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DIDÁTICA
Elaine Arns
Elaine Cristina Pereira da Silva
Maria Conceição Mússio Bittencourt
DIDÁTICA
Elaine Arns
Elaine Cristina Pereira da Silva
Maria Conceição Mússio Bittencourt
Apresentação
condições para ser um bom educador são: antes de tudo, o afeto, o carinho pelas
crianças e jovens que lhes são confiados; depois, gostar de ensinar e da matéria
que ensina. Estando asseguradas essas duas condições, é ainda necessário dar-se
conta, de que, na atividade de ensino, a autonomia do professor poderá ser
de um país. Diante disso, eu me questiono: para que, com que intenção estou
ensinando didática para os futuros mestres? Resposta difícil para mim, mas
buscando toda a reflexão que me é possível, posso dizer que o meu desejo é
oferecer-lhes uma pequena colaboração, para que, como eu, embarquem nesta
de haver, como uma bússola, os princípios que indicam qual a direção que ele
quer dar no desempenho de tão nobre tarefa.
Boa sorte neste caminho árduo e doce, mas que traz uma recompensa
incomensurável: a alegria do crescimento moral e intelectual de seus alunos, e a
gratidão dos pais, que, quando mandam seus filhos para a escola, pensam “se ele
se formar, vai melhorar de vida”. Espero, sinceramente, que, no decorrer desta
DIDÁTICA
OBJETIVOS GERAIS
Identificar o papel da didática na formação do professor, estabelecendo
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Educação, instrução e ensino.
Adotamos para a disciplina Didática uma metodologia que alia a teoria à prática.
A leitura contextualizada dos textos da bibliografia básica constitui o eixo principal
Bibliografia Básica:
Bibliografia Complementar:
ANASTASIOU, L. G. (ORG). Processos de Ensinagem na Universidade. Joinville, SC,
UNIVILLE, 2007.
Associados, 1990.
2008.
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas e profissão docente: Três faceta. In: Práticas
pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Lisboa:
ESTUDANDO E REFLETINDO
A história da didática está ligada ao aparecimento do ensino como
atividade planejada e intencional, dedicada à instrução. Nas comunidades
primitivas, os jovens passam por um ritual de iniciação, que pode ser considerado
como uma forma de ação pedagógica, embora aí não esteja presente o “didático”,
antes.
“Didactica Magna”.
Comenius desenvolveu ideias avançadas para a prática educativa nas
escolas, numa época em que surgiram novidades no campo da Filosofia e das
Ciências e grandes transformações nas técnicas de produção, em contraposição à
ideias conservadoras da nobreza e do clero. O sistema de produção capitalista,
As ideias de Comenius.
Comenius foi o fundador da Didática e, em parte, da Pedagogia Moderna.
Foi um pensador, um místico e um reformador social. Quem folheia os novos
Magna”.
Para Comenius, a educação é a arte de fazer “germinar a sementes
interiores, as quais não se desenvolverão a não ser que sejam solicitadas por
oportunas experiências, variadas e ricas”. O seu objetivo fundamental é provar a
aqueles que nasceram homens, uma instrução geral capaz de educar todas as
faculdades humanas”.
“educar todos, em todas as coisas, de uma forma total”. Comenius pretendia uma
sistematização e organização unitária do saber humano. Ao referir-se a qualquer
parcela desse saber, ele não a isola da globalidade de que faz parte. Isso pode
Estudos Superiores: Comenius propõe escolas por níveis etários e com funções
especificas: as Escolas Superiores destinam-se à preparação de pessoas para
têm possibilidades intelectuais, mas não tem condições materiais. “Para este
efeito, importa que o Estado providencie para os estudantes bem dotados, das
classes pobres, a ajuda material necessária”.
ESTUDANDO E REFLETINDO
que faleceu após o trabalho de parto. Era filho do relojoeiro calvinista Isaak
Rousseau. Aprendeu a ler e a escrever ainda muito novo. Mais tarde, foi aluno do
saídas, opta por vagar pelo mundo e acaba indo para Paris. Foi uma das principais
inspirações ideológicas da segunda fase da “Revolução Francesa”, que deu início a
reforma educacional. Seu pai morreu quando ainda era criança. Foi criado pela
mãe. Sua família empobreceu. As dificuldades para sobreviver fizeram-no
conhecer de perto o preconceito social, tendo que lutar muito para se tornar
conhecido numa sociedade dividida entre nobres e plebeus/ entre ricos e pobres.
criticavam a situação política do país. Gastou parte de sua juventude nas lutas
políticas, mas, em 1781, com a morte do amigo e político, Bluntschli, abandonou o
agricultor, mas fracassou. Por este tempo, havia feito de sua casa, na fazenda,
uma escola. Escreveu sua obra-prima: “Leonardo e Gertrudes”, um conto, em que
narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, por uma
mulher boa e dedicada. A obra foi um sucesso na Alemanha e Pestalozzi saiu do
anonimato.
junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um
hospital e seus esforços foram perdidos. Em 1801, Pestalozzi concentrou suas
ideias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças”.
Ali, expõe seu método pedagógico, a partir do mais fácil e simples, para o mais
onde permaneceu trabalhando até 1804. Em 1802, foi como deputado a Paris e fez
de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema
professores de sua escola e os últimos dez anos de seu trabalho foram marcados
por cansaço e tristeza.
estudaremos a seguir.
UNIDADE 2 - DIDÁTICA – TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
ESTUDANDO E REFLETINDO
reprodutora e a transformadora.
A tendência redentora concebe a educação como um meio de manter a
Pedagogia Liberal
A Pedagogia Liberal pressupõe a adaptação dos indivíduos aos valores e às
tendências Pedagógicas”.
Pedagogia Progressista
A Pedagogia Progressista pressupõe a análise crítica do sistema capitalista,
sustentando as finalidades sociopolíticas da educação, conforme Borges (op. cit.).
A Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos toma o partido dos interesses
majoritários da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de
BUSCANDO CONHECIMENTO
Herbart e a Educação Brasileira- (1776–1841)
Herbart exerceu influência na didática e na prática docente. Foi e continua
sendo inspirador da pedagogia conservadora, mas suas ideias precisam ser
estudadas por causa de sua presença constante nas salas de aula brasileiras. Junto
com sua formulação dos fins da educação e da Pedagogia como ciência,
mente. Ele deve trazer à atenção dos alunos as ideias que deseja que dominem
suas mentes. Controlando os interesses dos alunos, o professor vai construindo
uma massa de ideias na mente, que, por sua vez, vão favorecer a assimilação de
ideias novas. O método de ensino consiste em provocar a cumulação de ideias na
mente da criança.
Herbart estava atrás, também, de uma formulação de um método único de
completa;
de exercício.
Posteriormente, os discípulos de Herbart desenvolveram ainda mais a
Renovada.
UNIDADE 3 - DA PEDAGOGIA TRADICIONAL À PEDAGOGIA
RENOVADA
ESTUDANDO E REFLETINDO
A Pedagogia Tradicional, em suas várias correntes, caracteriza as
concepções de educação onde prepondera: a ação de agentes externos na
Renovada.
A Pedagogia Renovada agrupa correntes que advogam a renovação
escolar, opondo-se à Pedagogia Tradicional. Entre as características desse
movimento destacam-se: a valorização da criança, dotada de liberdade, iniciativa,
da vida presente, de modo que a escola se transforme num lugar de vivencia das
tarefas requeridas para a vida em sociedade. O aluno e o grupo passam a ser o
centro de convergência do trabalho escolar.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Ao estudar a educação nos seus aspectos sociais, políticos, econômicos,
psicológicos, para descrever e explicar o fenômeno educativo, a Pedagogia
recorre à contribuição de outras ciências como a Filosofia, História, Sociologia,
Psicologia e Economia.
Esses estudos acabam por convergir na Didática, uma vez que esta reúne
em seu campo de conhecimentos, os objetivos e modos da ação pedagógica na
escola.
Sendo a educação uma prática social que ocorre numa grande variedade
de instituições e atividades humanas (família, escola, trabalho, igrejas,
da coletividade.
Em sentido amplo, a educação compreende os processos formativos que
deliberada e planificada.
As influências educativas podem ser não intencionais ou informais,
mundo (ideias, valores, práticas sobre a vida, o trabalho, etc.), para justificar o
sistema de relações que caracteriza a sociedade capitalista. Tais ideias, valores e
ESTUDANDO E REFLETINDO
Educação refere-se ao processo de desenvolvimento da personalidade,
da personalidade.
Instrução é formação e desenvolvimento das capacidades cognoscitivas,
Ensinar
Um dos elementos básicos da discussão sobre a educação refere-se ao
ensinar, ao aprender e ao apreender. Essas ações são, muitas vezes, consideradas
O aluno habitua-se a crer que existe uma “língua do professor”, que tem de
aceitar sem a compreender. Nesse processo, ficam excluídas as historicidades, os
Como outros verbos de ação, ensinar contém, em si, duas dimensões: uma
utilização intencional e uma de resultado, ou seja, a intenção de ensinar e a
O processo de ensino
O objeto de estudo da Didática é o processo de ensino, na medida em que
o ensino viabiliza as tarefas de instrução. Podemos delimitar como objeto da
vão sendo acumulados pela experiência social da humanidade. Mas para isso não
é suficiente que os alunos dominem os conhecimentos; é necessário dizer como
Aprender ou Apreender?
Existe uma diferença entre aprender e apreender, embora, nos dois verbos
apreender não é passiva. O agarrar por parte de aluno exige ação constante e
consciente: exige informar-se, exercitar-se, instruir-se. O assistir ou dar aulas
precisa ser substituído pela ação conjunta do fazer aulas. Nesse fazer aulas é que
surgem as necessárias formas de atuação do professor com o aluno, sobre o
objeto de estudo e a definição, escolha e efetivação de estratégias diferenciadas
que facilitem esse novo fazer.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Processo de “Ensinagem”
Diante dessas reflexões, surgiu o termo “ensinagem”, usado, então, para
indicar uma prática social complexa, efetivada entre sujeitos, professor e aluno,
Estando há poucos dias em Fortaleza, ouvi do próprio filho uma jocosa história que Lauro de
Oliveira Lima – cearense, falecido em 2013, autor de mais de 30 livros sobre educação – contava
com graça aos amigos professores que acolhia em sua casa: “Estão vendo este meu cachorro? O
nome dele é Dog, e eu o ensinei a falar!”, provocava Lauro, diante do espanto de seus
interlocutores. E prosseguia: “Vem cá, Dog! Diga boa-noite! Boa-noite, Dog!” Fazia-se um silêncio
sepulcral, e evidentemente nada de um grunhido que sugerisse um boa-noite. Então, Lauro se
Evidentemente, por melhor que seja o mestre, jamais há de se ensinar um cão a falar, mas essa
folclórica alegoria enseja ensinamentos para nós, seres humanos. Há uma dicotomia entre
aprendizagem e “ensinagem” – palavra essa que subverte a norma culta, e como faz boa rima caiu
no gosto popular. O professor só ensina se o aluno aprende. “Não ensino meus alunos. Crio a
condição para que aprendam” – faz-se oportuno recordar a frase de Albert Einstein.
No SalaMundo 2013 – um dos maiores eventos educacionais do Brasil, realizado em Curitiba –o
filósofo colombiano Bernardo Toro segue a mesma toada: “Quando o ensino é mais importante
que a aprendizagem e algo vai mal, os culpados são os alunos. Se a aprendizagem é mais
importante, nós, adultos, é que temos a responsabilidade de mudar as coisas. A escola é lugar de
ambiente da sala de aula são intensas e constantes as mudanças, o que requer reciclagem
continuada. Destarte, a simbiose entre a paixão pelo ensino e a vontade de investir na própria
formação demonstram quem realmente quer ser um bom didata. O professor deve ser um eterno
aprendiz, mantendo-se atualizado nos avanços da sua matéria e das novas práticas e tecnologias
educacionais. Aula que tem de ser dada merece ser bem dada e, para tanto, bem preparada. É um
ganha-ganha, pois agrega valores ao aluno e ao professor.
O desafio é dar uma boa aula e manter a motivação e a disciplina. Quase todo dia o professor tem
o seu calvário. Conflitos com alunos são inevitáveis. Mas pare e pense: quem é o adulto na
relação? Impor autoridade e limites é tarefa precípua do professor. Sem disciplina não há
aprendizagem na escola, tampouco na vida. A indisciplina – esse câncer do nosso sistema
educacional – é abominada pelo próprio conjunto de alunos, como bem demonstrou um estudo
apresentado no SalaMundo 2013 pelos pesquisadores Francisco Soares e James Ito-Adler. Eles
próprios se diziam surpresos: perguntaram a cada aluno o que mais o incomodava na escola, e
esperavam que as respostas fossem instalações físicas, didática dos professores, merenda etc. Mas
transforma. A sala de aula representa os metros quadrados mais nobres de qualquer organização
educacional, e é nesse espaço que devemos colocar os melhores talentos. Há um mote em que
duas palavras merecem reverência: educar com entusiasmo. Educar vem do latim ducere, que
significa conduzir, mostrar o caminho. Entusiasmo tem etimologia no grego en-theo (en = dentro,
theo = Deus). Para os gregos politeístas, quem tem entusiasmo tem um deus dentro de si. Nada
de grandioso pode ser obtido sem entusiasmo e nenhuma missão é mais grandiosa que a de
educador, pois ele tem como legado deixar no mundo uma geração melhor que a sua.
Jacir J. Venturi, professor e gestor escolar, é presidente do Sindicato das Escolas Particulares do
Paraná (Sinepe/PR).
aprendizagem-e-nao-na-ensinagem
UNIDADE 5 - O ENSINO E A APRENDIZAGEM NA ESCOLA
ESTUDANDO E REFLETINDO
No exercício do magistério, há uma relação recíproca e necessária entre a
atividade do professor (ensino) e a atividade de estudo dos alunos
(aprendizagem).
A condução do processo de ensino requer uma compreensão clara do
didática.
aprendizagem. Para isso, o saber inclui um saber o quê, um saber como, um saber
o porquê e um saber para quê.
mutuamente, numa ação conjunta do professor e dos alunos, com ações e níveis
de responsabilidades próprias e específicas, explicitadas com clareza nas
dupla mão, num sentido que provoque a aprendizagem, através das tarefas
contínuas dos sujeitos, de tal forma que o processo interligue o aluno ao objeto
de estudo e os coloque frente a frente.
que indica o contrato proposto pelo professor aos alunos, no início do semestre
ou ano curricular, em torno do compromisso que conjuntamente assumem
inicial, caótica e não elaborada, que o aluno trazia inicialmente, pode ser superada
e reelaborada numa síntese qualitativamente superior, através da análise, via
metodologia dialética.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Aprendizagem
de ensino.
Compreender é apreender o significado de um objeto ou de um
sujeito que apreende quanto do objeto de apreensão, não sendo, assim, iguais:
podemos citar as aprendizagens por imitação de um modelo, por repetição, por
ensaio-e-erro ou descoberta (insight).
perceptiva.
Nenhuma criança nasce com as capacidades cognoscitivas, prontas e
ESTUDANDO E REFLETINDO
Os meios internos pelos quais o nosso organismo psicológico aprende são
seguida.
Reflexo refere-se às sensações pelas quais desenvolvemos a observação e
externamente.
A transformação da percepção ativa para um nível mais elevado de
sistematização.
Nesse processo, a atividade mental evolui da apreensão do conteúdo da
matéria na sua forma visível, exterior, para a “ideia” do conteúdo, de modo que o
conteúdo visível se transforma num conteúdo do pensamento.
foi aprendido,
O aspecto fundamental a considerar é que o processo interno de
Importância da linguagem
Nos vários momentos do processo de assimilação ativa, há um permanente
Todas as nossas ações são orientadas para atingir objetivos que satisfaçam
as nossas necessidades fisiológicas, emocionais, sociais e de autorrealização.
dos mesmos, pois não ensinamos a uma criança “em geral”, mas o fazemos a
crianças que pertencem a determinadas famílias, a determinada classe social, e
cuja prática de vida influi na sua aprendizagem e desenvolvimento.
conhecimentos.
O professor deve inteirar-se das experiências sociais e culturais dos alunos:
ambiente sócio cultural (nível de escolaridade dos pais, crenças e costumes, etc.)
das crianças pobres, provavelmente, não oferecem os pré-requisitos exigidos pela
escola, pelo menos não nas mesmas proporções em que esses pré-requisitos são
fornecidos às famílias das classes médias e altas da sociedade.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Nenhum aluno gosta de ficar de recuperação. Além de ter de enfrentar um possível rótulo -
"criança com dificuldade de aprendizagem" -, os estudantes nessa situação encaram a pressão de
serem obrigados a fazer uma única prova, decisiva, para saber se serão aprovados ou não. Hoje,
porém, sabe-se que não é recomendável esperar o fim do ano para ajudar os que não têm o
desempenho esperado. Isso porque em uma turma sempre existirão diferentes níveis de
aprendizagem - e isso não quer dizer que os alunos não tenham capacidade de aprender, apenas
que cada um avança com ritmo próprio. À escola cabe, portanto, detectar a diversidade presente
nas salas de aula e criar condições para que os conteúdos trabalhados, quando não são bem
Esse é o tema da reportagem de capa da edição de setembro de NOVA ESCOLA, que responde a
11 dúvidas que os professores enfrentam sobre o assunto - do diagnóstico à lição de casa. "A
recomendação é avançar e retroceder ao mesmo tempo, fazendo com que quem atinge o
que elas surgirem", diz Maria Celina Melchior, professora de pós-graduação em Educação e
coordenadora pedagógica da Faculdade Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre.
Para saber com que alunos é possível ir adiante e com quais é preciso retomar os conteúdos, é
necessário usar bem as ferramentas de avaliação. O diagnóstico inicial, as provas, a observação de
apenas as notas das provas. "As avaliações bem feitas têm questões e atividades que já foram
trabalhadas em sala de aula e não criam 'pegadinhas' para o aluno", afirma Cipriano Luckesi, da
a retomar o tema com a classe toda. Caso a conclusão seja de que a turma apresenta dificuldades
diferentes, o ideal é formar grupos e oferecer atividades específicas para cada um. Pode ser
também que apenas um aluno esteja com problema em determinado ponto. A sugestão, então, é
oferecer a ele um conjunto de atividades que podem ser feitas em casa e depois corrigidas pelo
professor.
Também é função dos gestores ajudar na organização dos agrupamentos de trabalho em sala de
Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, e autora de um estudo sobre grupos de apoio em
escolas, dá algumas sugestões. Para atender os diversos grupos ao mesmo tempo, o professor
tem de fazer um bom planejamento das aulas, com sequências didáticas ajustadas às necessidades
banco de atividades variadas, que o docente deve ter no seu arquivo, para usar quando necessário
aulas expositivas, estudos de campo, pesquisas e trabalhos em grupo - como uma maneira de
atender às diferentes formas de os estudantes aprenderem.
gestores garantir um espaço ideal para que elas aconteçam. O professor titular da turma necessita
ainda de um tempo reservado para a troca de informações com o colega responsável pela
recuperação. Na pauta do encontro, devem estar as necessidade dos alunos e a maneira com que
eles serão acompanhados e avaliados para ter a garantia de que possam continuar avançando.
UNIDADE 7 - OS OBJETIVOS E OS CONTEÚDOS DO ENSINO
ESTUDANDO E REFLETINDO
Os conteúdos formam a base objetiva da instrução – conhecimentos
sistematizados e habilidades – referidos aos objetivos e viabilizados pelos
formulação:
específicos.
BUSCANDO CONHECIMENTO
Objetivos Gerais
Os objetivos gerais são o ponto de partida, as premissas gerais do
documentos oficiais, uma vez que expressam os interesses dominantes dos que
controlam os órgãos públicos.
É preciso que o professor forme uma atitude crítica em relação a esses
objetivos, de forma a identificar os que convergem para a efetiva democratização
escolar e os que a cerceiam. Para isso, deve ter clareza de suas convicções
políticas e pedagógicas, em relação ao trabalho escolar. Isso indica que não se
alunos a se perceberem como sujeitos ativos nas lutas sociais, para a melhoria das
condições gerais de vida (educação, saúde, moradia, etc).
religião ou sexo, uma sólida preparação cultural e científica, através do ensino das
matérias.
relação à formação individual e social dos alunos, em sua capacitação para a vida
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos particularizam a compreensão das relações entre
específicos aos objetivos gerais, sem perder de vista a situação concreta (da
escola, da matéria, dos alunos).
O que são os conteúdos?
Os conteúdos de ensino não podem ser tomados como informações
apropriado pelas várias gerações, através do ensino, que, por sua vez, constitui-se
base para a produção e elaboração de novos saberes. Esse fenômeno ocorre,
sistematizado.
BUSCANDO CONHECIMENTO
da natureza, etc.
4) Convicções orientam as atitudes, pois o indivíduo age segundo suas
ESTUDANDO E REFLETINDO
Para a discussão das dimensões crítico-social dos conteúdos, partimos de
agregam-se e conjugam-se:
1) métodos de conhecimentos gerais (como a observação, a analise-síntese, a
Como a prática humana está embutida nesse tema? Como as pessoas estão
relacionadas com ele? Quem usufrui dos seus benefícios e como usufrui? O que a
vida real das pessoas tem a ver com esses objetos de estudo?
O professor Demerval Saviani afirma, sobre esse assunto, que a
BUSCANDO CONHECIMENTO
acontece ali fizesse parte da normalidade das coisas. Os textos não revelam as
relações internas entre os fatos, não mostram o significado no tema estudado. Há
Esta é tarefa do professor, sabendo que sua postura crítica nem sempre será
aprovada. Outros indivíduos inclusos no sistema educacional também não
desejam que o real funcionamento das relações sociais seja revelado. Ao não
passada pelo livro, ou que circulam nas conversas, na televisão, no rádio, etc.
Faria descreve, também, opiniões das crianças sobre o trabalho, que
refletem o que aprendem nas aulas: os médicos ganham mais, porque são mais
inteligentes; os pretos também podem ficar ricos, apesar de o homem branco ter
profissão, para ficar rico precisa fazer hora extra, guardar dinheiro na caderneta
de poupança.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Mas estes não se realizam por si mesmos, sendo necessária a nossa atuação. Os
métodos são, assim, meios adequados para realizar objetivos. Cada ramo do
que tem como base um conteúdo determinado (um fato, um processo, uma
teoria, etc.). O método vai em busca das relações internas de um objeto, de um
fenômeno, de um problema, uma vez que esse objeto de estudo fornece as pistas,
o caminho para conhecê-lo. Apanhar os objetos de estudo nas suas relações
internas, significa verificar como a ação humana entra na definição dos fatos e
fenômenos, isto é, ver nas relações entre as coisas, os significados que lhes são
dados, e a que necessidades sociais e humanas estão vinculadas o objeto de
conhecimento.
uma.
Não há método único de ensino. Há uma variedade de métodos, cuja
escolha depende dos conteúdos da disciplina, das situações didáticas específicas,
processo de ensino.
A relação objetivo-conteúdo-método tem como característica a mútua
interdependência. Os métodos, à medida que expressam formas de transmissão e
BUSCANDO CONHECIMENTO
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho
escolar.
Uma definição de avaliação escolar:- Segundo o professor Cipriano Carlos
ESTUDANDO E REFLETINDO
Dado que a atualidade oferecerá meios nunca antes disponíveis para a
circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, o próximo
e privados.
À educação, cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo
pesada – já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada
um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos
a ser.
Cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção
igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como
uma experiência global, para levar a cabo, ao longo de toda vida, tanto no plano
1- Aprender a Conhecer
Este tipo de aprendizagem, que visa não tanto à aquisição de um
repertório de saberes codificados, mas antes, o domínio dos próprios
instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como
um meio e como uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que
cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida
em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as suas
capacidades profissionais e para comunicar-se. Finalidade, porque seu
nas sociedades agora dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender
a prestar atenção às coisas e às pessoas. A sucessão muito rápida de informações
2- Aprender a Fazer
Aprender a conhecer e aprender a fazer são indissociáveis. Mas a segunda
adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a
sua evolução?
Aprender a fazer não pode continuar a ter o significado simples de
preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo
participar no fabrico de alguma coisa. Como consequência, as aprendizagens
devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de
práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor
aspectos da aprendizagem.
BUSCANDO CONHECIMENTO
ou mantêm conflitos. Até agora, a educação não pode fazer grande coisa para
modificar esta situação real. Poderemos conceber uma educação capaz de evitar
Que fazer para melhorar a situação? A experiência prova que para reduzir
o risco não basta pôr em contato e em comunicação membros de grupos
Parece, pois, que a educação deve utilizar duas vias complementares. Num
primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo
dos seus alunos, em vez de desenvolvê-los, podem ser mais prejudiciais do que
úteis. Esquecendo que funcionam como modelos, com esta atitude omissa,
nasce desses projetos que fazem com que se ultrapassem as rotinas individuais,
que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças.
4- Aprender a Ser
Aprender a ser é um princípio fundamental para um homem do século XXI.
A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e
contínua da personalidade.
POLO MATRIZ
0800-772-8030
www.unar.edu.br