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o ano
(Fernando Pessoa – heterónimos e Os Maias)
do texto.
Leitura
Interpretar o texto, com Parte C C C
especificação do sentido Exposição sobre um tema 1 item de construção: 7. 16 pontos
global e da da poesia de Ricardo Reis produção de uma exposição
intencionalidade (Fernando Pessoa –
comunicativa.
heterónimo)
Escrita
Escrever uma exposição Total – 100 pontos
sobre um tema.
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 2. 8 pontos
4 itens de escolha múltipla
géneros e graus não literária 3. 8 pontos
de complexidade. 4. 8 pontos
GRUPO II
Gramática
Classificar orações.
5. 8 pontos
Identificar a função Subordinação 6. 8 pontos
sintática de constituintes 1 item de escolha múltipla 7. 8 pontos
Funções sintáticas
da frase.
2 itens de resposta curta
Analisar processos Coesão textual
de coesão textual. Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos de
opinião, respeitando as
marcas de género.
GRUPO III
Item único
Redigir o texto com Texto de opinião 1 item de resposta extensa
(200 a 350 palavras)
desenvoltura, Total – 40 pontos
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 200 pontos
Grupo I
PARTE A
Lê o poema e a nota.
O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
5 Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim, tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
10 Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma qualidade humana.
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...
2. Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor é a
flor?» (vv. 13-14) com o sentido dos versos 15 e 16.
PARTE B
Ega encolheu os ombros, deu um risco lento no chão com a bengala. E mais
lentamente ainda foi considerando que o inspirador da «Corneta» devia ser alguém
familiar com Castro Gomes; alguém frequentador da rua de S. Francisco; alguém
conhecedor da Toca; alguém que tinha, por ciúme ou vingança, um desejo ferrenho de
5 magoar Carlos; alguém que sabia a história de Maria; e enfim alguém que era um
cobarde...
− Estás a descrever o Dâmaso! − exclamou Carlos, pálido e parando.
Ega encolheu de novo os ombros, tornou a riscar o chão:
− Talvez não... Quem sabe! Enfim, nós vamos averiguá-lo com certeza, porque, para
10 terminar a negociação, fiquei de me ir encontrar com o Palma às três horas no
Lisbonense... E o melhor é vires também. Trazes tu dinheiro?
− Se for o Dâmaso, mato-o! − murmurou Carlos.
[…] Quando perto das quatro horas se apearam à entrada do Lisbonense, no largo de
Santa Justa, o Palma no portal, com um jaquetão de veludo coçado e calça de casimira1
15 clara colado à coxa, acendia um cigarro. Estendeu logo rasgadamente a mão a Carlos −
que lhe não tocou. E Palma «Cavalão», sem se ofender, com a mão abandonada no ar,
declarou que ia justamente sair, cansado já de esperar em cima diante dum grogue2 frio.
De resto sentia que o sr. Maia se incomodasse em vir ali...
− Eu arranjava cá o negociozinho com o amigo Ega... Em todo o caso, se os senhores
20 querem, vamos lá para cima para um gabinete, que se está mais à vontade, e toma-se
outra bebida.
a) b) c)
1. «E Palma “Cavalão”, sem se 1.«lentamente» (l. 2) 1. «Estás a descrever o
ofender, com a mão abandonada Dâmaso!» (l. 7)
no ar, declarou que ia justamente 2.«rasgadamente» (l. 15)
sair» (ll. 16-17) 2. «vamos lá para cima para
3.«significativamente» um gabinete, que se está
2. «Sim, fora em Sintra, com o (l. 32) mais à vontade» (l. 20)
Eusebiozinho e duas espanholas,
nesse dia em que ele farejara 3. «O amigo Palma, está
pelas estradas silenciosas, como claro, é de toda a
um cão abandonado, procurando confiança...» (ll. 37-38)
Maria!» (ll. 23-25)
PARTE C
7. Ricardo Reis é o heterónimo que aceita, placidamente, as vicissitudes da finitude humana.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua
experiência de leitura dos textos do heterónimo pessoano.
Lê o texto e a nota.
2. No dia em que passou diante de um espelho, Pessoa duvidou se a imagem que via de outra
pessoa
A. era verosímil, apesar de ter consciência do seu carácter ficcional.
B. era fruto da sua imaginação ou da sua atenção desmesurada.
C. era um mero engano ou uma falta de atenção momentânea.
D. era realmente verdadeira ou resultado do seu estado alucinado.
4. Com a expressão «por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais
quem somos» (ll. 34-35), Saramago pretende
5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 5 («que são iguais») e 27 («que decidiu
morrer») classificam-se como
7. Indica o processo de coesão textual assegurado pelo vocábulo «Aliás» (l. 32).
Será que, nos nossos dias, se revive verdadeiramente momentos do passado ou se vive apenas
no vanguardismo de tudo o que é novo?
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.
Fim
COTAÇÕES
Grupo Itens / Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 10 16 16 10 16 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56
III
Item único 44
Total 200
Grupo I
PARTE A
Lê o poema e a nota.
O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
5 Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim, tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
10 Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma qualidade humana.
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...
2. Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor é a
flor?» (vv. 13-14) com o sentido dos versos 15 e 16.
PARTE B
Ega encolheu os ombros, deu um risco lento no chão com a bengala. E mais
lentamente ainda foi considerando que o inspirador da «Corneta» devia ser alguém
familiar com Castro Gomes; alguém frequentador da rua de S. Francisco; alguém
conhecedor da Toca; alguém que tinha, por ciúme ou vingança, um desejo ferrenho de
5 magoar Carlos; alguém que sabia a história de Maria; e enfim alguém que era um
cobarde...
− Estás a descrever o Dâmaso! − exclamou Carlos, pálido e parando.
Ega encolheu de novo os ombros, tornou a riscar o chão:
− Talvez não... Quem sabe! Enfim, nós vamos averiguá-lo com certeza, porque, para
10 terminar a negociação, fiquei de me ir encontrar com o Palma às três horas no
Lisbonense... E o melhor é vires também. Trazes tu dinheiro?
− Se for o Dâmaso, mato-o! − murmurou Carlos.
[…] Quando perto das quatro horas se apearam à entrada do Lisbonense, no largo de
Santa Justa, o Palma no portal, com um jaquetão de veludo coçado e calça de casimira1
15 clara colado à coxa, acendia um cigarro. Estendeu logo rasgadamente a mão a Carlos −
que lhe não tocou. E Palma «Cavalão», sem se ofender, com a mão abandonada no ar,
declarou que ia justamente sair, cansado já de esperar em cima diante dum grogue2 frio.
De resto sentia que o sr. Maia se incomodasse em vir ali...
− Eu arranjava cá o negociozinho com o amigo Ega... Em todo o caso, se os senhores
20 querem, vamos lá para cima para um gabinete, que se está mais à vontade, e toma-se
outra bebida.
a) b) c)
1. «Sim, fora em Sintra, com o 1.«lentamente» (l. 2) 1. «O amigo Palma, está
Eusebiozinho e duas espanholas, claro, é de toda a
nesse dia em que ele farejara 2.«significativamente» confiança...» (ll. 37-38)
pelas estradas silenciosas, como (l. 32)
um cão abandonado, procurando 2. «vamos lá para cima para
Maria!» (ll. 23-25) 3.«rasgadamente» (l. 15) um gabinete, que se está
mais à vontade» (l. 20)
2. «E Palma “Cavalão”, sem se
ofender, com a mão abandonada 3. «Estás a descrever o
no ar, declarou que ia justamente Dâmaso!» (l. 7)
sair» (ll. 16-17)
PARTE C
7. Ricardo Reis é o heterónimo que aceita, placidamente, as vicissitudes da finitude humana.
Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua
experiência de leitura dos textos do heterónimo pessoano.
Lê o texto e a nota.
2. No dia em que passou diante de um espelho, Pessoa duvidou se a imagem que via de outra
pessoa
A. era verosímil, apesar de ter consciência do seu carácter ficcional.
B. era realmente verdadeira ou resultado do seu estado alucinado.
C. era fruto da sua imaginação ou da sua atenção desmesurada.
D. era um mero engano ou uma falta de atenção momentânea.
4. Com a expressão «por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais
quem somos» (ll. 34-35), Saramago pretende
5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 5 («que são iguais») e 27 («que decidiu
morrer») classificam-se como
7. Indica o processo de coesão textual assegurado pelo vocábulo «Aliás» (l. 32).
Será que, nos nossos dias, se revive verdadeiramente momentos do passado ou se vive apenas
no vanguardismo de tudo o que é novo?
No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.
Fim
COTAÇÕES
Grupo Itens / Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 10 16 16 10 16 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56
III
Item único 44
Total 200
Itens de seleção
As respostas aos itens de seleção podem ser classificadas de forma dicotómica ou por níveis de
desempenho, de acordo com os critérios específicos. No primeiro caso, a pontuação só é atribuída às
respostas corretas, sendo todas as outras respostas classificadas com zero pontos. No caso da classificação
por níveis de desempenho, a cada nível corresponde uma dada pontuação, de acordo com os critérios
específicos.
Itens de construção
Resposta restrita
Nos itens de resposta restrita, são avaliados aspetos de conteúdo, de estruturação do discurso e de
correção linguística.
Os critérios de classificação apresentam-se organizados por parâmetros com os respetivos níveis de
desempenho.
A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação.
Qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho num parâmetro é classificada com zero pontos
nesse parâmetro. A classificação a atribuir à resposta resulta da soma das pontuações atribuídas aos
diferentes parâmetros.
A classificação com zero pontos no parâmetro que contempla aspetos de conteúdo implica a classificação
com zero pontos no parâmetro que contempla os aspetos de correção linguística.
As respostas que não apresentem exatamente os termos ou as interpretações constantes nos critérios
específicos são classificadas em igualdade de circunstâncias com aquelas que os apresentem, desde que o
seu conteúdo seja cientificamente válido, adequado ao solicitado e enquadrado pelos documentos
curriculares de referência.
No âmbito da estruturação do discurso, avalia-se a capacidade de assegurar a progressão e o
encadeamento da informação através do recurso a mecanismos de coesão textual adequados,
considerando-se o seguinte:
‒ exceto quando tal é expressamente requerido no item, as respostas não têm de apresentar um
parágrafo introdutório nem um parágrafo conclusivo;
‒ apenas deve ser penalizada a ausência dos parágrafos inequivocamente necessários, ou seja, aqueles
que decorrem da introdução de unidades de sentido claramente distintas das anteriores;
1
‒ a progressão e a clareza das ideias podem ser asseguradas através de diversos mecanismos
(nomeadamente a pontuação e a repetição lexical), sem recurso obrigatório a conectores interfrásicos.
No âmbito da correção linguística, os níveis de desempenho têm em conta o tipo de ocorrências previsto no
Quadro 1.
Resposta extensa
No item de resposta extensa, são avaliados aspetos de estruturação temática e discursiva (ETD) e de
correção linguística (CL).
Os critérios de classificação apresentam-se organizados por parâmetros com os respetivos níveis de
desempenho.
A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação. Se permanecerem dúvidas quanto ao
nível a atribuir, deve optar-se pelo nível mais elevado de entre os dois tidos em consideração.
Qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho num parâmetro é classificada com zero pontos
nesse parâmetro. A classificação a atribuir à resposta resulta da soma das pontuações atribuídas aos
diferentes parâmetros.
No que diz respeito à estruturação temática e discursiva, são considerados os parâmetros seguintes:
(A) Género/Formato Textual, (B) Tema e Pertinência da Informação, (C) Organização e Coesão Textuais.
A atribuição da classificação de zero pontos no parâmetro A (Género/Formato Textual) ou no parâmetro
B (Tema e Pertinência da Informação) implica a atribuição de zero pontos nos restantes parâmetros da
ETD, bem como na CL.
No âmbito da correção linguística, os níveis de desempenho têm em conta o tipo de ocorrências previsto no
Quadro 1.
Tipo de ocorrências
• erro inequívoco de pontuação
• erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, erro de translineação e
Tipo A uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula)
• erro de morfologia
• incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de
uma obra
Tipo B • erro de sintaxe
• impropriedade lexical
2
Entende-se por erro inequívoco de pontuação aquele que representa uma infração de regras elementares
na colocação de vírgula, ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, dois pontos, ponto e
vírgula, aspas, travessão e parênteses.
No caso específico da vírgula, considera-se erro inequívoco o seu uso para separar termos essenciais e
integrantes da oração:
• separar o sujeito do predicado;
• separar o verbo dos seus complementos;
• separar a oração subordinada substantiva (relativa ou completiva) da oração subordinante.
Considera-se obrigatório o uso de vírgula nos contextos seguintes:
• separar o nome do local da data;
• separar os elementos de uma enumeração;
• isolar o vocativo;
• isolar o modificador do nome apositivo;
• isolar palavras ou expressões intencionalmente repetidas numa mesma frase;
• isolar os constituintes deslocados na frase;
• indicar a supressão de uma palavra, geralmente o verbo;
• isolar palavras, expressões ou orações intercaladas na frase;
• separar orações coordenadas (mesmo as introduzidas pela conjunção e quando o sujeito é diferente);
• isolar orações subordinadas adjetivas relativas explicativas;
• separar orações subordinadas adverbiais, finitas ou não finitas, quando colocadas antes da subordinante.
Em cada resposta, contabiliza-se como uma única ocorrência quer a repetição de uma palavra com o
mesmo erro ortográfico quer a presença de mais de um erro na mesma palavra (incluindo erro de
acentuação, erro de translineação e uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula).
3
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO
Educação Literária ............................................................................................................................................... 100 pontos
1. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− a anáfora presente nos versos 2 a 4 evidencia a aceitação da realidade tal como esta é, destacando
a inconsciência da flor («Porque ela não sabe») e comparando essa «flor» com o «eu» lírico. Ao
repetir, anaforicamente, a conjunção «Porque», conjugada com a interrogação colocada pelo
«eu», destaca-se a simplicidade que deve basear esta comparação, uma vez que a flor possui
características diferentes das do «eu»;
− através deste recurso, o «eu» demonstra a sua comunhão com os elementos naturais, tipicamente
caeiriana, referindo que cada um tem as suas idiossincrasias, já que a flor tem «cor» e «perfume»
e o sujeito poético possui «consciência». Destaca que são apenas características particulares, não
atribuindo qualquer sobrevalorização ao facto de ter racionalidade e, desse modo, ser consciente,
característica que a «flor» não possui.
1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
4
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
OU
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando apenas um tópico de
resposta adequadamente.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
2 OU 4
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando apenas um tópico de
resposta adequadamente.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
1 resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões. 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.
5
2. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
– a interrogação dos versos 13 e 14 concretiza a constatação de que a comparação entre a flor e o
«eu» não faz sentido, já que ele percebe que é absurda e desnecessária esta busca de sentido para
a «flor»;
– deste modo, os versos 15 e 16 confirmam esta inutilidade e o «eu» defende que o mais importante
não é estabelecer comparações, mas apenas utilizar a visão. Advoga, também, que não devemos
recorrer aos artifícios linguísticos que retiram objetividade ao real e que ocultam a irredutível
natureza dos elementos da realidade.
1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
5
progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita, adequadamente, apenas a interrogação «Mas para que me comparo com uma
flor, se eu sou eu/ E a flor é a flor?» (versos 13 e 14) ou o sentido dos versos 15 e 16, sem
1 estabelecer a relação solicitada. 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.
3. ........................................................................................................................................................................... 10 pontos
Versão 1: (A) / Versão 2: (D).
6
4. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− o pronome indefinido «alguém» aparece como forma de enfatizar a incerteza que Carlos e Ega
tinham sobre o autor da carta;
− esta classe de palavras serve também para criar suspense sobre a pessoa que difamou Carlos,
ainda que todos os indícios apontassem para Dâmaso Salcede.
1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
7
• Aspetos de correção linguística (CL) ............................................................................................ 6 pontos
8
5. ............................................................................................................................................. 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
– Palma Cavalão apresenta-se com «luneta de vidros grossos» e possui uma «cara balofa cor da
cidra», vestido de «jaquetão de veludo coçado e calça de casimira», não se ofendeu com o
desprezo de Carlos, é proprietário do jornal «A Corneta do Diabo» e publica artigos difamatórios
e sem escrúpulos a troco de dinheiro, tal como aconteceu com Carlos e Maria Eduarda. Além disso,
mostra-se falsamente franco e sincero na concretização dos seus negócios de denúncia, como se
verifica em «Em negócios era todo franqueza e lisura»;
– tendo em conta esta descrição, Palma Cavalão simboliza os jornalistas imorais e corruptos bem
como um jornalismo escandaloso, que sobrevive também através dos negócios de delação que
concretiza.
1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
9
Explicita, adequadamente, apenas a descrição de Palma Cavalão ou a crítica à corrupção
da imprensa apresentada em Os Maias, sem estabelecer a relação solicitada.
1 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.
6. ............................................................................................................................................. 10 pontos
Versão 1: a) 2; b) 2; c) 3. Versão 2: a) 1; b) 3; c) 1.
10
7. ............................................................................................................................................. 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− a influência da filosofia epicurista permite ao «eu» aceitar, calma e placidamente, a morte, uma
vez que este percebe que a vivência de prazeres simples e moderados, procurando a felicidade
relativa e a tranquilidade, é fundamental para que o ser humano não sofra perante a fugacidade
da vida. Deste modo, coloca também em prática o «carpe diem» horaciano, baseado na entrega
moderada ao prazer, como se constata no poema «As rosas amo dos jardins de Adónis», em que o
sujeito poético convida Lídia, sua musa, a fruírem serenamente do momento presente, sem
qualquer indagação sobre o passado ou o futuro;
− o estoicismo permite ao «eu» aceitar, resignadamente, a inexorabilidade do Destino e do Tempo,
suprimindo o desejo, o prazer, a angústia e o lamento, inabilitando também a felicidade. Esta apatia
estoica, alicerçada na autodisciplina e no despojamento de bens materiais e espirituais, leva o
sujeito poético a expressar a Lídia que, pela ausência voluntária de compromissos, a morte não lhe
causará qualquer dano, como defende no poema «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio».
1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
11
• Aspetos de correção linguística (CL) .......................................................................... 4 pontos
12
Grupo II ............................................................................................................................................................. 56 pontos
Chave
1. (D) (A) 8
2. (C) (D) 8
3. (D) (B) 8
4. (C) (D) 8
5. (C) (A) 8
6. ............................................................................................................................................ 8 pontos
a) complemento oblíquo; b) complemento do nome.
7. ............................................................................................................................................... 8 pontos
13
Escrita ..................................................................................................................................... 44 pontos
14
Parâmetro B: Tema e Pertinência da Informação
Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
Trata o tema proposto sem desvios e escreve um texto com eficácia argumentativa,
assegurando:
• a mobilização de argumentos e de exemplos diversificados e pertinentes;
4 • a progressão da informação de forma coerente; 8
• o recurso a um repertório lexical e a um registo de língua globalmente adequados ao
desenvolvimento do tema, ainda que possam existir esporádicos afastamentos,
• justificados pela intencionalidade comunicativa.
Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas pontuais nos
aspetos relativos à eficácia argumentativa.
3 OU 6
Trata o tema proposto com desvios pouco significativos, mas escreve um texto com
eficácia argumentativa (tendo em conta a forma como o tema foi desenvolvido).
Trata o tema proposto com desvios pouco significativos e escreve um texto com falhas
pontuais nos aspetos relativos à eficácia argumentativa.
2 OU 4
Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas significativas nos
aspetos relativos à eficácia argumentativa.
Trata o tema proposto com desvios significativos e escreve um texto com pouca eficácia
1 2
argumentativa, mobilizando muito pouca informação pertinente.
15
• Aspetos de correção linguística (CL)1 ..................................................................................... 12 pontos
Após a contabilização dos erros do tipo A e do tipo B, apura-se a classificação neste parâmetro. A tabela
abaixo apresenta a pontuação a atribuir de acordo com o número de erros do tipo A e do tipo B
identificados.
Número de erros do tipo A
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
Número de erros do
1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
2 8 7 6 5 4 3 2 1 0
3 6 5 4 3 2 1 0
4 4 3 2 1 0
5 2 1 0
6 0
III
Item único 44
Total 200
16