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Nampula
2022
Nampula
2022
RESUMO
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O presente trabalho foi realizado no contexto regional da África Austral. Nestas regiões da
África Subsaariana, a chuva é irregularmente distribuída em termos temporais (inter-anual e
intra-anual), assim como, espaciais. A precipitação sobre África Austral apresenta maior
variabilidade, a qual é fortemente condicionada por determinados modos de variabilidade
climática, desde os de escala global aos de escala regional. A identificação dos modos da
variabilidade climática que contribuem na alteração dos padrões da precipitação é de
fundamental importância, pois pode auxiliar aos países vulneráveis aos eventos naturais, como
Moçambique, a antecipar, accionar ou desenvolver mecanismos de mitigação e adaptação aos
impactos desses eventos, que têm maior relevância no planeamento das actividades nos sectores
agrícola, industrial e ambiental. Assim, o presente estudo objectiva identificar os principais
modos de variabilidade climática actuantes na região da África Austral.
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Índice
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
1.1 Objectivos..............................................................................................................................5
1.1.1 Geral................................................................................................................................5
1.1.2 Específicos:.....................................................................................................................5
1.2 Justificativa............................................................................................................................5
1.3 Metodologia...........................................................................................................................6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................7
3. ESTUDO DE CASO..................................................................................................................10
3.4 Impactos...............................................................................................................................13
4 CONCLUSÃO............................................................................................................................15
5 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................16
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1. INTRODUÇÃO
A região da SADC tem vários sectores sensíveis ao clima críticos para a economia e os meios de
sobrevivência e é, em consequência disso, altamente vulnerável para a variabilidade e alterações
climáticas. Vários relatórios documentaram os possíveis impactos das mudanças climáticas sobre
os diferentes Estados Membros da SADC e, além disso, a nível regional. A comunidade
científica concorda que a emissão dos chamados «gases com efeito de estufa», tais como o
dióxido de carbono, contribuir para o aquecimento global, provocando, deste modo, o «efeito de
estufa» e alterações climáticas associadas. A região da SADC, com 1.3%, é um menor
contribuinte das emissões globais, embora tenha a probabilidade de sofrer um impacto
significativo provocado pelo aumento de temperaturas e das alterações climáticas resultantes,
incluindo as alterações da pluviosidade.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral: Avaliar a variabilidade da precipitação na África Austral
1.1.2 Específicos:
Identificar os principais sistemas meteorológicos responsáveis pela variação da
precipitação;
Caracterizar a sazonalidade (período seco e chuvoso) nessas regiões
Relacionar os principais sistemas meteorológicos e, ou factores fisiográficos que
condicionam os padrão inter-anuais e espaciais da chuva.
1.2 Justificativa
Uma elevada variabilidade da precipitação de ano para ano é típica da região, e não são poucos
os indícios de secas ou aguaceiros actualmente.
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1.3 Metodologia
O presente projecto de pesquisa terá como objecto de estudo, a África Austral face a variação da
precipitação. O estudo em pauta tem enquadramento na área de gestão ambiental e será
constituída nas seguintes fases:
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Classe B - Climas secos: Próprio dos países do Sudoeste que fazem fronteira com o deserto do
Kalahari: Angola, Botsuana, Zimbabué, Namíbia e África do Sul, com climas que vão de semi-
árido e sub- húmido a leste, a hiper- árido a oeste.
Classe C - Climas de latitude média húmida com invernos moderados, que compreendem os
países do leste, Tanzânia, Malawi, Moçambique, Suazilândia, Lesoto e países das Ilhas do
Oceano Índico, com condições climáticas que variam de seco a condições de sub- tropical
húmido de latitude média.
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2.2 Caracterização da precipitação
A África Austral encontra-se localizada entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico, zonas de
alta pressão a oeste e a leste, respectivamente. A região é propensa a secas frequentes e
distribuição de chuvas irregulares. A região tem duas estações distintas uma estação das chuvas,
aproximadamente de Novembro a Abril, e uma estação seca, aproximadamente de Maio a
Outubro. A estação das chuvas ocorre quando a Zona de Convergência Intertropical (ZCI)
(Allaby & Allaby, 1990)se move para o sul, trazendo chuvas, e a estação seca ocorre quando o
ZCI se afasta em direcção ao norte.
A precipitação na África Austral é em larga medida influenciada pela ZCI. A ZCI muda a sua
posição durante o ano, deslocando-se entre o Equador e os Trópicos de Câncer e Capricórnio. A
Africa Austral recebe o grosso da sua precipitação anual de Novembro até Março à medida que a
ZCI se vai deslocando para o Sul. Quanto mais a sul a zona se deslocar, mais promissora é a
estação das chuvas (Allaby & Allaby, 1990).As posições médias da ZCI em Julho e Janeiro no
quadro acima ilustram esta situação.
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altitude e da posição “continental” (falta de influências do oceano). Os invernos são
normalmente secos e ensolarados, enquanto os verões são quentes e húmidos. A geada ocorre
frequentemente no inverno e a neve é comum acima dos 1.500 metros. Esta variabilidade dos
padrões climáticos, possivelmente devida às mudanças climáticas, às vezes resulta em seca ou
cheias, o que afecta negativamente as actividades humanas.
O fluxo de leste no geral, é proveniente do oceano Índico, fluindo para o continente, sendo
originado pela divergência em superfície causada pelo ASI. Porém, por vezes varia de leste para
sudeste, de acordo com a posição do ASI (Behera & Yamagata, 2001). Behera e Yamagata,
explicam que o fluxo de sudeste sobre o continente ocorre quando a ASI se posiciona mais a sul,
em torno da latitude de 35ºS, e tem relação com variações de TSM na região subtropical do
Índico, o que explica o surgimento do padrão de dipolo de TSM na região subtropical do oceano
Índico. Segundo (Ohishi, Sugimoto, & Hanawa, 2014), variações do ASI, quer no
posicionamento ou na sua intensidade, implicam em variações do fluxo de leste sobre o
continente, com implicações sobre as condições atmosféricas. O fluxo de nordeste está associado
à monção da Ásia, porém, somente ocorre no período húmido sendo responsável pelo transporte
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de humidade para a região SEA (Nicholson, 1986). A convergência que ocorre na região
continental entre os fluxos de nordeste e leste/sudeste gera condições favoráveis a formação de
sistema de baixas pressões com implicações sobre o estado de tempo (Tyson & Preston-Whyte,
200), onde ocorrem nuvens de grande extensão vertical “cumuliformes’’.
Finalmente, o fluxo de oeste ou corrente de oeste, que estende-se até a República da Angola e
República Democrática do Congo, tem a sua origem na convergência entre o fluxo equatorial e a
borda sudeste da alta subtropical do oceano Atlântico Sul (Torrance, 1972).
3. ESTUDO DE CASO
Os dados foram obtidos com contributos adicionais do Centro Africano para Aplicações
Meteorológicas para o Desenvolvimento (ACMAD) e dos Centros de Produção Planetários
(GPC) nomeadamente, Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF),
Serviços Meteorológicos da África do Sul (SAWS), Administração Nacional Oceânica e
Atmosférica (NOAA), Centro Climático de Pequim (BCC), Météo-França, Gabinete Australiano
de Meteorologia (BoM), Gabinete de Meteorologia do Reino Unido, Agência Meteorológica do
Japão (JMA) e Agência Meteorológica da Coreia (KMA). Os contributos dos Centros de
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Previsão Climática tomados em conta incluíram o Instituto de Investigação Internacional do
Clima e Sociedade (IRI) e o Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR).
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3.3 Precipitações a medias a longo prazo - Dezembro-Janeiro-Fevereiro
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recebidos na maioria das partes a sul da região, mantendo-se húmidas as partes centro e leste. As
Maurícias apresentam um padrão pluviométrico sustentado face ao Madagáscar, que mostra um
aumento dos níveis de precipitações em quase todas as partes, excepto as partes do extremo
sudoeste do país.
3.4 Impactos
A região da África Austral é susceptível a condições climatéricas extremas, sobretudo cheias,
secas, fogos incontroláveis e grandes tempestades. Os impactos sentidos oscilam entre primários
(ou directos), tais como danos a infra-estrutura e fatalidades, e secundários (ou indirectos), tais
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como o incremento de problemas sanitários e a perda de meios de subsistência. Nas últimas
quatro décadas (1980-2015) registaram-se na Comunidade para o Desenvolvimento da África
Austral (SADC) 491 catástrofes climáticas (meteorológicas, hidrológicas, e climatológicas) que
resultaram em 110 978 mortes, 2.47 desalojados e afectaram outros 140 milhões de habitantes.
As cheias têm sido as catástrofes mais frequentes e as secas as que deram origem aos mais
elevados custos em danos, afectando uma maior parcela da população da região.
Os impactos das alterações das chuvas variam de sector para sector. Alguns possíveis são:
reduções das colheitas de produtos agrícolas, devido a temperaturas mais altas e menos
humidade nos solos; maior taxa de mortalidade do gado, devido ao calor excessivo; insegurança
hídrica causada por uma redução da pluviosidade e maior evapotranspiração, mudanças em
certas espécies naturais, e danos causados a edifícios, estradas e pontes por eventos extremos.
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4 CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
Allaby, A., & Allaby, A. (1990). Dictionary of Earth Sciences. Oxford: University Press.
Behera, A. S., & Yamagata, T. (2001). Subtropical SST dipole events in the southern Indian
Ocean. Geophysical Research Letters .
Hasternrath, S., & Heller, L. (1997). Dynamics of Climatic Hazards in Northeast Brazil.
Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society.
Lyra, G., Garcia, B., Piedade, S., Sediyama, G., & Sentelhas, P. (2014). Regiões homogêneas e
funções de distribuição de probabilidade da precipitação pluvial no Estado de Táchira.
Venezuela: Brasília.
Nicholson, S. E. (1986). The Nature of Rainfall Variability in Africa South of the Equator.
Journal of Climatology .
Ohishi, S., Sugimoto, S., & Hanawa, K. (2014). Zonal movement of the Mascarene High in
Austral Summer. Climate Dynamics.
Reason, C. J. (2007). Warm and cold events in the Southeast Atlantic/Southwest Indian Ocean
region and potential impacts on circulation and rainfall over Southern Africa. Meteorology and
Atmospheric Physics.
Torrance, J. D. (1972). Malawi, Rhodesia and Zimbábue. World Survey of Climatology- Africa.
Tyson, P., & Preston-Whyte, R. (200). Weather and climate of Southern Africa. Oxford
University Press.
Washington, R., & Preston, A. (2006). Extreme wet years over southern Africa: Role of Indian
Ocean sea surface temperatures. Journal of Geophysical Research: Atmospheres .
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