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1 - TECIDOS CONJUNTIVOS
1
Figura 1 – Estrutura das fibras colágenas.
2
Proteção mecânica
Preenchimento de lacunas entre órgãos
Modelagem de contornos corporais
Isolamento térmico
Armazenamento de energia e água.
Duas destas cadeias são idênticas entre si (cadeia α-1) e a outra diferente
ligeiramente (cadeia α-2), dando a forma de bastonete à molécula de colágeno, como pode
ser visto na Figura 3. Estas três cadeias são fortemente ligadas formando uma fibrila, uma
fibra e um feixe. As ligações entre os colágenos recém-formados são prejudicadas por
soluções ácidas, e calor. Com o envelhecimento estas ligações reduzem sua eficiência.
3
Figura 3 – Representação de fibrilas, fibras e feixes de colágeno.
As fibras que compõem os tendões têm um arranjo ordenadamente paralelo, porém
levemente de forma ondular. Entre os ligamentos, a orientação específica dos feixes de
fibra varia até certo ponto e é dependente da sua função.
4
Figura 5 – Esquema da parte de um tendão.
O tendão é composto dos seguintes elementos: fibra tendinosa, feixe primário, feixe
secundário e tendão. Tanto os feixes primários e secundários como o próprio tendão
encontram-se revestidos por envoltórios de tecido conjuntivo que são as camadas
peritondinosas internas e externas como podemos verificar na Figura 6. Estes envoltórios
de tecido conjuntivo contêm os nervos e vasos do tendão.
5
com coelhos verificou-se que o ciclo metabólico dos ligamentos é um pouco maior do que
dos tendões.
Tendões e ligamentos têm uma vascularização limitada que afeta diretamente sua
regeneração. Tendões revestidos por paratendão têm sido chamado de tendões vasculares,
e aqueles revestidos por bainha de tendão, como tendões avasculares. O paratendão é um
tecido conjuntivo areolar frouxo que circunda alguns tendões e ligamentos. Apresenta como
função proteger o tendão. Em locais onde os tendões são submetidos a particularmente alta
força de fricção uma camada parietal sinovial é achada justo embaixo do paratendão.
Os tendões servem de transição entre os músculos e os ossos. A junção entre as
fibras musculares e as fibras do tendão é formada pelos prolongamentos do tendão que se
introduzem profundamente ente as fibras musculares, respectivamente, nas membranas
basais das mesmas (Figura 7).
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Figura 8 – Imagem da transição do tendão se inserindo em um osso.
7
1.3 – TECIDO CARTILAGINOSO
A cartilagem fibrosa é formada por tecido conjuntivo colágeno denso, com grande
número de fibras dispostas paralelamente, pouca substância matriz e poucos condrócitos.
Em função dessa estrutura a cartilagem fibrosa é altamente resistente às forças. O aumento
da solicitação leva ao aumento da porcentagem de fibras colágenas. Como exemplos
podemos citar os anéis fibrosos dos discos intervertebrais e os meniscos.
A cartilagem hialina apresenta uma grande quantidade de fibras colágenas,
embutidas na substância matriz, mascarando o aparecimento das fibras. É comum a
presença de grande número de lacunas cartilaginosas multicelulares. A notável capacidade
de resistência dessa cartilagem é devida à presença e à estrutura do grande número de
unidades cartilaginosas. Articulações do tipo diartrose são cobertas por cartilagem articular
hialina que se caracteriza por um fino (1 a 6 mm), denso, branco e translúcido tecido
conectivo. É um tecido isolado destituído de vasos sanguíneos, canais linfáticos e
inervação neurológica. Apresenta como funções distribuir carga, e permitir um movimento
relativo das superfícies das articulações com um mínimo de fricção e desgaste. A
cartilagem é gerada através de condrócitos, células escassamente distribuídas na cartilagem.
Eles são responsáveis pela manufatura, secreção, organização e manutenção do componente
orgânico da matriz. São encontradas principalmente fibras de colágeno tipo II e em menor
quantidade fibras do tipo V, VI. IX e XI) que representam 15 a 22% do peso total.
O colágeno na cartilagem articular não é homogeneamente distribuído, dando ao
tecido uma característica de camadas. Na zona superficial tangencial, a densidade é em
torno de 10 a 20% da densidade total, onde são observadas camadas de fibras finas,
densamente compactadas, randomicamente entrelaçadas em planos paralelos à superfície
articular. Na zona central a densidade é maior, em torno de 40 a 60% , e as fibras são
8
randomicamente orientadas e homogeneamente dispersas. Na zona profunda a densidade é
em torno de 30% e as fibras se juntam formando bandas de fibras mais largas e radialmente
orientadas.
Essas camadas compostas parecem prover uma importante função biomecânica pela
distribuição de estresse mais uniforme.
Ainda, deve ser considerada a disposição das fibrilas colágenas no interior da
cartilagem (Figura 12). O treino esportivo resulta em hipertrofia da cartilagem hialina das
articulações, melhorando a reação elástica da mesma às forças de pressão. Uma das
funções do aquecimento é preparar a cartilagem hialina para um trabalho mais intenso,
aumentando sua oxigenação e espessura.
9
seja alterações degenerativas da cartilagem hialina da patela se deve a grande distância a ser
vencida nos transportes metabólicos pelo processo de difusão.
A cartilagem elástica é formada por substancia de matriz, dentro da qual se
encontram fibras colágenas e fibras elásticas dispostas em rede. Como apresentam grande
quantidade de fibras elásticas apresenta grande facilidade de deformação. Temos como
exemplo a cartilagem do pavilhão auricular. Verifique a Figura 13 com exemplos de
cartilagens no corpo humano.
Em geral os três tipos de cartilagens apresentam as seguintes características:
O tecido cartilaginoso é destituído de vasos sanguíneos e de nervos.
A sua nutrição se processa por difusão a partir de capilares das zonas
limítrofes. Já a cartilagem hialina é nutrida através do líquido
sinovial;
O teor de água na cartilagem diminui à medida que o organismo
envelhece, promovendo a diminuição de sua elasticidade;
O tecido cartilaginoso é um tecido de baixo metabolismo e de
reduzida capacidade de regeneração;
10
carbonato de cálcio e 5% de sais de magnésio e de outros metalóides. Por esse motivo, a
sua resistência é dez vezes maior que a da cartilagem, sendo considerado o tecido mais duro
do organismo humano. Os elementos orgânicos do osso compreendem cerca de 95% de
fibras colágenas e 5% de substância matriz. Além dessas substâncias são encontrados os
osteócitos, células ósseas responsáveis pelos processos de formação, reabsorção e
reestruturação do tecido ósseo.
Podemos classificar os ossos em lamelares e reticulares. Nos adultos raramente
encontramos os ossos reticulares, por outro lado os ossos lamelares são comuns, por
exemplo, os ossos longos dos membros.
O osso longo pode ser dividido em duas estruturas, a diáfise e a epífise. A diáfise
consiste na estrutura alongada do osso. Essa estrutura nada mais é que um tubo de
substância óssea de consistência rígida cujo interior apresenta medula óssea. As epífises
representam as extremidades articulares do osso longo. Possuem o revestimento da
cartilagem hialina e internamente é formado por um arcabouço esponjoso de trabéculas
ósseas. Nos primeiros anos de vida de um ser humano, uma camada de cartilagem hialina
entre a diáfise e a epífise, chamada linha ou disco epifisário, permite o crescimento ósseo.
Esse crescimento ocorre longitudinalmente e intracartilaginosamente. Com o avançar da
idade a linha epifisária acaba calcificando-se encerrando o crescimento longitudinal.
Como estruturas ósseas podemos listar, de fora para dentro: o periósteo, a
substância óssea e a medula óssea. O periósteo consiste na superfície do osso, exceto nas
superfícies articulares onde encontramos a cartilagem hialina e dos pontos de inserção de
tendões e ligamentos. O periósteo apresenta uma camada interna ou camada osteogênica
(regenerativa) e uma camada externa, ou camada fibrosa. As fibras colágenas do periósteo
emitem fibras chamadas de Sharpey, as quais penetram na substância óssea, fixando o
periósteo. O periósteo é rico em nervos e vasos sanguíneos e apresentam as seguintes
funções:
Nutrição do osso através dos vasos sangüíneos;
Proteção do osso, formando em torno do mesmo uma membrana ao
mesmo tempo firme e elástica. Graças à sua riqueza em nervos, o
periósteo alerta contra a sobrecarga mecânica;
Regeneração, os osteócitos do periósteo participam da formação do
tecido ósseo e da neoformação de substância óssea em decorrência às
fraturas.
Abaixo do periósteo encontramos uma camada dura, denominada de substância
óssea compacta. A porção mais interna é composta de um trabeculado fino com o aspecto
de esponja, sendo chamada de substância óssea esponjosa. A substância óssea compacta é
formada pelas lamelas primárias e secundárias. As lamelas secundárias formam os sistemas
haversianos (Figura 14).
11
Figura 14 – Vista transversal do osso lamelar.
12
Figura 15 – Sistema Haversiano.
13
A medula óssea apresenta a importante função hematopoiética no corpo humano. A
medula vermelha é a responsável por tal função. A substância esponjosa apresenta também
medula amarela, formada de 96% de gordura. É encontrada nos canais medulares dos ossos
longos dos membros, apresentando finalidade de preencher os espaços vazios destes canais.
Formação do osso
Crescimento do osso
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Figura 17 – Representação da mineralização de ossos do carpo.
Devemos citar que a ação mecânica dos músculos sobre os ossos além de provocar
adaptação na infra-estrutura, resulta também em modificações dos contornos externos. As
tuberosidades se destacam mais, assim como as cristas ósseas e os tubérculos que servem
de inserção aos músculos e ligamentos. Dessa forma as alavancas corpóreas se tornam
mais eficientes. A solicitação mecânica exagerada e permanente não leva à hipertrofia
acentuada do osso, senão à atrofia e desmineralização do mesmo, produzindo até fraturas
patológicas.
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Figura 18 – Tipos de forças atuantes nos ossos, (a) força de compressão, (b) força de tração
e (c) força de deslizamento.
O estresse mecânico não é só gerado pelo tipo de forças mencionadas acima, mas
também uma combinação entre elas. Quando uma força excêntrica (não axial) é aplicada à
extremidade do osso, ele se curva, criando um estresse compressivo em um lado do osso e
um estresse de tensão no lado oposto (Figura 20). Chamamos este tipo de força de
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inclinação. Já a força de torção ocorre quando o osso é contorcido ao redor do seu eixo
longitudinal, normalmente quando uma de suas extremidades está fixa.
Independente do tipo de força aplicada no osso, ela pode produzir lesão se for
aplicada em baixa intensidade, porém repetitivamente, denominada carga repetitiva ou em
uma única e grande intensidade capaz de danificar estruturas, denominada de traumática.
Como podemos verificar, lesão também pode ser gerada por repetições sustentadas de
forças relativamente pequenas. Um exemplo é a fratura de fadiga ou de estresse.
Uma fratura é uma interrupção da continuidade de um osso. Fraturas traumáticas
podem ser classificadas como:
Fratura de avulsão – fratura induzida por uma carga de tração na
qual uma parte do osso é puxada para fora por um tendão ou
ligamento inserido nele.
Fratura impactada – fratura induzida pela compressão de lados
opostos.
Fratura cominutiva – fratura caracterizada por numerosos pequenos
fragmentos.
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autônomo. Por esse motivo as contrações da musculatura estriada são voluntárias, rápidas e
retilíneas, se diferenciando das contrações da musculatura lisa que são involuntárias, lentas
e vermiformes. Por esses motivos a musculatura lisa é ideal para gerar contrações
prolongadas como as requeridas no sistema vascular, no trato digestivo e na bexiga entre
outros lugares.
18
(b) Músculo cardíaco
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Considerando a área transversal do músculo como um indicador de força, ou seja,
quanto maior a espessura do músculo maior a sua força, podemos analisar grandes
diferenças entre os dois tipos de músculos apresentados. Calculando a área transversal às
fibras musculares do músculo fusiforme verificamos um valor igual a A representado na
Figura 23. Seguindo a mesma metodologia podemos verificar que é impossível calcular a
área total do músculo penado em questão, com apenas um corte. Assim, o cálculo da área
transversal fisiológica do músculo penado é constituída da soma de duas áreas a A1 e a A2.
Podemos concluir que a área transversal fisiológica do músculo penado é sempre maior que
essa área de um músculo fusiforme, indicando assim uma maior potência dos músculos
penados.
Por outro lado, o músculo penado apresenta uma menor amplitude de movimento
graças à inclinação de suas fibras. Uma fibra muscular é capaz de encurtar-se em torno de
50%, assim, como as fibras de um músculo fusiforme se encontram dispostas
longitudinalmente, este músculo pode se encurtar até 50% (Figura 24). Já o músculo
penado apresenta este encurtamento no sentido oblíquo, sendo o encurtamento no eixo
longitudinal do músculo relativo ao seno do ângulo entre as fibras musculares e o eixo
longitudinal do músculo (Figura 24). Como o seno varia de 0 a 1, o encurtamento no eixo
longitudinal sempre será menor que no músculo fusiforme.
20
para um músculo aumentar gradativamente a tensão exercida é necessário o recrutamento
de um número crescente de unidades motoras até a tensão máxima quando quase todas as
unidades são estimuladas. Assim, para movimentos lentos com pouca aplicação de força
são estimuladas poucas unidades o oposto acontecendo para movimentos bruscos para
superar grandes resistências.
21
Figura 27 – Representação esquemática de estruturas conjuntivas que envolvem o músculo.
22
Figura 27 – Representação de estruturas dentro da fibra muscular.
23
molécula. Já a TN-I apresenta um sítio específico de ligação com a actina, mas não com o
cálcio, sua função é inibir a interação entre os sítios ativos da actina e as pontes transversas
da miosina. A TN-T, por sua vez, apresenta um sítio de ligação com a tropomiosina. Desta
forma, cada molécula de troponina apresenta dois sítios de ligação específicos para
proteínas; um fixo com o filamento de tropomiosina (TN-T), e outro móvel, com a actina
(TN-I), dependentes da ligação dos íons de cálcio com o TN-C. Outra representação da
actina, tropomiosina e troponina com suas três subunidades pode ser observada na Figura
29.
Finalmente vamos analisar a miosina (Figura 30); é uma molécula formada de uma
cadeia polipeptídica longa. O filamento grosso de um sarcômero é formado em média por
200 moléculas de miosinas num arranjo regular. Estas moléculas se unem através de suas
Meromiosinas Leves permitindo que a outra extremidade, a Meromiosina Pesada, também
chamada de Pontes Transversas, fique livre para se interagir com a actina. Na cabeça da
Meromiosina Pesada existem duas regiões com atividade ATPásica denominadas de S1 e
S2.
Com todas estas informações podemos verificar como ocorre a contração muscular.
Com a gênese de um potencial de ação limiar ou supra-limiar, este estímulo é distribuído
para toda a fibra muscular através dos túbulos T, que aumentando a permeabilidade das
cisternas terminais liberam cálcio para todo o sarcoplasma. O cálcio atraído pela TN-C
altera sua conformação espacial eliminando a ação da TN-I e através da TN-T desloca a
tropomiosina de sua posição original, liberando os sítios ativos da actina. A miosina então,
é atraída pela actina conectando suas pontes transversas (S1) aos glóbulos de actina
realizando um encurtamento do sarcômero. O retorno à posição normal ocorre quando a
outra região da cabeça da miosina (S2) entra em contato com a actina no fim da flexão das
24
pontes cruzadas, possibilitando a repetição de um novo processo de interação entre a
miosina e a actina (Figura 31).
25
II - ARTICULAÇÕES
26
As anfiartroses podem ser divididas em sinfibrocondioses. Como exemplo temos a
articulação esterno-costal do tórax e os discos epifisários que separam as epífises das
diáfises durante o período de crescimento ósseo. As sinfibrocondroses, fecham a
classificação das anfiartroses. Normalmente são compostas de discos fibrocartilagíneo
separando duas superfícies ósseas. Como exemplo temos a sínfise pubiana e as articulações
entre os corpos das vértebras.
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articular é um saco de tecido conjuntivo que envolve a articulação, fechando-a
hermeticamente. Ela se prende geralmente ao longo da margem das superfícies
cartilaginosas dos ossos. Sua parte interna é responsável pela produção do líquido sinovial,
importante lubrificante encontrado apenas nas diartroses. Sua parte externa serve de
estrutura ligamentar.
Os anéis fibrocartilaginosos apresentam um papel de aumento da concavidade
articular, absorção de choques e auxiliam na lubrificação. Como exemplos temos as
articulações do ombro, do joelho e a articulação esternoclavicular.
As diartroses variam mediante a mobilidade e o desenho apresentado. Podem ser
classificadas em seis tipos diferentes como:
a) Esferóide ou enartrose (Figura 35), permite grande amplitude de movimento.
Uma superfície esférica de um osso longo se articula com uma cavidade.
Permite movimentos em três eixos: flexão/extensão; adução/abdução e rotação,
além de movimentos combinados como circundução. Como exemplo temos as
articulações do ombro e quadril.
b) Elipsóide ou condilar (Figura 36), muito parecida com a anterior, porém com a
limitação de ação de apenas dois eixos. São geradas flexão/extensão e
adução/abdução, porém não permitindo rotação. Como exemplos temos as
articulações metacarpofalângicas 2 a 5 e o punho.
28
Figura 36 – Exemplo da articulação elipsóide.
29
d) Gínglimo ou trocleartrose (Figura 38), é uma articulação que produz movimento
em apenas um eixo: flexão/extensão. Como exemplo temos o cotovelo,
tornozelo e articulações interfalângicas.
30
f) Selar ou encaixe recíproco (Figura 40), apresentam superfícies de encaixe
recíproco, permitindo flexão/extensão e adução/abdução somente. A única
articulação selar verdadeira é a carpometacárpica do polegar.
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II - ALAVANCAS
Podemos descrever uma alavanca como uma barra rígida, que apresenta um ponto de
apoio onde pode ocorrer rotação. Este ponto é chamado de eixo da alavanca (E). A
alavanca sofre a ação de uma resistência (R), a ser superada através da aplicação de uma
força (F), como podemos verificar a seguir
32
A outra situação que envolve alavancas é a variação da força. Podemos entender
melhor o citado através da análise da situação em que, ao aplicarmos uma força em uma
extremidade da alavanca, poderemos superar resistências muito maiores a esta força. Como
sugestão, vamos identificar os momentos atuantes no sistema
Como o sistema está estático, a somatória dos momentos em relação ao eixo é igual a
zero. Assim, teremos
M e 0 F BF ( R BR)
Desenvolvendo a equação, podemos dizer
F x BF = R x BR
Vamos analisar duas posições diferentes do eixo, onde uma força F = 100N deve
manter a resistência R a ser calculada.
Exemplo 1
Temos: BF = 5 m
BR = 10 m
Para calcularmos a resistência temos
R = F x BF . logo R = 100 x 5 = 50N
BR 10
Exemplo 2
Temos: BF = 10 m
BR = 5 m
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resistência de 200 N (ocorreu um aumento da força no final da aplicação da alavanca). No
primeiro exemplo o BF < BR (diminuição da força), ao passo que no segundo
exemplo o BF > BR (aumento da força).
Associando as duas situações discutidas podemos resumir alavancas que apresentem
BF > BR geram diminuição da velocidade e aumento da força o oposto acontece,
alavancas que apresentem BF < BR geram aumento da velocidade e diminuição de
força.
Como se pode observar é impossível a uma alavanca gerar aumento de velocidade e
força ao mesmo tempo.
Como vimos, a posição do eixo pode alterar a característica da alavanca. Analisando
mais profundamente, podemos observar que a relação da posição entre os três elementos da
alavanca, força, resistência e eixo, geram classes diferenciadas como
1a Classe ou Inter-fixa:
O eixo se encontra entre a força e a resistência. Como exemplos no nosso dia a dia
temos alicate, tesoura, pé de cabra, etc. No corpo humano são encontradas como na
extensão do cotovelo. O tríceps braquial (inserção no olécrano) gera a força que faz o
cotovelo se estender indo de encontro a uma determinada resistência.
Nesta classe de alavancas podemos obter BF > BR / BF < BR / BF = BR,
podendo gerar aumento de força ou aumento de velocidade ou ficar em uma posição neutra.
2a Classe ou Inter-resistente:
A resistência se encontra entre a força e o eixo. Como exemplo no nosso dia a dia
temos o carrinho de mão. No corpo humano não são comuns. Sempre se apresentam em
situações especiais. Um bom exemplo seria a mastigação.
Nesta classe de alavancas só obtemos BF > BR. Assim, esta classe só pode gerar
aumento da força.
3a Classe ou Inter-potente:
34
A força se encontra entre a resistência e o eixo. Como exemplos no dia a dia temos
sistema hidráulico para manter a porta fechada, e guincho. No corpo humano são as mais
encontradas como na extensão do joelho ou flexão do cotovelo.
Nesta classe de alavancas só obtemos BF < BR. Assim, esta classe só pode gerar
aumento da velocidade.
35
III - ANÁLISE MUSCULAR DE MEMBROS SUPERIORES, INFERIORES E
TRONCO
CINTURA ESCAPULAR
MOVIMENTOS
MÚSCULOS
36
SERRÁTIL O: COSTELAS
PEITORAL O: COSTELAS
AÇÃO MUSCULAR
ROTAÇÃO ROTAÇÃO
MÚSCULOS ELEVAÇÃO DEPRESSÃO PROTRUSÃO RETRAÇÃO
SUPERIOR INFERIOR
TRAPÉZIO MP MP
ASCENDENTE
TRAPÉZIO
TRANSVERSO MP
TRAPÉZIO
DESCENDENTE MP MP
ROMBÓIDE MP MP MP
ELAVADOR DA
ESCÁPULA MP MP
SER.
ANTERIOR MP MP
PEIT. MENOR MP MP MP
MÚSCULOS SINERGISTAS
Quando dois ou mais músculos em contração simultânea realizam pelo menos uma
ação, enquanto neutralizam pelo menos outra ação restante.
37
OMBRO
MOVIMENTOS
MÚSCULOS
38
LATÍSSIMO O: VÉRTEBRAS, SACRO, CRISTA ILÍACA, 3 COSTELAS INF.
DO DORSO I: ÚMERO
39
AÇÃO MUSCULAR
DELT. ACROMIAL MP
DELT. ESPINHAL MP MP MP MP
SUPRA-ESPINHAL MP
PEIT. M. CLAVICULAR MP MP MP MP
PEIT. M.
MP MP MP MP
ESTERNOCOSTAL
LATÍSSIMO DO DORSO MP MP MP
REDONDO MAIOR MP MP MP
SUBESCAPULAR MP
CORACOBRAQUIAL MP
INFRA-ESPINHAL MP MP
REDONDO MENOR MP MP
COTOVELO E RADIOULNAR
40
MÚSCULOS
O: ÚMERO
BRAQUIAL
I: TUBÉRCULO DA ULNA
BRÁQUIOR- O: ÚMERO
RADIAL I: PROCESSO ESTILÓIDE DO RÁDIO
O: PL: ESCÁPULA
TRÍCEPS P.LAT.: PARTE POSTERIOR DO ÚMERO ATÉ TUB. MAIOR
BRAQUIAL P.MED.: SUPERF. INF. DO ÚMERO
I: OLÉCRANO
O: ÚMERO E ULNA
SUPINADOR
I: RÁDIO
41
AÇÃO MUSCULAR
BRAQUIAL MP
BÍCEPS BRAQUIAL MP MP
BRAQUIORRADIAL MP
TRÍCEPS BRAQUIAL MP
PRON. REDONDO MP
PRON. QUADRADO MP
SUPINADOR MP
PUNHO
MÚSCULOS : INTRÍNSECOS
EXTRÍNSECOS
AÇÃO MUSCULAR
42
CINTURA PÉLVICA E QUADRIL
MOVIMENTOS
QUADRIL:
MÚSCULOS
ILÍACO O: ÍLIO
FEMORAL I: PATELA
43
PECTÍNEO O: PÚBIS
GLÚTEO O: ÍLIO
ADUTOR O: PÚBIS
44
ADUTOR O: PÚBIS
AÇÃO MUSCULAR
ROT. ROT.
MÚSCULOS FLEX EXT ABD AD
MED. LAT.
PSOAS MP
ILÍACO MP
RETO FEMORAL MP
PECTÍNEO MP MP
ADUTOR LONGO,
MP
CURTO E MÁGNO
GRÁCIL MP
GLÚTEO MÁXIMO MP MP
GLÚTEO MÉDIO MP
GLÚTEO MÍNIMO MP MP
SEMITENDÍNEO MP
SEMIMEMBRANÁCEO MP
45
BÍCEPS FEMORAL MP
TENSOR DA FÁSCIA
MP MP
LATA
ROTADORES
MP
LATERAIS
JOELHO
FÊMUR: CÔNDILOS
PATELA: OSSO TRIANGULAR; PROTEGE E SERVE COMO POLIA
TÍBIA: MENISCO LATERAL É, EM CIRCUNFERÊNCIA, MENOR QUE O
MEDIAL
MENISCO MEDIAL SE INSERE NO LIGAMENTO COLATERAL TIBIAL
MOVIMENTOS
MÚSCULOS
SEMITENDÍNEO
SEMIMEMBRANÁCEO
BÍCEPS FEMORAL
RETO FEMORAL
46
VASTO IN- O: FACE ANTERIOR E LATERAL DO FÊMUR
AÇÃO MUSCULAR
ROT. ROT.
MÚSCULOS FLEX EXT
MED. LAT.
Reto femoral, vasto lateral,
vasto medial e vasto MP
intermédio
Semitendíneo MP MP
Semimembranáceo MP MP
Bíceps femoral MP MP
Poplíteo MP MP
Gastrocnêmio MP
47
TORNOZELO E PÉ
MOVIMENTOS
MÚSCULOS
ANTERIOR I: CUNEIFORME
I: CALCÂNEO
NÊMIO I: CALCÂNEO
FIBULAR LONGO
TIBIAL POSTERIOR
FIBULAR CURTO
48
AÇÃO MUSCULAR
DORSO- FLEXÃO
MÚSCULOS INVERSÃO EVERSÃO
FLEXÃO PLANTAR
TIBIAL
MP MP
ANTERIOR
PLANTAR MP MP
SÓLEO MP
GASTROCNÊMIO MP
FIBULAR
MP
LONGO
TIBIAL
MP
POSTERIOR
FIBULAR
MP
CURTO
DEFEITOS DO PÉ
49
TRONCO
VÉRTEBRAS
DISCOS
CURVAS: CERVICAL, TORÁCICA, LOMBAR E SACRAL
MOVIMENTOS
EXTENSÃO / FLEXÃO
FLEXÃO LATERAL
ROTAÇÃO
PROBLEMAS DE COLUNA
CIFOSE
ESCOLIOSE
HIPERLORDOSE
50
IV - CENTRO DE GRAVIDADE
Os corpos em geral são formados por infinitas partículas. Cada uma destas
partículas sofre a ação de uma força constante e ininterrupta, dirigida verticalmente para
baixo (centro da Terra). Esta força é chamada de força gravitacional. A resultante de todas
essas forças que atuam nas partículas é o peso do corpo. O ponto em que poderíamos
considerar concentrado este peso é chamado centro de gravidade.
Se um corpo for rígido, simétrico e de densidade uniforme, o seu centro de
gravidade coincidirá com o seu centro geométrico. Mas como poderíamos determinar o
centro de gravidade de um remo? Vamos apresentar alguns destes métodos:
Método de Equilíbrio
Este método consiste em equilibrar o remo numa borda pontiaguda (prisma),
movendo-o para frente e para trás. Este procedimento deve ser repetido para as três
dimensões do remo (altura, largura e profundidade). A interseção dos planos gerados é o
centro de gravidade. Podemos ainda utilizar outro método para calcular o centro de
gravidade de um remo, como.
Método da Suspensão
Este método consiste em suspender o corpo por um ponto. Após sua estabilização,
e utilizando um prumo, determinamos o plano por onde passa o centro de gravidade.
Repetir este procedimento para as três dimensões (altura, largura e profundidade). A
interseção dos planos gerados é o centro de gravidade. Em determinados objetos podemos
verificar que o centro de gravidade não se encontra no corpo físico do objeto, como em um
aro de ginástica olímpica e em uma bola cheia de ar.
Estes dois métodos citados acima não são muito usados para o corpo humano,
porém são úteis para outras situações. O método mais utilizado para se calcular o centro de
gravidade no corpo humano é o método da segmentação corpórea.
51
O terceiro passo é medir as distâncias dos centros de gravidade em relação aos
eixos, ou seja, com uma régua vamos medir as distâncias horizontal (XA e XB), e as
distâncias verticais (YA e YB) do centro de gravidade em relação aos eixos.
1( 2) 1,7(5) 10,5
X 1,75cm
15 6
0,9( 2) 1,9(5) 11,3
Y 1,89cm
15 6
52
proporções dos comprimentos destes membros. A massa de cada segmento é obtida através
de percentagens da massa total do corpo. Estes valores são demonstrando na tabela abaixo.
53
Vamos exemplificar calculando o centro de gravidade do braço e do antebraço na
figura a seguir.
54
Já para calcular a coordenada y do CG do antebraço temos que usar somente as
coordenadas y dos pontos articulares cotovelo e punho.
55
VI - POSTURA: ALINHAMENTO E EQUILÍBRIO MUSCULAR
56
divisão com base em estruturas anatômicas. Os pontos que coincidem com a linha de
referência do alinhamento ideal na vista lateral são os seguintes:
57
A influência restritiva normal dos ligamentos e músculos ajuda a manter bom
alinhamento postural com um mínimo de esforço muscular.
Tornozelo
Pés
Na postura padrão, a posição dos pés é aquela onde os calcanhares estão separados
cerca de 7,5cm, e a parte posterior de cada pé está abduzida cerca de 8º a 10º da linha
mediana.
Diferente da articulação do joelho, a articulação do tornozelo não está no plano
frontal. De acordo com os anatomistas, ela se encontra em um plano levemente oblíquo,
sugerindo que o pé esteja normalmente em uma posição de leve abdução.
Os movimentos das articulações subtalar e transversa do tarso permitem pronação e
supinação do pé e abdução e adução do antepé.
Cabeça e Pescoço
As curvas normais da coluna podem ser descritas como uma leve extensão do
pescoço (região cervical), leve flexão da coluna superior (região torácica) e leve extensão
da coluna inferior (região lombar) – Figura 41A. Nesta posição a pelve encontra-se em
posição neutra.
Já em uma posição postural defeituosa, a pelve pode estar em inclinação anterior,
posterior ou lateral e, qualquer inclinação da pelve envolve movimentos simultâneos da
coluna inferior e articulações do quadril.
Em uma inclinação pélvica anterior (Figura 41B) a pelve inclina-se para frente,
criando um aumento na curvatura da coluna inferior para frente (lordose). Na inclinação
pélvica posterior (Figuras 41C e 41D) a pelve inclina-se para trás, as articulações do quadril
se estendem e a coluna lombar se retifica. Por fim, em uma inclinação lateral, um quadril
fica mais alto que o outro.
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Figura 41 – Análise lateral da postura.
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Figura 42 – Análise lateral da postura.
Outros casos:
A Figura 43A mostra acentuada inclinação pélvica anterior e uma curvatura que é
agudamente convexa para a frente na região lombossacra, caracterizando, ainda, acentuado
encurtamento dos músculos ilíaco e psoas (flexores do quadril).
A Figura 43B mostra lordose alta e bastante acentuada, aproximadamente ao nível
da segunda vértebra lombar, tipo de postura que sugere fraqueza dos músculos abdominais
anteriores e encurtamento dos flexores dos quadris.
A Figura 43C mostra um desvio anterior em relação à linha de prumo, com
acentuada inclinação pélvica anterior e lordose. Esse desvio agrava o problema de
desequilíbrio muscular associado com os defeitos de alinhamento segmentar e impõe
sobrecarga ao antepé.
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Figura 43 – Análise lateral da postura.
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Figura 44 – Análise posterior da postura.
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Figura 45 - Análise posterior e lateral da postura.
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