Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O edital do projeto-piloto, que quer levar o movo modelo a 27 escolas estaduais, encerrava
na última quinta-feira (3) o prazo de inscrição das empresas interessadas, mas foi
prorrogado por causa do feriado de Finados, seguindo aberto. A etapa seguinte é a
consulta pública que será feita em cada uma dessas escolas, para que a comunidade avalie
se deseja ou não que a unidade escolar passe para o novo modelo de administração.
Em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo, Renato Feder respondeu a perguntas sobre
o projeto que muda a administração das escolas estaduais do Paraná. O secretário
explicou o formato de remuneração previsto para as empresas, comentou sobre como o
1/5
novo modelo pode reduzir a evasão escolar e detalhou os motivos que levaram o Estado a
fazer a opção pela gestão privada de escolas públicas.
É claro que esse acompanhamento da frequência também é feito por demais profissionais
da equipe pedagógica do colégio, e conta com apoio de pessoal e ferramentas da
secretaria. Porém, queremos dar mais tempo ao gestor neste importante processo, e para
isso estamos lançando este projeto.
No âmbito do nosso projeto, é preciso deixar uma coisa clara para toda a sociedade.
Muitas pessoas acham que dar aula ou dirigir uma escola são tarefas simples. Não são. É
preciso conhecimento especializado, anos de experiência e sensibilidade para oferecer
educação de qualidade. É uma missão que exige muito esforço e dedicação desde a gestão
escolar até a aula propriamente dita.
Na minha gestão, o foco é pedagógico. Por isso, desenvolvemos, ao longo dos últimos
anos, vários programas focados na aprendizagem dos estudantes. Da formação de
professores ao apoio aos diretores, passando pelas plataformas tecnológicas pedagógicas e
2/5
pelo apoio aos municípios, sempre deixei claro que o meu objetivo era melhorar
substancialmente as aulas oferecidas às crianças e adolescentes paranaenses. Só que todo
foco, claro, implica em escolhas.
Nós já oferecemos uma série de apoios às escolas na parte gerencial e vamos oferecer
mais. O programa Parceiro da Escola é uma dessas iniciativas. É um apoio pontual,
especializado, oferecido por organizações de excelência, para a nossa rede pública de
ensino. Cada escola é um mundo. E cada escola precisa de um tipo específico de apoio
gerencial para que possa focar no que realmente importa: a aprendizagem dos estudantes.
Por que o cálculo de pagamento à empresa terceirizada é por aluno (R$ 800
por aluno, conforme divulgação oficial)?
O cálculo "por aluno", além de ser uma definição objetiva de pagamento, contribui para
estimular o parceiro a dar o seu melhor, a buscar eficiência, uma vez que a melhora da
instituição de ensino como um todo pode atrair mais estudantes a essa escola, ou seja,
mais recursos. Esse parceiro também pode, existindo a possibilidade, investir na
construção de mais salas de aula de forma menos burocrática que o Estado. Ele será
reembolsado por isso, mas o legado fica para a comunidade escolar.
Acreditamos que os parceiros da escola terão interesse em trabalhar conosco por motivos
que vão além do financeiro. Eles trarão métodos e conhecimentos úteis ao Estado, mas
também vão aprender muito com a nossa rede pública.
Desde meados do primeiro semestre deste ano, diretores e diretores auxiliares de escolas
com mais de 150 matrículas e mais de 85% de frequência ganham um bônus na folha que
vai de R$ 100 até mais de R$ 2 mil, dependendo do caso. Isso foi instituído por lei. Em
vários países do mundo, a frequência escolar é o indicativo mais sólido para mensurar a
qualidade da aprendizagem e o clima escolar.
3/5
A Seed explicou que, antes de uma empresa aprovada assumir a gestão
administrativa de uma escola, haverá “votação para que a comunidade
escolar opte por seguir em frente ou não”. Como a secretaria planeja essa
consulta com voto? Quem terá direito a votar?
Essa consulta pública será bem similar à feita no caso das [escolas] cívico-militares, ou
como é feita a eleição dos diretores. A consulta está prevista para acontecer até o dia 29 de
novembro e quem participa é a comunidade escolar, ou seja, professores, funcionários e
pais de alunos matriculados na instituição. Para ter validade, será necessária a
participação da maioria absoluta dos integrantes da comunidade escolar e a aprovação da
proposta será de maioria simples.
Apenas duas dessas 27 escolas foram levadas à consulta das cívico-militares: uma foi
rejeitada pela comunidade escolar e outra não teve quórum à época. Na verdade, esses
projetos/programas não são equivalentes, pois têm objetivos distintos. A única
semelhança é o objetivo comum a todas às nossas escolas: aumentar a aprendizagem dos
estudantes. Uma das funções inicialmente proposta para os militares estaduais da
reserva, que era o suporte na gestão administrativa da escola, foi posteriormente retirada
na lei do programa, deixando esses profissionais focados na parte de sua expertise, a
segurança escolar.
A avaliação é positiva. Vários colégios tiveram crescimento no Ideb e são bem avaliados
pela comunidade escolar. Obviamente, o projeto está em constante evolução e
amadurecimento, e vamos trabalhar para melhorar.
4/5
Sobre a Gazeta do Povo
5/5