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CRIPTOMOEDAS:

AS CRIPTOMOEDAS/MOEDAS DIGITAIS SE TORNARÃO AS MOEDAS DO

FUTURO?

ANA PAULA MELO SANTOS1

PEDRO HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA2

TONNY ROBERT MARTINS DA COSTA3

RESUMO

Com o decorrer dos anos houve uma ascensão no assunto das criptomoedas,
desde a fundação do Bitcoin em 2008, pois seu progresso e sistema de transações
chamado Blockchain, fez com que houvesse mais confiança da população no
mercado de criptomoedas e abordando importantes assuntos como a
descentralização. Por outro lado, a moeda digital simboliza a transformação do
dinheiro físico para as contas bancárias e cartões de crédito, convertendo o dinheiro
físico para o dinheiro digital. Contudo, cada uma tem sua função, uma serve como
meio de troca e a outra como investimento.
Palavras-chaves: Moedas, criptomoedas, digitais, blockchain, pagamentos.

INTRODUÇÃO

Em 2008 surgiu a criptomoeda chamada Bitcoin. Com uma proposta de


substituir o dinheiro físico por uma moeda digital, e sem a necessidade de ser
controlada por uma instituição financeira para ser realizado as operações. O sistema

1
Aluno curso de Economia da Universidade São Judas Tadeu
2
Aluno curso de Economia da Universidade São Judas Tadeu
3
Professor orientador do TCC
1
que registra a operação dessa criptomoeda é o blockchain, que funciona como um
livro-razão, as transações são protegidas por criptomoedas, validadas pelos
mineradores (grupo de pessoas que validam e gravam as operações no blockchain).
Esse recurso foi executado exatamente para moedas digitais, dando as operações o
poder de transações segura, rápida e anônima.
A evolução do Bitcoin entre 2008 e 2018 não atinge sua principal proposta que
seria substituir o dinheiro físico, apesar do ampliamento referente a aceitação e
utilização dele.
O Bitcoin além de ser a primeira criptomoeda a se sobressair, também foi a
criptomoeda a atravessar a fronteira da deep web (ambiente online, submundo do
crime e sem a presença governamental).
Para as criptomoedas se tornarem uma moeda legal para utilização, sem que
a população obtenha medo, ela teria que apresentar três funções fundamentas, que
seriam elas: unidade de conta, meio de pagamento e reserva de valor. Nesse âmbito
seria uma “moeda digital” do estado.
As criptomoedas são altamente voláteis, sendo incapaz de ser reserva de valor,
pois o seu valor não mostrou estável por um longo período, pelo contrário, o valor da
criptomoeda se altera de acordo com a oferta e demanda, ou a perspectiva de
valorização no futuro, se tornando um ativo especulativo. Contudo, alterando esse
ativo especulativo, para moeda estatal, estaria indo contra o conceito principal dessa
criptomoeda.

1.0 Tema

AS CRIPTOMOEDAS/MOEDAS DIGITAIS SE TORNARÃO AS MOEDAS DO


FUTURO?

• Apresentação do tema:
Devido a diversas pesquisas, o grupo notou como as criptomoedas estão
crescendo de uma grande forma nos últimos anos. Foi analisado o crescimento desde
seu início até a alta de 2020 para a elaboração do tema.

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1.1 Objetivos:

• Objetivo Geral:
Estudar o crescimento das criptomoedas, com foco em mostrar sua importância
no mundo atual, conseguindo se tornar o principal tipo de moeda futuramente.

• Objetivo Específico:
Apresentar as transformações que ocorreram no mercado de criptomoedas no
decorrer dos anos para que chegasse à sua importância no presente e no futuro, com
dados do crescimento de volume e de circulação no mercado.

1.2 Hipótese:

Conforme pesquisado, foi possível observar que o bitcoin cresceu em 2020


220% em relação ao ano anterior, porém mesmo sendo o principal ativo digital do
mundo, não foi o que mais valorizou, sendo assim, tendo várias moedas digitais como
promissoras. O Paypal foi a primeira instituição a impactar significativamente o
mercado de criptomoedas em 2020, sendo possível negociar criptoativos de uma
maneira mais simples e acessível.

1.3 Justificativa:

Se tratando de um tema importante e contemporâneo, devido a grandes


especulações e dúvidas do mercado de criptomoedas, estivemos dispostos a se
aprofundar no tema para contribuir com o avanço dos estudos e sanar as dúvidas
sobre esse assunto abordado.

1.4 Metodologia:

O propósito deste artigo científico pretende responder à pergunta se as


criptomoedas e moedas digitais tornarão a moeda do futuro, as informações coletadas
foram dados qualitativos e secundários para conseguir responder à essa indagação.

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1.5 DEBATE BIBLIOGRAFICO

Apesar de estar cercada por muitas incertezas causadas pela grande flutuação
do seu valor e de criminosos poderem se apropriar de seus benefícios, como a
privacidade, para esconder crimes, a Bitcoin apresenta inovações com potencial para
causar grande impacto na melhoria da vida da população. Um dos benefícios sociais
potencialmente trazidos pela Bitcoin é a universalização de acesso a serviços
financeiros. (BOFF, FERREIRA, 2016).
Além de dispensar o intermediário para validar suas operações, as moedas
virtuais não têm uma característica que tradicionalmente é atribuída às moedas:
criptomoedas não têm curso legal em nenhum país. Por consequência, seu valor
liberatório de obrigações não é assegurado por nenhuma autoridade estatal. E é
exatamente em virtude da falta de curso legal que muitos autores vêm defendendo
que moedas virtuais não podem ser consideradas moedas. (CASTELLO, 2019).
Segundo o docente, as criptomoedas também podem proporcionar inclusão
financeira, já que o sistema bancário não oferta produtos e serviços para toda a
população. “Uma parte da população é dita desbancarizada: ela não tem acesso a
crédito, não tem acesso a conta corrente. Enquanto que a criptomoeda, para você ter
acesso é bastante fácil, basta baixar um aplicativo no seu celular, encontrar uma
pessoa que tenha criptomoeda e que queira te vender, ou até mesmo recorrer a
empresas que fazem serviços de conectar quem quer comprar e quem quer vender.
(CARDOSO, 2019).
Quanto à pseudoanonimidade e ao contrário do que se pode pensar, as
operações com BTC não são um meio de pagamento anônimo, mas garantem um
grau de privacidade que é relevante em termos de persecução penal da lavagem de
capitais. Ao abrir uma “conta”, a pessoa não tem de se identificar e basta o acesso à
internet e a um cliente de BTC para gerar um par de chaves e ter acesso a transações.
(ESTELLITA, 2020).
O surgimento da bitcoin e das stablecoins, como a própria proposta da Libra,
lançada pelo Facebook, levantou diversas questões, tanto do ponto de vista
regulatório e da manutenção da estabilidade financeira, quanto sobre a forma e o
papel da moeda nas sociedades contemporâneas. O conjunto desses
questionamentos impeliu os Bancos Centrais a aprofundar suas pesquisas sobre tema

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com vistas a um possível desenvolvimento de produtos semelhantes, inclusive com a
possibilidade de emissão das suas próprias moedas digitais estatais. (SILVA, 2021).
Chegou à solução ou melhor chegou a revolução, os custos de transação são
ridiculamente baixos em relação aos custos das instituições bancárias que atuam
como intermediários. Contudo, cruzamo-nos com um dilema, os custos quase nulos
do Bitcoin podem traduzir-se num grave problema para os bancos, se futuramente a
adesão aos Bitcoins crescer podem ir à falência e proporcionar-se-á o colapso da
economia global. Se por um lado, temos a solução, temos também a tragédia. Talvez
aqui a solução passe pela iniciativa dos bancos em melhorar e ser mais competitivo.
(GUEDES, 2020).
Fica claro que as criptomoedas não são efetivamente ‘moeda’ e nem ao menos
‘instrumentos financeiros’, ainda que se propusessem quando de sua criação a
substituírem a moeda emitida pelo Estado e pelos bancos nas suas três funções.
Usando o Bitcoin como exemplo, essa criptomoeda não é reserva de valor, já que seu
valor não se mostrou estável ao longo do tempo. Não é universalmente aceito como
meio de troca, e também não é unidade de conta. Bitcoins têm elasticidade de
produção baixa, uma vez que dependem de “mineração”, mas sua elasticidade de
substituição é alta, sendo sua demanda facilmente substituída entre as demais
criptomoedas e também entre outros ativos. (MATTOS, ABOUCHEDID, SILVA,
2020).
O Banco Central do Brasil publicou uma nota determinando as diretrizes gerais
de uma moeda digital para o país. Mas Milanello afirma que, em um futuro próximo,
pode existir a criação de uma “moeda híbrida”, que estaria entre os dois conceitos, o
real digital e criptografado. (CNN, 2021)
Mesmo que as criptomoedas estejam longe de ser um substituto concreto às
economias governamentais, alguns estudos se mostram favoráveis ao seu uso em
menor escala e de forma inclusiva, com foco em países menos desenvolvidos.
(MACIEL, 2018)
A Bitcoin, apesar de estar cercada por muitas incertezas, principalmente por
apresentar-se como uma tecnologia nova, ainda desconhecida para a maioria da
população e com um sistema baseado em criptografia e algoritmos, o que a torna uma
moeda de difícil compreensão, traz inovações que geram um grande impacto na forma
de se utilizar o dinheiro. Embora traga muitos pontos de interrogação em relação à

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sua reputação como a possibilidade de lavagem de dinheiro ou a utilização da moeda
por criminosos que querem apagar seus rastros, ela certamente traz benefícios
sociais, como a possibilidade de universalização de serviços financeiros, a proteção
dos seus usuários contra a inflação e o confisco governamental e a redução de custos
em transações financeiras. (BOFF, FERREIRA, 2016).
Atualmente, a única forma do Banco Central emitir dinheiro é por meio de notas
e moedas em espécie. Com a criação de uma moeda digital, a instituição também
poderia emitir reais no formato virtual, colocando em circulação moedas que nunca
foram impressas e mudando a forma de enxergar o dinheiro. (NUBANK, 2021).
O Banco Central diz que a criação do real digital não tem o objetivo de eliminar
de vez o papel-moeda, mas a tendência é que seu uso se reduza mais. “A intenção é
que o dinheiro em papel conviva com o real digital ainda por muitos anos. No
entendimento do BC, à medida que a população se torne mais confortável com os
novos meios de pagamentos digitais, o uso do dinheiro no formato de papel se
reduzirá naturalmente”, ressaltou, em nota à Agência Brasil. (AGÊNCIA BRASIL,
2021).

2.0 Concepção de Moeda

A moeda é uma unidade com o valor padronizado e utilizado como sistema de


troca na sociedade, sendo a moeda corrente o dinheiro oficial de um país para todos
os tipos de transações. O controle da moeda é fundamental para um país
influenciando a política e a economia, pois ambas são interligadas.
A moeda papel veio para contornar os problemas da moeda metálica, surgindo
os certificados de depósitos emitidos por casas de custódia em troca do metal precioso
depositado nela. Essa moeda representativa poderia ser convertida em metal precioso
a qualquer momento e sem aviso prévio, em uma casa de custódia.
Após a moeda papel, a sociedade passou por diversas adaptações e
transformações no sistema econômico, criando novas moedas e as melhorando e
então chegando as novas tendências econômicas mundiais, as moedas digitais e
virtuais. (Rodrigues, Thiago Henrique Portela Inakake, Victor Claudino Gusmão,
Vinícius Ryan Cruz da Silva. DEZ/2019).

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2.1 Moedas Digitais e Virtuais

As moedas digitais e virtuais são as novas formas de dinheiro que existe


eletronicamente, o surgimento delas abordam um novo contexto na sociedade, sendo
uma tecnologia nova, elas têm várias áreas para serem exploradas, como o
surgimento de redes descentralizadas perante a economia e o modo que ela trabalha
digitalmente. Ambas estão impactando cada vez mais a sociedade, no entanto elas
têm conceitos diferentes, a moeda digital é a forma que o dinheiro físico pode ser
transformado para contas bancárias, cartões de crédito e dentre outros (digitalmente),
exigindo a forma de conversão para o dinheiro físico para o dinheiro digital.
Existe uma diferença gritante entre elas, sendo o comércio que elas atuam,
sendo a moeda digital lidando com o comércio tradicional trabalhando com redes
gigantescas, com responsáveis legais como os bancos internacionais, governo de
países. O dinheiro virtual, inova sobre esse quesito; não necessitando de alguma rede
central para fazer negócios, existindo transações em comunidades pequenas na
internet que dentre elas seguem suas próprias jurisdições de leis, trabalhando apenas
com a autoridade de sua comunidade. (Rodrigues, Inakake, Gusmão, Silva.
DEZ/2019).

3.0 Criptografia e Blockchain

A criptografia por mais avançada que esteja, não é nem um pouco simples,
auxiliando a segurança virtual quando é utilizado. Para a criptografia ser quebrada,
demoraria anos, sem contar todo o potencial computacional que seria exigido para tal
acontecimento. No sistema de encriptação são utilizados dois métodos que foram
criados para simplificar o trabalho, que é o método assimétrico e simétrico. No método
assimétrico, são utilizadas duas chaves no processo de criptografia. A chave pública
que tem todo o conhecimento na rede, e a chave privada que trabalha individualmente.
Ambas funcionam de forma conjunta com a outra, permitindo não ter a necessidade
de uma troca prévia de chaves como no processo simétrico, onde é necessário possuir
a mesma chave. No processo assimétrico, a mensagem que será criptografada com
uma chave pública só pode ser descriptrografada pela chave privada que à
corresponde. E no método simétrico, uma chave de criptografia é utilizada por ambas

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as pessoas que forem enviar mensagens uma pra outra com segurança. E para isso,
é necessário que as duas pessoas consigam ter acesso a mesma chave de forma
totalmente segura, para que não ocorra ataque de terceiros. Apesar das pessoas se
confundirem associando a tecnologia blockchain com o Bitcoin, o funcionamento das
mesmas é totalmente distinto, o blockchain é o que garante a execução das
criptomoedas, já o Bitcoin se deu por ser a primeira moeda descentralizada que
serviria para a utilização de todos, porém o que realmente veio a inovar tudo isso, foi
o sistema desenvolvido com o intuito de garantir os registros e a segurança em todas
as transações.

3.1 Conceito de Blockchain

O Blockchain é uma “tecnologia que permite o armazenamento de informação


numa rede de transações, segura e inviolável, sem necessidade de uma entidade
central para gestão e manutenção da mesma” (Padinha, 2018), isto é, sem
intermediários. Deste modo, ao contrário de outras tecnologias, que centralizam os
registos das transações numa base de dados centralizada, a blockchain guarda a
informação de uma forma distribuída. “O fator diferencial, e único desta tecnologia”, é
a forma como guarda a informação que é partilhada “por toda a rede de
computadores”, garantindo a “segurança e a integridade dos dados.
A arquitetura do blockchain dá a possibilidade de eliminar processos
burocráticos que demoram tempo e evitam validações administrativas, acelerando os
processos e evitando erros humanos, tornando cada vez mais os procedimentos mais
eficientes.

3.2 Transações pela rede do Blockchain

A rede de blockchain utiliza a tecnologia peer-to-peer, é o tipo de formato de


rede que tem como características a descentralização das redes, ou seja, cada
usuário conectado tem como função de servidor e cliente, na rede de bitcoin, uma
transação funciona com uso de 3 chaves criptografadas, a primeira, é a chave pública
e privada do endereço remetente e a chave pública para endereço de envio, então
cria-se um bloco que representa a transação enviando a solicitação de transferência

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para rede, então, esse bloco é visualizado por todos conectados à rede, verificando
se a operação pode ser válida. Os envolvidos na transação aprovam a operação,
apuram se a transação é transmitida para todos na rede, e o bloco é adicionado a
cadeia de blocos.

3.3 A primeira criptomoeda

Em 2008 ocorreu uma crise que consequentemente acabou afetando os


Estados Unidos e toda economia mundial, não trouxe apenas coisas ruins, como
também acarretou em diversos aspectos positivos para a época. Dessa crise não
apenas surgiram tecnologias que pretendiam inovar e substituir o dinheiro
convencional, mas sim mudar a forma e o jeito de como se utilizar do mesmo. Satoshi
Nakamoto o responsável por criar a moeda Bitcoin, revelou que o projeto da
criptomoeda foi realizado em 2008 e demorou apenas 1 ano para ser lançado, no caso
em 2009. Feito através de um sistema de segurança que faria uso de uma criptografia
e uma rede par a par cujo nome era chamado de blockchain, devido esse processo a
bitcoin foi se tornando uma forma simples de escapar dos meios tradicionais da época
nas transações financeiras. Após isso, o blockchain começou a ser estudado
profundamente para se tornar nova uma ferramenta e inovar outras áreas financeiras
e empresariais. Devido a inovação, a invenção do bitcoin ganhou destaque em pouco
tempo, e o mesmo continua sendo estruturado para que se possa resolver e responder
como é possível identificar as perspectivas das criptomoedas, como poder investi-la
da melhor maneira, e sua contabilização. Contudo, foram realizadas pesquisas
bibliográficas e documental, expondo como funciona a tecnologia, e assim sendo
possível verificar a evolução das criptomoedas e dos investimentos realizados nos
últimos anos, sendo possível analisar o quanto o crescimento das mesmas tem sido
crescente e ganhando espaço em muitas áreas, mesmo com a falta de
regulamentações dos governos.

4.0 Diferença entre criptomoeda e moeda digital

A moeda digital, é qualquer meio de pagamento eletrônico, como por exemplo


o cartão de crédito, a carteira online, são moedas digitais. Diferente do que todos

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acham, nem toda moeda digital é uma criptomoeda, mas toda criptomoeda pode ser
uma moeda digital. As duas principais diferenças entre elas são os valores, e por quem
são controladas.
A primeira distinção entre elas está na centralização da sua emissão e no
controle das transações. As criptomoedas não possuem uma autoridade responsável
que controla a emissão, apenas o sistema blockchain que registra todas as
transações. E as moedas digitais, são controladas pelo governo, banco central,
instituições reconhecidas, a sua emissão e transações.
A segunda diferença está no valor, as criptomoedas, se alteram de acordo com
a lei de oferta e demanda no mercado, quanto mais pessoas procuram por ela,
investem, mais valorizada ela se torna, resultando em uma moeda altamente volátil,
um ativo especulativo, por conta da sua perspectiva de valorização. Já as moedas
digitais, os seus valores são definidos pelo banco central do seu pais, tem um histórico
estável e é universalmente aceito como meio de troca.
Por fim, ambas não disputam entre si, cada uma possui de certa forma uma
“função” para a sociedade, uma como meio de troca e outra funciona como uma forma
de investimento.

5.0 Real Digital – Nova moeda digital brasileira

Novo Real digital, o Banco Central do Brasil anunciou no dia 24 de maio de


2021 que está projetando uma moeda digital brasileira, podendo levar pelo menos
dois anos para colocar em pratica a novidade.
E como funcionaria essa nova moeda? Vamos lá, devido a constante evolução
da tecnologia, e grande crescimento dos pagamentos online, essa nova moeda seria
uma forma de substituir o dinheiro em espécie, para formato virtual, permitindo aos
brasileiros que interagissem com o seu dinheiro de uma forma totalmente digital,
dando um novo formato para obter o dinheiro e realizar transações com ele.
De acordo com o relatório The Global Payments Report, em 2020 apenas 35%
das operações foram realizadas com cédulas, uma boa parte das transações no país,
já são efetuadas de forma digital. Desta forma, permite que o Banco Central possa
emitir suas moedas de forma digital, transformando o aspecto de enxergar o dinheiro.

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Contudo, ainda existirá o dinheiro físico, em várias regiões e por diversos
motivos, ainda é essencial e indispensável o dinheiro em espécie. A ideia principal do
Real digital, é ser um adendo ao Real em espécie. Com esse novo modelo de dinheiro,
surgem oportunidade de evolução tecnológica, vinculando o sistema financeiro ao que
chamado de internet das coisas, contratos inteligentes e dinheiro programável, que
nada mais é, a conexão de produtos inteligentes com redes de computadores.
No exterior, em 2020 Bahamas foi o primeiro país a estrear ao público de forma
legal CBDC (Central Bank Digital Currency ou Moeda Digital Emitida por Banco
Central), já a China, está com o projeto piloto em algumas cidades, os visitantes
estrangeiros que forem aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022, serão
utilizados para realizar teste. Os países como Estados Unidos, Japão e Suécia,
também projetam o lançamento da CBDC.

6.0 Meios de Pagamento

A princípio ao ver o tema, você imagina o obvio, então idealiza que meios de
pagamentos, está diretamente ligado a quitação de produtos ou serviços, através das
formas mais comuns como dinheiro ou cartão. De certo modo não está errado, porém,
os meios de pagamentos não se definem apenas por isso, pois nem todas as formas
de quitação são consideradas meios de pagamentos.
Então o que é considerável meios de pagamento? Apenas o capital disponível
em cédula ou saldo gasto da conta corrente. E o por qual motivo só esses dois? Se
você possui uma dívida com um investidor e por exemplo pagar com o cartão de
crédito, você estaria apenas mudando o credor, ao invés de pagar a dívida, e deixaria
de estar devendo ao investidor, para estar devendo ao banco, por esse motivo ao
realizar a quitação com o cartão de crédito não é um meio de pagamento.
A liquidez de um ativo, é o critério que utilizamos para definição de meios de
pagamento, conhecidos como agregados monetários. A moeda no caso, possui
liquidez total, e as “quase moeda” possuem gradações menores de liquidez. Os
agregados monetários são classificados da seguinte forma:
• M1 – São meios de pagamento, moedas e depósitos e pagamentos
realizados a vista, como transferências entre contas.

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• M2 – Junção do M1 + CDB (Certificado de Depósito Bancário –
investimento) + CDI (Certificado de Depósito Interbancário, empréstimo de curto prazo
entre bancos) + títulos públicos que não estão em poder dos bancos e nem dos fundos
de investimento.
• M3 – Junção do M2 + caderneta de poupança
• M4 – Junção do M3 mas com os títulos públicos em poder bancário e
fundos de investimento + outros títulos, (como Letra Hipotecária LH ou Letra de
Câmbio LC).
O M2, M3 e M4 são considerados “quase moedas” pois esses títulos
precisariam ser convertidos primeiro, para então serem moeda com liquidez absoluta.
Por exemplo, não seria possível utilizar um título CDB como pagamento, embora ele
seja um título financeiro, ele precisaria ser liquidado e transferido para conta corrente,
para assim realizar a quitação da dívida. Desta forma, qualquer ativo que não estiver
classificado no grupo M1, é necessário antes ser convertido para moeda, para então
poder ser utilizado como um meio de pagamento.
Contudo, qual a diferença entre forma de pagamento e meios de pagamento?
Apesar de serem facilmente confundidos, a diferença está que as formas de
pagamento são forma de quitação de produtos ou serviços. Você pode utilizar moeda
em espécie, cartão de débito ou crédito, boleto, cheque, entre outros. A quitação será
feita, porém, apenas pagamentos realizados com dinheiro em espécie ou saldo em
conta corrente, são considerados meios de liquidação. (EQUIPE MAIS
RETORNO,2020).

6.1 Moedas digitais fiduciárias X Criptomoedas

Com a evolução da tecnologia e popularização das moedas digitais e


criptomoedas, elas tornaram expressões comum no nosso vocabulário, mas o que
muitos não sabem, é que elas não são sinônimas, pelo contrário, toda criptomoeda é
uma moeda digital, mas nem toda moeda digita é uma criptomoeda.
O nome “moedas digitais fiduciárias” não deve ser tão comum, mas acredite
essa moeda é utilizada no seu dia a dia. Cédulas de dinheiro, cheques, saldos em
conta, títulos de crédito, são formatos de uso da moeda fiduciária. Cartão de
crédito/débito, carteira digital, transferência online, PIX também são formatos de uso

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da moeda fiduciária, porém de uma forma digital, conhecidas como as moedas
digitais, intangíveis, pois não possuem uma forma física do seu valor, apenas em
formato online.
E como funciona essa moeda fiduciária? O Banco Central emite cédulas de
dinheiros, ao emitir esse dinheiro, ele está repartindo essa com conta os poupadores,
que são o Real, Dólar, Euro, entre outras moedas emitidas pelos seus governos. O
valor da moeda fiduciária depende do poder do seu governo, ou seja, as transações
bancárias, os impostos e comércio, precisam aderir a este padrão. Apesar da moeda
brasileira seja transferida online, ela necessita da coordenação e controle do Banco
Central brasileiro.
As criptomoedas, em contrapartida, são um tipo um modelo particular de
moedas digitais, cujo principais atrativos são a segurança, privacidade e
descentralização. A descentralização pois não possuem instituições regulamentadas
para acompanhar as transações. Com base na tecnologia blockchain foram criadas
as criptomoedas, sendo assim as transações são verificas pelos próprios meios, e não
por uma autoridade central.
Todas as transações realizadas pelas moedas digitais, são verificadas por uma
autoridade, que o faz o processo de verificar se a pessoa que está transferindo o valor,
se de fato obtém aquela quantia, e então autoriza a transferência para a conta destino.
Desse modo, contas e transações, podem ser bloqueadas, ou congeladas, caso
surjam suspeita de irregularidade nas mesmas.
Para o governo brasileiro, as moedas digitais/eletrônicas, existem previsões
legais, tornando possível trocá-las por qualquer bem, serviço ou dinheiro físico, pois
são aceitas como meio de troca em qualquer lugar. No entanto, as criptomoedas, não
são regulamentadas, e nem aceitas em qualquer lugar como meio de troca, tornando
a mesma uma moeda que está longe de se tornar a principal forma de pagamento da
sociedade.
A união das duas, poderia ser para uma moeda hibrida, uma criptomoeda aceita
como forma de pagamento para algumas negociações, um exemplo seria: aquisições
de imóveis, empresas e investimento, sendo controlada por uma instituição
regulamentada.

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CONCLUSÃO

De acordo com nossa pesquisa e análise sobre as criptomoedas e moedas


digitais, o primeiro ponto que demonstra discordância sobre a criptomoeda se tornar
uma moeda regulamentada e de acesso a toda população é o seu conceito de “moeda
digital” sem que tenha a necessidade ser controlada por uma instituição financeira, o
que vai contra ser uma moeda devidamente regulamentada. Os instrumentos
considerados como moeda, tem três funções: unidade de conta, meio de pagamento
e reserva de valor, o que se torna uma “criatura do Estado”.
A moeda é uma criatura do Estado pois a mesma exige o pagamento de tributos
com a moeda que o mesmo emite. É como se todos os agentes “devessem” para o
Estado, e a moeda emitida é aceita sem contestação.
As criptomoedas são inaptas, por conceito, para exercer a função de bem
público, comprometendo o sistema de pagamentos. A inexistência de noção de bem
público, impossibilita que as criptomoedas garantam liquidez em períodos de queda
na economia real e arruinação da riqueza privada.
Em contrapartida, a moeda digital está cada vez mais ganhando seu lugar no
mercado financeiro e evoluindo. A moeda digital diferente da criptomoeda é
regulamentada por uma instituição financeira e controlada pelo Banco Central. As
transações online/digital, feitas por cartão de credito/debito, carteira online são
devidamente registradas e acompanhadas.
Aqui no Brasil já está sendo projetada a moeda digital brasileira, desde maio o
novo real digital está nos projetos do Banco central para inovação no mercado
financeiro brasileiro, com uma expectativa em dois anos já estaremos utilizando a
mesma. Em 2020 apenas 35% das operações foram realizadas com cédula.
Desta forma, para que um instrumento circule como moeda, é indispensável
que seja universalmente aceito para liquidação de pagamentos, contratos e dividas.
Com isso, concluímos que as criptomoedas não se tornarão as moedas do futuro, mas
as moedas digitais sim, já sendo bastante utilizadas desde agora, e evoluindo
tecnologicamente. Como sugestão de uma moeda bem atrativa para o mercado
financeiro e podendo gerar bastante liquidez na economia, poderia ser criada uma
moeda hibrida, uma criptomoeda aceita como forma de pagamento para algumas
negociações, como: aquisições de imóveis, empresas e investimentos, sendo

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controlada por uma instituição financeira regulamentada, voltada apenas para
transações dessa moeda.

Referências Bibliográficas:

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http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-
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ENTENDA a diferença entre criptomoeda e moeda digital, como a estudada
pelo BC. In: VITORIO, Tamires. Entenda a diferença entre criptomoeda e moeda

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digital, como a estudada pelo BC: Apesar de toda criptomoeda ser uma moeda digital,
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