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3
CAPÍTULO I– FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E CONCEPTUAL
SOBRE POLÍTICA EXTERNA
1
JOSÉ, Joveta, guia de estudo, Política Externa de Angola, ISRI 4º ano, Luanda, 2019. P4
2
Na política externa o termo interesse nacional invoca a imagem do Estado-Nação, defendendo os seus
interesses dentro do sistema internacional anárquico onde tais interesses estão sempre em risco.
3
MAGALHÃES, José Calvet de. A diplomacia Pura. 1ª Edição, Editora Bizâncio.Lisboa, 2005. P.22
4
FERNANDES, Ana Paula. EUA e Angola: A diplomacia económica do Petróleo. 1ª Edição. Brasil editora.
Principa. 2004. P.21
4
Podemos dizer que a Política Externa é parte da actividade do
Estado que está virada para fora ou seja trata em oposição a política interna, dos
problemas que colocam-se para além fronteiras.
5
FREIRE, Maria Raquel, Política Externa: as relações internacionais em mudança, 2ª edição, Coimbra. P.8
5
1.2. Modelo e dinâmica de Políca Externa
6
JOSÉ, Joveta, Política Externa de Angola de 1992 aos dias actuais. P.7
6
1.3. A formulação, objectivos e instrumentos da Política Externa
7
SILVA, Sérgio Vieira da. Introdução às Relações Internacionais. 1ª Edição. Escolar Editora. Lisboa. 2012,
P.133
8
Ibidem, P 134
9
JOSÉ, Joveta, guia de estudo, Política Externa de Angola, ISRI 4º ano, Luanda. 2019. P5
10
Idem. P4
7
Com a proclamação da Independência de Angola surgiu
Ministério das Relações Exteriores foi criado aos 12 de Novembro de 1975. O
seu primeiro titular foi o Presidente José Eduardo dos Santos, de 11 de
Novembro de 1975-1976 e de 20 de Outubro de 1984 a 07 de Março de 198511.
A sobrevivência do Estado;
A integridade territorial;
A preservação do sistema de crenças;
A protecção do sistema Político;
A protecção do sistema económico12.
11
Passaram ainda nesta chancelaria, Paulo Teixeira Jorge de 27 de Novembro de 1976 a 20 de Outubro de 1984;
Afonso Van-Dúnem “Mbinda” de 07 de Março de 1985 a 23 de Janeiro de 1989; Pedro de Castro dos Santos
Van-Dúnem “Loy” 23 de Janeiro de 1989 a Novembro de 1992; Venâncio da Silva Moura Novembro de 1992 a
Janeiro 1999; João Bernardo de Miranda assumiu o cargo a 29 de Janeiro de 1999 a Setembro de 2008 e
actualmente, Assumpção dos Anjos desde Outubro de 2008 -2010, de 2010-2017 Georges Rebelo Chicoti, e
Manuel Augusto de 2017aos dias actuais.
12
SILVA, Sérgio Vieira da. Introdução às Relações Internacionais.1ª Edição. Escolar Editora. Lisboa, 2012. P.
136
8
fim o líder que deve reconhecer a importância do prestígio como factor de poder
na arena internacional, mas também evitar ferir o prestígio do adversário13.
16
SILVA, Sérgio Vieira da. Introdução às Relações Internacionais. 1ª Edição. Escolar Editora. 2012. P.161
17
SILVA, Sérgio Vieira da, Introdução Às Relações Internacionais, Escolar Editora. Lisboa, 2012. P.156.
10
1.4. Princípios de estabelecimento de relações diplomáticas entre os
Estados
18
O direito do Estado de manter relações diplomáticas com os demais Estados é denominado Direito de legação,
considerado como sendo um dos direitos fundamentais dos Estados.
19
Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas de 1961
20
Idem
21
Idem
11
Verde. O Embaixador de Angola representaos dois Estados. Assim sendo, a
representação comum é representar mais de um Estado acreditante.
22
CULAIA, Liberato, As relações político-diplomáticas entre a República de Angola e os Estados Unidos da
América, (1993-2002). Trabalho de Fim do Curso apresentado ao ISRI. 2017.P 13
23
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961, artigo 3º.
12
1.4.1 A diplomacia como instrumento privilegiado da política externa do
Estado
24
MAGALHÃES, José Calvet de. Manual Diplomático. 5ª Edição. Editorial Bizâncio. Lisboa. 2005, P.92.
25
ARON, Raymond, Paix et Guerre ente les Nations, Calmann-lévy, Paris, 1964, P 141.
26
MORGENTHAU, Hans J., Politics Among Nations: the struggle for power and peace, Nova Iorque.
1978.FERNANDES, Ana Paula. Op. Cit., p. 20
27
SILVA, Sérgio Vieira da. Introdução às Relações Internacionais. 1ª Edição. Lisboa. Escolar Editora. 2012, P.
168.
13
Os diplomatas em nome do seu governo exercem três funções básicas:
2832
Idem. P 170
14
CAPÍTULO II- ENQUADRAMENTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES
ENTRE A REPÚBLICA DE ANGOLA E A FEDERAÇÃO DA RÚSSIA
2933
O que pertence à etnia Mbundu. O que pertence ao grupo Ambundo. O que fala kimbundu.
3034
Vide Angola no contexto Africano em anexos.
31
Instituto Nacional de Estatística, Resultados definitivos do recenseamento Geral da População e da Habitação
de Angola. 2014, P.31.
3236
MANUEL, Fernando, guia de estudo, História de Angola, ISRI 1º ano, Luanda 2015, P.3
15
O ponto mais alto de Angola é o Morro do Moco com 2620
metros de altura localizados na província do Huambo. Os principais rios de
Angola são o Kwanza caracterizado como o maior de Angola, o Cuango, o
Cubango e o Cunene33.
33
PIRES, Matias, As relações político-diplomáticas entre a República de Angola e o Reino da Noruega (2005-
2010), trabalho de Fim do Curso apresentado ao IRI, 2011. P20
34
MANUEL, Fernando, guia de estudo, História de Angola, ISRI 1º ano, Luanda 2015, P1
35
SILVA, Rosa Cruz, Angola e o seu potencial/História, Luanda 1997, ministério da Cultura P 38.
16
Os recursos energéticos de Angola (petróleo, gás natural) e
energia hidroeléctrica de Angola são estratégicos. A quantidade e a qualidade do
Petróleo constituem um motivo de disputa entre muitos países e companhias
internacionais, de igual modo acontecem com as reservas diamantíferas que
colocam Angola como o quarto maior produtor mundial de diamantes brutos36.
36
GRILO, António Manuel, a geopolítica de Angola dinâmicas de afirmação num quadro regional, Lisboa. 2009.
P 14.
37
DUARTE Santos, António, Angola um estudo de caso. Lisboa. 2017. P 9
38
Proveniente da Cana-de-açúcar.
17
2.2. A independência de Angola e Conflito armado angolano
42
No Acordo de Alvor estiveram presentes personalidades como: Melo Antunes, na altura ministro sem pasta,
militar, ideólogo da movimento das forças armadas, considerado o grande responsável pela descolonização; Rosa
Coutinho, na altura Presidente da junta governativa de Angola, Agostinho Neto, Líder e representante do MPLA,
Costa Gomes, na altura chefe do Governo Português; Holden Roberto, representante da FNLA, Jonas Savimbi,
da UNITA, Mário Soares na altura Ministro dos Negócios Estrangeiros; e Almeida Santos, Ministro da
coordenação Internacional.
19
Portugal, o MPLA consegue controlar uma parte significativa do país, incluindo
a capital Luanda.
Em defesa ao MPLA, a 7 de Novembro de 1975, Cuba
desenvolveu a chamada «Operação Carlota»43, com o objectivo de travar os
ataques da FNLA no norte, e da UNITA e a África do Sul no Sul 44. No dia 11 de
Novembro de 1975, Agostinho Neto proclama a independência da República de
Angola e torna-se o primeiro Presidente do país. A Rússia foi o segundo país a
reconhecer a independência de Angola depois do Brasil, legitimando o governo
do MPLA.
Portanto, a independência de Angola era inevitável. Após a
independência, Angola conheceu dois grandes períodos: o Estado do partido
único do modelo socialista, com a economia centralmente planificada entre 1975
e início dos anos noventa, e a abertura da democracia com a transição ao
multipartidarismo a partir da lei constitucional de 1991.
Depois da independência de Angola, os conflitos entre os
Movimentos de Libertação continuaram. A guerra entre os Movimentos de
Libertação Nacional começou logo após a assinatura dos Acordos de Alvor. Em
Fevereiro de 1975, a FNLA desencadeou um ataque contra as forças do MPLA
nas proximidades de Luanda. A UNITA tomou lugar da FNLA como o principal
opositor ao governo do MPLA na Guerra civil, expulsa o MPLA do Huambo e
Bié, e declara guerra ao MPLA em Agosto de 197545.
Agostinho Neto morreu em 1979 e foi substituído por José
Eduardo dos Santos. Nessa altura o conflito entre as superpotências no Vietname
terminara e Angola transformou-se numa guerra indirecta entre os EUA e a
URSS. Mais do que a defesa de um interesse específico em Angola, os dois
países competiam em termos geopolíticos. Os aliados regionais dos EUA
43
As forças patrióticas angolanas receberam o apoio da URSS e Cuba. Esta acção de solidariedade cubana com
Angola recebeu o nome de operação «Carlota».
44
CULAIA, Liberato. As relações político-diplomáticas entre a República de Angola e os Estados Unidos de
América (1993-2002).Trabalho de Fim do Curso apresentado ao ISRI. 2017.P 15.
45
CAMPOS, Vieira. O conflito angolano, conflito sui generis-analisando o papel da ONU, Luanda. P 23
20
continuavam a ser o Zaire e a África do Sul, ao passo que o Congo Brazzaville
alinhava com a União Soviética.
A guerra civil atingiu o seu apogeu em meados dos anos 80. em
1987-88 houve uma mudança na estratégia da batalha do Cuito Cuanavale, as
forças sul-africanas e da UNITA foram obrigadas pelo exército governamental e
pelas tropas cubanas a recuar.
As iniciativas de Paz seguiram-se, dirigidas por uma Troika
composta por Portugal, os EUA, e a União Soviética, que resultaram finalmente
nos acordos de Bicesse em Maio de 1991, entre o governo do MPLA e a
UNITA. Estas negociações obrigavam o MPLA a abandonar o marxismo-
leninismo e adoptar um sistema multipartidário. O mesmo acordo previa a
realização de eleições gerais após um período de transição e durante este período
deveria proceder-se a desmilitarização das duas forças e a formação de um único
exército46.
A paz foi mantida até a realização das primeiras eleições
legislativas angolanas sob os auspícios da ONU47. Jonas Savimbi o representante
da UNITA esperava vencer as eleições em Setembro de 1992, quando o mesmo
viu que não conseguiu a vitória, rejeitou o resultado das eleições e regressou a
guerra. As tentativas de negociação da representante especial da ONU, Margaret
Anstee, com vista a um cessar-fogo, fracassaram e o Conselho de Segurança das
Nações Unidas (CSNU) respondeu com a redução e, posteriormente, com a
retirada completa de todo o pessoal militar da UNAVEM.
49
FERNANDES, Ana Paula. EUA e Angola: a Diplomacia Económica do Petróleo, 1ª Edição. Brasil. Editora
Principia. 2004.P 68.
50
KHAZANOV, Anatoliy. 40 anos juntos. Moscovo ,29 de Março de 2001. P.82
22
A Federação da Rússia é o maior país do mundo e o nono mais
populoso, com 142 milhões de habitantes51. A sua localização geográfica
estende-se pela Europa Oriental e toda Ásia Setentrional e por várias zonas da
Ásia Central e Oriental, tornando-a bicontinental. A sua extensão geográfica é
de 17.075.400 km252. A sua capital é Moscovo, a sua língua oficial é o russo,
tendo mais 31 línguas co-oficiais. As principais cidades são Moscovo, São
Petersburgo, Volgogrado,Yekaterinburg, Vladivostok e Sochi.
Actualmente a Federação da Rússia é composta por mais de 14
Estados. Possui 11 fusos horários diferentes. A Rússia faz fronteira com os
seguintes países, do noroeste para o sudeste: Noruega, Finlândia, Estónia,
Letónia, Lituânia, Polónia, Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão,
Cazaquistão, China, Mongólia e Coreia do Norte. Também tem fronteiras
marítimas com o Japão, pelo Mar de Okhotsk e com os Estados Unidos da
América (EUA), pelo Estreito de Bering 53. A Rússia é banhada pelos oceanos
Glaciar Árctico e o Pacífico, a sua costa estende-se por mais de 37.000 km. A
Federação da Rússia possui mais de 100 nacionalidades, entre as quais 81,5%
são russos, 3,9% são tártaros, 1,4% ucranianos,0,8% bielorrussos, 0,6% alemães,
tchechenos, judeus e inguches.
62
Visto como a maior catastrófe geopolítica do século XX.
63
Foi a 8 de Dezembro de 1991, que ocorreu a assinatura da dissolução da URSS entre os líderes da Ucrânia,
Bielorrússia e Rússia.
64
Uma única superpotência passou a existir: os Estados Unidos da América
65
Primakov foi ministro dos negócios estrangeiros da Rússia entre 1996-1998.
66
FREIRE, Maria Raquel, Política Externa russa no interdoméstico uma abordagem construtivista. P.38
67
A Federação da Rússia projecta a sua política externa baseada na sua história, sobre tudo influenciado pela sua
geopolítica, cuja localização geográfica estende-se pela Europa Oriental e toda Ásia setentrional e outras áreas
da Ásia Central e Oriental, faz com que a Federação da Rússia seja o maior actor da geopolítica mundial.
26
desde 2003, uma vez que as suas acções estão de acordo com os objectivos do
país. Apesar do sentimento de grandeza que permeia a alma russa estar presente
nas declarações de seus governantes no conceito de política externa de 2000 e
200868, a Rússia dá a nítida impressão que por trás de tudo isto existe uma noção
exacta das limitações que o país possui, as quais já não são as mesmas dos anos
90, mas subsistem.
68
O objectivo primordial, a estratégia e as principais tácticas da política externa delineadas no Governo de
Vladimir Putin se mantiveram inalteradas durante o Governo de Dimitri Medvedev.
69
SILVA, Pedro Allemand, Para uma geopolítica do Árctico os desafios da estratégia russa diante de um Árctico
em transformação. Rio de Janeiro. Março de 2019. P 63.
27
Geral dos Estudantes da África Negra (UGEAN), dentre os quais encontravam-
se vários angolanos do Movimento Popular de Libertação de Angola70.
Em 1961, um grupo de dirigentes do MPLA, dentre eles Mário
Pinto de Andrade na altura Presidente interino e Viriato da Cruz, Secretário-
Geral, deslocaram-se para Moscovo com o objectivo de pedir apoio em armas,
desde então deu-se o início de uma cooperação devido as boas impressões que
os mesmos deixaram71. A União Soviética cuja política externa era de apoio aos
Movimentos de Libertação Nacional72 da esquerda não hesitou em dar o seu
apoio MPLA.
Em 1965 a direcção do MPLA enviou guerrilheiros para
frequentarem cursos da Marinha de Guerra e da Força Aérea na Polónia e na
União Soviética. A União Soviética dispensou alguns do seus navios e aviões
para o transporte de armamentos e medicamentos para apoiar a luta de libertação
nacional conduzida pelo MPLA.
Em 1972, Agostinho Neto assinou um acordo com Holden
Roberto com o objectivo da criação de uma frente única entre o MPLA e a
FNLA, que lutasse contra Portugal. O acordo previa que Holden Roberto
encabeça-se a direcção e Agostinho Neto seria o “número dois”.Tanto no
MPLA, como em Moscovo, a notícia não foi bem acolhida. A URSS diante
dessa desconfiança em relação a Neto e os problemas internos do MPLA, tinha
cancelado todo apoio ao MPLA, que só viria a ser retomado em 1974.
30
O presente capítulo tem como objectivo analisar as relações
político-diplomáticas entre a República de Angola e a Federação da Rússia
especificamente o contributo da diplomacia russa no processo angolano de
pacificação, reconciliação e reconstrução nacional.
81
Idem. P. 52
82
Histórico das relações entre a República de Angola e a Federação da Rússia.
34
Em Dezembro de 2000 chega à Luanda uma delegação russa,
chefiada pelo vice primeiro-ministro da Federação da Rússia, Ilya Klebanov,
para uma visita oficial de quarenta e oito horas destinada ao reforço da
cooperação entre os dois países. No ano seguinte peritos da comissão mista de
cooperação económica e técnico-científica «Angola-Rússia» avaliaram em
Moscovo o estado das relações entre os dois países e prepararam o encontro de
titulares83.
83
www.portaldeangola.com consultado no dia 16 de Julho de 2020 às 12:20.
84
www.portaldeangola.com consultado no dia 16 de Julho de 2020 às 12:20.
85
www.embaixadadeangola.org consultado no dia 23/04/20 às 07:10.
35
Como consequência natural da intensificação das relações entre
os dois países e, como define o protocolo em resposta à visita feita pelo
Presidente da República José Eduardo dos Santos à Federação da Rússia em
2006, o Presidente Russo Dimitri Medvedev visitou Angola em 2009. O
Ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, recebeu Outubro de 2014 em
Luanda uma obra que reúne Cartas Topográficas usadas pelas (FAPLA) durante
a luta de libertação nacional, e na defesa da soberania. A obra que agrupa toda
topografia nacional veio do museu militar da Federação da Rússia e foi entregue
pelo Presidente das Associação dos veteranos russos na Guerra em Angola,
Vadim Sagatchko. Durante a cerimónia foram outorgados com medalhas 21
generais das Forças Armadas angolanas (FAA) no activo e na reserva que
passaram a fazer parte da referida Associação 86. “A vitória merecida dos
angolanos nas duas frentes de combate não teria fruto sem a ajuda do povo
russo”87.
86
www.embaixadadeangola.pt/angola-agradece-apoio-governo-russ/consultado no dia 22/04/2020 às 4:07.
87
João Lourenço na altura ministro da Defesa Nacional
36
intenções com o Banco Nacional de Angola, com vista a instalar-se no país e
aproveitar o ambiente favorável para fazer negócios.
88
Artigo 4º ponto 3.do acordo entre o governo da Federação da Rússia e a República de Angola sobre promoção
e protecção recíproca de investimentos. P.4
89
https://macauhub.com.mo/pt/2009/06/04/potugues-angola-governos-de-luanda-e-moscovo-negociam-novos-
instrumentos-juridicosdecooperacao.Consultado no dia 28 de Agosto de 2020 às 15:09.
90
Jornal Bimestral da actualidade angolana, Mwangolé. Edição dos serviços de imprensa da embaixada de
Angola em Portugal, Maio/Junho de 2009. P.3
91
Jornal Bimestral da actualidade angolana, Mwangolé. Edição dos serviços de imprensa da embaixada de
Angola em Portugal, Maio/Junho de 2009. P.4
37
operadas nos dois países, as relações de cooperação entre Angola e a Rússia
desenvolvem-se numa base completamente diferente da que sustentava as
relações com a ex- URSS pautando-se actualmente por uma lógica comercial92.
92
https://macauhub.com.mo/pt/2009/06/04/potugues-angola-governos-de-luanda-e-moscovo-negociam-novos-
instrumentos-juridicosdecooperacao.Consultado no dia 28 de Agosto de 2020 às 15:09.
38
mil milhões de habitantes, num continente com recursos naturais cada vez mais
escassos e valiosos93.
93
www.novojornal.co.ao/opiniao/interior/nao-ha-almocos-gratis-79792.html consultado no dia 04 de Agosto de
2020 às 12:58.
94
SREDIN. V.D. 40 anos juntos 1961-2001. Documentário da conferência científica prática. Moscovo, 29 de
Março de 2001. P.80.
95
Os cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU são: os EUA, a Federação de Rússia, a
China, a França e a Grã-Bretanha. Foram os vencedores da Segunda Guerra mundial.
96
STONE,Oliver. As entrevistas de Putin.1ª Edição. Editora Best seller. Rio de Janeiro, 2017. P 153.
39
ordem mundial justa baseada no cumprimento da Carta da Organização das
Nações Unidas, do Direito internacional e da igualdade de todos os membros da
comunidade internacional97.
97
Intervenção do Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia V.D. Sredin durante a
conferência do 40º aniversário do início da luta armada de libertação nacional em Moscovo.
98
Entre 2000 e 2014 foram vetadas nove resoluções. Dentre as nove resoluções vetadas pela Rússia, seis
igualmente tiveram a sua aprovação impedida pela China.
99
Op.cit. P.43
100
Angola foi membro não permanente do conselho de segurança das Nações Unidas por duas vezes 2003-2004
e 2015-2016. Angola foi eleita para o segundo mandato no dia 16 de Outubro de 2014, com 190 votos dos 193
membros da ONU
101
Artigo 1º ponto número dois da Carta da Organização das Nações Unidas.
102
BRAGANÇA, Tó. A luta pela libertação dos PALOP- apoio da URSS/Rússia. Moscovo, Abril de 2005.
40
O processo angolano de pacificação, reconciliação e reconstrução
nacional contou com o apoio da Rússia, que também já tivera apoiado o MPLA
no decurso da luta armada de libertação nacional e o no período pós
independência de Angola. A diplomacia russa actuou como parte do mecanismo
internacional para o alcance da Paz. Como membro do Conselho de Segurança
das Nações Unidas sempre apoiou o governo angolano no conflito contra o
regime racista sul-africano e a UNITA. De igual modo, nas questões
relacionadas a Paz, a Rússia alinhou as suas acções no sentido de se privilegiar a
negociação para o alcance da Paz103.
103
Entrevista concedida pelo Professor do Instituto Superior de Relações Internacionais«Venâncio de Moura»,
Mestre Cristóvão António Bragança no dia 19/11/2020 às 12:30
104
DRANICHNIKOV, Georgui. 40 anos juntos. observadores russos nas operações militares da ONU. Moscovo,
Março de 2001. P. 127
41
Savimbi não aceita os resultados e volta à Guerra . Surgiu um novo ciclo de
negociações. A Rússia fez parte da Troika de observadores do processo de
pacificação em Angola juntamente com os EUA e Portugal105.
105
Entrevista concedida pelo Professor do Instituto Superior de Relações Internacionais«Venâncio de Moura»,
Mestre Cristóvão António Bragança no dia 19/11/2020 às 12:30
106
Revista Ásia e África Hoje, edição especial Angola 25 anos de independência. Moscovo.Outubro de 2001.
P.44
107
www.embaixadadeangola.org
108
A Sociedade Mineira de Catoca é uma companhia de prospecção, exploração, recuperação e comercialização
de diamantes detida pela empresa estatal angolana Endiama, a russa Alrosa e a LLI Holdings-China. A mina em
operação desde 1989, está localizada em Angola na província da Lunda Sul e no município de Saurimo é o 4º
maior kimberlito do mundo.
42
empresários russos estão presentes também no sector financeiro principalmente
por via do Banco VTB-África, e cooperam também no domínio da formação de
capital humano109.
109
A cooperação entre os dois países permitiu o envio de mais de vinte mil estudantes angolanos para o ensino
médio, licenciatura e pós-graduação.
110
Revista Ásia e África hoje, edição especial Angola 25 anos de independência. Outubro de 2001. P.25.
111
O fórum económico Angola-Rússia teve como lema “Angola no século XXI: uma economia em
crescimento”ocorreu na cidade de Moscovo, com intervenções de membros do Executivo angolano e técnicos
russos ligados ao sector. O evento foi promovido pela Embaixada de Angola na Rússia, o mesmo teve como
objectivo promover as potencialidades económicas e oportunidades de investimentos no país, com vista atrair o
empresariado local.
43
russas interessadas em participar no processo de reconstrução de Angola em
vários domínios, mas o dos caminhos-de-ferro interessa muito por causa da
vasta experiência da Rússia na matéria112.
angolanas.
116
Foi criada em 2013 uma comissão intergovernamental russo-angolana, para aprofundar a cooperação
geoestratégica entre os dois países.
45
um dos maiores produtores de energia do mundo e goza de um vasto
conhecimento neste sector.
119
TCE- tratado da carta de energia
120
www.portaldeangola.com consultado no dia 31 de Agosto de 2020 às 12:25.
121
Revista Ásia e África hoje, edição especial Angola 25 anos de independência. Outubro de 2001. P.25
47
energia. A par disso, a empresa estatal russa «Tekhnopromexport» e o
Ministério da Energia e Águas de Angola firmaram um contrato que permitiu a
construção do complexo hidroeléctrico de Capanda para produzir energia
eléctrica em quantidades necessárias para dar um novo impulso ao
desenvolvimento da economia angolana122. A água é utilizada para fins agricolas
numa zona de 120 mil hectares123.
122
Centenas de especialistas foram formados e passaram por um curso de reciclagem na Rússia. Cerca de 2000
angolanos trabalharam na construção da central.
123
Revista Ásia e África hoje, edição especial Angola 25 anos de independência. Outubro de 2001. P.32.
124
EmbassyRA, (2003-2008)
48
Angola sempre contou com o apoio da Federação da Rússia nos
areópagos internacionais. Angola ocupa um lugar privilegiado na política
externa da Rússia, que teve um papel preponderante no seu processo de
pacificação, reconciliação e reconstrução nacional. Verificou-se ainda que a
diplomacia energética é um dos desafios para os dois Estados e que a diplomacia
energética e a cooperação bilateral entre a República de Angola e a Federação
da Rússia têm sido continuamente reforçadas com acordos e protocolos no
domínio da geologia e minas.
CONCLUSÃO
49
Após a Guerra Fria surgiu a Federação da Rússia com o
desmembramento da URSS em 1991. Com um passado imperial, a URSS foi o
primeiro Estado comunista do sistema internacional, perdeu o estatudo de super
potência no período da Guerra Fria. A nível interno, a Federação da Rússia
apresenta muitas dificuldades como a manutenção da economia voltada para os
recursos energéticos, o problema populacional, o crime organizado e a
corrupção. A trajectória de enfraquecimento da Rússia passa a inverter-se
devido a ascensão de uma força política liderada por Vladimir Putin.
51
RECOMENDAÇÕES
52
que os objectivos traçados nos diferentes domínios sejam convertidos em
resultados concretos;
d) Que a Federação da Rússia com o seu potencial económico e tecnológico
participe mais activamente no esforço do executivo angolano orientado
para a reconstrução nacional e diversificação da economia;
BIBLIOGRAFIA
ARON, Raymond, Paix et Guerre ente les Nations, Calmann-lévy, Paris, 1964.
55
MAGALHÃES, José Calvet de. Manual Diplomático. 5ª Edição. Editorial
Bizâncio. Lisboa. 2005.
MORGENTHAU, Hans J., Politics Among Nations: the struggle for power and
peace, Nova Iorque. 1978.
56
STONE, Oliver. As entrevistas de Putin.1ª Edição. Editora Best-seller. Rio de
Janeiro, 2017.
Sites Consultados
www.aljazeera.com/
http://jornaldeangola.sapo.ao/opinião/relacoes-angola-e-russia-uma-dimensao-
historica.
www.novojornal.co.ao/opiniao/interior/nao-ha-almocos-gratis-79792.html
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