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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

MINERALOGIA - 3230

ELEMENTOS NATIVOS, SULFETOS E SULFATOS

DOCENTE:

LUCAS CESAR FREDIANI SANT’ ANA

DISCENTES:

GABRIEL TENÓRIO TAMAOKI JUNQUEIRA (RA: 125637)

HIGOR STIRLE BARBOSA (RA: 124253)

PAULO SERGIO ALVES SCARPARO (RA: 124149)

LUAN FIGUEREDO MARTINS (RA: 107559)

MARINGÁ - PR

2022
INTRODUÇÃO GERAL

Um pequeno número de minerais, conhecidos como elementos nativos, possuem uma


composição química muito simples, dada por átomos de um mesmo elemento químico.
Alguns exemplos são o diamante (átomos de carbono), o cobre (átomos de cobre), a prata
(átomos de prata) e a platina (átomos de platina).

Grande parte dos minerais, no entanto, é constituída por compostos químicos que
derivam da combinação de elementos químicos distintos, sendo que sua composição química
pode ser fixa ou variar dentro de limites bem determinados. Um dos exemplos mais comuns é
o quartzo (SiO2), no qual um átomo de silício se combina com dois de oxigênio, independente
do tipo de ambiente geológico em que o quartzo seja formado.

Sendo assim, o estudo dos minerais se torna mais fácil quando critérios que viabilizam
agrupá-los em conjuntos com características semelhantes são utilizados. O método químico
mais usado nesse sentido baseia-se na natureza do radical aniônico do mineral. Na barita
(BaSO4), por exemplo, o radical aniônico é o SO42– e, dessa forma, a barita acaba sendo
classificada como um sulfato.

Levando isso em consideração, o objetivo deste trabalho é estudar mais a fundo três
grupos específicos de minerais: os elementos nativos, os sulfetos e os sulfatos. Além disso,
dentro desses grupos, quatro minerais em específico foram escolhidos para serem examinados
com mais afinco.

ELEMENTOS NATIVOS

O grupo dos elementos nativos é constituído por minerais formados por elementos que
ocorrem livres, não combinados com outros elementos. Na natureza, cerca de 37 elementos
químicos podem ocorrer como elementos livres e, portanto, diz-se que ocorrem no estado
nativo. Destes 37 elementos, seis correspondem aos gases nobres (hélio, neônio, argônio,
criptônio, xenônio e radônio), que não constituem compostos químicos por serem
quimicamente inertes, ou seja, possuem o último orbital totalmente preenchido com dois ou
oito elétrons.

O hidrogênio (H), o nitrogênio (N), o oxigênio (O) e o cloro (Cl) também ocorrem na
forma não combinada, mas somente como gases, ou muito raramente como líquidos em
algumas inclusões fluidas de minerais. Segundo a definição de “mineral”, entretanto, são
excluídos desta classe os elementos que ocorrem na forma de gás e/ou líquido, ou seja, os
gases nobres, H, N, O e Cl. Os 27 elementos restantes que podem ocorrer no estado nativo,
portanto, são encontrados na crosta terrestre formando minerais. A figura 01 abaixo especifica
quais são esses elementos.

Figura 01: Elementos que podem ocorrer no estado nativo segundo a definição de mineral.

Fonte: <https://museuhe.com.br>

Os minerais da classe de elementos nativos são comumente separados em:

❖ Metais nativos
➢ Grupo do ouro: Ouro, prata e cobre.
➢ Grupo do ferro: Ferro, cobalto e níquel.
➢ Grupo da platina: Platina, paládio, irídio e ródio.
➢ Grupo do mercúrio: Mercúrio, cádmio e zinco.
➢ Grupo do ósmio e rutênio: Ósmio, rutênio e rênio.
➢ Chumbo, estanho, índio e cromo.
❖ Semi-metais nativos
➢ Antimônio, arsênio, bismuto, selênio e telúrio.
❖ Não metais nativos
➢ Enxofre.
➢ Grupo do carbono: Grafita e diamante.

O número de compostos (minerais) do grupo dos elementos nativos excede em muito


o número de elementos constituintes deste grupo. Estes 27 elementos nativos formam cerca de
80 espécimes e/ou variedades de minerais, classificados por critérios químicos e
cristalográficos. Este aspecto resulta do fato de muitos minerais serem variedades
polimórficas (a exemplo do carbono que pode ocorrer como diamante – C, grafita – C,
lonsdaleíta – C e chaoita - C; do enxofre que pode ocorrer formando um polimorfo
monoclínico (rosickyíta) ou ortorrômbico (enxofre), etc.) e/ou constituírem soluções sólidas
(a exemplo do electrum – (Au,Ag), paládio platina – (Pt,Pd), etc.).

Entre os elementos nativos, os metais são os que apresentam a melhor condutividade


térmica e elétrica, possuem, quando polidos, forte brilho metálico (alto grau de reflexão), são
opacos e sem clivagem (exceção do Fe, Ni e do Zn). A maior parte dos metais nativos possui
cor branca do estanho ou prata, cinza aço, com exceção do ouro (cor amarelo ouro) e do cobre
(cor vermelha cobre). De todos os minerais conhecidos, os metais nativos são os que
apresentam os maiores pesos específicos (são minerais extremamente pesados, a densidade
destes minerais varia entre 6,9-22,65 g/cm3 ), principalmente os minerais do grupo da platina
(paládio - 11,9-12,02 g/cm3 ; platina – 14-19 g/cm3 ; ródio -16,5 g/cm3 ; irídio – 22,65-22,84
g/cm3 ).

Entre os semi-metais nativos, o As, Sb e Bi são isoestruturais (cristalizam no sistema


trigonal, classe escalenoédrica-hexagonal) e mostram propriedades semelhantes entre si.
Exibem clivagem perfeita {0001}, são comparativamente frágeis (quebradiços) e piores
condutores de calor e eletricidade em comparação com os metais nativos. Apresentam cor
branca do estanho e assim como os metais nativos, são opacos e possuem brilho metálico. São
minerais muito pesados a extremamente pesados (a densidade destes minerais varia entre
5,63-9,83 g/cm3). Estes minerais apresentam um tipo de ligação intermediária entre a
metálica verdadeira e a covalente, portanto, mais forte e mais direcional em suas propriedades
levando a uma simetria inferior.

COBRE

O cobre é um metal de transição de símbolo Cu, número atômico 29 (29 prótons e 29


elétrons) e de massa atômica 63,546 u. Este elemento é do grupo 11 e se encontra no quarto
período da tabela periódica. Este metal, devido a suas propriedades químicas e físicas, é de
extrema importância para o desenvolvimento humano, devido a características como:

● Ótimo condutor: este metal conduz facilmente calor e eletricidade, sendo usado em
diversas operações que necessitam desta propriedade, como nas redes elétricas das
cidades.

● Molda-se facilmente: esta propriedade facilita a produção de diversos objetos e


produtos de cobre. Vale lembrar que, apesar de facilmente moldável, ele é muito
resistente.
● Antibactericida: ele não absorve muitas bactérias, pois retarda o crescimento de
germes que fazem mal à saúde.

Utilizações do cobre: o cobre está presente em fios para instalação elétrica e motores.
A construção civil utiliza amplamente este metal em diversas áreas, seja para aquecimento de
água e também refrigeração, produção de máquinas industriais e até aparelhos eletrônicos.
Sua propriedade anti-bactericida ajuda nos hospitais, moedas e sistemas de encanamento, pois
evita o acúmulo de bactérias que fazem mal à saúde e não devem estar presentes nestes locais.
Outro lugar onde a utilização do cobre é muito importante é na fabricação de veículos, pois
ele está presente nos fios, conectores, freios, rolamentos, radiadores e até mesmo no próprio
motor.

Hábito: Ocorre normalmente como cristais mal formados. Escamas, placas, fios
torcidos e massas irregulares são bastante comuns. Os cristais são tetrahexaédricos, cúbicos,
octaédricos e/ou dodecaédricos, em geral mal formados. Também ocorre como grupos
ramificados e arborescentes, dendríticos. Pode ser fibroso ou maciço.

Gênese: Originado por oxidação, na zona de cimentação, nos filões mineralizados em


cobre, juntamente com cuprita, malaquita e azurita crisocola. Também na zona de oxidação de
depósitos de cobre disseminado. Aparece também associado a rochas extrusivas básicas em
amígdalas e veios, gerados por processos hidrotermais de baixa temperatura. Menos comum
em arenitos e folhelhos. Raro em alguns meteoritos. O principal mineral de cobre (mais
abundante e significativamente econômico) é a calcopirita, um sulfeto de cobre e ferro. Outros
minerais importantes de cobre são à cuprita, malaquita, azurita e crisocola.

Traço: Vermelho ou vermelho cobre.

Brilho: Metálico/fosco.

Dureza: Baixa (2,5 - 3,0).

Diafaneidade: Opaco.

Solubilidade: solúvel apenas em ácido nítrico concentrado, formando uma solução


verde e desprendendo NO2.

Magnetismo: não é magnético.

Propriedades gerais: Na tabela abaixo, estão listadas algumas outras propriedades


deste metal:
Tabela 1: Propriedades gerais do cobre.

Fonte: <https://museuhe.com.br>

DIAMANTE

O diamante, classificado como uma gema, é uma pedra preciosa formada por átomos
puros de carbono em condições de cristalização. Pode ser encontrado em toda superfície da
Terra e possui alto valor de mercado, sendo considerado uma das mais valiosas pedras
preciosas. Para ser comercializada a pedra deve passar por um processo que inclui lapidação e
avaliação de suas características. O diamante é a pedra mais valorizada no comércio de pedras
preciosas e sua gema é utilizada para a confecção de jóias de luxo.

Por serem pedras muito resistentes, também são usadas no setor industrial para
atividades de escavação. Os diamantes (tanto os naturais quanto os sintéticos) são utilizados
como brocas de perfuração, principalmente na escavação de poços de gás e de petróleo.

O surgimento de um diamante é o resultado final de um fenômeno natural que


acontece em regiões muito profundas da Terra. As pedras surgem abaixo do manto terrestre,
pela união de dois fatores naturais: a pressão que existe abaixo da terra e a concentração de
altas temperaturas.

Os diamantes chegam à superfície terrestre a partir de erupções vulcânicas, embora


estas erupções não sejam a causa do seu surgimento. Foi por esse motivo que, por muito
tempo, acreditou-se que os diamantes eram originados pelos vulcões em atividade.

Observando o diamante de um ponto de vista mais técnico, vemos que sua dureza
elevada se deve a sua formação molecular que foi possibilitada pelo arranjo atômico
hexaédrico abaixo.
Figura 02: Forma cristalográfica do diamante.

Fonte: <https://museuhe.com.br>

Normalmente, o diamante forma cristais octaédricos, dodecaédricos e mais raramente


cúbicos e formas combinadas e/ou modificadas, frequentemente com faces e arestas curvas e
faces estriadas. Podem ser tetraédricos. Possui geminação de contato com {111} como plano
de geminação; usualmente achatados sobre {111}; com geminação de penetração, às vezes
repetida; raramente {100} do tipo de contato.

Sua tenacidade é quebradiça, seu brilho é adamantino/gorduroso e possui


características fluorescentes e fosforescentes, além de não ser radioativo. O diamante é o
elemento natural mais duro (dureza = 10), tem a densidade de 3,51 g/cm3 – 3,52 g/cm3, e não
é solúvel em água e ácido clorídrico.

Com relação a sua gênese, ele é um mineral formado em grande profundidade, onde a
pressão em relação ao grau geotérmico permite a sua geração, sendo que quanto maior o grau
geotérmico mais profundo o seu ambiente de formação. Dessa forma, este mineral apenas
pode aparecer na superfície trazido por magmas de origem profunda e ascensão rápida
(kimberlíticos e lamproíticos), pois se a subida for lenta possibilita a transformação para
grafita. Pode ser encontrado em kimberlitos, lamproítos, eclogitos, meteoritos, etc; e nos
sedimentos e rochas com contribuição dessas rochas, tais como cascalhos de aluviões,
conglomerados, metaconglomerados, tilitos, diamictitos, etc. Também ocorre como inclusões
em granadas (eclogitos).

O diamante ocorre naturalmente com diafaneidade do tipo transparente/translúcido,


não é magnético, possui clivagem perfeita {111}(cúbica) com fratura conchoidal. Ele pode
ocorrer nas seguintes cores: laranja, vermelho, verde, marrom, branco, amarelo, azul claro,
incolor, preto, rosa, amarelo claro e amarelo escuro.
Minerais com os quais ocorre associado:
Ocorre associado à forsterita, flogopita, piropo, diopsídio, ilmenita (pipes
kimberlíticos); ilmenita, granada, rutilo, brookita, anatásio, hematita, magnetita, turmalina,
ouro, zircão, topázio (pláceres).

SULFETOS E SULFATOS

Os sulfetos e sulfatos, em geral, são minerais metálicos que possuem o enxofre (S)
como elemento comum em suas estruturas. O enxofre constitui cerca de 0,0260% da crosta
terrestre, podendo ser encontrado em seu estado nativo, em tecidos orgânicos e nos minerais
na forma gasosa. De acordo com suas características químicas, o enxofre possui seis elétrons
em sua camada de valência, podendo receber dois elétrons em sua última camada externa,
formando o íon S2–, ou doar seus elétrons originando os íons S6+ e S4+.

Quando o enxofre “ganha” dois elétrons, formando um ânion altamente


eletronegativo, de modo que tende a fazer ligações com elementos calcófilos e siderófilos,
obtemos os minerais do grupo dos sulfetos. Contudo, quando o enxofre “perde” seus elétrons,
obtendo o íon S6+, que é altamente carregado, polarizado e com carga positiva, ao unir-se com
átomos de oxigênio, forma-se os minerais do grupo dos sulfatos (SO4)2-.

Os sulfetos são compostos de enxofre e metais (ou metalóides), em que o enxofre atua
como o ânion coordenador na estrutura cristalina do composto. Eles podem ser classificados
pela fórmula geral: RmSn, no qual o R são os metais, principalmente ferro, níquel, cobre,
cobalto, zinco, prata, molibdênio, estanho, ouro, mercúrio, platina, antimônio e arsênio; S, o
ânion S2–, e m e n, o número de átomos.

São minerais de dureza baixa (<4), pesados (densidade > 2,89 g/cm3 ) a muito pesados
(densidade entre 4 e 7 g/cm3 ), seus traços variam entre cinza ou preto e possuem coloração
cinza a cinza prateado; branco do estanho a branco prata; amarela e bronze. São, em geral,
minerais de brilho metálico e também opacos. São formados a partir da cristalização do
magma com sulfeto de hidrogênio (H2S) na fase fluída, além disso, quanto maior a pressão
que o sulfeto de hidrogênio sofre, tem-se maior quantidade de sulfeto, onde o enxofre pode
ocorrer como base de magma sulfetados, e por ser considerado insolúvel, não se mistura com
o magma silicático.

De outro modo, os sulfetos podem ser formados pela desgaseificação dos magmas em
profundidades e no fundo oceânico. Raramente são formados em superfície devido a suas
altas densidades, limitando-se nas porções inferiores dos derrames ou das intrusões, e pela alta
oxidação da atmosfera. Contudo, os sulfetos podem ser gerados na superfície terrestre, desde
que o ambiente seja anóxico durante a formação das rochas sedimentares.

Os sulfetos refletem menos de 0,2% do volume da crosta, compondo as principais


jazidas de cobre (calcopirita - CuFeS2 , calcocita - Cu2S, covellita – CuS, etc.), mercúrio
(cinábrio – HgS), zinco (esfalerita – ZnS), cádmio (greenockita – CdS, esfarelita – ZnS),
chumbo (galena –PbS), arsênio (arsenopirita – FeAsS), molibdênio (molibdenita – MoS),
bismuto (bismutinita – Bi2S3) e antimônio (estibinita - Sb2S3); e são fontes de Ag, Pt, Au, Co,
Ni, Fe, Tl, Te, Re, S, Sn, Ga, Ge, In, Ru.

Têm principais aplicações: na indústria do papel; na química analítica, para detecção


de metais por precipitação; na obtenção de produtos luminescentes, borrachas,
semicondutores; pigmentação; na indústria da cerâmica, plásticos, esmaltes e tintas; e na
produção de baterias solares e sensores fotoelétricos. São exemplos de minerais a pirita, o
cinábrio, a covellita, o ouro-pigmento, a galena, a esfalerita, entre muitos outros.

Os minerais do grupo dos sulfatos são compostos pelo ânion sulfato ligados a metais e
metalóides, onde o ânion sulfato [(SO4)2-] atua como coordenador na estrutura. Além dos
metais e metalóides, os sulfatos podem se ligar à hidroxila (OH-) e à água. São poucos os
sulfatos estáveis e 118 dos 276 minerais formados por esse ânion são solúveis em água. Os
sulfatos podem ser classificados conforme os elementos ou grupos aniônicos.

● Sulfatos simples: não são ligados à hidroxilas, água ou grupos aniônicos. Como
exemplo, temos a barita, a celestita, a anglesita, etc;

● Sulfatos simples hidratados: são ligados somente a água, exemplos deles são: a
calcantita, a calinita, melanterita, etc;

● Sulfatos secos com outros ânions: possuem hidroxilas e/ou grupos aniônicos, como
exemplo, a alunita, a brochantita, a hankisita, etc;

● Sulfatos hidratados com outros ânions: possuem hidroxila, água ou grupos aniônicos.
São exemplos desses sulfatos a celadonita, a caínita, a uranopilita, entre outros.

Os sulfatos possuem fórmula geral X(SO4), onde cátions bivalentes (X) são insolúveis
em água ou pouco solúveis quando o cátion corresponde a um cátion grande (Pb, Ca, Sr, Ba),
e solúvel em água quando corresponde a um cátion pequeno (Cu). Entre os sulfatos comuns
e/ou de importância econômica, as características gerais são: dureza (D > 3,5) e densidade (d<
2,89 g/cm3) baixa; minerais fusíveis, segundo a escala de von Kobell; transparentes e
translúcidos, com opacidade inexistente; minerais de traço branco, exceto a copiapita (traço
amarelo a amarelo pálido), a jarosita (traço amarelo pálido), a antlerita e a brochantita
(possuem traço verde pálido).

Apresentam brilho não metálico, exibindo brilho vítreo a ceroso, resinoso e/ou
nacarado; são incolores em lâmina delgada; seu relevo é moderado a forte negativo a baixo
positivo; são minerais biaxiais, ou seja, se cristalizam nos sistemas monoclínicos, triclínicos
ou ortorrômbicos; sua birrefringência (propriedade óptica que possui índices de refração,
diferenciando as direções de propagação da luz) é baixa a moderada; além disso, têm
solubilidade em água e ácidos, além de terem sabor, que pode ser levemente amargo, salgado,
metálico nauseante, adocicado e/ou adstringente.

Os sulfatos são originados em ambientes aquosos e oxigenados ou na superfície


terrestre, em razão da atmosfera oxidante. Também são obtidos como produto de oxidação de
outros materiais e em evaporitos (por evaporação e consequente precipitação). São aplicados
para obtenção de estrôncio, cobre e chumbo; usados como pigmentos, na fabricação de tintas,
como lama para perfuração, na fabricação do cimento Portland e gesso; ácido sulfúrico, na
fabricação de soda; empregados na medicina etc. São exemplos de minerais de sulfatos a
gipsita, também conhecida como “Rosa do Deserto”, a celestita, a barita, a calcantita, a
alunita, a mirabilita, entre muitos outros.

BORNITA

A bornita é um dos minerais constituintes da classe dos sulfetos. Sua fórmula química
é Cu5FeS4 e seu sistema é do tipo ortorrômbico ou isométrico. O hábito desse mineral é
geralmente maciço, granular ou compacto. Seus cristais são pseudo-cúbicos, dodecaédricos ou
octaédricos, possuindo geminação em {111} e muitas vezes apresentando geminação de
penetração.

A classe cristalográfica da bornita é hexaoctaédrica ou bipiramidal rômbica e sua


forma cristalográfica é exibida na figura 03 abaixo:

Figura 03: Forma cristalográfica da bornita.


Fonte: <https://museuhe.com.br>

Ela é um mineral que possui uma direção de clivagem descontínua em {111} com
fratura irregular ou subconchoidal. Com relação a sua tenacidade, a bornita é quebradiça e
apresenta uma dureza baixa, que varia de 3,0 a 3,5. Além disso, ela é um mineral opaco de cor
bronze e alta densidade (5,06 g/cm3 – 5,40 g/cm3). Seu traço é preto acinzentado claro e seu
brilho é do tipo metálico.

Em se tratando de sua solubilidade, a bornita não se dissolve em água ou ácido


clorídrico, mas ela é solúvel em ácido nítrico com efervescência e separação do enxofre,
formando uma solução verde. Ela não é radioativa, não possui sabor e nem caráter magnético.
Seu principal uso para a sociedade é como um importante mineral de minério de cobre.

Entrando na questão da sua formação (gênese), esse mineral ocorre na zona superior
dos depósitos de cobre, espalhado em rochas máficas, em depósitos de metamorfismo de
contato (skarns), em pegmatitos, em veios hidrotermais de média a alta temperatura, e em
sedimentos cupríferos. Ele pode se alterar rapidamente para calcocita, calcopirita, covellita,
cuprita, crisocola, malaquita e azurita. Fora isso, a bornita também pode ocorrer associada à
calcopirita, pirita, outros sulfetos de cobre e ferro, granada, calcita, wollastonita e quartzo.

CALCANTITA

A calcantita é um dos minerais constituintes da classe dos sulfatos. Sua fórmula


química é CuSO4.5H2O e seu sistema é do tipo triclínico. O hábito desse mineral é, em geral,
estalactítico, em crostas reniformes e/ou em veios tipo cross-vein. Ele pode ser maciço ou
granular e seus cristais são prismáticos curtos {001} a tabulares espessos {111}. Sua
geminação é rara com intercrescimento cruciforme com {010} comum entre os indivíduos.
A classe cristalográfica da calcantita é pinacoidal, ela possui duas direções distintas de
clivagem, uma perfeita {10} e uma imperfeita {111}, e sua fratura é do tipo conchoidal.
Acerca de sua cor, ela pode ser encontrada na forma de um mineral azul, verde, azul céu ou
então azul esverdeado. Sua dureza é classificada como baixa (2,5) e com relação à densidade,
a calcantita é um mineral leve (2,12 g/cm3 – 2,30 g/cm3).

Ademais, esse mineral pode ser transparente a translúcido, apresenta um traço branco
e seu brilho varia entre resinoso e vítreo. Ele é solúvel em água, conferindo uma cor azul à
solução quando é dissolvido; no entanto, não se solubiliza em ácido clorídrico. Fora isso, a
calcantita é um mineral não radioativo, não magnético e que demonstra um sabor metálico e
nauseante.

Discutindo um pouco sobre sua gênese, a calcantita encontra-se em regiões áridas


como mineral supérgeno próximo da superfície nos filões de cobre, sendo por isto indicador
de jazidas de cobre em profundidade. Ela é originada pela oxidação e hidratação de sulfetos
de cobre, como a calcopirita e a calcosita. Além disso, pode estar presente na forma de cristais
e estalactites nas paredes das galerias das minas com sulfetos de cobre.

A calcantita ainda pode ocorrer associada a alguns outros minerais, como: melanterita,
fibroferrita, romboclásio, epsomita, goslarita, brochantita, gipso, morenosita, pickringuita,
retgersita. Por fim, abordando a questão dos seus principais usos na sociedade, ela é um
mineral usado em estamparia de algodão, em tintas, na preservação de madeiras, em
galvanoplastia, nas pilhas de Daniell e em agricultura, na forma do denominado caldo
bordalês, para as plantações de uva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. DE; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando


a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
● NAVARRO, G. R. B.; ZANARDO, A.; MONTIBELLER, C. C.; LEME, T. G. Livro
de referência de Minerais Comuns e Economicamentes Relevantes: SULFATOS,
2017. Museu de Minerais, Minérios e Rochas “Prof. Dr. Heinz Ebert”.

● NAVARRO, G. R. B.; ZANARDO, A.; MONTIBELLER, C. C.; LEME, T. G. Livro


de referência de Minerais Comuns e Economicamentes Relevantes: SULFETOS
E SULFOSSAIS, 2017. Museu de Minerais, Minérios e Rochas “Prof. Dr. Heinz
Ebert”.
● NAVARRO, G. R. B.; ZANARDO, A.; MONTIBELLER, C. C.; LEME, T. G. Livro
de referência de Minerais Comuns e Economicamentes Relevantes:
ELEMENTOS NATIVOS, 2017. Museu de Minerais, Minérios e Rochas “Prof. Dr.
Heinz Ebert”.

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