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IMUNOLOGIA – 1ºTESTE

Sistema Imunológico
O sistema imunológico engloba as células e moléculas responsáveis pela imunidade do
organismo.

A resposta imunológica engloba a resposta coletiva e coordenada por parte dos


constituintes do sistema imunológico.

O conceito de vacinação foi introduzido por Edward Jenner em 1798. Jenner inoculou
um rapaz com o pus extraído de feridas de vacas contaminadas com varíola, tornando-
o imune à varíola humana, uma das doenças epidémicas mais mortais da época.

Conceitos base:
Antigénio: Toda a substância que pode ser reconhecida como estranha pelo sistema
imunológico, ou seja, não faz parte do que é o próprio organismo.

Imunogénio: Antigénio que despoleta uma resposta imunológica.

Nem todos os antigénios são imunogénios, mas todos os imunogénios são forçadamente
antigénios.

Linfócitos: são células do sistema imunológico adaptativo com recetores distribuídos


bastante específicos para diferentes antigénios.

Respostas Imunológicas – Inata e Adaptativa


A imunidade inata é a primeira linha de defesa, sendo mediada por células e moléculas
sempre presentes e dispostas a eliminar microrganismo infeciosos.

Este tipo de imunidade é estabelecido num período de tempo de horas, sendo a


resposta mais ancestral, natural e nativa, a atuar aquando do contacto de um
antigénio.

Os principais componentes da resposta imune inata são:

 Barreiras físicas e químicas (como a pele, as lágrimas, o baixo ph).


 Células fagocíticas.
 Proteínas plasmáticas.

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 Citocinas (permitem a comunicação entre células).

A imunidade adaptativa é mais especifica, eficaz e rápida, sendo estabelecidas no


espaço de dias.

Este tipo de imunidade despoleta memória imunológica, e atua num segundo contacto
com o mesmo antigénico, gastando uma maior quantidade de energia.

Ao contrário da imunidade inata que apenas consegue distinguir um vírus, de uma


bactéria ou parasita, a imunidade adaptativa consegue distinguir o tipo de vírus,
bactéria ou parasita invasor.

Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas:

 Humorais:
Medidas pelos anticorpos produzidos pelos linfócitos B,
 Celular:
Mediadas por linfócitos T.

Imunidade Ativa: a proteção imunológica contra um microrganismo ocorre através da


resposta do hospedeiro a esse microrganismo. Permite a memória imunológica.

Imunidade Passiva: a proteção imunológica contra um microrganismo por


transferência de anticorpos ou linfócitos específicos para esse microrganismo.

Características – Imunidade Adaptativa

 Especificidade e diversidade (resposta específica para diferentes antigénios).


 Memória imunológica.
 Expansão clonal – aumenta o número de linfócitos específicos.
 Especialização.
 Contração e Homeostasia.
 Não-reatividade ao próprio – tolerância.

Antigénios X e Y induzem produção de diferentes anticorpos.

Resposta secundária versus resposta primária.

Título de anticorpos diminui ao longo do tempo após cada imunização – homeostasia.

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Componentes da Imunidade Inata
No sangue, obtemos duas fases diferentes: plasma e células encarnadas.

Leucócitos e plaquetas.

Plasma: componentes extracelulares, proteínas complementares, e proteínas de


coagulação, e citocinas.

Linfócitos - componentes de imunidade inata.

Linfócitos T, B e Células Natural killer, Basófilos e Mastócitos

Eosinófilos – defesa de parasitas.

Hipersensibilidade ou alergia – aumenta os basófilos, eosinófilos e neutrófilos


aumentados. Contem percursores que quando libertados provocam comichão, vaso
dilatação, e/ou fecho da glote.

Macrófagos  Neutrófilos
Fagocitose:

Ocorre a ingestão de uma célula.

1. Partícula estranha aproxima-se do neutrófilo por aproximação – quimiotaxia.


2. A membrana invagina (adesão) e ejeta os pseudofilos.
3. Endocitose do microrganismo, fincando englobado numa vesicula (fagossoma).
4. Lisossoma que tem enzimas digestivas, junta-se ao fagossoma – fagolisossoma.
5. Pequenos peptídeos – corpo residual.
6. Expelidos por exocitose.

Granules – lisozima digere a parede celular bacteriana.

MHC – todas as células nucleadas têm MHC I, são potencialmente infetáveis. Classe II
apenas algumas células têm: Celulas B, Macrofagos e dendríticas (Apresentadoras
profissionais do antigénio) podem apresentar e avisar outras células da presença do
microrganismo.

Célula T não apresenta MHC II  Cooperação celular e Fenotípica celular (através de


recetores).

Monócitos
Migram para os tecidos para se diferenciarem em macrófagos (grande capacidade
digestão).

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Células Natural Killer
Observam as células e permitem ver se está alterada ou infetada e promovem a morte
da célula.

Mecanismo de toxicidade – O microrganismo encontra-se dentro da célula.

O que diferencia?

Uma célula infetada com um microrganismo é alterada fenotipicamente – recetores


são alterados. (não há MHC I)

Citotoxicidade

Toll-like receptors (TLRs):


Recetores que são proteínas transmembranares ou presos a endossomas com elevada
conservação nos vertebrados.

PRR – Recetores de reconhecimento de patogénicos

PAMP – Padrões moleculares associados aos patogénicos (presente no patogénico que


é reconhecido pelo recetor de reconhecimento PRR presente na célula).

Sensores de imunidade inata.

Exemplo: LPS das Gram negativas; Flagelina bacteriana

1. Aumento da inflamação
2. Secreção de citocinas
3. Fagocitose da célula infetada
4. Morte da célula infetada

Processo de Inflamação:

Componentes solúveis presentes no Plasma:


 Proteínas do complemento
 Proteínas da coagulação
 Citocinas

Citocinas:
Proteínas que circulam na corrente sanguínea e permitem a comunicação entre
células.

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As citocinas podem atuar na própria célula, ou noutras células próximas ou longínquas,
atuando no núcleo de cada uma. São atraídas por determinados recetores presentes
em células específicas, ocorrendo depois a transcrição e tradução de um determinado
gene, que levará a efeitos biológicos.

Exemplos de citocinas:

 Interferões
 Interleucinas
 Fatores de necrose tumoral

Interferões:
Interferir com a replicação virica, ou seja, apresenta uma eficaz resposta contra a
proliferação de vírus – ação antiviral.

Alerta as células vizinhas de uma célula infetada com vírus da presença da mesma,
entrando num estado de antiviral, eliminando o vírus em circulação, e impedindo que
fiquem infetadas.

Inativando a produção de proteínas virais, e ativando as proteínas do hospedeiro.

Interleucinas:
Proteínas que induzem a proliferação de células imunológicas, aumenta a produção de
anticorpos, produção de mediadores de inflamação, e ativa células do sistema imune.

Fatores de necrose tumoral:


Provoca a febre, que aumenta a temperatura de forma a matar os microrganismos.

Proteínas do Complemento:
Proteínas que promovem a fagocitose, lise dos patógenos e desenvolver a inflamação.

C3b iC3b C4b  Marcar a bactéria

Ao marcarem as bactérias, os fagócitos são atraídos, englobando-o e digerindo-o, ou


seja, promovendo a fagocitose.

C9 – Proteínas que se depositam na membrana bacteriana, fazendo vários poros nesta.


Consequentemente, as células bacterianas irão sofrer hemólise, provocado pela
entrada descontrolada de água.

FAZER ESQUEMA!!

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Processo de inflamação:
Resposta que ocorre de forma positiva contra microrganismos.

Inflamação aguda

 Vaso dilatação associada (devido à passagem de células pelas gap-junction),


provocando dores de cabeça e febre.
 Mediadores libertados para os tecidos
 Aumento da permeabilidade, que provoca a produção de suor, aumento da
temperatura, e perda de função de tecidos.
 Neutrófilos
 Fagocitose, ou libertação de mediadores para outras células

Inflamação crónica subclínica (abaixo de ter uma infeção)

Processo progressivo, ou seja, mantem-se presente e provoca a perda de função de


vários tecidos de forma gradual.

Os marcadores de infeção aguda não estão em níveis elevados, apenas apresentam um


baixo índice.

Imunogénios/Antigénicos
Os antigénios são partículas estranhas ao organismo, quando promovem uma resposta
humoral ou celular são denominados imunogénios.

As nossas células não reconhecem os antigénios na sua totalidade, sendo que estes
possuem os Etípotos.

Epítopos – local reconhecido pelas células (determinante antigénio). É neste local que
se encontra a grande variabilidade.

Cada antigénio pode ter epítopos diferentes com diferentes conformações. Cada
anticorpo liga-se a epítopos diferentes.

Imunogenicidade:
Capacidade de um antigénio induzir uma resposta imunológica humoral ou celular.

Imunogénios fortes ou fracos.

Fatores que influenciam:


 Estranheza ao individuo.
 Tamanho (quanto maior, maior a imunogenicidade).

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 Composição química (composição proteica são mais imunogénicos).
 Estrutura (proteínas com estrutura mais complexa é mais forte).
 Forma física (os que existem em partícula são mais imunogénios do que os
solúveis).

Fatores do hospedeiro que influenciam a imunogenicidade:


 Diferenças entre espécies (intraespécies).
 Diferenças entre a própria espécies (intraespécies):
 Resposta ou não resposta à vacina.
 Diferença na gravidade da doença.
 Genética
 Idade

Isoantigénios: antigénios presentes em alguns indivíduos da mesma espécie, e noutros


indivíduos não (ex: antigénios sanguíneos, ou grupos R).

Autoantigénio: substâncias com capacidade de imunizar o hospedeiro. Modificações


de auto-antigénios são capazes de provocar uma resposta imune.

Haptens:
Pequenas moléculas que quando associadas a um transportador podem tornar-se
imunogénicos.

O que é um Anticorpo?
São produzidos por células plasmáticas (linfócitos B que produzem Ab).

Não está presente apenas no sangue, sendo de natureza proteica.

Componente importante da imunidade adaptativa, pois capazes de ter especificidade


para se ligarem a um único antigénio (determinante antigénico).

Anticorpo é a forma solúvel, quando ligado a um linfócito B, é denominado


imunoglobulina.

Estrutura básica das imunoglobulinas:


 Moléculas em formas de y, mas têm alguma mobilidade.
 Possui uma cintura que permite a rotação e torção da mesma.

Partindo da imunoglobulina G, para descrever a estrutura básica:

 Duas cadeias pesadas


 Duas cadeias leves

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 Idênticas entre si e unidas por pontes de dissulfureto.
 Cada cadeia pesada tem uma domínio variável e três ou quatro dominios
constante.
 Cada cadeia leve tem uma domínio pesada e outra constante.

Região variável é constituída pelos domínios variáveis das cadeias pesadas e das
cadeias leves.

 Situa-se a ligação ao antigénio  Fab

Região Constante  Região Fc responsável pelas funções efetora.

Região de Charneira  cintura, apresentam três domínios na região constante. As


imunoglobulinas sem cintura têm quatro domínios constantes nas cadeias pesadas.

Moléculas Bivalentes na região Fad, possibilitam a ligação de dois antigénios.

Diferenças estruturais e funcionais das imunoglobulinas:


IgA pode formar dímeros.

IgM pode formar polimeriza com a cadeia J, formando um pentâmero.

Cadeia pesada que define a imunoglobolina  região constante

 IgM – mio
 IgA – alfa
 Igd – Delta Isotipos
 IgE – Epsilon
 IgG – gama\

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