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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000312125

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1015543-55.2019.8.26.0068, da Comarca de Barueri, em que são apelantes/apelados
ANTONIO MARTINS JUNIOR, GIULIA MAGALHÃES MARTINS, SANDRA
CRISTINA MAGALHÃES e TREYCY AYUSKA MARTINS, é apelado/apelante
MUNICÍPIO DE BARUERI.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 8ª Câmara de Direito


Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Recurso
de apelação do Município não provido e dos autores provido. V.U, de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores PERCIVAL


NOGUEIRA (Presidente), LEONEL COSTA E BANDEIRA LINS.

São Paulo, 28 de abril de 2022.

PERCIVAL NOGUEIRA
Relator
Assinatura Eletrônica
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Voto nº 38.148
Apelação Cível nº 1015543-55.2019.8.26.0068
Comarca: Barueri
Apelantes: MUNICÍPIO DE BARUERI, ANTÔNIO MARTINS
JÚNIOS e OUTROS
Apelados: OS MESMOS
JUÍZA: Graciella Lorenzo Salzman

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS Indenização requerida pelos autores (filho
e esposa do falecido) em virtude do evento morte
Falecimento decorrente da inundação do Município de
Barueri Laudo pericial que comprovou que o evento
danoso decorreu de falha no sistema de drenagem de águas
pluviais Ato ilícito que deve ser indenizado Danos
morais devidos, nos termos do que já arbitrados em r.
sentença Danos materiais Configuração Segundo
decidido pelo STJ, o pagamento de pensão por morte não
impede a condenação por danos materiais, em razão de
diferentes fatos geradores No caso concreto, é devida
indenização por danos materiais à razão de 1/3 sobre a
remuneração percebida pelo falecido para cada filho, até
completarem 25 anos Sentença reformada em parte, para
determinar a procedência da indenização por danos
materiais Diante da procedência do pedido, inexiste
sucumbência recíproca, devendo ser a verba honorária
suportada apenas pello Município sucumbente Recurso
de apelação do Município não provido e dos autores
provido.

Trata-se de recursos de apelação interpostos


tempestivamente por Antônio Martins Júnior e outros, às fls. 322/330, e
pelo Município de Barueri, às fls. 344/351, em face da r. sentença de fls.
306/308 que julgou a demanda parcialmente procedente nos seguintes
termos:

“Ante o exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE a


pretensão dos autores e condeno o Município ao pagamento

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de indenização por dano moral no valor de R$ 100.000,00


(cem mil reais), atualizado monetariamente a partir da
fixação e juros a partir do evento danoso. Para atualização
monetária deverá ser adotada o IPCA-E e os juros deverão
seguir o índice da caderneta de poupança. Resolvo o mérito
com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de
Processo Civil.
Condeno o Município ao pagamento de honorários
advocatícios no importe de 10% (dez por cento) do valor da
condenação e os autores ao pagamento de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) a mesmo título, observado o disposto no
artigo 98, §3º, do Código de Processo Civil”.

Irreisgnados, os autores requerem a reforma da r. sentença.

Alegam que, apesar da r. sentença ter estabelecido não se


ter prova concreta do valor recebido pelo de cujus a título salarial, a
Carteira de Trabalho e Previdência Social do falecido, bem como o
termo de rescisão contratual indicam salário no montante de
R$2.101,85.

Pontuam que, sendo o falecido arrimo de família, que ajuda


nas despesas do lar, sustento da esposa e dos filhos, fazem jus a fixação
de pensão mensal, conforme jurisprudência dos Tribunais Nacionais.

Sustentam que “havendo a comprovação dos ganhos


mensais do falecido, deverá ser arbitrada a pensão vitalícia, em razão
da perda abrupta da contribuição das despesas e sustento do lar, por
culpa exclusiva do apelado, nos moldes como pleiteado. No entanto,
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caso não seja este o entendimento desta câmara, o que se aduz apenas
por amor ao argumento, que seja condenado a pensão complementar
referente a diferença entre os ganhos do autor e o valor da pensão por
morte já concedida, conforme documentos de fls. 36/09”.

Requerem, no mais, a majoração dos danos morais.


Às fls. 344/351 o Município de Barueri interpôs recurso de
apelação, aduzindo que de acordo com o boletim de ocorrência
acostado aos autos, o de cujus fora atendido após ser retirado por
guardas municipais e outros munícipes de dentro do veículo.

Aponta que no caso concreto houve culpa exclusiva da


vítima. Aponta que, a despeito das constatações técnicas do laudo
pericial foi evidenciada a ocorrência de uma fatalidade, decorrente de
culpa exclusiva da vítima.

Alega que “não é crível que alguém, em sã consciência,


permaneça dentro de seu veículo que está sendo gradativamente
coberto pela água e não adote providências básicas para garantir a
sua sobrevivência, como, no caso, sair do veículo e procurar um local
seguro das águas da chuva. Permanecer voluntariamente dentro do
veículo que está sendo inundado indica uma atitude sem lógica e que
demonstra que a vítima criou o perigo de vida e, portanto, foi única
culpada pelo seu óbito”.

Sustenta que se houvesse omissão do serviço público, a


enchente no local teria ocasionado efeitos danosos para pessoas

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indiscriminadas, o que não ocorreu na espécie.

Aponta que diferentemente do que delineado na r.


sentença, o fato de ter ocorrido adequações no sistema de drenagem
pluvial após a ocorrência, não induz, de forma cabal à existência de
culpa administrativa.

Cita precedentes deste E. Tribunal de Justiça.

Afirma inexistir nexo causal entre a morte por afogamento


e a omissão administrativa.

Pretende, subsidiariamente, o reconhecimento da culpa


concorrente, pois demonstrado que no caso concreto a vítima assumiu
elevado risco de morte ao permanecer voluntariamente dentro do
automóvel no momento do alagamento e isso deve ser considerado para
fins de fixação de valores indenizatórios, em atendimento à regra
prevista no art. 945 do Código Civil.

Requer a redução dos danos morais para o valor de


R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

Às fls. 336/346 o Município de Barueri apresentou


contrarrazões.

Às fls. 376/381 a parte autora apresentou contrarrazões.

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Às fls. 384 foi deferida a habilitação de Treycy Ayuska


Martins.

É o relatório.

Os Autores em sua exordial, relatam que em 27 de


fevereiro de 2018, o Sr. Antônio Martins faleceu afogado dentro de seu
veículo na Rua Chaves, nº 150 jardim Silvestre na cidade de Barueri,
decorrente da enchente no local, onde ficou preso no veículo.
Aduzem que a Requerida é responsável pelo fato retro
mencionado, vez que não providenciou obras e manutenção a fim de
evitar alagamentos e enchentes.
Alegam que as fotos do local do acidente, demonstram que
o local não tem nenhuma vazão para águas pluviais, sendo as bocas de
lobo existentes insuficientes, pois caso contrário, teriam escoado a água
decorrente da enchente e evitado a morte narrada.

A r. sentença julgou a demanda parcialmente procedente,


arbitrando danos morais no montante de R$100.000,00 (cem mil reais).

A conduta configuradora da 'faute du service' caracteriza a


culpa administrativa e exige demonstração, ainda que presumida, de
comportamento proibido ou desatendimento indesejado dos padrões de
desempenho, atenção ou habilidades normais (culpa) legalmente
exigíveis; o Estado (aqui em sua acepção genérica) poderá exculpar-se
demonstrando a inocorrência de culpa, seja por ter agido com cuidado e
zelo, seja pela inexistência de falha no serviço.

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Na culpa administrativa se enquadra a responsabilidade por


omissão, quando caracterizada. É também conduta ilícita que enseja
reparação.

Dessa forma, em se tratando de responsabilidade subjetiva,


cabe ao autor demonstrar, além do nexo de causalidade, a culpa da
Administração consistente na violação de agir conforme a melhor
prática.

E, no caso concreto, a prova pericial produzida nos autos


foi categórica ao indicar que as ocorrências “estão diretamente relacionadas
a falha no sistema de drenagem de águas pluviais. Assim, quando da vistoria
realizada, notou-se que foram implantados novos dispositivos de bocas de lobo
após o incidente”. (p. 277)

Observa-se que o i. perito bem estabeleceu que: “de acordo


com informações prestadas pelo Município Requerido, a região em questão foi
objeto de obras de macro e micro drenagem, através do contrato № 94/2018, com
início em 27 de agosto de 2018 e conclusão em 21 de agosto de 2019, que incluiu a
canalização de águas pluviais entre a Rua Tucano, Rua Ararás e Rua Chaves”. (p.
278).

Ainda que não conclusiva caso analisada de maneira


isolada, a inclusão de sistema de canalização das águas pluviais entre a
Rua Tucano, Tuas Ararás e a Rua Chaves é indício que demonstra a
precariedade do sistema antes existente.
A conclusão do perito, inclusive, é no sentido de que “a

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região onde ocorreu o incidente necessitava de obras de drenagem para evitar


enchentes, fato que somente ocorreu após a fatalidade narrada na exordial” (fls.
278).

Em resposta ao primeiro quesito (p. 279) o perito afirmou


que o local era “constantemente alagado, em decorrência de fortes chuvas,
contudo, de acordo com informações colhidas no local, após as obras realizadas
pela municipalidade, os alagamentos cessaram”.

Ao ser questionado sobre a culpa exclusiva da vítima (p.


280), o i. perito respondeu que: “a região dos fatos possui topografia que
influencia diretamente no acúmulo de água e consequentemente a ocorrência de
enchentes”.

Logo, não é o caso de se atribuir a culpa exclusiva da


vítima ou mesmo concorrente, tendo em vista que os elementos
coligidos aos autos demonstram que o evento danoso decorreu da
desídia Municipal na instalação de sistema de canalização de águas
pluviais.

Em que pese a atuação municipal, na prestação do socorro


e dos cuidados médicos devidos, tais medidas foram insuficientes, posto
que o Sr. Antônio Martins já havia falecido por afogamento, no interior
do seu veículo.

Com isso, há responsabilidade civil do Estado na espécie,


e, em virtude da existência de ato ilícito perpetrado pela administração,
bem como do nexo causal entre tal ato e a morte do Sr. Antônio

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Martins, identifica-se o dever de indenizar.


Com relação ao montante, a indenização deve ser fixada
em valor que, dentro de um critério de proporcionalidade e
razoabilidade, considere sua natureza punitiva e compensatória.
Prestando-se a ser uma sanção imposta ao ofensor, e, em contrapartida,
medida atenuante ao dano havido, através do ressarcimento pecuniário.

Sobre o tema, se traz à baila o ensinamento doutrinário de


Sérgio Cavalieri Filho1:
"Creio que na fixação do quantum debeatur da indenização,
mormente tratando-se de lucro cessante e dano moral, deve
o juiz ter em mente o princípio de que o dano não pode ser
fonte de lucro. A indenização, não há dúvida, deve ser
suficiente para reparar o dano, o mais completamente
possível, e nada mais. Qualquer quantia a maior importará
enriquecimento sem causa, ensejador de novo dano. Creio,
também, que este é outro ponto onde o princípio da lógica
do razoável deve ser a bússola norteadora do julgador.
Razoável é aquilo que é sensato, comedido, moderado; que
guarda uma certa proporcionalidade. A razoabilidade é o
critério que permite cotejar meios e fins, causas e
consequências, de modo a aferir a lógica da decisão. Para
que a decisão seja razoável é necessário que a conclusão
nela estabelecida seja adequada aos motivos que a
determinaram; que os meios escolhidos sejam compatíveis
com os fins visados; que a sanção seja proporcional ao
dano. Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral,
deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu
prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade da

1
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil, 7 ed., Atlas, 2007, p. 90.

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conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento


experimentado pela vítima, a capacidade econômica do
causador do dano, as condições sociais do ofendido, e
outras circunstâncias mais que se fizerem presentes".

Entretanto, em que pesem tais parâmetros concernentes à


proporcionalidade e razoabilidade, não há critérios determinados e fixos
para a quantificação do dano moral, oscilando conforme os contornos
fáticos e circunstanciais do caso concreto, como já reconhecido pela I.
Min. Eliana Calmon2.
E, diante das circunstâncias específicas atinentes ao caso
concreto, almejando-se atender ao escopo satisfatório e punitivo da
compensação por dano moral, o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
arbitrado pelo r. juízo atende a tais exigências.
Quanto aos danos materiais, apesar da r. sentença ter
afastado sob o fundamento de que já comprovado, nos autos, o
pagamento de pensão previdenciária por morte (fls. 36/39), o E.
Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 776.338/SC,
manifestou-se no sentido de que “o benefício previdenciário é diverso e
independente da indenização por danos materiais ou morais,
porquanto, ambos têm origens distintas”.

De acordo com o E. STJ, o benefício previdenciário é


assegurado pela Previdência, já a indenização por ato ilícito é autônoma
em relação a qualquer benefício previdenciário que a vítima receba.

2Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 550.317-0. Órgão Julgador: Segunda Turma. DJ:
07.12.2004.

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E, no caso concreto a concessão de benefício


previdenciário aos autores não obsta o recebimento de pensão
alimentícia decorrente da prática de ato ilícito.
O pensionamento mensal, no caso concreto, deve ocorrer
em favor dos filhos, porque não afastada a presunção de dependência
econômica oriunda do dever de alimentos enquanto atributo do pátrio
poder (artigo 948, inciso II, CC).
Por esse motivo, deve ser fixada para cada filho pensão em
valor correspondente à 1/3 da remuneração auferida pela vítima à época
do falecimento, a contar do mês seguinte do óbito da vítima até a data
em que cada filho completar 25 anos (Súmula nº 490, STJ).

Como não foi demonstrada a dependência econômica da


Sra. Sandra Cristina Magalhães, esposa do falecido, deixo de arbitrar
danos materiais em seu favor, até mesmo porque declarado pela parte o
exercício da profissão de motorista (fls. 33).

As pensões mensais deverão ser atualizadas pelo IPCA-E,


com juros de mora pelo índice da caderneta de poupança, de acordo
com a orientação firmada pelo E. Supremo Tribunal Federal no Tema
810. No que se refere às parcelas vencidas, tratando-se de relação de
trato sucessivo, aplica-se a Súmula nº 43 do E. Superior Tribunal de
Justiça (“incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir
do efetivo prejuízo”) e os juros de mora a partir da citação. Diante de
tais considerações, de rigor a reforma da sentença, a fim de que o
Município seja condenado ao pagamento de danos materiais, nos
termos acima delineados. Ante a procedência do pedido de

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indenização por danos materiais, deixa de subsistir a sucumbência


recíproca determinada em r. sentença, e, considerado o trabalho
recursal (artigo 85, §11, CPC), fixada a verba honorária em 11% (onze
por cento) sobre o valor da condenação, a ser suportada apenas pelo
Município réu.

Ante o exposto, meu voto nega provimento ao recurso de


apelação do Município e dá provimento ao dos autores, para os fins
e nos estritos termos acima consignados.

JOSÉ PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA JÚNIOR


Relator
(assinatura eletrônica)

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