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DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
MINERALOGIA - 3230
DOCENTE:
DISCENTES:
MARINGÁ - PR
2022
INTRODUÇÃO GERAL
Grande parte dos minerais, no entanto, é constituída por compostos químicos que
derivam da combinação de elementos químicos distintos, sendo que sua composição química
pode ser fixa ou variar dentro de limites bem determinados. Um dos exemplos mais comuns é
o quartzo (SiO2), no qual um átomo de silício se combina com dois de oxigênio, independente
do tipo de ambiente geológico em que o quartzo seja formado.
Sendo assim, o estudo dos minerais se torna mais fácil quando critérios que viabilizam
agrupá-los em conjuntos com características semelhantes são utilizados. O método químico
mais usado nesse sentido baseia-se na natureza do radical aniônico do mineral. Na barita
(BaSO4), por exemplo, o radical aniônico é o SO42– e, dessa forma, a barita acaba sendo
classificada como um sulfato.
Levando isso em consideração, o objetivo deste trabalho é estudar mais a fundo três
grupos específicos de minerais: os elementos nativos, os sulfetos e os sulfatos. Além disso,
dentro desses grupos, quatro minerais em específico foram escolhidos para serem examinados
com mais afinco.
ELEMENTOS NATIVOS
O grupo dos elementos nativos é constituído por minerais formados por elementos que
ocorrem livres, não combinados com outros elementos. Na natureza, cerca de 37 elementos
químicos podem ocorrer como elementos livres e, portanto, diz-se que ocorrem no estado
nativo. Destes 37 elementos, seis correspondem aos gases nobres (hélio, neônio, argônio,
criptônio, xenônio e radônio), que não constituem compostos químicos por serem
quimicamente inertes, ou seja, possuem o último orbital totalmente preenchido com dois ou
oito elétrons.
O hidrogênio (H), o nitrogênio (N), o oxigênio (O) e o cloro (Cl) também ocorrem na
forma não combinada, mas somente como gases, ou muito raramente como líquidos em
algumas inclusões fluidas de minerais. Segundo a definição de “mineral”, entretanto, são
excluídos desta classe os elementos que ocorrem na forma de gás e/ou líquido, ou seja, os
gases nobres, H, N, O e Cl. Os 27 elementos restantes que podem ocorrer no estado nativo,
portanto, são encontrados na crosta terrestre formando minerais. A figura 01 abaixo especifica
quais são esses elementos.
Figura 01: Elementos que podem ocorrer no estado nativo segundo a definição de mineral.
Fonte: <https://museuhe.com.br>
❖ Metais nativos
➢ Grupo do ouro: Ouro, prata e cobre.
➢ Grupo do ferro: Ferro, cobalto e níquel.
➢ Grupo da platina: Platina, paládio, irídio e ródio.
➢ Grupo do mercúrio: Mercúrio, cádmio e zinco.
➢ Grupo do ósmio e rutênio: Ósmio, rutênio e rênio.
➢ Chumbo, estanho, índio e cromo.
❖ Semi-metais nativos
➢ Antimônio, arsênio, bismuto, selênio e telúrio.
❖ Não metais nativos
➢ Enxofre.
➢ Grupo do carbono: Grafita e diamante.
COBRE
● Ótimo condutor: este metal conduz facilmente calor e eletricidade, sendo usado em
diversas operações que necessitam desta propriedade, como nas redes elétricas das
cidades.
Utilizações do cobre: o cobre está presente em fios para instalação elétrica e motores.
A construção civil utiliza amplamente este metal em diversas áreas, seja para aquecimento de
água e também refrigeração, produção de máquinas industriais e até aparelhos eletrônicos.
Sua propriedade anti-bactericida ajuda nos hospitais, moedas e sistemas de encanamento, pois
evita o acúmulo de bactérias que fazem mal à saúde e não devem estar presentes nestes locais.
Outro lugar onde a utilização do cobre é muito importante é na fabricação de veículos, pois
ele está presente nos fios, conectores, freios, rolamentos, radiadores e até mesmo no próprio
motor.
Hábito: Ocorre normalmente como cristais mal formados. Escamas, placas, fios
torcidos e massas irregulares são bastante comuns. Os cristais são tetrahexaédricos, cúbicos,
octaédricos e/ou dodecaédricos, em geral mal formados. Também ocorre como grupos
ramificados e arborescentes, dendríticos. Pode ser fibroso ou maciço.
Brilho: Metálico/fosco.
Diafaneidade: Opaco.
Fonte: <https://museuhe.com.br>
DIAMANTE
O diamante, classificado como uma gema, é uma pedra preciosa formada por átomos
puros de carbono em condições de cristalização. Pode ser encontrado em toda superfície da
Terra e possui alto valor de mercado, sendo considerado uma das mais valiosas pedras
preciosas. Para ser comercializada a pedra deve passar por um processo que inclui lapidação e
avaliação de suas características. O diamante é a pedra mais valorizada no comércio de pedras
preciosas e sua gema é utilizada para a confecção de jóias de luxo.
Por serem pedras muito resistentes, também são usadas no setor industrial para
atividades de escavação. Os diamantes (tanto os naturais quanto os sintéticos) são utilizados
como brocas de perfuração, principalmente na escavação de poços de gás e de petróleo.
Observando o diamante de um ponto de vista mais técnico, vemos que sua dureza
elevada se deve a sua formação molecular que foi possibilitada pelo arranjo atômico
hexaédrico abaixo.
Figura 02: Forma cristalográfica do diamante.
Fonte: <https://museuhe.com.br>
Com relação a sua gênese, ele é um mineral formado em grande profundidade, onde a
pressão em relação ao grau geotérmico permite a sua geração, sendo que quanto maior o grau
geotérmico mais profundo o seu ambiente de formação. Dessa forma, este mineral apenas
pode aparecer na superfície trazido por magmas de origem profunda e ascensão rápida
(kimberlíticos e lamproíticos), pois se a subida for lenta possibilita a transformação para
grafita. Pode ser encontrado em kimberlitos, lamproítos, eclogitos, meteoritos, etc; e nos
sedimentos e rochas com contribuição dessas rochas, tais como cascalhos de aluviões,
conglomerados, metaconglomerados, tilitos, diamictitos, etc. Também ocorre como inclusões
em granadas (eclogitos).
SULFETOS E SULFATOS
Os sulfetos e sulfatos, em geral, são minerais metálicos que possuem o enxofre (S)
como elemento comum em suas estruturas. O enxofre constitui cerca de 0,0260% da crosta
terrestre, podendo ser encontrado em seu estado nativo, em tecidos orgânicos e nos minerais
na forma gasosa. De acordo com suas características químicas, o enxofre possui seis elétrons
em sua camada de valência, podendo receber dois elétrons em sua última camada externa,
formando o íon S2–, ou doar seus elétrons originando os íons S6+ e S4+.
Os sulfetos são compostos de enxofre e metais (ou metalóides), em que o enxofre atua
como o ânion coordenador na estrutura cristalina do composto. Eles podem ser classificados
pela fórmula geral: RmSn, no qual o R são os metais, principalmente ferro, níquel, cobre,
cobalto, zinco, prata, molibdênio, estanho, ouro, mercúrio, platina, antimônio e arsênio; S, o
ânion S2–, e m e n, o número de átomos.
São minerais de dureza baixa (<4), pesados (densidade > 2,89 g/cm3 ) a muito pesados
(densidade entre 4 e 7 g/cm3 ), seus traços variam entre cinza ou preto e possuem coloração
cinza a cinza prateado; branco do estanho a branco prata; amarela e bronze. São, em geral,
minerais de brilho metálico e também opacos. São formados a partir da cristalização do
magma com sulfeto de hidrogênio (H2S) na fase fluída, além disso, quanto maior a pressão
que o sulfeto de hidrogênio sofre, tem-se maior quantidade de sulfeto, onde o enxofre pode
ocorrer como base de magma sulfetados, e por ser considerado insolúvel, não se mistura com
o magma silicático.
De outro modo, os sulfetos podem ser formados pela desgaseificação dos magmas em
profundidades e no fundo oceânico. Raramente são formados em superfície devido a suas
altas densidades, limitando-se nas porções inferiores dos derrames ou das intrusões, e pela alta
oxidação da atmosfera. Contudo, os sulfetos podem ser gerados na superfície terrestre, desde
que o ambiente seja anóxico durante a formação das rochas sedimentares.
Os minerais do grupo dos sulfatos são compostos pelo ânion sulfato ligados a metais e
metalóides, onde o ânion sulfato [(SO4)2-] atua como coordenador na estrutura. Além dos
metais e metalóides, os sulfatos podem se ligar à hidroxila (OH-) e à água. São poucos os
sulfatos estáveis e 118 dos 276 minerais formados por esse ânion são solúveis em água. Os
sulfatos podem ser classificados conforme os elementos ou grupos aniônicos.
● Sulfatos simples: não são ligados à hidroxilas, água ou grupos aniônicos. Como
exemplo, temos a barita, a celestita, a anglesita, etc;
● Sulfatos simples hidratados: são ligados somente a água, exemplos deles são: a
calcantita, a calinita, melanterita, etc;
● Sulfatos secos com outros ânions: possuem hidroxilas e/ou grupos aniônicos, como
exemplo, a alunita, a brochantita, a hankisita, etc;
● Sulfatos hidratados com outros ânions: possuem hidroxila, água ou grupos aniônicos.
São exemplos desses sulfatos a celadonita, a caínita, a uranopilita, entre outros.
Os sulfatos possuem fórmula geral X(SO4), onde cátions bivalentes (X) são insolúveis
em água ou pouco solúveis quando o cátion corresponde a um cátion grande (Pb, Ca, Sr, Ba),
e solúvel em água quando corresponde a um cátion pequeno (Cu). Entre os sulfatos comuns
e/ou de importância econômica, as características gerais são: dureza (D > 3,5) e densidade (d<
2,89 g/cm3) baixa; minerais fusíveis, segundo a escala de von Kobell; transparentes e
translúcidos, com opacidade inexistente; minerais de traço branco, exceto a copiapita (traço
amarelo a amarelo pálido), a jarosita (traço amarelo pálido), a antlerita e a brochantita
(possuem traço verde pálido).
Apresentam brilho não metálico, exibindo brilho vítreo a ceroso, resinoso e/ou
nacarado; são incolores em lâmina delgada; seu relevo é moderado a forte negativo a baixo
positivo; são minerais biaxiais, ou seja, se cristalizam nos sistemas monoclínicos, triclínicos
ou ortorrômbicos; sua birrefringência (propriedade óptica que possui índices de refração,
diferenciando as direções de propagação da luz) é baixa a moderada; além disso, têm
solubilidade em água e ácidos, além de terem sabor, que pode ser levemente amargo, salgado,
metálico nauseante, adocicado e/ou adstringente.
BORNITA
A bornita é um dos minerais constituintes da classe dos sulfetos. Sua fórmula química
é Cu5FeS4 e seu sistema é do tipo ortorrômbico ou isométrico. O hábito desse mineral é
geralmente maciço, granular ou compacto. Seus cristais são pseudo-cúbicos, dodecaédricos ou
octaédricos, possuindo geminação em {111} e muitas vezes apresentando geminação de
penetração.
Ela é um mineral que possui uma direção de clivagem descontínua em {111} com
fratura irregular ou subconchoidal. Com relação a sua tenacidade, a bornita é quebradiça e
apresenta uma dureza baixa, que varia de 3,0 a 3,5. Além disso, ela é um mineral opaco de cor
bronze e alta densidade (5,06 g/cm3 – 5,40 g/cm3). Seu traço é preto acinzentado claro e seu
brilho é do tipo metálico.
Entrando na questão da sua formação (gênese), esse mineral ocorre na zona superior
dos depósitos de cobre, espalhado em rochas máficas, em depósitos de metamorfismo de
contato (skarns), em pegmatitos, em veios hidrotermais de média a alta temperatura, e em
sedimentos cupríferos. Ele pode se alterar rapidamente para calcocita, calcopirita, covellita,
cuprita, crisocola, malaquita e azurita. Fora isso, a bornita também pode ocorrer associada à
calcopirita, pirita, outros sulfetos de cobre e ferro, granada, calcita, wollastonita e quartzo.
CALCANTITA
Ademais, esse mineral pode ser transparente a translúcido, apresenta um traço branco
e seu brilho varia entre resinoso e vítreo. Ele é solúvel em água, conferindo uma cor azul à
solução quando é dissolvido; no entanto, não se solubiliza em ácido clorídrico. Fora isso, a
calcantita é um mineral não radioativo, não magnético e que demonstra um sabor metálico e
nauseante.
A calcantita ainda pode ocorrer associada a alguns outros minerais, como: melanterita,
fibroferrita, romboclásio, epsomita, goslarita, brochantita, gipso, morenosita, pickringuita,
retgersita. Por fim, abordando a questão dos seus principais usos na sociedade, ela é um
mineral usado em estamparia de algodão, em tintas, na preservação de madeiras, em
galvanoplastia, nas pilhas de Daniell e em agricultura, na forma do denominado caldo
bordalês, para as plantações de uva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS