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CONTOS DE

CARONTE
SEMENTES DE MISTÉRIOS DE
AVENTURAS
7 ALÉM
O ventre
Da viúva
Editorial
Editor: Tom AliançaRPG
Você conhece o RPG nacional Caronte – A Crônica dos Penitentes?
Diagramador e Layout: Alan Rozante
No RPG do Caronte, os jogadores lidam com o drama e a comple-
Colaboradores: xidade da morte a todo instante, porém, diferente do que estamos

Dennis Patrício Alves acostumados em outros jogos aqui os jogadores têm o vislumbre da

Diego “Mudows” Coelho Cezar morte através de entidades que estão muito próximas a ela e que são

Hindemburg Henrique chamadas de ceifeiros, arautos da morte ou até mesmo de Carontes.


Ricardo Scarione Camargo
Sérgio Mirre - Magias & Dragões E o zine Barca de Caronte?
Tom AliançaRPG
O zine Barca de Caronte surge como uma iniciativa de fomentar os
Encontre-nos em: mestres e jogadores da sua própria base de fãs e também para mos-

www.macacodumal.com.br trar a comunidade rpgistica o potencial desse jogo nacional, escrito

https://www.facebook.com/Macaco.Dumal.RPG/ e produzido pelo Alan Rozante. As ideias aqui contidas servem ao

Caronte é uma marca comercial registrada ® Macaco Dumal Hobbies. propósito máximo de estimular a criatividade e auxiliar a comuni-

dade na criação das suas próprias aventuras. Este zine tem como

finalidade entregar para a comunidade do Caronte, um produto de


alta qualidade e que venha acrescentar as suas sessões. O material
é todo colaborativo e foi idealizado dentro da própria comunidade,

pelos próprios integrantes. Este material é uma forma sincera de

agradecer a comunidade do Caronte — A Crônica dos Penitentes


— e também de convidar a todos que se interessarem, a conhecer

este RPG nacional e fazer parte dessa comunidade.

Tom AliançaRPG
Macaco Dumal Hobbies
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Esta edição de Caronte possui
direitos autorais de © 2020.
SEMENTES DE AVENTURAS
Rio das almas Sonhos da Família
Tom AliançaRPG Ricardo Scarione Camargo
Em uma cidadezinha pequena do interior, há um rio peri- Um jovem casal resolve adotar uma criança para preencher
goso e traiçoeiro, onde adolescentes e jovens se arriscam a casa de alegria e oferecer o lar para uma adorável criança,
a nadar para se refrescar em dias quentes. O rio já foi porém com a chegada do novo filho a princípio, sonhos pare-
responsável por muitas vítimas de afogamento ao longo cem se tornar realidade sempre que o menino dorme. Espíri-
dos anos, porém de uns tempos para cá, o número de ví- tos obsessores começam a despertar interesse em explorar
timas referente a afogamento triplicou. Isso despertou a os sonhos dessa criança, e se aproveitam dessa brecha para
atenção de um grupo de ceifeiros que sempre estiveram atormentar a família de uma maneira nova, trazendo os pe-
por ali para colher essas almas. Algo está interferindo no sadelos também para os acordados.
ciclo da vida das pessoas que acabam morrendo ao aden-
trar nesse rio. Algumas almas acabam sumindo e outras
ficam por ali vagando. Um necromante está usando o rio
para coletar almas, com o objetivo de ficar mais forte e
poderoso. Algumas dessas almas ele rejeita enquanto ou-
tras são suas preferidas.

A Rosa Branca
Diego “Mudows” Coelho Cezar
Uma série de assassinatos está aterrorizando uma cida-
de a semanas, deixando seus moradores paranoicos com
seus vizinhos e até mesmo parentes. Pessoas estão sendo
mortas por entes queridos próximos de forma brutal, asfi-
xiadas até a morte com tanta força que em um dos casos o
pescoço da vítima partiu com a pressão aplicada. Embora
existam provas concretas do nefasto ato, os acusados in-
sistem não lembrar de ter cometido um ato tão hediondo,
ainda mais contra uma pessoa amada. Estranhamente, a
única coisa que liga os assassinatos até o momento é que
todas as vítimas foram encontradas com uma rosa branca
delicadamente plantada em sua boca aberta, e o assassino
rezando em penitência pelo ato cometido ao seu lado. Cei-
feiros e investigadores descobrem que este evento ocorre
na cidade a cada 70 anos, onde são encontradas 7 vítimas
com o mesmo modus operandi. Uma investigação mais a
fundo revela que um obsessor, originalmente o espírito de
um padre, é o responsável pelo ciclo e ele escolhe suas
vítimas com base nos Sete Pecados Capitais, e desaparece
depois de consumir a alma da última. O tempo é curto para
eles, pois 4 pessoas já foram vítimas e a próxima pode apa-
recer a qualquer momento.
O ventre da Viúva
(Geradores para Caronte)
Dennis Patrício Alves
Gerador aleatório de Desastres
1. Ceifeiros estão desaparecendo em determinada região,
muitas almas estão “acumulando” no plano terrestre

2. Um desmoronamento ocorreu novamente, dizem ser


feito por um grupo de almas controladas, já e o 22ª local
diferente que isso ocorre.
Gerador de Locais
1. Um cemitério onde ceifeiros não conseguem adentrar em 3. Rituais de reanimação estão sendo feitos e grande parte
seus limites. das almas estão retornando involuntariamente, e fican-
do presas em seus corpos mortos.
2. Almas assombram um prédio, ceifeiros já tentaram, mas
não conseguem leva-las. 4. Um grupo de Ceifeiros perderam seus poderes e não
podem ajudar as almas dos que se foram
3. Um Monólito no centro de uma construção antiga. Rumores
dizem que é o um portal responsável por fazer a passagem 5. Um antigo Necromante esta confiscando almas por
das almas. onde passa, ceifeiros que o encontram estão desapare-
cidos, cada cidade onde passa o torna mais forte.
4. Floresta conhecida por matar pessoas e prender suas almas.
6. Diversas pessoas estão morrendo e quando o fio da
5. Uma montanha que engole almas e as deixa acreditar que vida se rompe, não fica uma alma para ser levada.
ainda estão vivas.

6. Jogue novamente.

Gerador de Evento Aleatório


1. Uma alma que o Ceifeiro por algum motivo desconheci-
do não consegue levar.

2. Um grupo de necromantes que ajudam almas a fazer a


passagem, não se sabe o motivo do porque fazem isso.

3. Um ceifeiro e um necromante amigos têm um acordo


esquisito e nenhum outro ceifeiro ou necromante con-
seguem levar uma alma onde eles estão

4. Jogue novamente.

5. Ceifeiro que se diz Deus e quer se mostrar a humani-


dade e contar o que os espera no fim.

6. Ceifeiro desistiu de sua “profissão” e prega peças nas


almas que encontra.
CONTOS DE CARONTE
RÉQUIEM DE SAUDADES
Hindemburg Henrique

U
ma fogueira está acesa às margens do Estige, um grupo de ceifeiros sentados procurando
se esquentar dos ventos gélidos ao mesmo tempo em que esperam mais um para poderem
enfim partir para mais uma colheita. Estavam todos conversando e não prestaram atenção
naquele que se aproximava, porém, não havia como não perceber a presença poética que
chegava, de repente o som das vozes dos ceifeiros que conversavam em volta do fogo é si-
lenciado pelo som de uma melodiosa canção tocada com um violino, todos foram tomados por uma sensação
de calmaria misturada com um a certa tristeza.
Um dos que ali estavam percebe e diz: —Ele chegou, deem espaço para aquele que faltava. — Quem é esse?
—É Phellipo, o ceifeiro que nos conduzirá por Siara Grande — Siara Grande? Onde fica isso? Phelipo se
aproxima saindo das sombras da qual estava, e pousando seu violino diz: — Boa noite a todos, como falaram
me chamo Phellipo, e serei o guia de vocês pelas terras de Siara Grande, as terras esquecidas pelo tempo no
Nordeste de Sete Além, após atravessarmos o Agreste das Almas.
Em seguida, todos veem Phellipo levantar a manga de seu manto e
como um passe de mágica, guardar o seu violino, ele então ca-
minha e senta-se ao lado dos demais em torno da fogueira. —
Como é esse local para onde estamos indo? Esse Siara Gran-
de? Alguém pergunta. Phellipo olhando para todos responde:
— Siara Grande é um paraíso, mas também pode ser a ruina
de muitos ceifeiros pois é um local onde presente e passado
comungam entre si.
Antes que terminasse alguém o interrompe dizendo: — Sete Além
e Siara Grande são totalmente diferentes, por mais que tenham uma
estrutura similar de construções e resquícios históricos em Siara
Grande vocês devem ter cuidado com tudo, mas, principalmente
com vocês mesmos pois é um local que além da estrutura tem consigo
resquícios de memórias de ceifeiros que viveram e vivem por lá. Só é
possível andar em Siara Grande quem foi gerado nele. — Como
assim? Um dos ceifeiros pergunta, alimentando a curiosidade de
todos que ali estavam, alguns deles jovens ceifeiros que esta-
vam por fazer sua primeira colheita. — Todos vocês aqui de-
vem saber como se tornaram um ceifeiro, cada um de vocês
tem consigo suas lembranças de quem foram e eu não sou
diferente, trago comigo o que um dia eu fui e o que me tornei.
Alguém que viveu entre o limiar entre a Glória e o Esqueci-
mento, isto é a condição que nos faz ser quem somos, e mesmo
depois de tudo ainda vivemos da mesma forma, mas ao mesmo
tempo de um modo diferente dessa vez não apenas desejamos,
mas somos responsáveis pelo nosso caminho junto a trama. Te-
mos a chance de reescrever a nossa trama ao mesmo tempo em
que podemos parti-la totalmente de forma consciente. — Des-
cansem, pois, a viagem será longa. Siara Grande é um local
onde o post-mortem pode ser apenas uma faixa de tempo tão
ínfima como um milésimo de segundos.
Os Historiadores
MISTÉRIOS DE sete ALÉM

U
ma das coisas mais estranhas com relação a 7 Além é sua composição. A energia que a compõe está
diretamente relacionada as memórias dos vivos, e essas memórias podem ou ser exatas. Os histo-
riadores são espíritos de pessoas que se frustraram na literatura. Escritores que nunca escreveram,
que nunca conseguiram publicar suas estórias, que nunca conseguiram viver de sua escrita. Por um
motivo ou outro, os espíritos que pertencem a essa casta em 7 Além encontraram, após a morte, uma motivação
para contribuir com suas existências. A força de finalmente serem reconhecidos e saírem do anonimato, fizeram
deles criaturas de valor, um valor que não tinham em vida, mas porquê?

Bom isso é bem complexo de responder. A explicação simples é que os historiadores ao morrerem recebem acesso
a uma parte das memórias do “todo cosmo” através do “Livro dos Nomes”, um livro negro, com inscrições que
apenas seu portador sabe entender. Outras criaturas de 7 Além que tentem abrir o livro não conseguem, pois, para
abri-lo, apenas o Historiador portador pode fazê-lo. Os Historiadores de 7 Além são na realidade contadores de
histórias, mas eles jamais conseguem contar uma história nova ou que já não tenha sido contada por ninguém. Ao
escrever suas histórias, que são memorias do mundo dos vivos, os historiadores criam esses lugares em 7 Além, e
de quebra, mantem sua própria existência como relevante.

Mas, como os historiadores recebem as informações do mundo dos vivos? Todos os dias, os Historiadores reco-
lhem-se nas bibliotecas dos ancestrais, um local de 7 Além que apenas os Historiadores e os Precursores conhe-
cem. Essa biblioteca concentra todo o conhecimento que já foi criado pela humanidade, mas ao mesmo tempo,
esse conhecimento não é codificável por Historiadores inexperientes, apenas aqueles que permaneceram por mais
tempo em 7 Além conhecem os mistérios dessa biblioteca. Externamente ela parece uma capela gótica, com duas
grandes torres e uma porta em v invertido com rostos gritando encrustado nela. Esses rostos são de historiadores
que perderam suas funções e acabaram sendo condenados a fazerem parte do “acervo” da biblioteca, seus livros
são adicionados à coleção da biblioteca e suas almas são fundidas as paredes dela. O valor de um Historiador vem
de sua capacidade de descrever o que vê, com o máximo de detalhes possível. Sua razão de existência é manter as
memórias de 7 Além vivas, consequentemente as memórias da humanidade vivas. Muito do que existe em 7 Além
estão escritas nos livros dos Historiadores, mas muitos foram absorvidas pela Biblioteca dos Ancestrais, por isso,
muitos dizem que existe uma conspiração dos Bibliotecários, para manter suas próprias existências, fazendo com
que outros historiadores perderem-se nas memórias de outras pessoas e perderem sua capacidade e objetividade
de relatar bem o que viu.

Mas como e porque isso acontece? Cada vez que um historiador escreve em seu livro, ele gasta uma folha. Todos
os dias nos quais ele não escreve no livro, uma parte de sua essência se esvai para sempre, indo para a biblioteca.
Toda vez que essa folha é gasta, é menos uma folha em seu livro. A quantidade de folhas que um historiador tem
depende de sua própria força de vontade. Normalmente um Historiador tem 100x seu valor de Determinação em
número de folhas em seu livro. Essa quantidade de folhas pode ser aumentada das seguintes maneiras: aumentan-
do seu Intelecto ou Psique; ou com moedas dos Ceifadores (normalmente negociando em troca de informações).
Todos os dias em que deixar de escrever no livro, um Historiador perde um ponto de Determinação permanente-
mente. Caso o valor chegue a 0, um Historiador é absorvido pela Biblioteca dos Ancestrais, um destino bem pior
que a morte.

Sérgio Mirre do Magias & Dragões

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