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Matriz do teste de avaliação, estrutura Exame – 12.

o ano
(Fernando Pessoa – heterónimos e Os Maias)

Estrutura Descritores (AE) Conteúdos Itens − cotação


Educação Literária / Parte A A A
Leitura Texto de leitura literária: 2 itens de resposta restrita 1. 16 pontos
Interpretar obras poema de Alberto Caeiro 1 item de seleção 2. 16 pontos
3. 10 pontos
literárias portuguesas. (Fernando Pessoa –
Reconhecer valores heterónimo)
culturais, éticos e
estéticos manifestados
nos textos. Parte B B B
Analisar o valor de Texto de leitura literária: 2 itens de resposta restrita 4. 16 pontos
recursos expressivos para excerto de Os Maias, 1 item de seleção 5. 16 pontos
a construção do sentido de Eça de Queirós 6. 10 pontos
GRUPO I

do texto.

Leitura
Interpretar o texto, com Parte C C C
especificação do sentido Exposição sobre um tema 1 item de construção: 7. 16 pontos
global e da da poesia de Ricardo Reis produção de uma exposição
intencionalidade (Fernando Pessoa –
comunicativa.
heterónimo)

Escrita
Escrever uma exposição Total – 100 pontos
sobre um tema.

Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 2. 8 pontos
4 itens de escolha múltipla
géneros e graus não literária 3. 8 pontos
de complexidade. 4. 8 pontos
GRUPO II

Gramática
Classificar orações.
5. 8 pontos
Identificar a função Subordinação 6. 8 pontos
sintática de constituintes 1 item de escolha múltipla 7. 8 pontos
Funções sintáticas
da frase.
2 itens de resposta curta
Analisar processos Coesão textual
de coesão textual. Total – 56 pontos

Escrita
Escrever textos de
opinião, respeitando as
marcas de género.
GRUPO III

Item único
Redigir o texto com Texto de opinião 1 item de resposta extensa
(200 a 350 palavras)
desenvoltura, Total – 40 pontos
consistência, adequação
e correção os textos
planificados.
Total – 200 pontos

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Teste de avaliação – estrutura exame 12.o ano
Teste de
(Fernando avaliação
Pessoa – 12.eo Os
– heterónimos AnoMaias)
Versão1 1
Versão

Nome _____________________________________________ Ano ________ Turma _________ N.o _______

Grupo I
PARTE A

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Lê o poema e a nota.
O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
5 Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim, tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
10 Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma qualidade humana.
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...

Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu


E a flor é a flor?

15 Ah, não comparemos coisa nenhuma, olhemos.


Deixemos análises, metáforas, símiles1.
Comparar uma coisa com outra é esquecer essa coisa.
Nenhuma coisa lembra outra se repararmos para ela.
Cada coisa só lembra o que é
20 E só é o que nada mais é.
Separa-a de todas as outras o facto de que é ela.
(Tudo é nada sem outra coisa que não é).

Fernando Pessoa, «Poemas inconjuntos», in Poemas completos de Alberto Caeiro


(recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha), Lisboa, Presença, 1994, p. 117,
disponível em www.arquivopessoa.net (consultado em setembro de 2022).

1 símiles: analogias, comparações.

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1. Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (vv. 2-4), tendo em conta as
especificidades da poesia de Alberto Caeiro.

2. Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor é a
flor?» (vv. 13-14) com o sentido dos versos 15 e 16.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.

Nos versos 17 a 22 do poema, o «eu» adota uma atitude antimetafísica, quando


_____________ à realidade e a tudo o que dela faz parte. Além disso, o _______________
confirma a simplicidade e coloquialidade da sua criação poética, ao apresentar uma construção
sintática muito redundante e tautológica.

A. recusa dar sentido … verso 20


B. atribui importância … verso 21
C. recusa dar sentido … verso 21
D. atribui importância … verso 20

PARTE B

Lê o excerto do capítulo XV de Os Maias e as notas.

Ega encolheu os ombros, deu um risco lento no chão com a bengala. E mais
lentamente ainda foi considerando que o inspirador da «Corneta» devia ser alguém
familiar com Castro Gomes; alguém frequentador da rua de S. Francisco; alguém
conhecedor da Toca; alguém que tinha, por ciúme ou vingança, um desejo ferrenho de
5 magoar Carlos; alguém que sabia a história de Maria; e enfim alguém que era um
cobarde...
− Estás a descrever o Dâmaso! − exclamou Carlos, pálido e parando.
Ega encolheu de novo os ombros, tornou a riscar o chão:
− Talvez não... Quem sabe! Enfim, nós vamos averiguá-lo com certeza, porque, para
10 terminar a negociação, fiquei de me ir encontrar com o Palma às três horas no
Lisbonense... E o melhor é vires também. Trazes tu dinheiro?
− Se for o Dâmaso, mato-o! − murmurou Carlos.
[…] Quando perto das quatro horas se apearam à entrada do Lisbonense, no largo de
Santa Justa, o Palma no portal, com um jaquetão de veludo coçado e calça de casimira1
15 clara colado à coxa, acendia um cigarro. Estendeu logo rasgadamente a mão a Carlos −
que lhe não tocou. E Palma «Cavalão», sem se ofender, com a mão abandonada no ar,
declarou que ia justamente sair, cansado já de esperar em cima diante dum grogue2 frio.
De resto sentia que o sr. Maia se incomodasse em vir ali...
− Eu arranjava cá o negociozinho com o amigo Ega... Em todo o caso, se os senhores
20 querem, vamos lá para cima para um gabinete, que se está mais à vontade, e toma-se
outra bebida.

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Subindo a escada lôbrega3, Carlos recordava-se de ter já visto aquela luneta de vidros
grossos, aquela cara balofa cor de cidra4... Sim, fora em Sintra, com o Eusebiozinho e duas
espanholas, nesse dia em que ele farejara pelas estradas silenciosas, como um cão
25 abandonado, procurando Maria!... Isto tornou-lhe mais odioso o sr. Palma. Em cima
entraram num cubículo, com uma janela gradeada por onde resvalava uma luz suja de
saguão5. Na toalha da mesa, salpicada de gordura e vinho, alguns pratos rodeavam um
galheteiro que tinha moscas no azeite. O sr. Palma bateu as palmas, mandou vir genebra6.
Depois dando um grande puxão às calças:
30 − Pois eu espero que me acho aqui entre cavalheiros. Como eu já disse cá ao amigo
Ega, em todo este negócio...
Carlos atalhou-o, tocando muito significativamente com a ponteira da bengala na
borda da mesa.
− Vamos ao ponto essencial... Quanto quer o sr. Palma por me dizer quem lhe
35 encomendou o artigo da «Corneta»?
− Dizer quem o encomendou, e prová-lo! − acudiu o Ega, que examinava na parede
uma gravura onde havia mulheres nuas à beira de água. − Não nos basta o nome... O amigo
Palma, está claro, é de toda a confiança... Mas enfim, que diabo, não é natural que nós
acreditássemos se o amigo nos dissesse que tinha sido o Sr. D. Luís de Bragança!
40 Palma encolheu os ombros. Está visto que havia de dar provas. Ele podia ter outros
defeitos, trapalhão não! Em negócios era todo franqueza e lisura7... E, se se entendessem,
ali as entregava logo, essas provas que lhe estavam enchendo o bolsinho […]! Tinha a carta
do amigo que lhe encomendara a piada: a lista das pessoas a quem se devia mandar a
«Corneta»: o rascunho do artigo a lápis...

Eça de Queirós, Os Maias, Lisboa, Livros do Brasil, 2016, pp. 539-541.

1 casimira: tecido fino de lã.


2 grogue: aguardente.
3 lôbrega: escura, sombria.
4 cidra: fruto da cidreira, verde e maior do que um limão.
5 saguão: pequeno espaço aberto para iluminação e ventilação de espaços interiores.
6 genebra: aguardente com zimbro.
7 lisura: sinceridade, honestidade.

4. Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a 5.

5. Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa apresentada


em Os Maias.

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6. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.

No excerto transcrito, é possível encontrar várias características do estilo de Eça de Queirós,


nomeadamente o uso do discurso indireto livre, presente em a) ________, bem como do
advérbio de modo, que pode exprimir vários valores, entre eles um sentido caricatural
como em b) ________. Além disso, o recurso frequente à ironia permite denunciar as
personagens e as suas atitudes reprováveis, como se verifica em c) ________.

a) b) c)
1. «E Palma “Cavalão”, sem se 1.«lentamente» (l. 2) 1. «Estás a descrever o
ofender, com a mão abandonada Dâmaso!» (l. 7)
no ar, declarou que ia justamente 2.«rasgadamente» (l. 15)
sair» (ll. 16-17) 2. «vamos lá para cima para
3.«significativamente» um gabinete, que se está
2. «Sim, fora em Sintra, com o (l. 32) mais à vontade» (l. 20)
Eusebiozinho e duas espanholas,
nesse dia em que ele farejara 3. «O amigo Palma, está
pelas estradas silenciosas, como claro, é de toda a
um cão abandonado, procurando confiança...» (ll. 37-38)
Maria!» (ll. 23-25)

3. «Quanto quer o sr. Palma por me


dizer quem lhe encomendou o
artigo da “Corneta”?» (ll. 34-35)

PARTE C
7. Ricardo Reis é o heterónimo que aceita, placidamente, as vicissitudes da finitude humana.

Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua
experiência de leitura dos textos do heterónimo pessoano.

A tua exposição deve incluir:


• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a atitude de aceitação
da efemeridade da vida, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um
exemplo pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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Grupo II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Lê o texto e a nota.

Sobre Fernando Pessoa


Era um homem que sabia idiomas e fazia versos. Ganhou o pão e o vinho pondo palavras
no lugar de palavras, fez versos como os versos se fazem, como se fosse a primeira vez. Começou
por se chamar Fernando, pessoa como toda a gente. […] Ele estava de reserva para ser Fernando
Pessoas, fenómeno nunca visto antes em Portugal. Naturalmente, a sua vida era feita de dias,
5 e dos dias sabemos nós que são iguais, mas não se repetem, por isso não surpreende que em
um desses, ao passar Fernando diante de um espelho, nele tivesse percebido, de relance, outra
pessoa. Pensou que havia sido mais uma ilusão de ótica, das que sempre estão a acontecer sem
que lhes prestemos atenção, ou que o último copo de aguardente lhe assentara mal no fígado e
na cabeça, mas, à cautela, deu um passo atrás para confirmar se, como é voz corrente, os
10 espelhos não se enganam quando mostram. Pelo menos este tinha-se enganado: havia um
homem a olhar de dentro do espelho, e esse homem não era Fernando Pessoa. Era até um pouco
mais baixo, tinha a cara a puxar para o moreno, toda ela rapada. Com um movimento
inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou fundo com infantil alívio,
o bigode estava lá. Muita coisa se pode esperar de figuras que apareçam nos espelhos, menos
15 que falem. E porque estes, Fernando e a imagem que não era a sua, não iriam ficar ali
eternamente a olhar-se, Fernando Pessoa disse: «Chamo-me Ricardo Reis». O outro sorriu,
assentiu com a cabeça e desapareceu. Durante um momento, o espelho ficou vazio, nu, mas
logo a seguir outra imagem surgiu, a de um homem magro, pálido, com aspeto de quem não vai
ter muita vida para viver.
20 A Fernando pareceu-lhe que este deveria ter sido o primeiro, porém não fez qualquer
comentário, só disse: «Chamo-me Alberto Caeiro». […] A terceira figura tardou uns segundos,
era um homem daqueles que exibem saúde para dar e vender, com o ar inconfundível de
engenheiro diplomado em Inglaterra. Fernando disse: «Chamo-me Álvaro de Campos» […] Foi
depois destes nomes e alguns mais que Fernando achou que era hora de ser também ele ridículo
25 e escreveu as cartas de amor mais ridículas do mundo. Quando já ia muito adiantado nos
trabalhos de tradução e poesia, morreu. Os amigos diziam-lhe que tinha um grande futuro na
sua frente, mas ele não deve ter acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na
flor da idade, aos 47 anos, imagine-se. Um momento antes de acabar pediu que lhe dessem os
óculos: «Dá-me os óculos» foram as suas últimas e formais palavras. Até hoje nunca ninguém se
30 interessou por saber para que os queria ele, assim se vêm ignorando ou desprezando as últimas
vontades dos moribundos, mas parece bastante plausível que a sua intenção fosse olhar-se num
espelho para saber quem finalmente lá estava. Não lhe deu tempo a parca1. Aliás, nem espelho
havia no quarto. Este Fernando Pessoa nunca chegou a ter verdadeiramente a certeza de quem
era, mas por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais quem
35 somos.
In José Saramago, https://caderno.josesaramago.org/4841.html
(consultado em agosto de 2022, com supressões).
1 parca: uma das três divindades da mitologia latina que

presidiam à duração da vida; em sentido figurado, morte.

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1. Entre as linhas 1 e 4, José Saramago apresenta Fernando Pessoa como sendo um homem
A. dotado de conhecimentos, mas com uma reduzida propensão para a escrita.
B. de comportamentos comuns, embora com uma personalidade singular já definida.
C. cujos rendimentos provinham da escrita, atividade que lhe era tão pouco natural.
D. com vocação para os versos e com uma personalidade que se previa plural.

2. No dia em que passou diante de um espelho, Pessoa duvidou se a imagem que via de outra
pessoa
A. era verosímil, apesar de ter consciência do seu carácter ficcional.
B. era fruto da sua imaginação ou da sua atenção desmesurada.
C. era um mero engano ou uma falta de atenção momentânea.
D. era realmente verdadeira ou resultado do seu estado alucinado.

3. Fernando Pessoa dedicou-se à escrita epistolar,

A. no momento em que deu vida e voz aos seus heterónimos.


B. já que o seu objetivo era cantar o amor de todas as formas.
C. evidenciando o estado de felicidade em que se encontrava.
D. após o contacto com a pluralidade de personalidades que criara.

4. Com a expressão «por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais
quem somos» (ll. 34-35), Saramago pretende

enfatizar a centralidade da biografia do poeta, tão evidente para o conhecimento


A.
da sua obra.
destacar as incertezas de Pessoa, tão determinantes para o enriquecimento da sua
B.
escrita.
mostrar que a incapacidade de Fernando Pessoa para se autodefinir é central para
C.
o leitor.
realçar que o leitor deve conhecer Pessoa através do questionamento que o
D.
caracterizou.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 5 («que são iguais») e 27 («que decidiu
morrer») classificam-se como

A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo.


B. adjetiva relativa restritiva, no primeiro caso, e adverbial consecutiva, no segundo.
C. substantiva completiva, no primeiro caso, e adverbial consecutiva, no segundo.
D. adjetiva relativa restritiva, no primeiro caso, e substantiva completiva, no segundo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões


a) «no lugar de palavras» (l. 2);
b) «de quem não vai ter muita vida para viver» (ll. 18-19).

7. Indica o processo de coesão textual assegurado pelo vocábulo «Aliás» (l. 32).

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Grupo III

As memórias e o passado ajudam a construir aquilo que somos.

Será que, nos nossos dias, se revive verdadeiramente momentos do passado ou se vive apenas
no vanguardismo de tudo o que é novo?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de


trezentas e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.

No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

Fim

COTAÇÕES
Grupo Itens / Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 10 16 16 10 16 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56

III
Item único 44

Total 200

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Teste de avaliação – estrutura exame 12.o ano
Teste de
(Fernando avaliação
Pessoa – 12.eo Os
– heterónimos AnoMaias)
Versão2 1
Versão

Nome _____________________________________________ Ano ________ Turma _________ N.o _______

Grupo I
PARTE A

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Lê o poema e a nota.
O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
5 Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim, tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
10 Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma qualidade humana.
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...

Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu


E a flor é a flor?

15 Ah, não comparemos coisa nenhuma, olhemos.


Deixemos análises, metáforas, símiles1.
Comparar uma coisa com outra é esquecer essa coisa.
Nenhuma coisa lembra outra se repararmos para ela.
Cada coisa só lembra o que é
20 E só é o que nada mais é.
Separa-a de todas as outras o facto de que é ela.
(Tudo é nada sem outra coisa que não é).

Fernando Pessoa, «Poemas inconjuntos», in Poemas completos de Alberto Caeiro


(recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha), Lisboa, Presença, 1994, p. 117,
disponível em www.arquivopessoa.net (consultado em setembro de 2022).

1 símiles: analogias, comparações.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 1


1. Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (vv. 2-4), tendo em conta as
especificidades da poesia de Alberto Caeiro.

2. Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor é a
flor?» (vv. 13-14) com o sentido dos versos 15 e 16.

3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.

Nos versos 17 a 22 do poema, o «eu» adota uma atitude antimetafísica, quando


_____________ à realidade e a tudo o que dela faz parte. Além disso, o _______________
confirma a simplicidade e coloquialidade da sua criação poética, ao apresentar uma construção
sintática muito redundante e tautológica.

A. atribui importância … verso 20


B. atribui importância … verso 21
C. recusa dar sentido … verso 21
D. recusa dar sentido … verso 20

PARTE B

Lê o excerto do capítulo XV de Os Maias e as notas.

Ega encolheu os ombros, deu um risco lento no chão com a bengala. E mais
lentamente ainda foi considerando que o inspirador da «Corneta» devia ser alguém
familiar com Castro Gomes; alguém frequentador da rua de S. Francisco; alguém
conhecedor da Toca; alguém que tinha, por ciúme ou vingança, um desejo ferrenho de
5 magoar Carlos; alguém que sabia a história de Maria; e enfim alguém que era um
cobarde...
− Estás a descrever o Dâmaso! − exclamou Carlos, pálido e parando.
Ega encolheu de novo os ombros, tornou a riscar o chão:
− Talvez não... Quem sabe! Enfim, nós vamos averiguá-lo com certeza, porque, para
10 terminar a negociação, fiquei de me ir encontrar com o Palma às três horas no
Lisbonense... E o melhor é vires também. Trazes tu dinheiro?
− Se for o Dâmaso, mato-o! − murmurou Carlos.
[…] Quando perto das quatro horas se apearam à entrada do Lisbonense, no largo de
Santa Justa, o Palma no portal, com um jaquetão de veludo coçado e calça de casimira1
15 clara colado à coxa, acendia um cigarro. Estendeu logo rasgadamente a mão a Carlos −
que lhe não tocou. E Palma «Cavalão», sem se ofender, com a mão abandonada no ar,
declarou que ia justamente sair, cansado já de esperar em cima diante dum grogue2 frio.
De resto sentia que o sr. Maia se incomodasse em vir ali...
− Eu arranjava cá o negociozinho com o amigo Ega... Em todo o caso, se os senhores
20 querem, vamos lá para cima para um gabinete, que se está mais à vontade, e toma-se
outra bebida.

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Subindo a escada lôbrega3, Carlos recordava-se de ter já visto aquela luneta de vidros
grossos, aquela cara balofa cor de cidra4... Sim, fora em Sintra, com o Eusebiozinho e duas
espanholas, nesse dia em que ele farejara pelas estradas silenciosas, como um cão
25 abandonado, procurando Maria!... Isto tornou-lhe mais odioso o sr. Palma. Em cima
entraram num cubículo, com uma janela gradeada por onde resvalava uma luz suja de
saguão5. Na toalha da mesa, salpicada de gordura e vinho, alguns pratos rodeavam um
galheteiro que tinha moscas no azeite. O sr. Palma bateu as palmas, mandou vir genebra6.
Depois dando um grande puxão às calças:
30 − Pois eu espero que me acho aqui entre cavalheiros. Como eu já disse cá ao amigo
Ega, em todo este negócio...
Carlos atalhou-o, tocando muito significativamente com a ponteira da bengala na
borda da mesa.
− Vamos ao ponto essencial... Quanto quer o sr. Palma por me dizer quem lhe
35 encomendou o artigo da «Corneta»?
− Dizer quem o encomendou, e prová-lo! − acudiu o Ega, que examinava na parede
uma gravura onde havia mulheres nuas à beira de água. − Não nos basta o nome... O amigo
Palma, está claro, é de toda a confiança... Mas enfim, que diabo, não é natural que nós
acreditássemos se o amigo nos dissesse que tinha sido o Sr. D. Luís de Bragança!
40 Palma encolheu os ombros. Está visto que havia de dar provas. Ele podia ter outros
defeitos, trapalhão não! Em negócios era todo franqueza e lisura7... E, se se entendessem,
ali as entregava logo, essas provas que lhe estavam enchendo o bolsinho […]! Tinha a carta
do amigo que lhe encomendara a piada: a lista das pessoas a quem se devia mandar a
«Corneta»: o rascunho do artigo a lápis...

Eça de Queirós, Os Maias, Lisboa, Livros do Brasil, 2016, pp. 539-541.

1 casimira: tecido fino de lã.


2 grogue: aguardente.
3 lôbrega: escura, sombria.
4 cidra: fruto da cidreira, verde e maior do que um limão.
5 saguão: pequeno espaço aberto para iluminação e ventilação de espaços interiores.
6 genebra: aguardente com zimbro.
7 lisura: sinceridade, honestidade.

4. Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a 5.

5. Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa apresentada


em Os Maias.

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6. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.

No excerto transcrito, é possível encontrar várias características do estilo de Eça de Queirós,


nomeadamente o uso do discurso indireto livre, presente em a) ________, bem como do
advérbio de modo, que pode exprimir vários valores, entre eles um sentido caricatural
como em b) ________. Além disso, o recurso frequente à ironia permite denunciar as
personagens e as suas atitudes reprováveis, como se verifica em c) ________.

a) b) c)
1. «Sim, fora em Sintra, com o 1.«lentamente» (l. 2) 1. «O amigo Palma, está
Eusebiozinho e duas espanholas, claro, é de toda a
nesse dia em que ele farejara 2.«significativamente» confiança...» (ll. 37-38)
pelas estradas silenciosas, como (l. 32)
um cão abandonado, procurando 2. «vamos lá para cima para
Maria!» (ll. 23-25) 3.«rasgadamente» (l. 15) um gabinete, que se está
mais à vontade» (l. 20)
2. «E Palma “Cavalão”, sem se
ofender, com a mão abandonada 3. «Estás a descrever o
no ar, declarou que ia justamente Dâmaso!» (l. 7)
sair» (ll. 16-17)

3. «Quanto quer o sr. Palma por me


dizer quem lhe encomendou o
artigo da “Corneta”?» (ll. 34-35)

PARTE C
7. Ricardo Reis é o heterónimo que aceita, placidamente, as vicissitudes da finitude humana.

Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua
experiência de leitura dos textos do heterónimo pessoano.

A tua exposição deve incluir:


• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que comprovem a atitude de aceitação
da efemeridade da vida, fundamentando cada um desses aspetos em, pelo menos, um
exemplo pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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Grupo II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Lê o texto e a nota.

Sobre Fernando Pessoa


Era um homem que sabia idiomas e fazia versos. Ganhou o pão e o vinho pondo palavras
no lugar de palavras, fez versos como os versos se fazem, como se fosse a primeira vez. Começou
por se chamar Fernando, pessoa como toda a gente. […] Ele estava de reserva para ser Fernando
Pessoas, fenómeno nunca visto antes em Portugal. Naturalmente, a sua vida era feita de dias,
5 e dos dias sabemos nós que são iguais, mas não se repetem, por isso não surpreende que em
um desses, ao passar Fernando diante de um espelho, nele tivesse percebido, de relance, outra
pessoa. Pensou que havia sido mais uma ilusão de ótica, das que sempre estão a acontecer sem
que lhes prestemos atenção, ou que o último copo de aguardente lhe assentara mal no fígado e
na cabeça, mas, à cautela, deu um passo atrás para confirmar se, como é voz corrente, os
10 espelhos não se enganam quando mostram. Pelo menos este tinha-se enganado: havia um
homem a olhar de dentro do espelho, e esse homem não era Fernando Pessoa. Era até um pouco
mais baixo, tinha a cara a puxar para o moreno, toda ela rapada. Com um movimento
inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou fundo com infantil alívio,
o bigode estava lá. Muita coisa se pode esperar de figuras que apareçam nos espelhos, menos
15 que falem. E porque estes, Fernando e a imagem que não era a sua, não iriam ficar ali
eternamente a olhar-se, Fernando Pessoa disse: «Chamo-me Ricardo Reis». O outro sorriu,
assentiu com a cabeça e desapareceu. Durante um momento, o espelho ficou vazio, nu, mas
logo a seguir outra imagem surgiu, a de um homem magro, pálido, com aspeto de quem não vai
ter muita vida para viver.
20 A Fernando pareceu-lhe que este deveria ter sido o primeiro, porém não fez qualquer
comentário, só disse: «Chamo-me Alberto Caeiro». […] A terceira figura tardou uns segundos,
era um homem daqueles que exibem saúde para dar e vender, com o ar inconfundível de
engenheiro diplomado em Inglaterra. Fernando disse: «Chamo-me Álvaro de Campos» […] Foi
depois destes nomes e alguns mais que Fernando achou que era hora de ser também ele ridículo
25 e escreveu as cartas de amor mais ridículas do mundo. Quando já ia muito adiantado nos
trabalhos de tradução e poesia, morreu. Os amigos diziam-lhe que tinha um grande futuro na
sua frente, mas ele não deve ter acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na
flor da idade, aos 47 anos, imagine-se. Um momento antes de acabar pediu que lhe dessem os
óculos: «Dá-me os óculos» foram as suas últimas e formais palavras. Até hoje nunca ninguém se
30 interessou por saber para que os queria ele, assim se vêm ignorando ou desprezando as últimas
vontades dos moribundos, mas parece bastante plausível que a sua intenção fosse olhar-se num
espelho para saber quem finalmente lá estava. Não lhe deu tempo a parca1. Aliás, nem espelho
havia no quarto. Este Fernando Pessoa nunca chegou a ter verdadeiramente a certeza de quem
era, mas por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais quem
35 somos.
In José Saramago, https://caderno.josesaramago.org/4841.html
(consultado em agosto de 2022, com supressões).
1 parca: uma das três divindades da mitologia latina que

presidiam à duração da vida; em sentido figurado, morte.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 5


1. Entre as linhas 1 e 4, José Saramago apresenta Fernando Pessoa como sendo um homem
A. com vocação para os versos e com uma personalidade que se previa plural.
B. cujos rendimentos provinham da escrita, atividade que lhe era tão pouco natural.
C. de comportamentos comuns, embora com uma personalidade singular já definida.
D. dotado de conhecimentos, mas com uma reduzida propensão para a escrita.

2. No dia em que passou diante de um espelho, Pessoa duvidou se a imagem que via de outra
pessoa
A. era verosímil, apesar de ter consciência do seu carácter ficcional.
B. era realmente verdadeira ou resultado do seu estado alucinado.
C. era fruto da sua imaginação ou da sua atenção desmesurada.
D. era um mero engano ou uma falta de atenção momentânea.

3. Fernando Pessoa dedicou-se à escrita epistolar,

A. no momento em que deu vida e voz aos seus heterónimos.


B. após o contacto com a pluralidade de personalidades que criara.
C. evidenciando o estado de felicidade em que se encontrava.
D. já que o seu objetivo era cantar o amor de todas as formas.

4. Com a expressão «por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais
quem somos» (ll. 34-35), Saramago pretende

enfatizar a centralidade da biografia do poeta, tão evidente para o conhecimento


A.
da sua obra.
destacar as incertezas de Pessoa, tão determinantes para o enriquecimento da sua
B.
escrita.
realçar que o leitor deve conhecer Pessoa através do questionamento que o
C.
caracterizou.
mostrar que a incapacidade de Fernando Pessoa para se autodefinir é central para
D.
o leitor.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 5 («que são iguais») e 27 («que decidiu
morrer») classificam-se como

A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adverbial consecutiva, no segundo.


B. adjetiva relativa restritiva, no primeiro caso, e adverbial consecutiva, no segundo.
C. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo.
D. adjetiva relativa restritiva, no primeiro caso, e substantiva completiva, no segundo.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões


a) «no lugar de palavras» (l. 2);
b) «de quem não vai ter muita vida para viver» (ll. 18-19).

7. Indica o processo de coesão textual assegurado pelo vocábulo «Aliás» (l. 32).

6 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano


Grupo III

As memórias e o passado ajudam a construir aquilo que somos.

Será que, nos nossos dias, se revive verdadeiramente momentos do passado ou se vive apenas
no vanguardismo de tudo o que é novo?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de


trezentas e cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.

No teu texto:
• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

Fim

COTAÇÕES
Grupo Itens / Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 10 16 16 10 16 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56

III
Item único 44

Total 200

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 7


Critérios de classificação do Teste de Avaliação de Português –
Estrutura de Exame – 12.o Ano
(Fernando Pessoa – heterónimos e Os Maias)

CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO

Itens de seleção
As respostas aos itens de seleção podem ser classificadas de forma dicotómica ou por níveis de
desempenho, de acordo com os critérios específicos. No primeiro caso, a pontuação só é atribuída às
respostas corretas, sendo todas as outras respostas classificadas com zero pontos. No caso da classificação
por níveis de desempenho, a cada nível corresponde uma dada pontuação, de acordo com os critérios
específicos.

Itens de construção
Resposta restrita
Nos itens de resposta restrita, são avaliados aspetos de conteúdo, de estruturação do discurso e de
correção linguística.
Os critérios de classificação apresentam-se organizados por parâmetros com os respetivos níveis de
desempenho.
A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação.
Qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho num parâmetro é classificada com zero pontos
nesse parâmetro. A classificação a atribuir à resposta resulta da soma das pontuações atribuídas aos
diferentes parâmetros.
A classificação com zero pontos no parâmetro que contempla aspetos de conteúdo implica a classificação
com zero pontos no parâmetro que contempla os aspetos de correção linguística.
As respostas que não apresentem exatamente os termos ou as interpretações constantes nos critérios
específicos são classificadas em igualdade de circunstâncias com aquelas que os apresentem, desde que o
seu conteúdo seja cientificamente válido, adequado ao solicitado e enquadrado pelos documentos
curriculares de referência.
No âmbito da estruturação do discurso, avalia-se a capacidade de assegurar a progressão e o
encadeamento da informação através do recurso a mecanismos de coesão textual adequados,
considerando-se o seguinte:
‒ exceto quando tal é expressamente requerido no item, as respostas não têm de apresentar um
parágrafo introdutório nem um parágrafo conclusivo;
‒ apenas deve ser penalizada a ausência dos parágrafos inequivocamente necessários, ou seja, aqueles
que decorrem da introdução de unidades de sentido claramente distintas das anteriores;

1
‒ a progressão e a clareza das ideias podem ser asseguradas através de diversos mecanismos
(nomeadamente a pontuação e a repetição lexical), sem recurso obrigatório a conectores interfrásicos.
No âmbito da correção linguística, os níveis de desempenho têm em conta o tipo de ocorrências previsto no
Quadro 1.

Resposta extensa
No item de resposta extensa, são avaliados aspetos de estruturação temática e discursiva (ETD) e de
correção linguística (CL).
Os critérios de classificação apresentam-se organizados por parâmetros com os respetivos níveis de
desempenho.
A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação. Se permanecerem dúvidas quanto ao
nível a atribuir, deve optar-se pelo nível mais elevado de entre os dois tidos em consideração.
Qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho num parâmetro é classificada com zero pontos
nesse parâmetro. A classificação a atribuir à resposta resulta da soma das pontuações atribuídas aos
diferentes parâmetros.
No que diz respeito à estruturação temática e discursiva, são considerados os parâmetros seguintes:
(A) Género/Formato Textual, (B) Tema e Pertinência da Informação, (C) Organização e Coesão Textuais.
A atribuição da classificação de zero pontos no parâmetro A (Género/Formato Textual) ou no parâmetro
B (Tema e Pertinência da Informação) implica a atribuição de zero pontos nos restantes parâmetros da
ETD, bem como na CL.
No âmbito da correção linguística, os níveis de desempenho têm em conta o tipo de ocorrências previsto no
Quadro 1.

Tipologia de erros no âmbito da correção linguística


O Quadro 1 apresenta a tipologia de erros no âmbito da correção linguística aplicável aos itens de resposta
restrita e ao item de resposta extensa.

Quadro 1 – Tipologia de erros no âmbito da correção linguística

Tipo de ocorrências
• erro inequívoco de pontuação
• erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, erro de translineação e
Tipo A uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula)
• erro de morfologia
• incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de
uma obra
Tipo B • erro de sintaxe
• impropriedade lexical

2
Entende-se por erro inequívoco de pontuação aquele que representa uma infração de regras elementares
na colocação de vírgula, ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, dois pontos, ponto e
vírgula, aspas, travessão e parênteses.
No caso específico da vírgula, considera-se erro inequívoco o seu uso para separar termos essenciais e
integrantes da oração:
• separar o sujeito do predicado;
• separar o verbo dos seus complementos;
• separar a oração subordinada substantiva (relativa ou completiva) da oração subordinante.
Considera-se obrigatório o uso de vírgula nos contextos seguintes:
• separar o nome do local da data;
• separar os elementos de uma enumeração;
• isolar o vocativo;
• isolar o modificador do nome apositivo;
• isolar palavras ou expressões intencionalmente repetidas numa mesma frase;
• isolar os constituintes deslocados na frase;
• indicar a supressão de uma palavra, geralmente o verbo;
• isolar palavras, expressões ou orações intercaladas na frase;
• separar orações coordenadas (mesmo as introduzidas pela conjunção e quando o sujeito é diferente);
• isolar orações subordinadas adjetivas relativas explicativas;
• separar orações subordinadas adverbiais, finitas ou não finitas, quando colocadas antes da subordinante.

Em cada resposta, contabiliza-se como uma única ocorrência quer a repetição de uma palavra com o
mesmo erro ortográfico quer a presença de mais de um erro na mesma palavra (incluindo erro de
acentuação, erro de translineação e uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula).

3
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO
Educação Literária ............................................................................................................................................... 100 pontos
1. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− a anáfora presente nos versos 2 a 4 evidencia a aceitação da realidade tal como esta é, destacando
a inconsciência da flor («Porque ela não sabe») e comparando essa «flor» com o «eu» lírico. Ao
repetir, anaforicamente, a conjunção «Porque», conjugada com a interrogação colocada pelo
«eu», destaca-se a simplicidade que deve basear esta comparação, uma vez que a flor possui
características diferentes das do «eu»;
− através deste recurso, o «eu» demonstra a sua comunhão com os elementos naturais, tipicamente
caeiriana, referindo que cada um tem as suas idiossincrasias, já que a flor tem «cor» e «perfume»
e o sujeito poético possui «consciência». Destaca que são apenas características particulares, não
atribuindo qualquer sobrevalorização ao facto de ter racionalidade e, desse modo, ser consciente,
característica que a «flor» não possui.

• Aspetos de conteúdo e de estruturação do discurso (C-ED) 1 ....................................... 10 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando, adequadamente, os
5 dois tópicos de resposta. 10
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando, adequadamente, os
dois tópicos de resposta.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
4 OU 8
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
resposta, um adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando um tópico de resposta
adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
3 progressão e o encadeamento das ideias. 6
OU
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.

1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
4
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
OU
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando apenas um tópico de
resposta adequadamente.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
2 OU 4
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando apenas um tópico de
resposta adequadamente.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
Interpreta o sentido da anáfora presente na primeira estrofe (versos 2 a 4), tendo em
conta as especificidades da poesia de Alberto Caeiro, abordando os dois tópicos de
1 resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões. 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.

• Aspetos de correção linguística (CL) .......................................................................... 6 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação

4 Produz um discurso sem quaisquer erros. 6

3 Produz um discurso com a ocorrência de um erro do tipo A. 5


Produz um discurso com a ocorrência de:
• dois erros do tipo A;
2 4
OU
• um erro do tipo B.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• três erros do tipo A;
1 2
OU
• um erro do tipo A e um erro do tipo B.

5
2. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
– a interrogação dos versos 13 e 14 concretiza a constatação de que a comparação entre a flor e o
«eu» não faz sentido, já que ele percebe que é absurda e desnecessária esta busca de sentido para
a «flor»;
– deste modo, os versos 15 e 16 confirmam esta inutilidade e o «eu» defende que o mais importante
não é estabelecer comparações, mas apenas utilizar a visão. Advoga, também, que não devemos
recorrer aos artifícios linguísticos que retiram objetividade ao real e que ocultam a irredutível
natureza dos elementos da realidade.

• Aspetos de conteúdo e de estruturação do discurso (C-ED) 1 ....................................... 10 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando, adequadamente,
5 ambos os tópicos de resposta. 10
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando, adequadamente,
ambos os tópicos de resposta.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
4 OU 8
Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando os dois tópicos
de resposta, um adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando os dois tópicos
de resposta, um adequadamente e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
3 OU 6
Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando os dois tópicos
de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a interrogação «Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu / E a flor
é a flor?» (versos 13 e 14) com o sentido dos versos 15 e 16, abordando os dois tópicos
2 4
de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a

1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
5
progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita, adequadamente, apenas a interrogação «Mas para que me comparo com uma
flor, se eu sou eu/ E a flor é a flor?» (versos 13 e 14) ou o sentido dos versos 15 e 16, sem
1 estabelecer a relação solicitada. 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.

• Aspetos de correção linguística (CL) ........................................................................................... 6 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação

4 Produz um discurso sem quaisquer erros. 6

3 Produz um discurso com a ocorrência de um erro do tipo A. 5


Produz um discurso com a ocorrência de:
• dois erros do tipo A;
2 4
OU
• um erro do tipo B.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• três erros do tipo A;
1 2
OU
• um erro do tipo A e um erro do tipo B.

3. ........................................................................................................................................................................... 10 pontos
Versão 1: (A) / Versão 2: (D).

6
4. ........................................................................................................................................................................... 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− o pronome indefinido «alguém» aparece como forma de enfatizar a incerteza que Carlos e Ega
tinham sobre o autor da carta;
− esta classe de palavras serve também para criar suspense sobre a pessoa que difamou Carlos,
ainda que todos os indícios apontassem para Dâmaso Salcede.

• Aspetos de conteúdo e de estruturação do discurso (C-ED) 1 ........................................ 10 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando, adequadamente, ambos os tópicos de resposta.
5 10
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando, adequadamente, ambos os tópicos de resposta.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
OU
4 8
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando os dois tópicos de resposta, um adequadamente e outro com pequenas
imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando os dois tópicos de resposta, um adequadamente e outro com pequenas
imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
3 OU 6
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando os dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou
omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando os dois tópicos de resposta, ambos com pequenas imprecisões e/ou
2 omissões. 4
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
Explicita a expressividade da repetição do pronome indefinido «alguém» nas linhas 2 a
5, abordando um tópico de resposta com pequenas imprecisões e/ou omissões.
1 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.

1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
7
• Aspetos de correção linguística (CL) ............................................................................................ 6 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


4 Produz um discurso sem quaisquer erros. 6
3 Produz um discurso com a ocorrência de um erro do tipo A. 5
Produz um discurso com a ocorrência de:
• dois erros do tipo A;
2 4
OU
• um erro do tipo B.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• três erros do tipo A;
1 2
OU
• um erro do tipo A e um erro do tipo B.

8
5. ............................................................................................................................................. 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
– Palma Cavalão apresenta-se com «luneta de vidros grossos» e possui uma «cara balofa cor da
cidra», vestido de «jaquetão de veludo coçado e calça de casimira», não se ofendeu com o
desprezo de Carlos, é proprietário do jornal «A Corneta do Diabo» e publica artigos difamatórios
e sem escrúpulos a troco de dinheiro, tal como aconteceu com Carlos e Maria Eduarda. Além disso,
mostra-se falsamente franco e sincero na concretização dos seus negócios de denúncia, como se
verifica em «Em negócios era todo franqueza e lisura»;
– tendo em conta esta descrição, Palma Cavalão simboliza os jornalistas imorais e corruptos bem
como um jornalismo escandaloso, que sobrevive também através dos negócios de delação que
concretiza.

• Aspetos de conteúdo e de estruturação do discurso (C-ED) 1 ................................ 10 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, abordando, adequadamente, ambos os tópicos de resposta.
5 10
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, abordando, adequadamente, ambos os tópicos de resposta.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
OU
4 8
Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, abordando os dois tópicos de resposta, um adequadamente
e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, abordando os dois tópicos de resposta, um adequadamente
e outro com pequenas imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a
progressão e o encadeamento das ideias.
3 OU 6
Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, abordando os dois tópicos de resposta, ambos com pequenas
imprecisões e/ou omissões.
Utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
asseguram de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Relaciona a descrição de Palma Cavalão com a crítica à corrupção da imprensa
apresentada em Os Maias, ambos com pequenas imprecisões e/ou omissões.
2 Utiliza mecanismos de coesão textual com falhas que comprometem de modo global a 4
progressão e o encadeamento das ideias.

1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
9
Explicita, adequadamente, apenas a descrição de Palma Cavalão ou a crítica à corrupção
da imprensa apresentada em Os Maias, sem estabelecer a relação solicitada.
1 2
Utiliza mecanismos de coesão textual com eventual ocorrência de falhas que
comprometem, ou não, a progressão e o encadeamento das ideias.

• Aspetos de correção linguística (CL) .......................................................................... 6 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


4 Produz um discurso sem quaisquer erros. 6
3 Produz um discurso com a ocorrência de um erro do tipo A. 5
Produz um discurso com a ocorrência de:
• dois erros do tipo A;
2 4
OU
• um erro do tipo B.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• três erros do tipo A;
1 2
OU
• um erro do tipo A e um erro do tipo B.

6. ............................................................................................................................................. 10 pontos
Versão 1: a) 2; b) 2; c) 3. Versão 2: a) 1; b) 3; c) 1.

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação

3 Seleciona as três opções corretas. 10

2 Seleciona duas opções corretas. 7

1 Seleciona uma opção correta. 3

10
7. ............................................................................................................................................. 16 pontos
Devem ser abordados os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− a influência da filosofia epicurista permite ao «eu» aceitar, calma e placidamente, a morte, uma
vez que este percebe que a vivência de prazeres simples e moderados, procurando a felicidade
relativa e a tranquilidade, é fundamental para que o ser humano não sofra perante a fugacidade
da vida. Deste modo, coloca também em prática o «carpe diem» horaciano, baseado na entrega
moderada ao prazer, como se constata no poema «As rosas amo dos jardins de Adónis», em que o
sujeito poético convida Lídia, sua musa, a fruírem serenamente do momento presente, sem
qualquer indagação sobre o passado ou o futuro;
− o estoicismo permite ao «eu» aceitar, resignadamente, a inexorabilidade do Destino e do Tempo,
suprimindo o desejo, o prazer, a angústia e o lamento, inabilitando também a felicidade. Esta apatia
estoica, alicerçada na autodisciplina e no despojamento de bens materiais e espirituais, leva o
sujeito poético a expressar a Lídia que, pela ausência voluntária de compromissos, a morte não lhe
causará qualquer dano, como defende no poema «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio».

• Aspetos de conteúdo (C) ............................................................................................ 8 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Explicita, adequadamente, dois aspetos que comprovam a atitude de aceitação da
4 8
efemeridade da vida de Ricardo Reis.
Explicita dois aspetos que comprovam a atitude de aceitação da efemeridade da vida de
3 Ricardo Reis, abordando, adequadamente, um dos aspetos e outro com pequenas 6
imprecisões e/ou omissões no outro caso.
Explicita dois aspetos que comprovam a atitude de aceitação da efemeridade da vida de
Ricardo Reis, com pequenas imprecisões e/ou omissões em ambos os casos.
2 OU 4
Explicita, adequadamente, um aspeto que comprova a atitude de aceitação da
efemeridade da vida de Ricardo Reis.
Explicita um aspeto que comprova a atitude de aceitação da efemeridade da vida de
1 2
Ricardo Reis, com pequenas imprecisões e/ou omissões.

• Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) ................................ 8 pontos


• Estruturação do discurso 1 ........................................................................ 4 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Escreve um texto bem estruturado, constituído por três partes (introdução,
desenvolvimento e conclusão) devidamente proporcionadas e utiliza mecanismos
3 4
de coesão textual que asseguram de modo global a progressão e o encadeamento
das ideias.
Escreve um texto globalmente bem estruturado, constituído por três partes
(introdução, desenvolvimento e conclusão) com desequilíbrios de proporção e/ou
2 3
utiliza mecanismos de coesão textual que, apesar da eventual ocorrência de falhas,
não comprometem de modo global a progressão e o encadeamento das ideias.
Escreve um texto insuficientemente estruturado e/ou utiliza mecanismos de
1 coesão textual com falhas que comprometem de modo global a progressão e o 2
encadeamento das ideias.

1Os descritores de desempenho definidos para este parâmetro devem ser considerados em articulação com os Critérios Gerais
de Classificação relativos à estruturação do discurso (p. 1).
11
• Aspetos de correção linguística (CL) .......................................................................... 4 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Produz um discurso sem quaisquer erros ou com a ocorrência de, no máximo, um
4 4
erro do tipo A.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• dois erros do tipo A;
2 3
OU
• um erro do tipo B.
Produz um discurso com a ocorrência de:
• três erros do tipo A;
1 2
OU
• um erro do tipo A e um erro do tipo B.

12
Grupo II ............................................................................................................................................................. 56 pontos

Chave

Item Versão 1 Versão 2 Pontuação

1. (D) (A) 8

2. (C) (D) 8

3. (D) (B) 8

4. (C) (D) 8

5. (C) (A) 8

6. ............................................................................................................................................ 8 pontos
a) complemento oblíquo; b) complemento do nome.

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação

2 Identifica duas funções sintáticas. 8

1 Identifica uma função sintática. 4

7. ............................................................................................................................................... 8 pontos

• (coesão gramatical) interfrásica.

Nota 1 – A ocorrência de erros ortográficos não implica a desvalorização da resposta.

13
Escrita ..................................................................................................................................... 44 pontos

• Estrutura temática e discursiva (ETD) ......................................... 32 pontos (8 x 4)

• Correção linguística (CL)1 ....................................................................... 12 pontos

(multiplicar a ETD por 4 e a CL por 4 OU a cotação final por 4)

Parâmetro A: Género/Formato Textual


Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião):
• explicita o seu ponto de vista;
• fundamenta a perspetiva adotada em, pelo menos, dois argumentos distintos;
4 8
• ilustra cada um dos argumentos com, pelo menos, um exemplo;
• formula uma conclusão adequada à argumentação desenvolvida;
• produz um discurso valorativo (desenvolvendo um juízo de valor explícito ou implícito).
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião) e
fundamenta a perspetiva adotada em dois argumentos distintos, mas ilustra apenas um
deles com um exemplo, assegurando os restantes aspetos em avaliação neste
parâmetro.
3 OU 6
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião),
fundamentando a perspetiva adotada em, pelo menos, dois argumentos, cada um deles
ilustrado com, pelo menos, um exemplo, mas apresenta falhas em um ou dois dos
restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas
fundamenta a perspetiva adotada em apenas um argumento, ilustrado com um único
exemplo, assegurando os restantes aspetos em avaliação neste parâmetro.
OU
2 4
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião) e
fundamenta a perspetiva adotada em dois argumentos distintos, mas ilustra apenas um
deles com um exemplo e apresenta falhas em um ou dois dos restantes aspetos em
avaliação neste parâmetro.
Escreve um texto de acordo com o género/formato solicitado (texto de opinião), mas
apresenta falhas no conjunto dos aspetos em avaliação neste parâmetro.
1 OU 2
Escreve um texto em que as marcas do género/formato solicitado se misturam, sem
critério nem intencionalidade, com as de outros géneros/formatos.

Nota ‒ A pertinência dos argumentos e dos exemplos é avaliada no parâmetro B.

14
Parâmetro B: Tema e Pertinência da Informação
Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
Trata o tema proposto sem desvios e escreve um texto com eficácia argumentativa,
assegurando:
• a mobilização de argumentos e de exemplos diversificados e pertinentes;
4 • a progressão da informação de forma coerente; 8
• o recurso a um repertório lexical e a um registo de língua globalmente adequados ao
desenvolvimento do tema, ainda que possam existir esporádicos afastamentos,
• justificados pela intencionalidade comunicativa.
Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas pontuais nos
aspetos relativos à eficácia argumentativa.
3 OU 6
Trata o tema proposto com desvios pouco significativos, mas escreve um texto com
eficácia argumentativa (tendo em conta a forma como o tema foi desenvolvido).
Trata o tema proposto com desvios pouco significativos e escreve um texto com falhas
pontuais nos aspetos relativos à eficácia argumentativa.
2 OU 4
Trata o tema proposto sem desvios, mas escreve um texto com falhas significativas nos
aspetos relativos à eficácia argumentativa.
Trata o tema proposto com desvios significativos e escreve um texto com pouca eficácia
1 2
argumentativa, mobilizando muito pouca informação pertinente.

Parâmetro C: Organização e Coesão Textuais

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


Escreve um texto bem organizado, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de
coesão textual:
• apresenta um texto constituído por diferentes partes, devidamente proporcionadas
e articuladas entre si de modo consistente;
• marca, corretamente, os parágrafos;
4 8
• utiliza, adequadamente, mecanismos de articulação interfrásica;
• mantém, de forma sistemática, cadeias de referência através de substituições
nominais e pronominais adequadas;
• estabelece conexões adequadas entre coordenadas de enunciação (pessoa, tempo,
espaço) ao longo do texto.
Escreve um texto globalmente bem organizado, em que evidencia domínio dos
3 mecanismos de coesão textual, mas em que apresenta falhas pontuais em um ou dois 6
dos aspetos indicados neste parâmetro.
Escreve um texto satisfatoriamente organizado, em que evidencia um domínio suficiente
dos mecanismos de coesão textual, apresentando falhas pontuais em três ou mais dos
2 4
aspetos indicados neste parâmetro, ou falhas significativas em um ou dois desses
aspetos.
Escreve um texto com uma organização pouco satisfatória, recorrendo a insuficientes
1 2
mecanismos de coesão ou mobilizando-os de forma inadequada.

15
• Aspetos de correção linguística (CL)1 ..................................................................................... 12 pontos

Após a contabilização dos erros do tipo A e do tipo B, apura-se a classificação neste parâmetro. A tabela
abaixo apresenta a pontuação a atribuir de acordo com o número de erros do tipo A e do tipo B
identificados.
Número de erros do tipo A
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Número de erros do
1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
2 8 7 6 5 4 3 2 1 0
3 6 5 4 3 2 1 0
4 4 3 2 1 0
5 2 1 0
6 0

Sugestão de tópicos (resposta pessoal)


– O ser humano pode ser considerado uma súmula das suas memórias e dos objetivos/metas a que se
propõe. No entanto, nem sempre valoriza o que já vivenciou e acaba por atribuir uma centralidade
marcante a tudo aquilo que é novo;
– nos nossos dias, o saudosismo pode ser uma atitude muito comum, uma vez que há pessoas que vivem
marcadas pelo passado, não o conseguem ultrapassar e vivem o presente em função das lembranças
e dos momentos que já vivenciaram, sejam felizes ou traumáticos;
– encontra-se em voga uma atitude revivalista em diferentes áreas, como a moda e a arquitetura em
que se recuperam elementos do passado que, muitas vezes, são esquecidos;
– por outro lado, o desejo por tudo o que é novidade, diferente e inovador pode ser também visto como
uma das atitudes muito comuns, pois muitas pessoas tendem a pensar apenas no futuro, no que estará
por vir. Contudo, poderão experienciar momentos de extrema ansiedade e dificuldade em aguardar
pelo momento certo.
– …
COTAÇÕES
Grupo Itens / Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 10 16 16 10 16 100
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56

III
Item único 44

Total 200

16

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