata-se de uma forma de azoto que pode ser absorvida e armazenada nos vacúolos
das folhas das plantas. A sua redução ao nível de amoníaco dá-se pela acção sequencial de duas
importantes enzimas, que consomem potencial redutor produzido pelas reacções fotoquímicas da
fotossíntese: a nitrato redutase (NR), que reduz o nitrato a nitrito, e a nitrito redutase (NiR), que
reduz o nitrito a amoníaco.
O NH4+ trata-se de uma forma tóxica de azoto, não podendo, por isso, acumular-se nas
células (desacopla as cadeias de transporte de electrões). O amónio é assimilado, isto é,
incorporado em aminoácidos pelo funcionamento do ciclo da glutamato sintase.
Aminoácidos essenciais
Os aminoácidos que não podem ser sintetizados por um organismo em quantidade suficiente
são denominados aminoácidos essenciais ou indispensáveis e têm que ser fornecidos pela dieta
alimentar.
Aqueles que podem ser sintetizados pelo organismo, a partir de precursores disponíveis, em
quantidade suficiente para satisfazer as suas necessidades são denominados não-essenciais ou
dispensáveis.
São considerados aminoácidos essenciais para o homem a valina (Val), a leucina, (Leu), a
isoloeucina (Ile) , o triptofano (Trp), a fenilalanina (Phe), a lisina (Lys), a metionina (Met) e a
treonina (Thr).
A arginina (Arg) e a histidina (His) são sintetizados em quantidade suficiente para satisfazer as
necessidades do homem adulto, mas não as de uma criança em crescimento. Estes aminoácidos
são, por isso, designados por semi- ou meio-essenciais.
A tirosina (Tyr) e a cisteína (Cys) são considerados não-essenciais se a dieta alimentar tiver
quantidades suficientes de fenilalanina e de metionina, respectivamente. Isto porque os mamíferos
formam tirosina directamente a partir da fenilalanina e porque a cisteína deriva o seu enxofre
dametionina.
Biossíntese de aminoácidos
Assimilação do enxofre
Obtenção de ATP
Obtenção de poder redutor (NADH)
Obtenção de esqueletos carbonatos.
Potencial redutor
O NADH é produzido durante a respiração (glicólise, oxidação β dos ácidos gordos, ciclo do
ácido cítrico e ciclo do glioxilato). É oxidado na cadeia mitocondrial de transporte de electrões, com
formação de ATP (fosforilação oxidativa).
O NADPH é produzido pela via dos fosfatos de pentose e pela cadeia de transporte de electrões do
cloroplasto. É consumido pelas reacções biossintéticas ou oxidado pelas mitocôndrias vegetais.
Macromoléculas Precursores
Celulares Moleculares
Proteínas Aminoácidos
Anabolismo Açúcares
Polissacáridos
Lípidos Ácidos gordos
Ácidos nucleicos Bases azotadas
Esta via cataliza um fluxo de electrões do NADH ao O 2. O transporte dos electrões faz-se com a
formação de um gradiente de protões (usado para a síntese de ATP). Consiste em 5 complexos.
O NADH e a FADH2 são moléculas ricas em energia, porque cada uma delas possui um par de
electões com um elevado potencial de transferência:
Têm, por isso, potenciais de redução negativos, ao passo que o O 2 tem um potencial de
redução fortemente positivo (E’0 = +0,82 V).
Como o NADH tem um potencial de redução mais negativo que o FADH 2, a sua oxidação pelo
O2 liberta mais energia do que a do FADH2:
Por este motivo, na cadeia de transporte de electrões, a oxidação de uma molécula de NADH
dá origem à síntese de 2,5 a 3 moléculas de ATP, enquanto que a oxidação de uma molécula de
FADH2 fornece apenas 1,5 a 2 moléculas de ATP.
Os electrões do NADH e a FADH2 não são transferidos directamente para o O 2. Eles são
transferidos através de uma série de moléculas transportadoras, cujos potenciais de redução vão
aumentando sucessivamente até ao O2. Isto permite libertar a energia em pequenas porções,
tornando termodinamicamente mais eficiente a sua conservação sob a forma de ATP.
https://www.isa.utl.pt/files/priv/UC/Bioquimica/2011-2012/SlidesAula2.pdf - 36
https://www.isa.utl.pt/files/priv/UC/Bioquimica/2011-2012/Slides_Aula_12.pdf - 39
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67
https://www.isa.utl.pt/files/priv/UC/Bioquimica/2011-2012/Slides_aula21.pdf - 72, 98
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http://www.ebah.com.br/content/ABAAABmFQAG/funcoes-metabolicas-nos-animais-que-hibernam