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CARONTE
SEMENTES DE MISTÉRIOS DE
AVENTURAS
7 ALÉM
O ventre
Da viúva
Editorial
Editor: Tom AliançaRPG
Você conhece o RPG nacional Caronte – A Crônica dos Penitentes?
Diagramador e Layout: Alan Rozante
No RPG do Caronte, os jogadores lidam com o drama e a comple-
Colaboradores: xidade da morte a todo instante, porém, diferente do que estamos
Dennis Patrício Alves acostumados em outros jogos aqui os jogadores têm o vislumbre da
Diego “Mudows” Coelho Cezar morte através de entidades que estão muito próximas a ela e que são
Caronte é uma marca comercial registrada ® Macaco Dumal Hobbies. propósito máximo de estimular a criatividade e auxiliar a comuni-
dade na criação das suas próprias aventuras. Este zine tem como
Tom AliançaRPG
Macaco Dumal Hobbies
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A Rosa Branca
Diego “Mudows” Coelho Cezar
Uma série de assassinatos está aterrorizando uma cida-
de a semanas, deixando seus moradores paranoicos com
seus vizinhos e até mesmo parentes. Pessoas estão sendo
mortas por entes queridos próximos de forma brutal, asfi-
xiadas até a morte com tanta força que em um dos casos o
pescoço da vítima partiu com a pressão aplicada. Embora
existam provas concretas do nefasto ato, os acusados in-
sistem não lembrar de ter cometido um ato tão hediondo,
ainda mais contra uma pessoa amada. Estranhamente, a
única coisa que liga os assassinatos até o momento é que
todas as vítimas foram encontradas com uma rosa branca
delicadamente plantada em sua boca aberta, e o assassino
rezando em penitência pelo ato cometido ao seu lado. Cei-
feiros e investigadores descobrem que este evento ocorre
na cidade a cada 70 anos, onde são encontradas 7 vítimas
com o mesmo modus operandi. Uma investigação mais a
fundo revela que um obsessor, originalmente o espírito de
um padre, é o responsável pelo ciclo e ele escolhe suas
vítimas com base nos Sete Pecados Capitais, e desaparece
depois de consumir a alma da última. O tempo é curto para
eles, pois 4 pessoas já foram vítimas e a próxima pode apa-
recer a qualquer momento.
O ventre da Viúva
(Geradores para Caronte)
Dennis Patrício Alves
Gerador aleatório de Desastres
1. Ceifeiros estão desaparecendo em determinada região,
muitas almas estão “acumulando” no plano terrestre
6. Jogue novamente.
4. Jogue novamente.
U
ma fogueira está acesa às margens do Estige, um grupo de ceifeiros sentados procurando
se esquentar dos ventos gélidos ao mesmo tempo em que esperam mais um para poderem
enfim partir para mais uma colheita. Estavam todos conversando e não prestaram atenção
naquele que se aproximava, porém, não havia como não perceber a presença poética que
chegava, de repente o som das vozes dos ceifeiros que conversavam em volta do fogo é si-
lenciado pelo som de uma melodiosa canção tocada com um violino, todos foram tomados por uma sensação
de calmaria misturada com um a certa tristeza.
Um dos que ali estavam percebe e diz: —Ele chegou, deem espaço para aquele que faltava. — Quem é esse?
—É Phellipo, o ceifeiro que nos conduzirá por Siara Grande — Siara Grande? Onde fica isso? Phelipo se
aproxima saindo das sombras da qual estava, e pousando seu violino diz: — Boa noite a todos, como falaram
me chamo Phellipo, e serei o guia de vocês pelas terras de Siara Grande, as terras esquecidas pelo tempo no
Nordeste de Sete Além, após atravessarmos o Agreste das Almas.
Em seguida, todos veem Phellipo levantar a manga de seu manto e
como um passe de mágica, guardar o seu violino, ele então ca-
minha e senta-se ao lado dos demais em torno da fogueira. —
Como é esse local para onde estamos indo? Esse Siara Gran-
de? Alguém pergunta. Phellipo olhando para todos responde:
— Siara Grande é um paraíso, mas também pode ser a ruina
de muitos ceifeiros pois é um local onde presente e passado
comungam entre si.
Antes que terminasse alguém o interrompe dizendo: — Sete Além
e Siara Grande são totalmente diferentes, por mais que tenham uma
estrutura similar de construções e resquícios históricos em Siara
Grande vocês devem ter cuidado com tudo, mas, principalmente
com vocês mesmos pois é um local que além da estrutura tem consigo
resquícios de memórias de ceifeiros que viveram e vivem por lá. Só é
possível andar em Siara Grande quem foi gerado nele. — Como
assim? Um dos ceifeiros pergunta, alimentando a curiosidade de
todos que ali estavam, alguns deles jovens ceifeiros que esta-
vam por fazer sua primeira colheita. — Todos vocês aqui de-
vem saber como se tornaram um ceifeiro, cada um de vocês
tem consigo suas lembranças de quem foram e eu não sou
diferente, trago comigo o que um dia eu fui e o que me tornei.
Alguém que viveu entre o limiar entre a Glória e o Esqueci-
mento, isto é a condição que nos faz ser quem somos, e mesmo
depois de tudo ainda vivemos da mesma forma, mas ao mesmo
tempo de um modo diferente dessa vez não apenas desejamos,
mas somos responsáveis pelo nosso caminho junto a trama. Te-
mos a chance de reescrever a nossa trama ao mesmo tempo em
que podemos parti-la totalmente de forma consciente. — Des-
cansem, pois, a viagem será longa. Siara Grande é um local
onde o post-mortem pode ser apenas uma faixa de tempo tão
ínfima como um milésimo de segundos.
Os Historiadores
MISTÉRIOS DE sete ALÉM
U
ma das coisas mais estranhas com relação a 7 Além é sua composição. A energia que a compõe está
diretamente relacionada as memórias dos vivos, e essas memórias podem ou ser exatas. Os histo-
riadores são espíritos de pessoas que se frustraram na literatura. Escritores que nunca escreveram,
que nunca conseguiram publicar suas estórias, que nunca conseguiram viver de sua escrita. Por um
motivo ou outro, os espíritos que pertencem a essa casta em 7 Além encontraram, após a morte, uma motivação
para contribuir com suas existências. A força de finalmente serem reconhecidos e saírem do anonimato, fizeram
deles criaturas de valor, um valor que não tinham em vida, mas porquê?
Bom isso é bem complexo de responder. A explicação simples é que os historiadores ao morrerem recebem acesso
a uma parte das memórias do “todo cosmo” através do “Livro dos Nomes”, um livro negro, com inscrições que
apenas seu portador sabe entender. Outras criaturas de 7 Além que tentem abrir o livro não conseguem, pois, para
abri-lo, apenas o Historiador portador pode fazê-lo. Os Historiadores de 7 Além são na realidade contadores de
histórias, mas eles jamais conseguem contar uma história nova ou que já não tenha sido contada por ninguém. Ao
escrever suas histórias, que são memorias do mundo dos vivos, os historiadores criam esses lugares em 7 Além, e
de quebra, mantem sua própria existência como relevante.
Mas, como os historiadores recebem as informações do mundo dos vivos? Todos os dias, os Historiadores reco-
lhem-se nas bibliotecas dos ancestrais, um local de 7 Além que apenas os Historiadores e os Precursores conhe-
cem. Essa biblioteca concentra todo o conhecimento que já foi criado pela humanidade, mas ao mesmo tempo,
esse conhecimento não é codificável por Historiadores inexperientes, apenas aqueles que permaneceram por mais
tempo em 7 Além conhecem os mistérios dessa biblioteca. Externamente ela parece uma capela gótica, com duas
grandes torres e uma porta em v invertido com rostos gritando encrustado nela. Esses rostos são de historiadores
que perderam suas funções e acabaram sendo condenados a fazerem parte do “acervo” da biblioteca, seus livros
são adicionados à coleção da biblioteca e suas almas são fundidas as paredes dela. O valor de um Historiador vem
de sua capacidade de descrever o que vê, com o máximo de detalhes possível. Sua razão de existência é manter as
memórias de 7 Além vivas, consequentemente as memórias da humanidade vivas. Muito do que existe em 7 Além
estão escritas nos livros dos Historiadores, mas muitos foram absorvidas pela Biblioteca dos Ancestrais, por isso,
muitos dizem que existe uma conspiração dos Bibliotecários, para manter suas próprias existências, fazendo com
que outros historiadores perderem-se nas memórias de outras pessoas e perderem sua capacidade e objetividade
de relatar bem o que viu.
Mas como e porque isso acontece? Cada vez que um historiador escreve em seu livro, ele gasta uma folha. Todos
os dias nos quais ele não escreve no livro, uma parte de sua essência se esvai para sempre, indo para a biblioteca.
Toda vez que essa folha é gasta, é menos uma folha em seu livro. A quantidade de folhas que um historiador tem
depende de sua própria força de vontade. Normalmente um Historiador tem 100x seu valor de Determinação em
número de folhas em seu livro. Essa quantidade de folhas pode ser aumentada das seguintes maneiras: aumentan-
do seu Intelecto ou Psique; ou com moedas dos Ceifadores (normalmente negociando em troca de informações).
Todos os dias em que deixar de escrever no livro, um Historiador perde um ponto de Determinação permanente-
mente. Caso o valor chegue a 0, um Historiador é absorvido pela Biblioteca dos Ancestrais, um destino bem pior
que a morte.