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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

JOÃO MATTEUS FRANCISCO MARQUES

PESQUISA E REDAÇÃO PARA TCC EM DESIGN:


PROJETO DE UMA NOVA IDENTIDADE VISUAL PARA EMPRESA TENTEM
ALIMENTOS

Florianópolis
2021
2

JOÃO MATTEUS FRANCISCO MARQUES

PESQUISA E REDAÇÃO PARA TCC EM DESIGN:


PROJETO DE UMA NOVA IDENTIDADE VISUAL PARA EMPRESA TENTEM
ALIMENTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Design da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Design.

Orientadora: Prof. Kamilla Souza

Florianópolis
2021
3

JOÃO MATTEUS FRANCISCO MARQUES

PESQUISA E REDAÇÃO PARA TCC EM DESIGN:


PROJETO DE MARCA PARA TENTEM ALIMENTOS

Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado à


obtenção do título de Bacharel em Design e
aprovado em sua forma final pelo Curso de
Design, da Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Florianópolis, dezembro de 2021.

______________________________________________________
Prof. e orientadora Kamilla Santos de Souza
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Tiago André da Cruz
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Vinicius Roberto Maciel
Universidade do Sul de Santa Catarina
4

AGRADECIMENTO

Primeiramente e principalmente aos meus pais que não mediram esforços desde o
começo do curso quando iniciei sem garantia se eu fosse continuar, devido a questões de bolsa,
mas com muita força de vontade e insistência conseguimos que eu continuasse. Minha mãe foi
fundamental na minha trajetória na faculdade por diversos motivos, pois ela é a minha maior
inspiração pra vida e pra tudo que faço, sou agradecido por tudo que ela fez e faz por mim.
Agradeço também ao meu pai que junto dela sempre me apoiaram nas minhas escolhas e as
pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu pudesse viver esse momento. Não
poderia deixar de agradecer também, alguns professores do curso de design, não irei citar nomes
pois poderei esquecer algum, que sempre me estenderam as mãos, e foram super atenciosos
comigo, por isso sou grato. Por último, agradeço a Deus, pois em meio a muitas dificuldades
que encontrei pelo caminho, pessoalmente, e nessa trajetória da faculdade, chegando no
mercado de trabalho, consegui vencer muitos obstáculos e também por ele estar me
proporcionando vencer mais uma fase da minha vida e minha mãe poder presenciar esse
momento.
5

RESUMO

Este trabalho tem como propósito solucionar um problema de design existente na


empresa Tentem Alimentos que, consiste no desenvolvimento de um sistema de identidade
visual. A empresa atua hoje no mercado de alimentos, mais precisamente no setor de temperos
para a classe popular, no litoral de Santa Catarina, e busca uma expansão escalável para outros
estados do país. Através da metodologia de design da Alina Wheeler, será criado um projeto de
identidade visual e um manual da marca que, ajudará a empresa a se expressar da forma correta
no mercado, diante do público e dos concorrentes, possibilitando mais assertividade quanto ao
seu posicionamento ao se conectar com as pessoas.

Palavras-chave: Design Gráfico. Identidade Visual. Design de Marca.


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ABSTRACT

This work aims to solve an existing design problem in the company Tentem Alimentos,
which consists in the development of a visual identity system. The company currently operates
in the food market, more precisely in the seasoning sector for the popular class, on the coast of
Santa Catarina, and seeks a scalable expansion to other states in the country. Through Alina
Wheeler's design methodology, a visual identity project and a brand manual will be created that
will help the company to express itself correctly in the market, in front of the public and
competitors, enabling more assertiveness regarding its positioning in the market. connect with
people.

Keywords: Graphic Design. Visual identity. Brand Design.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Identidade Visual Provisória da Empresa Tentem Alimentos ............................... 15


Figura 02 – Embalagem Atual da Empresa Tentem Alimentos ............................................... 16
Figura 03 – Metodologia Alina Wheeler .................................................................................. 20
Figura 04 – Exemplos de Unidade ............................................................................................ 26
Figura 05 – Exemplos de Segregação ....................................................................................... 26
Figura 06 – Exemplos de Unificação ........................................................................................ 27
Figura 07 – Exemplos de Fechamento ...................................................................................... 27
Figura 08 – Exemplos de Continuidade .................................................................................... 28
Figura 09 – Exemplos de Proximidade .................................................................................... 28
Figura 10 – Exemplos de Semelhança ..................................................................................... 29
Figura 11 – Pregnância da Forma ............................................................................................ 29
Figura 12 – Representação Gráfica do Círculo, Quadrado e Triângulo .................................. 30
Figura 13 – Representação de Ponto ....................................................................................... 31
Figura 14 – Representação de Linha ....................................................................................... 31
Figura 15 – Representação de Plano ........................................................................................ 32
Figura 16 – Representação de Volume .................................................................................... 33
Figura 17 – Representação de Configuração Real ................................................................... 33
Figura 18 – Representação de Configuração Esquemática ...................................................... 34
Figura 19 – Tipos de Letras ..................................................................................................... 38
Figura 20 – Símbolos ............................................................................................................... 39
Figura 21 – Signos .................................................................................................................... 40
Figura 22 – Símbolos Abstratos ............................................................................................... 40
Figura 23 – Símbolos Figurativos Baseados em Ícones ........................................................... 41
Figura 24 – Símbolos Figurativos Baseados em Fonogramas .................................................. 41
Figura 25 – Símbolos Figurativos Baseados em Ideogramas ................................................... 41
Figura 26 – Personagens da Marca ........................................................................................... 42
Figura 27 – Assinatura Visual .................................................................................................. 43
Figura 28 – Assinatura Visual com Tagline ............................................................................. 44
Figura 29 – Assinatura Visual vertical e horizontal .................................................................. 44
Figura 30 – Embalagem Coca-Cola .......................................................................................... 45
Figura 31 – Cores preferidas e menos preferidas entre as pessoas .......................................... 47
Figura 32 – Identidade Visual McDonald´s .............................................................................. 48
8

Figura 33 – Identidade Visual Burger King .............................................................................. 48


Figura 34 – Alfabetos com serifas, sem serifas e decorativos .................................................. 50
Figura 35 – Gráficos Gerados pelo Instagram ......................................................................... 60
Figura 36 – Gráfico Pergunta 1 ................................................................................................ 62
Figura 37 – Gráfico Pergunta 2 ............................................................................................... 62
Figura 38 – Gráfico Pergunta 3 ............................................................................................... 63
Figura 39 – Gráfico Pergunta 4 ................................................................................................ 63
Figura 40 – Gráfico Pergunta 5 ................................................................................................. 64
Figura 41 – Gráfico Pergunta 6 ............................................................................................... 65
Figura 42 – Gráfico Pergunta 7 ............................................................................................... 66
Figura 43 – Gráfico Pergunta 8 ............................................................................................... 67
Figura 44 – Gráfico Pergunta 9 ............................................................................................... 68
Figura 45 – Gráfico Pergunta 10 ............................................................................................. 69
Figura 46 – Gráfico Pergunta 11 .............................................................................................. 70
Figura 47 – Gráfico Pergunta 12 ............................................................................................... 71
Figura 48 – Gráfico Pergunta 13.............................................................................................. 72
Figura 49 – Gráfico Pergunta 14 .............................................................................................. 73
Figura 50 – Gráfico Pergunta 15 ............................................................................................. 74
Figura 51 – Gôndola com alguns produtos da Tentem ............................................................ 77
Figura 52 – Perfil da Tentem no Instagram ............................................................................. 78
Figura 53 – Gôndola com alguns produtos da Edimar ............................................................ 79
Figura 54 – Embalagem Edimar .............................................................................................. 79
Figura 55 – Gôndola com alguns produtos da Olliva Condimentos ........................................ 80
Figura 56 – Embalagem Olliva Condimentos ........................................................................... 79
Figura 57 – Gôndola com alguns produtos da Da Cozinha ...................................................... 81
Figura 58 – Embalagem Da Cozinha ........................................................................................ 79
Figura 59 – Painel Visual ......................................................................................................... 87
Figura 60 – Alternativas Tipográficas de Apoio ao Logotipo ................................................. 88
Figura 61 – Alternativas Tipográficas de Apoio à Marca ....................................................... 89
Figura 62 – Alternativas Tipográficas do Título do Produto .................................................... 91
Figura 63 – Alternativas Tipográficas de Informações Gerais na Etiqueta .............................. 92
Figura 64 – Alternativas Cromáticas ....................................................................................... 93
Figura 65 – Cores Principais e suas Tonalidades .................................................................... 94
Figura 66 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão .............................................................. 96
9

Figura 67 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão ............................................................. 97


Figura 68 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão ............................................................. 98
Figura 69 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão ............................................................. 99
Figura 70 – Alternativas Logotipo Rascunhos no Computador .............................................. 100
Figura 71 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão ........................................ 101
Figura 72 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão ......................................... 102
Figura 73 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão ........................................ 103
Figura 74 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos no Computador ......................... 104
Figura 75 – Alternativas Finais do Logotipo ......................................................................... 105
Figura 76 – Alternativas Finais das Ilustrações Visuais ......................................................... 106
Figura 77 – Refinamento do Logotipo ................................................................................... 107
Figura 78 – Refinamento das Ilustrações Visuais .................................................................. 108
Figura 79 – Refinamento do Logotipo e Ilustração em forma de Selo .................................... 109
Figura 80 – Estudo Cromático do Logotipo, Selo e Elementos Visuais ............................... 110
Figura 81 – Manual da Marca Apresentação e História da Marca .......................................... 111
Figura 82 – Manual da Marca Conceito ................................................................................. 112
Figura 83 – Manual da Marca Uso Horizontal ........................................................................ 113
Figura 84 – Manual da Marca Detalhamento do Logotipo ................................................... 114
Figura 85 – Manual da Marca Selo ....................................................................................... 115
Figura 86 – Manual da Marca Cores ..................................................................................... 116
Figura 87 – Manual da Marca Variações ............................................................................... 117
Figura 88 – Manual da Marca Tipografia do Logotipo e de Apoio ........................................ 118
Figura 89 – Manual da Marca Tipografia de Apoio a Marca ................................................. 119
Figura 90 – Manual da Marca Tipografia de Apoio a Marca ................................................ 120
Figura 91 – Manual da Marca Arejamento ............................................................................. 121
Figura 92 – Manual da Marca Limite de Redução .................................................................. 122
Figura 93 – Manual da Marca Tipografia para Etiquetas ....................................................... 123
Figura 94 – Manual da Marca Tipografia para Etiquetas ...................................................... 124
Figura 95 – Manual da Marca Padronagem ............................................................................ 125
Figura 96 – Manual da Marca Usos Indevidos ....................................................................... 126
Figura 97 – Manual da Marca Usos Indevidos ....................................................................... 127
Figura 98 – Manual da Marca Aplicações .............................................................................. 128
Figura 99 – Manual da Marca Aplicações Cartão de Visitas ................................................. 129
Figura 100 – Manual da Marca Aplicações Crachá ................................................................ 130
10

Figura 101 – Manual da Marca Aplicações Frota ................................................................... 131


Figura 102 – Manual da Marca Aplicações Uniformes .......................................................... 132
Figura 103 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Display ............................................ 133
Figura 104 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Ecobag ............................................. 134
Figura 105 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Site ................................................... 135
Figura 106 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Outdoor ............................................ 136
Figura 107 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Instagram ........................................ 137
Figura 108 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Etiqueta ........................................... 138
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
1.1 PROBLEMÁTICA ........................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivos gerais .......................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 17
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 18
1.4 PROCESSOS METODOLÓGICOS ................................................................................ 18
1.4.1 Condução da Pesquisa ............................................................................................... 20
1.4.2 Classificação da Estratégia ........................................................................................ 21
1.4.3 Design da Identidade ................................................................................................. 21
1.4.4 Criação de Pontos de Contato ................................................................................... 21
1.4.5 Gestão de Ativos ......................................................................................................... 22
1.5 DELIMITAÇÃO .............................................................................................................. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 23
2.1 FORMA ............................................................................................................................ 23
2.1.1 Gestalt ......................................................................................................................... 23
2.1.2 Linguagem Visual ...................................................................................................... 27
2.2 MARCA ........................................................................................................................... 31
2.3 IDENTIDADE VISUAL .................................................................................................. 33
2.3.1 Logotipo ...................................................................................................................... 35
2.3.2 Símbolo ....................................................................................................................... 36
2.3.3 Assinatura Visual ....................................................................................................... 40
2.3.4 Cor(cores) Padrão ...................................................................................................... 42
2.3.5 Alfabeto Padrão ......................................................................................................... 46
3 PROJETO DE DESIGN ................................................................................................. 48
3.1 CONDUÇÃO DA PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DA ESTRATÉGIA ..................... 48
3.1.1 Compreendendo a Empresa ...................................................................................... 48
3.1.1.1 Sobre a Empresa .................................................................................................. 48
3.1.1.2 Sobre a Marca ...................................................................................................... 50
3.1.1.3 Produtos e Serviços .............................................................................................. 51
3.1.1.4 Definindo Missão, Visão e Valores...................................................................... 52
3.1.1.5 Público-Alvo ......................................................................................................... 53
12

3.1.1.6 Concorrentes ........................................................................................................ 53


3.1.1.7 Expectativa do Cliente ......................................................................................... 53
3.1.2 Mercado de Atuação .................................................................................................. 53
3.1.2.1 Indústria de Alimentos ........................................................................................ 53
3.1.3 Análise do Público-Alvo ............................................................................................. 56
3.1.4 Análise dos Concorrentes .......................................................................................... 73
3.1.5 Análise e Requisitos de Projeto ................................................................................. 80
3.1.6 Conceito ...................................................................................................................... 84
4 DESIGN DE IDENTIDADE .......................................................................................... 86
4.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ................................................................................. 86
4.2 SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS ................................................................................. 103
4.3 REFINAMENTO ........................................................................................................... 105
4.4 ESTUDO CROMÁTICO ............................................................................................... 108
5 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL ...................................................................... 109
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 137
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 138
APÊNDICE .......................................................................................................................... 141
APÊNDICE A – ENTREVISTA COM CLIENTES ........................................................ 142
13

1 INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira está cada vez mais valorizando a qualidade de suas refeições,
fazendo com que a procura por ingredientes culinários, venha crescendo constantemente.
Segundo o Sebrae (2014) os festivais gastronômicos que acontecem em todas as regiões do
Brasil, tem sido fundamentais para aguçar os gostos dos brasileiros por essas peculiaridades,
ou seja, a utilização de complementos, como, ervas, temperos, molhos, especiarias e
condimentos, para dar mais sabor à elaboração de pratos culinários.
Conforme os dados da Associação Brasileira da indústria de Alimentos - Abia (2020),
a indústria de alimentos e bebidas obteve um crescimento de 6,7% no faturamento, além de um
crescimento de 2,3% em vendas reais, em relação ao ano de 2019, no mercado interno. Dentro
do setor de alimentos, na categoria de “diversos” (molhos, temperos e condimentos, sorvetes e
salgadinhos) ficou entre as quatro categorias que mais cresceram, fechando o ano de 2019 em
3,4%.
Se levarmos em conta as exportações brasileiras de alimentos para o mercado mundial,
o país é um dos líderes no setor, onde mantem um certificado de qualidade, totalizando 34,1
bilhão de dólares e passando o número de mais de 180 países, referente ao fechamento do ano
de 2019 (ABIA, 2020). Mas apontando para o setor de temperos que, num panorama do
mercado mundial movimenta-se 15 bilhões de dólares, Gasparin (2017) ressalta que o Brasil
ainda tem uma participação não tão agressiva nas exportações desse setor, ao contrário de outras
nações, mas o país é dos mais atuantes quando assunto é a importação de temperos naturais.
Contudo, o mercado de ervas e temperos orgânicos no Brasil, tem uma média de crescimento
de 30% ao ano que, por sua vez, é ainda um grande setor a ser explorado.
Em 2020 esperava-se um crescimento entre 2,5% até 3,5% em vendas reais na indústria
de alimentos no Brasil (ABIA, 2020). Mas com a pandemia mundial, isso poderá ser revisto. A
mesma pandemia que afetou a economia mundial também mudou comportamentos e um deles
foi o hábito de cozinhar em casa. Nunca os programas de culinária tiveram tanta procura e a
busca por experiências e receitas tem sido grande. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em abril de 2020 os supermercados bateram o recorde de
vendas, comparado ao mesmo período de 2019, chegando a 5,8% (AGÊNCIA BRASIL, 2020).
Já o Uol (2020), relata o aumento na procura por sites de gastronomia, principalmente
na sua própria plataforma, chegando à números expressivos de 230% de tráfegos, em junho.
Juntamente com sites gastronômicos, canais do YouTube também registraram aumento nas
audiências, como, o famoso programa MasterChef, com crescimento nas suas visualizações,
14

chegando à 51%. Através de uma pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em
Nutrição e Saúde, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, nos últimos
20 anos houve um aumento no consumo de produtos industrializados, entre os brasileiros, mas
conforme dados de 2018, mostrou uma desaceleração nesses consumos e isso teve ainda mais
reflexo durante a pandemia (UOL, 2020). O Uol (2020) ainda cita que, mesmo na pandemia,
com o crescimento considerável por delivery, as pessoas não conseguem viver apenas disso,
pois os valores para manter esse tipo de consumo, ainda são elevados, e nem sempre as comidas
são saudáveis, por isso intensificou um movimento de resgate por velhos hábitos de cozinhar
em casa, e pessoas que não cozinhavam, passaram a consumir este tipo de assunto na internet
e a realizar suas próprias refeições.
Levando em conta os dados acima, entende-se a real oportunidade para a empresa poder
se reinventar no mercado de alimentos e especificamente no de temperos, seu carro-chefe. A
Tentem Alimentos que, atravessou um momento de troca de proprietário, onde deixou de ser
uma empresa familiar, com poucos clientes e pouca produção, além de não ter um planejamento
estratégico e principalmente uma identidade visual planejada, passou a aumentar o numero de
funcionários, clientes e principalmente o mix de produtos, contando com uma identidade visual
provisória e com embalagens novas, o que, mesmo assim passa por um momento de
reconstrução e ampliação mercadológica, por haver diversos problemas de planejamentos,
incluindo a falta de um sistema de identidade visual que posicione a marca nas gôndolas,
facilitando a leitura das próprias etiquetas das embalagens, que solucione a falta de identificação
com o público-alvo, se diferenciando também dos concorrentes, incluindo os meios digitais,
além de trabalhar o posicionamento estratégico interno e externo.
Com base nos dados apresentados, observa-se a necessidade de melhoria e adequação
da identidade visual da empresa Tentem. O presente trabalho visa, com base em pesquisas,
identificar o gosto do público, analisar o mercado vigente e vislumbrar as possibilidades de
adequação da marca, tornando-a assim mais próxima dos seus objetivos de venda. O trabalho
apresenta uma revisão bibliográfica focada na área de design, como estudo preliminar para
desenvolver um projeto dentro dos preceitos da área, conta com uma fase de pesquisa e coleta
de dados, que posteriormente serão analisados pelo autor, para por fim, adentrar no processo
criativo munido de informações e desenvolver uma melhor solução para o projeto de identidade
visual para a empresa Tentem.
15

1.1 PROBLEMÁTICA

A empresa Tentem Alimentos há 30 anos atua no mercado de temperos e especiarias,


seu carro-chefe. Atualmente conta com novos proprietários e com aumento nas linhas de
produtos. A empresa também está de novo endereço localizado na praia da Pinheira, em
Palhoça.
Ao longo desses 30 anos, a empresa atuou no mercado sem qualquer planejamento de
marca e de posicionamento mercadológico, possuindo apenas o nome da empresa estampado
nas etiquetas das embalagens. Com a chegada dos novos proprietários, a empresa adotou uma
identidade visual para ilustrar as embalagens dos produtos que, por um momento permitirá ser
reconhecida nas prateleiras, mas a longo prazo, sem uma identidade visual adequada e sem
planejamento estratégico, não será o suficiente para a empresa crescer no mercado onde atua.
Devido à grande concorrência na região onde atua, Grande Florianópolis, o desejo de
expansão da empresa e um possível aumento nas linhas de produtos, torna-se necessário um
planejamento estratégico que transmita a real essência da empresa atualmente.

Figura 1 – Identidade Visual Provisória da Empresa Tentem Alimentos

Fonte: Acervo do autor (2021).


16

Figura 2 – Embalagem Atual da Empresa Tentem Alimentos

Fonte: Acervo do autor (2021).

A empresa nunca esteve consolidada no mercado desde sua fundação, há 30 anos,


mantendo uma produção baixa e manual, sem planos de expansão, sem investimentos em
marketing e num sistema de identidade visual, o que acabou comprometendo o sucesso da
empresa na área de atuação. Atualmente a empresa conta com novos proprietários que estão
buscando soluções para expansão, seja no aumento nas linhas de produtos, no uso de estratégias
de marketing e na criação de um sistema de identidade visual, mas no momento estão usando
uma marca provisória.
A marca provisória foi desenvolvida após a chegada da nova gestão, mas não utilizou
dos estudos detalhados da identidade da empresa na sua criação, deixando com isso de se
comunicar adequadamente com seu público-alvo e novos consumidores, se tornando uma
marca sem personalidade. Numa rápida análise pudemos observar que ela apresenta elementos
com baixa pregnância e com uma leitura visual dificultosa quando reduzida. Já as cores usadas
– verde e amarelo, remetem a cor dos temperos e condimentos, sem qualquer estratégia de uso,
sem considerar uma diferenciação dos concorrentes e, ainda, sem pensar no que elas poderiam
transmitir para os consumidores, para atraí-los.
17

Nos pontos físicos de vendas, as embalagens da empresa são sempre ofuscadas pelas
dos concorrentes, pois não existe quaisquer pregnância, referente à marca, ao design do rótulo
e a embalagem física, o que é essencial para reter a atenção do consumidor, além de manter
também uma informação clara e adequada. Já sua presença nas plataformas digitais nunca foi
realidade, o que é essencial para uma empresa se apresentar e se destacar no mercado em que
atua, pois também permitirá ampliar seu reconhecimento até mesmo nacionalmente, além de
gerar uma transparência maior com seu público-alvo e consumidores em potenciais.
Percebe-se que, estes componentes criados sem estudos aprofundados, envolvendo a
marca e seu posicionamento, comprometem não só a imagem da empresa, mas seu futuro no
mercado onde atua, em frente aos seus concorrentes.
Considerando a atuação da empresa há 30 anos no mercado de temperos e condimentos,
como o sistema de identidade visual proposto poderá manifestar o novo conceito da empresa
em frente aos seus consumidores e ao mesmo tempo se diferenciar dos concorrentes?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos gerais

Desenvolver uma nova identidade visual e um manual de uso para a empresa Tentem
Alimentos, de forma a estabelecer uma presença mais assertiva da empresa no mercado, frente
aos concorrentes e consumidores.

1.2.2 Objetivos específicos

• Aplicar os conceitos de design da forma na criação da identidade visual


• Compreender o mercado de alimentos e especificamente o de temperos e
condimentos no Brasil
• Definir o público-alvo
• Compreender seus concorrentes
• Reposicionar a empresa no mercado
• Criar uma identidade visual e um sistema de composição da marca
• Desenvolver um manual de uso da marca
18

1.3 JUSTIFICATIVA

Conforme mostrado, há uma real necessidade de um projeto de marca para a Tentem


Alimentos, o que é primordial para uma empresa se apresentar ao mercado. Segundo Strunk
(2001), uma empresa terá maior chance de permanência no mercado onde atua, se tiver uma
marca forte, pois ela possibilita a empresa ter mais chances de vendas, lealdade do consumidor
além de lucro.
O sistema de identidade visual que será desenvolvido para a Tentem Alimentos, ajudará
a empresa a ser uma marca forte, facilitando sua consolidação e expansão no mercado. Já o uso
de forma adequada fará com que a marca seja memorável e reconhecida em qualquer lugar, seja
em um simples panfleto de rua, um outdoor numa rodovia, até um pequeno banner de
propaganda em um site. “A identidade só tem como se impor se os elementos básicos do sistema
tiverem como ser repetidos para que possam ser memorizados” (PEÓN, 2009, p. 19).
Esse projeto também permitirá que a empresa tenha uma marca flexível, ou seja,
adaptável em qualquer plataforma, seja em material impresso ou virtual, permanecendo ativa
na vida de seus consumidores e também se destacando de concorrentes diretos. De acordo com
Peón (2009), uma identidade visual deve ser flexível, ou seja, na sua criação deverá ser levado
em conta inovações tecnológicas, permitindo sua utilização em variadas condições técnicas.
Este trabalho poderá contribuir principalmente para os cursos de design e áreas afins,
como base de dados para suas pesquisas e projetos. Inclui também sua colaboração para a
valorização do design como área de atuação e seus profissionais, que mesmo estando numa
crescente nos grandes centros, ainda há muito o que ser valorizada, e esse projeto sendo
utilizado de forma correta pela empresa, sua marca se tornará cada vez mais referência para que
outros empresários invistam também em design para as suas marcas e negócios. A motivação
por parte do autor em desenvolver este trabalho acadêmico, podendo colocar em prática os
conhecimentos adquiridos durante o curso de design, foi de suma importância, pois servirá
como base para projetos futuros, além de incluí-lo no portfólio profissional.

1.4 PROCESSOS METODOLÓGICOS

A metodologia, é o conjunto de métodos utilizados, bem como o estudo e análise do


mesmo, como diz, Peón (2009). Sendo uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento de
determinado objetivo, que deve servir como um resolvedor de problemas. Para um projeto a
19

etapa de metodologia é primordial para nortear o pesquisador, pois ela auxiliará no


processamento de informações passo a passo para chegar a um determinado objetivo.
Quanto a natureza da pesquisa, será aplicada, pois a partir deste trabalho busca-se
desenvolver uma identidade visual que permita sua aplicação. Como diz, Prodanov e Freitas
(2013), este tipo de pesquisa utiliza de conhecimentos para gerar determinada solução.
Já a pesquisa exploratória, permite que o autor tenha um planejamento de pesquisa mais
flexível, podendo usufruir de levantamento bibliográfico, análises e entrevistas. Com base no
trabalho a ser desenvolvido, esta etapa poderá auxiliar no entendimento do público-alvo, do
mercado inserido e também dos concorrentes. “Esta etapa representa um período de
investigação informal e relativamente livre, no qual o pesquisador procura obter, tanto quanto
possível, entendimento dos fatores que exercem influência na situação que constitui o objeto de
pesquisa” (GIL, 2002, p. 130).
Na abordagem, será utilizada a pesquisa qualitativa, pois permite uma coleta de
informações mais detalhadas e aprofundadas com uma linguagem de escuta e de empatia. Ou
seja, é uma sequência de atividades que permite o uso de matrizes, textos narrativos e
observações, frente a tudo que seja identificado fazer parte do problema a ser resolvido. Por
meio dessa pesquisa, poderá ser possível coletar informações diretamente com consumidores,
vendedores do produto, não-consumidores e também no próprio ponto de venda. Como diz, Gil
(2002, p. 134) “[...] nas pesquisas qualitativas, o conjunto inicial de categorias em geral é
reexaminado e modificado sucessivamente, com vista em obter ideais mais abrangentes e
significativos.”

Foram abordados nos procedimentos as pesquisas bibliográficas, estudos de campo e


levantamentos, pois, possibilitaram obter informações exclusivas para o projeto. A pesquisa
bibliográfica, ajudou o pesquisador a adquirir conhecimentos científicos para fundamentar o
trabalho e identificar assuntos já publicados para a realização do projeto que, são constituídas
por livros, artigos, enciclopédias e meios eletrônicos. Já o estudo de campo e o levantamento
são dois tipos de pesquisas que se complementam e se fazem presentes na obtenção de
informações junto a partes do problema.
Essas duas pesquisas permitiram que o pesquisador fosse até o ponto de venda do
produto, para levantar dados por observação de determinados grupos, ou seja, consumidores,
não-consumidores, simpatizantes da marca, vendedores, e também na realização das entrevistas
identificando características específicas destes indivíduos e criando uma marca mais assertiva.
20

[...] no levantamento procura-se identificar as características dos componentes do


universo pesquisado, possibilitando a caracterização precisa de seus segmentos. Já no
estudo de campo, estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de sua
estrutura social, ou seja, ressaltando a interação entre seus componentes. Dessa forma,
o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação do que de
interrogação (GIL, 2002, p. 53).

A metodologia projetual que foi utilizada, é da Alina Wheeler (2008), como consta na
Figura 1, que, se faz presente em seu livro “Manual de Identidade da Marca”, e é composta por
cinco etapas. Por tanto, foram utilizadas para a realização deste projeto, apenas as quatro
primeiras etapas, já que a quinta etapa é incompatível com a ideia final deste trabalho, pois ela
se faz no gerenciamento dos materiais no mercado que compõem o sistema de identidade visual
da empresa, e isso ficará por conta do cliente.

Figura 3 – Metodologia Alina Wheeler

Fonte: Wheeler (2008).

1.4.1 Condução da Pesquisa

A primeira parte da metodologia, é a Condução da Pesquisa, onde busca conhecer a


empresa de dentro para fora, partindo dos princípios de identificar os pontos chaves da empresa,
seu posicionamento no mercado em frente aos consumidores, informações de posicionamento
dos concorrentes, insights de stakeholders-chave, voz de posicionamentos já usadas e atuais da
empresa. Por final, no relatório da auditoria serão agrupadas as informações obtidas com o
objetivo de identificar possibilidades para o desenvolvimento de uma marca mais conceitual,
estratégica e imponente.
21

1.4.2 Classificação da Estratégia

Na segunda parte, segue o Esclarecimento da Estratégia, onde será reunido tudo que foi
aprendido na primeira parte, unificando as ideias e uma estratégia de posicionamento que
ajudará na criação do briefing da marca, tendo em vista esclarecer a essência e os atributos da
marca, passando pelo briefing de criação, onde todos os pontos estarão esclarecidos e
funcionarão como um mapa para a criação dos objetivos gerais do projetos, sendo, as metas de
comunicação de todos os elementos da identidade da marca, lista de aplicações mais
importantes, mapa mental, o sistema de documentação, benchmarks e datas de apresentação.

1.4.3 Design da Identidade

A terceira parte, é o Design da Identidade onde começa o processo criativo que, busca
a integração do conceito gerado pelos briefings às gerações de alternativas. Esse processo se
inicia pela etapa do logotipo, seguindo para a etapa de definição das cores, onde a meta é que
ela exerça a função de facilitar o reconhecimento e construção do valor da marca, além de ser
um dos elementos de padronização. Partindo para a etapa de tipografias que, devem compor
não só o logotipo, mas toda a forma de comunicação da marca, seguindo um estilo tipográfico
que transmita sentido e reflita o posicionamento da marca, não deixando de ter flexibilidade e
possuir legibilidade. Na etapa de movimento, será possível trazer ainda mais vantagem
competitiva, ou seja, pode-se desenvolver uma animação da própria identidade visual que apoie
a essência da marca, comunicando a sua personalidade para utilização em meios de
comunicação digital. A etapa de ensaio de aplicações, será realizada com rigorosos testes e
exploração de como a marca funcionará hipoteticamente em determinados materiais (plotagem
em veículos, papelaria, brindes, uniformes, entre outros) seguindo seu conceito, sendo viável,
consistente e sustentável. Sendo assim, na etapa de apresentação será abordado todo o
desenvolvimento de design e aplicações aprovadas, podendo ainda sofrer alterações na próxima
parte da metodologia.

1.4.4 Criação de Pontos de Contato

Nesta quarta parte que, é a Criação de Pontos de Contato, será feito o desenvolvimento
e o refinamento do design da marca, para dar início a criação das assinaturas visuais, seus
tamanhos e mídias em que serão aplicadas nos pontos de contatos de acordo com as
22

necessidades da empresa. As assinaturas serão implementadas em papeis timbrados, frota de


carros, propagandas, cartões de visitas, folhetos, embalagens, plataformas virtuais, sinalizações
nos pontos de venda do produto, brindes e etc.

1.4.5 Gestão de Ativos

Por final, a quinta e última parte da metodologia, Gestão de Ativos da identidade da


marca, essa parte se dá no gerenciamento e comprometimento das equipes de marketing ou com
conhecimentos na gestão, em assegurar que todas as aplicações futuras sigam a padronização
proposta, para garantir o sucesso da marca no mercado, além de fazer com que os stakeholders
e clientes criem uma conexão emocional com a marca, construindo fidelidade para o aumento
da preferência pela empresa, produtos e serviços. E para o lançamento de uma nova marca, é
conivente que a empresa lance campanhas internas e externas, sejam elas, reuniões, eventos,
brindes para colaboradores e clientes, sinalização em veículos, propagandas, ações virtuais e
também o desenvolvimento de um livro de marca da empresa que inspire, eduque e construa a
consciência do uso da marca, mostrando o conceito, as especificações dos materiais, diretrizes
e história da empresa. Sendo assim, conclui-se que, a parte cinco da metodologia será
desenvolvida por parte do cliente.

1.5 DELIMITAÇÃO

Será entregue no final deste projeto um sistema de identidade visual, seu manual de
utilização e simulações virtuais da identidade na embalagem, papelaria, outdoor, frota de
veículos e uniformes.
23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FORMA

2.1.1 Gestalt

Unidade: Pode ser constituída de um único elemento, ou um conjunto de elementos que


formam um todo, como na Figura 4.
Figura 4 – Exemplos de unidade

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 26).

Segregação: Pode ser uma ou mais unidades de um todo que, contrastam-se entre si, ou
seja, é um todo formado por elementos que se diferenciam entre si, mostrado na Figura 5.

Figura 5 – Exemplos de segregação

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 27).

Unificação: Na Figura 6 mostra que a Unificação é o equilíbrio visual e a coerência


formal de elementos que formam um todo, ou seja, é um todo formado por diferentes ou
semelhantes elementos que, entre si, formam uma harmonia visual.
24

Figura 6 – Exemplos de unificação

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 28).

Fechamento: Se trata de fechamento sensorial e não físico que, significa uma ordem
espacial ou uma forma que, constituem-se por um agrupamento de elementos, pode ser
entendida também, como, um molde espacial de uma figura configurada por elementos,
mostrado na Figura 7.

Figura 7 – Exemplos de fechamento

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 29).


25

Continuidade: São elementos formais que possuem uma trajetória com certa coerência
e organização visual, ver Figura 8.

Figura 8 – Exemplos de continuidade

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 30).

Proximidade: Na Figura 09 é mostrado a Proximidade que, são unidades iguais e


próximas que, entre si formam um todo.

Figura 09 – Exemplos de proximidade

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 31).


26

Semelhança: É a tendência de conjuntos ou agrupamentos de partes semelhantes a


constituírem um todo, estando em harmonia e equilíbrio visual, ver Figura 10.

Figura 10 – Exemplos de semelhança

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 32).

Pregnância da Forma: É tida como a lei básica da percepção visual da Gestalt. São um
todo com máxima clareza e harmonia visual, mas suas partes podem constituir certa
regularidade ou o mínimo de complicação visual, como mostra a Figura 11.

Figura 11 – Exemplos de pregnância da forma

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 34).

Então, não há de se negar que as leis da gestalt se tornaram primordiais na formação de


imagens, incluindo justamente a área de criação gráfica, priorizando uma leitura visual mais
equilibrada, clara e harmônica. “Tudo isso se trata da organização visual da forma” (GOMES
FILHO, 2008, p. 14).
Sendo assim, para Dondis (1997), qualquer forma é configurada por uma linha na
linguagem das artes visuais, por ele classificadas em três formas básicas: o quadrado, o círculo
e o triângulo equilátero, cada forma com suas características e significados atrelados. As
27

formas, em suas formas mais claras, podem transmitir tais sensações, partindo do quadrado,
que pode transmitir honestidade. Já o triângulo pode transmitir ação e o círculo, proteção.
“Visualizar é ser capaz de formar imagens mentais”, já dizia o autor (DONDIS, 1997, p. 14).

Figura 12 – Representação gráfica do círculo, quadrado e triângulo.

Fonte: Dondis (1997, p. 57).

Em outras palavras, Gomes Filho (2008) também conceitua a forma como um termo que
tem diferentes significados, podendo se instituir em um único ponto, em uma linha, um plano,
em um volume ou numa forma que constitui todos esses atributos.
Dondis (1997) diz que quando algo é projetado, desenhado, pintado ou esculpido, a
substância que compõe visualmente essa obra traz consigo alguns elementos básicos, e para
interpretar essa linguagem visual é preciso compreendê-los, são eles: o ponto, a linha, a forma,
a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Na mesma linha de
pensamento, Gomes Filho (2008) também classifica esses elementos básicos que compõem a
forma, da seguinte maneira:

2.1.2 Linguagem Visual

Ponto: No ponto de vista de Gomes Filho (2008), o arredondamento é a forma mais


apropriada para se denominar um ponto, ele é também o elemento mais simples de uma
comunicação visual. O ponto é considerado qualquer elemento que, mesmo de forma redonda,
tenha grande domínio de tração visual numa composição ou objeto. Em outras palavras e em
concordância com o autor, Dondis (1997) diz que, na natureza o desenho em rotação ou
circunferência, é a forma mais comum encontrada, e que vários pontos justapostos, tem o poder
de criar uma ilusão de tom, e ser capaz de forma uma imagem.
28

Figura 13 – Representação de ponto

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 38).

Linha: A linha para Gomes Filho (2008) é uma sucessão de pontos que estão tão
próximos que é impossível de enxergá-los individualmente, fazendo com que se tornem uma
linha. A linha limita, contorna e da forma, no design, principalmente, podendo classificá-las
como linhas modernas, orgânicas, geométricas, aerodinâmicas e outros. Em concordância,
Dondis (1997) denomina a linha também como uma marca contínua, e a define com pontos em
movimento. O autor ainda continua que, a linha pode se manifestar de diversas formas, por
exemplo, na arte, como elemento fundamental para o desenho.

Figura 14 – Representação de linha

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 39).


29

Plano: Assim como uma linha é considerada uma sucessão de pontos, Gomes Filhos
(2008) define plano como uma sucessão de linhas que, possui duas dimensões, a primeira é
comprimento e a segunda, largura. Ou seja, ela não pode ser expressa num campo espacial com
todas as partes e dimensões do objeto, mas apenas o desenho da superfície como, por exemplo,
uma parede, a faixada de um prédio, um campo de futebol, ruas e até mesmo um desenho.

Figura 15 – Representação de plano

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 40).

Volume: Para Gomes Filho (2008), volume é definido como uma percepção visual
física, ou seja, algo real que seja possível tocar e de solidez tridimensional como, por exemplo,
qualquer tipo de expressão volumosa por meio de artifícios (desenho e pintura) numa superfície
plana. A noção de volume que temos de uma representação visual pode se dar através de alguns
efeitos como, da luz, brilho, sombra, textura, também quanto a perspectivas das formas que se
contrapõe com outras, e as cores que parecem estarem em movimento ressaltando ângulos de
determinadas partes do objeto.
30

Figura 16 – Representação de volume

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 41).

Configuração Real: Gomes Filho (2008) traduz a configuração real sendo a


representação mais próxima possível da forma de determinado objeto, por suas características
espaciais através da fotografia, ilustração, gravura, pintura entre outros.

Figura 17 – Representação de configuração real

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 42).

Configuração Esquemática: Gomes Filho (2008) traduz a configuração esquemática


como a representação de um objeto ou coisa que, ganham forma na nossa percepção, e
externamos isso por meio de desenhos, fotografias, pinturas e ilustrações em forma de silhueta,
ou seja, uma representação chapada, traçada ou contornada do objeto.
31

Figura 18 – Representação de configuração esquemática

Fonte: Gomes Filho (2008, p. 43).

Em concordância com o que foi exposto, Gomes Filho (2008) acredita ser tarefa de o
designer desenvolver projetos que exijam um grau satisfatório e adequado no campo da
percepção visual, com embasamento nos estudos realizados pela gestalt, além do compromisso
de respeitar diferentes padrões culturais e estilos existentes no mundo.
Sabendo disso, percebemos o quão importante e essencial são esses atributos para a
criação de logotipo ou símbolo da marca, além de prestar a devida atenção no conceito que cada
elemento transmitirá é o que fará a identidade visual ser lida com facilidade e memorizada.

2.2 MARCA

As grandes corporações, conforme cresciam, notavam a importância de ter uma


identidade corporativa própria para se comunicar com o público. Conforme Meggs (2009, p.
522), “o design era visto como um caminho importante para formar uma reputação de qualidade
e confiabilidade”. Consequentemente o modelo de produção e venda em massa, fez com que as
empresas percebessem o quão importante e valioso era que as marcas fossem registradas para
o reconhecimento visual.
O autor ressalta que as identidades visuais, nascidas na metade do século XX, tinham
dificuldades em manter uma coerência devido às complicações geradas pelos órgãos nacionais
e multinacionais, mas por meio do design, elas puderam ser revistas e projetadas, de tal forma
a terem uma identidade visual adequada para serem utilizadas em todas as comunicações
(Meggs, 2009). Faggiani (2006) completa que através dos benefícios do design e suas
ferramentas estratégicas de marketing é possível trazer valorização para determinada marca e
produtos, podendo fazê-las se destacarem da concorrência e se tornarem desejáveis para os
consumidores.
32

Com a evolução da tecnologia digital, de computadores e softwares, nos anos 80 e 90,


os designers começaram a ver vantagens na arte de fazer design, e se encantaram com as mais
diversas possibilidades de inovação da área, de acordo com Meggs (2009). Por conta desses
avanços, Denis (2000) aponta, o conceito de design tradicional foi alterando-se, deixando de
ser atribuído apenas ao produto em si, e partindo para uma concepção mais processual e
interativa. O autor afirma que o design “tem suas bases conceituais profundamente ancoradas
na evolução das tecnologias digitais”, havendo uma superação de alguns limites que antes
parecia impossível no campo do design, e através desses avanços, tornou-se muito mais fácil
manipular elementos gráficos (DENNIS, 2000, p. 214).
Faggiani (2006) comenta ainda a importância de um dos atributos que ajudou na
evolução e categorização do design gráfico, o uso da tipografia. Hoje, a facilidade que a
tecnologia trouxe para criação dos tipos, tornou mais fácil a vida dos designers, possibilitando
também a criação destas fontes em grande escala e de forma mais rápida.
Vivemos em uma sociedade de constante mudança, onde as empresas buscam se
adequarem aos costumes e necessidades das pessoas e, com isso, inovarem no mercado e
fazendo com que o fluxo das empresas seja intenso apesar da competição global (STRUNK,
2001). Wheeler (2008) salienta que nessa grande competição para conseguir uma fatia do
mercado, elas buscam cada vez mais em se diferenciar dos concorrentes, foi aí que a marca se
tornou primordial, e através delas, os produtos e serviços transmitem determinados valores e se
tornam mais atrativos na hora da compra, pois uma marca bem definida ajuda a construir uma
empresa.
Para Wheeler (2008, p.12) o conceito de marca destacado em seu livro é de que, “A
marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor
a respeito de um produto, de um serviço ou de uma empresa”. Porém, ela complementa dizendo
que na utilização de uma marca no mercado, é preciso haver padronização e consistência nas
comunicações, sejam elas, reais ou virtuais, pois “Cada ponto de contato é uma oportunidade
para fortalecer uma marca e comunicar a sua essência” (WHEELER, 2008, p.13).
Na definição de Strunk (2001) quanto à marca, ele diz que é um nome e um desenho
que desempenham a função de logotipo e/ ou símbolo e que conforme sua atuação no mercado
gera experiências, reais ou virtuais, objetivas ou subjetivas que passam a ter um valor específico
para os consumidores. Já o conceito definido por Gomes Filho (2008, p.61) traduz uma ideia
mais limitada de marca, focada não na promessa, mas numa visão estática, dizendo que, “Marca
é o conjunto de elementos gráficos visuais, geralmente padronizados e pode constituir-se em
33

um nome, um símbolo gráfico, um logotipo ou na combinação desses elementos. Sua concepção


tem como uso principal identificar algo visualmente”.
Com base nas abordagens em respeito ao conceito de marca, percebe-se que a mesma
não se limita apenas em um conjunto de gráficos visuais, mas sim em uma função
mercadológica que busca um contexto emocional com o objetivo de não ter só uma presença
no mercado, mas principalmente construir uma boa relação com os clientes. E essa fidelidade
se constrói no momento da primeira compra, passando a fazer parte da vida das pessoas, se
tornando frequente nas plataformas decisivas. Destaca Wheeler (2008, p.12) que “as empresas
devem buscar formas de estabelecer uma ligação emocional com os clientes, tornarem-se
insubstituíveis e desenvolver relações duradouras”, pois desde a primeira ação ao levantar da
cama, ir ao banheiro, se arrumar, ir trabalhar e voltar para casa, somos expostos a seis mil
mensagens de marketing, e isso mostra o quanto há presenças de marca no nosso dia a dia.
Até o final do século XIX no Brasil, o design deixou de ser uma área com restrições
tradicionais, e passou a fazer parte de diferentes funções nas organizações, como, setores de
estratégias e marketing, afirma Denis (2000). No mesmo pensamento, Strunk (2001) continua
que, isso refletiu muito na qualidade das comunicações que as pessoas passaram a consumir,
fazendo com que aumentassem a demanda por serviços de design. O autor ainda relata que,
conforme o tempo passa, temos designers melhores, com visões e conceituações diferentes, se
adaptando num mercado que a cada dia se expande mais, e também se atribuindo de
informações e descobertas que a ciência nos disponibiliza frequentemente.

2.3 IDENTIDADE VISUAL

A identidade visual é o que singulariza a identificação de um determinado objeto


visualmente falando e é isso que o faz diferenciar dos demais. Essa singularidade visual se dá
pela forma como se apresentam os elementos e pelos padrões que fazem a identidade visual ter
maior pregnância, fazendo o uso da repetição e da uniformidade (PEÓN, 2009). A autora
continua sua abordagem afirmando que por meio da identidade visual, uma empresa se
beneficia de recursos como, “facilidade de identificação visual, clara diferenciação visual,
associação visual, simbólica e subliminar com um conceito que [...] valorizam a instituição”
(PEÓN, 2009, p.15).
Para Wheeler (2008), a identidade é a expressão autêntica de características visuais e
verbais de uma marca, com base em aspectos, como, visão, metas, valores, voz e personalidade
34

de uma empresa. Ela dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca, tornando-
se uma matriz de comunicação.
Ao criar uma identidade visual, o designer tem como desafio identificar e compreender
informações necessárias da empresa, como destacado acima, e esculpi-la até sua forma mais
pura e simples, com isso projetar a empresa em direção ao crescimento, à mudança e ao sucesso
(WHEELER, 2008).
Em concordância quanto à tradução de identidade visual, Strunk (2001) sintetiza que, é
um conjunto de elementos gráficos traduzidos por uma forma à personalidade de um nome,
ideia, produto ou serviço. “Devem informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer
com quem os vê um nível ideal de comunicação” (STRUNK, 2001, p.57). Na criação de
identidade visual, o autor ainda reitera que devem ser desenvolvidas por designers gráficos e
faz a seguinte afirmação:

Esses profissionais sabem, de forma objetiva e precisa, manipular toda uma série de
teorias e técnicas capazes de transformar os elementos institucionais nos verdadeiros
espíritos das marcas que representam. Isso é fundamental, pois, em termos de
comunicação, as identidades visuais têm dotes e virtudes incomparáveis. Servindo
para diferenciar as marcas, os elementos institucionais são a síntese visual de suas
personalidades para seus consumidores. A forma instantânea para buscar em suas
mentes todas as vivências e emoções armazenadas, relacionadas a uma marca
(STRUNK, 2001, p. 68).

Portanto, os elementos que constituem uma identidade visual, são chamados de


institucionais que, são defendidos por Strunk (2001) sendo fruto de teorias e técnicas utilizadas
por designers gráficos e são classificados em quatro partes:

Elementos Principais:
• LOGOTIPO
• SÍMBOLO

Elementos Secundários:
• COR (OU CORES) PADRÃO
• ALFABETO PADRÃO
35

2.3.1 Logotipo

O logotipo é um nome representado por letras que podem ser desenhadas, podem ser de
um alfabeto existente e podem ser de um alfabeto existente, mas modificadas, como mostra na
Figura 19. Ou seja, uma escrita é um logotipo, e toda marca possui um (STRUNK, 2001).

Figura 19 – Tipos de letras

Fonte: Acervo do autor e site das empresas (2021).

Para Peón (2009), um logotipo é composto por letras e números que possam ser lidos, e
podem ser denominados de marcas nominativas, e também de marcas figurativas quando as
letras e números são modificados ao ponto que se tornem desenhos, como mostra a Figura 19.
Ainda define que um logotipo tem o objetivo de ser efetivamente lido, representando as
características da instituição.
36

Peón (2009) também possui três classificações que se igualam a Strunk (2001), ou seja,
baseados numa família existente, formados por famílias modificadas e formados por tipos
desenhados, como mostrados na Figura 19.
Wheeler (2008) define o logotipo como uma palavra que é composta por fontes
tipográficas, e em concordância aos autores acima, ela diz que essas fontes tipográficas podem
ser normais, modificadas ou totalmente redesenhadas. Na Figura 19, ilustra bem esse exemplo.

2.3.2 Símbolo

O símbolo, apresentado na Figura 20, é uma forma gráfica que, para Strunk (2001),
passa a identificar conforme o seu uso, um nome, uma ideia, um produto ou serviço.

Figura 20 – Símbolos

Fonte: Strunk (2001, p. 71).

Strunk (2001) ressalta que, símbolo e signo exercem funções distintas. Por exemplo,
signos que não transmite emoções, tem um significado específico, e devem sinalizar algo,
como, placas de trânsito, normas de uso e outros. Já o símbolo desperta uma série de emoções
e experiências através de um significado de marca, ver Figura 21.
37

Figura 21 – Signos

Fonte: Strunk (2001, p. 71).

O autor também classifica os símbolos em dois grupos, sendo eles, abstratos e


figurativos. Os símbolos abstratos costumam não representar nada à primeira vista, pois é
desenvolvido com significados distintos e devem ser aprendidos, ver Figura 22.
Figura 22 – Símbolos abstratos

Fonte: Strunk (2001, p. 72).

Já os símbolos figurativos, mostrados nas Figuras 23, 24, 25, Strunk (2001) divide em
três naturezas, sendo, os baseados em ícones que, buscam representar algo o mais fielmente
possível, os baseados em fonogramas que, basicamente são logotipos formados por letras que
abrangem a escrita de uma marca, e por fim, os baseados em ideogramas que representam uma
ideia ou conceito de determinada empresa.
38

Figura 23 – Símbolos figurativos baseados em ícones

Fonte: Strunk (2001, p. 72).

Figura 24 – Símbolos figurativos baseados em fonogramas

Fonte: Strunk (2001, p. 72).

Figura 25 – Símbolos figurativos baseados em ideogramas

Fonte: Strunk (2001, p. 72).

Algumas empresas fazem o uso de representações de bichos ou de pessoas para


representar sua marca pessoal, produto ou serviço. Strunk (2001) também salienta que é preciso
trazer uma posição única e certamente estática do desenho ou personagem que, representará a
marca e que em sua forma possua certo movimento e vida própria, ver Figuras 26.
39

Figura 26 – Símbolos e personagens de marca

Fonte: Acervo do autor e site das empresas (2021).

Para Peón (2009) o símbolo é conhecido também como signo, e ambos muitas vezes são
chamados de marcas. O autor menciona que o símbolo deve ser de fácil identificação e
memorização, assim como, de reconhecimento imediato e ter clara associação com a instituição.
Já na construção do símbolo é importante que se conceda atenção especial às linhas, pontos e
massas que formam o desenho.
O símbolo é classificado também por Peón (2009) em concordância com Strunk (2001),
em quatro grupos, sendo eles, símbolos tipográficos (derivado das iniciais de um nome),
figurativos (busca deixar explícito o que se retrata em forma de desenho), ideogramas (desenho
conceitual e estilizado) e abstratos (representa uma ideia modificada de um objeto).
40

Wheeler (2008) explica que dentro da construção da marca que, tem como sinônimos,
o símbolo, marca logotipo, identidade, marca de produto e marca registrada, existem algumas
categorias, assim como destacaram os autores acima. A autora divide a marca, ou mais
precisamente os símbolos em 5 categorias, sendo uma delas a categoria de Marcas com Palavras
que, é traduzida como o processo de logotipo já falado anteriormente. As outras quatro
classificações representam as mesmas ideias apresentadas por Strunk (2001) e Peón (2009),
sendo, monogramos (representação da marca em letras), emblemas (onde o nome da marca se
faz conectado a um elemento pictórico), marcas pictóricas (utilização de uma imagem literal
estilizada e reduzida a uma forma simples) e marcas abstrato-simbólicas (utiliza elementos
ambíguos na construção do símbolo que, traduzem uma ideia).

2.3.3 Assinatura visual

A assinatura visual é um termo que pode ser denominado também como marca, segundo
Peón (2009). Mas frequentemente é denomina assinatura visual o uso do logotipo justaposto
com um símbolo, sintetiza Wheeler (2008), ver Figura 27 e 28. A autora ainda afirma que uma
empresa pode ter várias assinaturas visuais destinadas a cada seguimento de negócio, e elas
podem ou não inclui uma tagline, traduzida por ela como, “uma frase curta que captura a
essência, a personalidade e o posicionamento da marca de uma empresa […]” (WHEELER,
2008, p. 58).

Figura 27 – Assinatura Visual

Fonte: Wheeler (2008, p. 116).


41

Figura 28 – Assinatura Visual com tagline

Fonte: Wheeler (2008, p. 117).

Em concordância com os autores acima, Strunk (2001) define a assinatura visual como
a união do logotipo com o símbolo, possibilitando também seu uso de forma única, com apenas
o símbolo ou o logotipo, e outras variações. Essas formas de organização da assinatura visual
são usadas para direcionar como esses elementos devem ser usados quando os espaços de
aplicações forem quadrados, horizontais ou verticais, como mostra a Figura 19.

Figura 29 – Assinatura Visual vertical e horizontal

Fonte: Pepsi (2021).


42

Por fim, de acordo com a proposta e os objetivos adquiridos da empresa para o


desenvolvimento da marca, o designer definirá como será a assinatura visual, se apenas o
logotipo ou na união com o símbolo. Logo, o profissional analisará a tipografia ideal, podendo
ambas ser de famílias existentes, modificadas ou desenhadas, e logo desenvolver o símbolo.
Algumas empresas no decorrer de sua existência, optam por atenderem outros serviços e
produtos, ou até mesmo abrir filiais, e com isso é possível que uma assinatura visual possibilite
algumas adaptações.

2.3.4 Cor(cores) Padrão

Todas as identidades visuais devem possuir um padrão de cores definidas, seja de uma
ou mais cores, pois com o devido cuidado e consistência de uso, certamente as cores passam a
ser mais associadas às marcas, do que o próprio símbolo e o logotipo, sintetiza Strunk (2001).

A Coca-Cola é vermelha. A Pepsi, azul. A BR é verde e amarela, a Shell, vermelha e


amarela e a lpiranga azul e amarela. Estas cores estão intrinsecamente relacionadas às
empresas que representam, fazem parte de sua personalidade visual, podendo ser
reconhecidas a grandes distâncias, antes mesmo que possamos ler seus símbolos ou
logotipos” (STRUNK, 2001, p. 79).

Figura 30 – Embalagem Coca-Cola

Fonte: Coca-Cola (2021).


43

Tendo como meta mais importante de uma cor, é facilitar o reconhecimento, além de
construir o valor de uma marca. Por isso, Wheeler (2008) diz que, na escolha das cores para a
identidade visual é preciso atenção especial à teoria das cores, ou seja, entender suas
composições e significados transmitidos. Em concordância, Dondis (1997) diz que, entre todos
os elementos do processo visual, a cor é o mais emocional e seu uso pode ter grande proveito
intensificando a informação visual.
Peón (2009) afirma que para o sucesso da marca é essencial que as cores se fazem
presentes em todos os canais de aplicação, incluindo na arquitetura, além de ter suas
especificações acomodadas no manual de aplicações.
Eva Heller (2000) completa que, a escolha das cores para compor uma identidade visual,
engloba toda a estrutura de uma marca e seu posicionamento visual no mercado, e elas são
essenciais devido a afetarem diretamente a emoção e a razão. A autora costuma destacar em
seu livro “A Psicologia das Cores”, quais as cores preferidas e as menos preferidas entre as
pessoas, com base em sua pesquisa, mas que isso não é uma regra a ser seguida quando se
define a cor para uma determinada marca, pois cada cor tende a produzir diferentes efeitos
dependendo da ocasião. “O mesmo vermelho pode ter efeito erótico ou brutal, nobre ou vulgar”
(HELLER, 2000, p. X).
44

Figura 31 – Cores preferidas e menos preferidas entre as pessoas

Fonte: Eva Heller, A Psicologia das Cores (2021).

A autora continua que, as cores possuem diferentes características e transmitem


diferentes sentimentos, do positivo ao negativo, até mesmo para despertar algum desejo ou não,
e mesmo que embora cada empresa trabalhe isso de forma particular, os efeitos das cores sobre
o observador devem ser universais. Ou seja, a cor vermelha usada no nicho de fast food sempre
irá remeter a comida, por ser uma cor quente que, estimula e aguça o apetite, como mostrada
na Figura 40 e 41.
45

Figura 32 – Identidade Visual McDonald´s

Fonte: McDonald´s (2021).

Figura 33 – Identidade Visual Burger King

Fonte: Burger King (2021).

Normalmente as marcas também carregam um conjunto de diferentes cores ou


tonalidades, e Heller (2000) chama isso de “acorde cromático” que prevê um determinado efeito
diante do público, com planejamento de cada cor escolhida e não de forma aleatória.
A autora, também aponta que, as mesmas cores ou conjuntos aplicados em pontos
diferentes mediante a uma estratégia de marca, passa uma determinada impressão, causada a
partir de como à percebemos. Por isso, visualizar uma cor num ambiente, transmite uma
sensação diferente do que num rótulo de alimento.

“A cor é mais do que um fenômeno ótico, mais do que um instrumento técnico. Os


teóricos das cores diferenciam as cores primárias (vermelho, amarelo, azul) das cores
secundárias (verde, laranja, violeta) e das cores mistas, subordinadas (como rosa,
cinza, marrom); não há unanimidade a respeito de o preto e o branco serem cores
verdadeiras; em geral, ignoram o ouro e o prata como cores – apesar de, na psicologia,
cada uma dessas 13 cores ser autônoma, não podendo ser substituída por nenhuma
outra. E todas são igualmente importantes” (HELLER, 2000, p. 0000).
46

Por fim, de acordo com Heller (2000), a cor preferida entre as pessoas é o azul, e a
menos preferida é a cor marrom, mas para cada nicho de produto ou mercado em que a marca
esteja inserida, o público percebe as cores de forma diferente. Não necessariamente uma marca
não deverá utilizar a cor marrom por ser a menos preferida, mas ela deve usar a cor que mais
convém com o nicho de mercado e os valores da empresa em si.

2.3.5 Alfabeto Padrão

O Alfabeto Padrão são famílias tipográficas que fazem parte da identidade visual, usadas
como padrão para descrever informações seja em materiais impressos ou digitais, de acordo
com Strunk (2001). Essas tipografias devem ter personalidade e legibilidade, afirma Wheeler
(2008), pois elas terão papel crucial em apoio à estratégia de posicionamento de marca e nas
disposições hierárquicas da informação.
Existem certamente diversos alfabetos e muitos deles oferecem diversas possibilidades
de variação, sendo negrito, itálico, condensado e outros. Em concordância, Wheeler (2008)
menciona que, as tipografias devem ser escolhidas também por sua variedade de pesos e
larguras, ou como diz Peón (2009), que ao menos possibilite itálico e negrito. Assim, Strunk
(2001) divide esses alfabetos em cinco grupos, sendo eles, serifa triangular, serifa linear, serifa
quadrada, sem serifa e decorativos, ver Figura 20.
47

Figura 34 – Alfabetos com serifas, sem serifas e decorativos.

Fonte: Strunk (2001, p. 80).

Para projetos complexos e sofisticados, Strunk (2001) diz que, é preciso que tenham
dois ou mais alfabetos padrões, pois possibilitam que o uso das mesmas tenha mais flexibilidade
em aplicações. Completa Peón (2009) que, o alfabeto institucional é usado justamente para
normatizar os textos, ou seja, trazendo coerência para as aplicações e logotipos. O autor fortifica
ainda que, a família tipográfica escolhida para as aplicações, dificilmente são escolhidas para
usar nos logotipos e marcas.
Por fim, fica claro que, a escolha tipográfica é feita de acordo com que o designer ou o
tipógrafo que a criou, estabelecem como estratégia, e dependendo do projeto e suas aplicações,
eles estabelecem as variedades de alfabetos que serão utilizados na identidade visual.
48

3 PROJETO DE DESIGN
3.1 CONDUÇÃO DA PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DA ESTRATÉGIA
3.1.1 Compreendendo a Empresa

Antes de iniciar a etapa de desenvolvimento da identidade visual da Tentem Alimentos,


primeiramente foi necessário coletar informações sobre a empresa, produtos e serviços
oferecidos, situação e infraestrutura atual, seu diferencial frente aos concorrentes, produtos
mais vendidos, qual perfil do público-alvo e suas características principais, logísticas de
exportação e distribuição dos produtos. Pra isso, foi realizado entrevistas com os proprietários
que colaboraram com informações essenciais para o desenvolvimento do trabalho.
Considerando a etapa de pesquisa da própria metodologia utilizada para o projeto, o
autor se inspirou em algumas perguntas que fazem parte da metodologia, montando um roteiro
que se adequasse a situação atual da empresa, que consta em anexo no final do trabalho.
Realizando uma entrevista pessoalmente pelo autor, com os proprietários e colaboradores, por
estarem em contato com o dia a dia da empresa, atendendo e observando as mudanças diárias.
Sendo assim, serão abordados nos próximos tópicos, informações coletadas através da
entrevista, sobre a história e a aquisição da empresa, a situação anterior e a atual, as prospecções
dos proprietários, produtos e serviços oferecidos, seu diferencial, concorrentes, clientes e
público-alvo.

3.1.1.1 Sobre a Empresa

Tudo começou com dois parceiros de trabalho que tinham afinidades e conhecimento
no ramo alimentício, por já trabalharem em redes de supermercados. Assim que surgiu a
oportunidade de compra da empresa, houve o interesse, principalmente por envolver alimentos,
especificamente temperos e condimentos que são produtos essências para o dia a dia. Logo, foi
analisado quanto o antigo proprietário vendia e tinha de lucro mensal, sendo assim, fizeram
uma projeção de quanto eles poderiam alcançar de vendas e faturamento com uma nova
estrutura, entendendo se valeria a pena o investimento de compra.
A empresa comercializou produtos na Grande Florianópolis por 30 anos, mantendo o
mesmo nome que, possui um significado simples e objetivo, com a junção do sobrenome do
antigo proprietário (Tenfem) e o carro-chefe da empresa (Tempero), resultando em “Tentem”.
Hoje, com quase 2 anos de posse dos novos proprietários, ela ainda continua sendo uma
empresa de produtos populares e preços acessíveis, mas com um corpo de gestão mais
estruturado, onde conseguiram ampliar o mix de produtos, principalmente na distribuição e
49

venda. Mas até o momento a empresa nunca teve um posicionamento ou estratégia definida,
por isso os proprietários destacam a confiança neste projeto para ajuda-los a se posicionar de
uma maneira melhor.
A estrutura antiga da empresa se localizava numa garagem no Município de Santo
Amaro da Imperatriz, contendo um cômodo que servia como escritório e estoque, e outro para
a linha de produção. Atualmente, localizada na Praia da Pinheira, sul do Município de Palhoça,
possui uma estrutura interna mais adequada, contendo salas para cada função, sendo, um
escritório, uma sala para produtos prontos, outra para doces, para salgados, também para
produção e outra para estocagem. Mesmo que a empresa não possua uma localização e um
centro de distribuição convencional, ou seja, arquitetura e fachada planejada, o único
planejamento que a empresa priorizou no momento foi internamente, dividindo cômodos para
determinados tipos de produtos e tarefas realizadas, trazendo mais organização, limpeza e
distribuição eficaz dos produtos.
Já o tipo de maquinário utilizado pela nova gestão é mais eficaz, comparado
anteriormente, deixando de ser uma produção manual, para máquinas semiautomáticas,
acelerando absurdamente a produção e estocagem do mix de produtos, além da distribuição dos
mesmos. Sendo assim, o quadro de colaboradores é composto por uma pessoa no setor
administrativo, outras duas no setor de produção, um vendedor e um entregador.
Conforme relataram os proprietários, a empresa consegue suportar as vendas com os
atuais clientes, alguns já conquistados logo após a compra da empresa, mas logo haverá a
necessidade de ampliar a estrutura da empresa, prevista para daqui dois anos, e antes disso,
pretendem introduzir um posicionamento novo, criando uma identidade que transmitisse a real
essência da empresa, melhorando as embalagens, publicidade, as estruturas para aos poucos
expandir a marca e as vendas para além da Grande Florianópolis.
Os proprietários ainda visam um crescimento de 100% das vendas nos próximos 5 anos,
incluindo mercados de médio e pequeno porte, além da busca por mercados maiores,
considerando que a empresa hoje, é saudável, ou seja, sem dívidas absurdas e com credibilidade
no mercado. Visando este crescimento, pretendem investir numa área de produção maior, sendo
possível produzir pelos menos 50% dos produtos que a empresa oferece, mesmo ainda
importando de outros países, além de expandir as vendas para outras cidades do estado.
Atualmente, as maiores vendas acontecem no veraneio, devido a empresa estar voltada
a uma região turística e que na temporada de veraneio a demanda por temperos sobem
absurdamente. O aumento das vendas também é consequência de outras épocas sazonais, como
50

o aumento na compra de canela em pó e cravo-da-índia nas festas juninas e também a procura


por doces no final de ano para o natal.

3.1.1.2 Sobre a Marca

Os proprietários enxergaram duas oportunidades que rendem bons retornos, não só


financeiros, mas de visibilidade. A primeira oportunidade foi de optar por trabalhar também
com restaurantes e pizzarias, pois a demanda pelos produtos além de alta, vendem por preços
mais elevados. E comparado à mercados, açougues e padarias, a concorrência é menor. Já, a
segunda oportunidade se deu visando os tempos atuais, com a ideia de promover mais a empresa
no meio digital, sendo assim, os proprietários resolveram fazer uma parceria com um dos
supermercados que atendem, através de vídeos ao vivo nas redes sociais, onde apresentam
receitas diversas em que utilizam os produtos da Tentem.
Logo que os novos proprietários adquiriram a empresa, introduziram uma logo
provisória na embalagem, juntamente com elementos visuais que representam cada mix de
produtos. A logo provisória foi construída sem nenhum planejamento estratégico, apenas
seguindo um conceito que representassem o carro-chefe, a cor verde das ervas e o amarelo dos
condimentos.
Após a aquisição da empresa, decidiram estudar tipos de embalagens que poderiam
substituir as anteriores, chegando a uma solução no uso de embalagens com zíper, por ser além
de prático e moderno, permite que o consumidor abra e feche sem que o produto tenha
danificação, podendo utilizar o tempero por mais tempo e quando quiser. Também introduziram
na mesma etiqueta uma abordagem diferente da anterior, introduzindo a logo provisória e
elementos que remetessem ao produto, mas ainda havendo sugestões por parte dos
consumidores, devido ao layout não planejado. Na embalagem anterior após abrir, o
consumidor era obrigado a usar todo o produto ao fazer a refeição ou prender com um grampo
que mantivesse a embalagem fechada, e por isso tiveram uma resposta positiva frente aos
consumidores nesse quesito, através de conversas e observações nos próprios estabelecimentos.
Atualmente a marca se posiciona através das embalagens nas gôndolas, cartão de visita,
uniforme, catálogo digital e impresso, além da rede social, principalmente no instagram, de
forma ainda passiva, apenas publicando algumas fotos dos produtos, e transmitindo “lives” em
conjunto com uma rede de supermercado parceira. Os próximos investimentos da empresa, será
na profissionalização das redes sociais e um site oficial próprio.
51

3.1.1.3 Produtos e Serviços

Os produtos relacionados à temperos, seja num supermercado, açougue, padaria e


mercados de bairro, tendem a ser intercalados, ou seja, um espaço reservado para cada marca e
seu mix de produtos. A Tentem, comparado aos seus concorrentes possui um mix de produtos
mais variados por isso normalmente ocupa mais lugar nas gôndolas, sendo um ponto totalmente
positivo para a marca, podendo ter mais visibilidade. O próprio retorno dos consumidores frente
a marca Tentem nas gôndolas, são quase sempre positivos, de acordo com os proprietários,
principalmente sobre a qualidade dos produtos, e a mudança de embalagem, deram ainda mais
praticidade no uso diário para essas pessoas.
Além da concorrência direta com as três marcas mencionadas anteriormente, existem
outras marcas nacionais com forte nome no mercado, e a de maior referência para a Tentem é
a “Kitano” que, possui um mix muito mais variado e um posicionamento estratégico mais
assertivo frente aos consumidores. O diferencial da Tentem hoje está na qualidade dos produtos
vendidos, pois do mesmo jeito que eles chegam, vão para os pontos de vendas, sem qualquer
alteração no produto. Pois, os proprietários destacam que acontece muito de as empresas de
temperos utilizarem matéria prima de qualidade inferior, misturado com os produtos para
venderem mais barato.
De acordo com o levantamento de dados feitos pelos proprietários, a empresa teve um
crescimento de 60% de vendas no primeiro ano de posse, em relação as vendas da antiga gestão,
devido a aquisição de alguns novos clientes, dentro do ramo de restaurantes, pizzarias,
açougues, fabricas de salgados, padarias e principalmente redes de supermercados. Também a
introdução de mais 30 tipos de novos produtos e tamanhos, que variam de 5g (gramas) à 1 kg
(quilo), além do aumento de pedido para clientes antigos, contando principalmente com a
eficiência de um vendedor profissional representando a marca.
O carro-chefe da empresa hoje, dentro do mix de temperos, é o orégano, possuindo
embalagens com 10g, 25g, 50g e 500g que, no mês vendem aproximadamente mil unidades,
totalizando no ano uma média de 300 kg vendidos até o momento, e é considerado por eles uma
ótima média de vendas. Destacam também a média de preço dos produtos da Tentem que
variam de 0,99 centavos à 60 reais, e por serem valores considerados baixos, a empresa ainda
não realizou nenhum tipo de promoção.
Já, no processo de entrega, o antigo proprietário é quem exercia essa função, passando
de cliente a cliente fazendo o pedido e já repondo os produtos que estavam em estoque final ou
acabado. Ao contrário de como é feito hoje, onde existe um vendedor específico para fazer
52

pedidos que são recebidos em tempo real pelo setor administrativo, e no dia seguinte são feitas
as entregas, desta forma trouxe mais eficiência e organização para a empresa.
Quanto aos produtos vendidos pela empresa, grande parte são importados, onde são
comprados por uma distribuidora que vendem para a Tentem, e são através dela que esses
produtos chegam na empresa. Os proprietários deixam claro que o manuseio dos produtos, são
feitos apenas por eles mesmos apenas, sendo assim, para manter a qualidade, recebem toda
semana a visita de um químico que avalia e auxilia na higiene local e dos produtos.
Por fim, tendo um olhar mais amplo, de acordo com os proprietários, a mudança que
mais afeta a empresa é o aumento do dólar, pois, como a maior parte dos produtos são
praticamente importados, acabam ficando mais caro e a empresa tem de aumentar o preço dos
produtos e consequentemente vendem menos. Mas, como o tempero é um produto que é usado
no dia a dia e está presente nas refeições de milhares de pessoas, a demanda por este produto
está sempre em alta. Outro destaque, mas de forma positiva para as vendas da empresa, é a forte
demanda das pessoas por novos temperos nos últimos anos, e que ouve um salto muito grande
na procura dos mesmos, devido a pandemia causada pelo Novo Corona-Virus que, fez com que
as pessoas ficassem mais em casa e optassem por testar novos sabores e ingredientes nas
refeições.

3.1.1.4 Definindo Missão, Visão e Valores

Visão: Tornar-se referência na venda de temperos e condimentos da Grande Florianópolis nos


próximos 10 anos, pela qualidade e preço justo.
Missão: Transformar qualquer momento numa experiência saborosa, além de oferecer para
seus parceiros, produtos puros e eficiência no atendimento.
Valores:
* Eficiência no atendimento
* Acessibilidade sócio econômica
* Qualidade
* Confiança
* Soluções cabíveis com a realidade da empresa
* Trabalho em equipe
53

3.1.1.5 Público-Alvo

De acordo com o conhecimento e pesquisas feitas por observação pelos proprietários,


os temperos caseiros representam a maior procura e consequentemente representam os maiores
percentuais de vendas, que tem como público-alvo, mulheres de classe baixa que ainda estão
inseridas na cultura de dona de casa, a mulher que cuida dos filhos, e das tarefas caseiras
enquanto o marido trabalha, ou até mesmo mulheres solteiras que fazem o trabalho árduo de
cozinhar e trabalhar fora, geralmente numa faixa-etária acima de 40 anos.

3.1.1.6 Concorrentes

Existem três concorrentes diretos na visão e conhecimento dos proprietários da Tentem,


e são eles: Oliva Condimentos, Edimar Condimentos e Da Cozinha. Todos presentes e atuantes
na região da Grande Florianópolis, disputando espaço nas vendas de mercados de médio e
pequeno porte.
A vantagem que essas outras marcas possuem, são de um posicionamento mais
constante nos últimos anos nos estabelecimentos, pelo fato de possuírem um corpo de
colaboradores maior e a mais tempo possuírem uma embalagem ainda que de má qualidade,
um pouco mais coerente, mas em questão de reconhecimento nenhum utiliza de estratégias
válidas na configuração visual em si, da etiqueta.

3.1.1.7 Expectativa do Cliente

Os proprietários tem expectativas de uma marca que represente os ideais da empresa,


que tenha um padrão e que a marca seja flexível para o uso em diferentes embalagens e
etiquetas. Para eles a presença do verde na marca, é a cor que mais representa a empresa, por
ser a mesma cor do seu carro-chefe, ou seja, temperos e ervas.

3.1.2 Mercado de Atuação


3.1.2.1 Indústria de Alimentos

No Brasil, muitas empresas hoje que, são consideradas multinacionais e até mesmo
internacionais, começaram lá no século XX, onde a indústria alimentícia era dominada por
pequenas empresas e a competição entre elas se davam principalmente na escala de produção e
distribuição, além da exploração pela diversificação de produtos. Mas no final da década de
54

1980, poucas das grandes empresas de capital nacional conseguiram se manter num processo
de concentração empresarial na indústria (BIRCHAL, 2003). O que, a partir dos anos 90 que,
no Brasil começaram a ocorrer grandes reestruturações com maior intensidade das empresas do
setor alimentício, ou seja, com a abertura de mercado, se tornou mais recorrente a fusão e
aquisições de empresas e hoje a indústria brasileira possui uma grande estrutura e padrões de
mercados diferenciados e de alta competitividade. (VEGRO e SATO, 1995 apud SATO, 1998).
Em dados da ABIA (2020), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos que, foi
fundada em 1963 e é a maior associação representante do setor, aponta que, a indústria
Brasileira de alimentos e bebidas atualmente vem gerando resultados satisfatórios, além de ser
o maior setor do Brasil em valor de produção, chegando a 80%, sendo representada por
empresas pequenas, médias e de grande porte e também a que gera mais empregos, chegando a
23,1% do mercado. De acordo com dados até o primeiro bimestre de 2020, o setor de alimentos
e bebidas, possui 36,1 mil empresas e um faturamento de 9,6% do total do PIB Brasileiro.
A indústria de alimentos no Brasil possui um leque muito grande de produtos presentes
no mercado, e automaticamente de empresas, sendo assim, essa alta competitividade exige que
elas busquem por diferenciação nos produtos, e mais precisamente nas embalagens, pois é um
forte fator de decisão na hora da compra (VENDRAMINI, 1987 apud SCAGLIUSI;
MACHADO; TORRES, 2005). Na mesma linha, Gonsalves (1996, apud SCAGLIUSI;
MACHADO; TORRES, 2005), diz que, a implantação de estratégias de marketing nas
indústrias de alimentos estão cada vez mais recorrentes, havendo gastos com pesquisas para
identificar os diferentes desejos e comportamentos dos consumidores, buscando oferecer
diferenciais para aumentar o poder de barganha no mercado.
Existem 3 pontos fundamentais que, as empresas que investiram, cresceram
continuamente, chegando a dominar suas indústrias. São elas, a manufatura, mercado e
gerenciamento. Essas empresas organizam seu marketing e seu sistema de distribuição, como
uma cadeia de divisão de tarefas de gerentes em diferentes níveis, coordenando o fluxo
produtivo e planejamento futuro da empresa. Sendo ainda que, elas têm uma grande
preocupação quanto a qualidade dos produtos, ou seja, qualidade sanitária, gustativa, na
embalagem, no transporte e no armazenamento (CHANDLER, 1990 apud SATO, 1998).
55

Das firmas alimentícias inovadoras, 60% afirmaram que a inovação representou uma
grande melhoria na qualidade do produto, enquanto 40% também reportaram
ampliação de seu portfólio. Das empresas que inovaram, 41% consideraram que a
inovação foi altamente importante para manter seus mercados, 36% para os
ampliarem e 38% para abrirem novos mercados. Novos produtos inovadores tiveram
participação percentual entre 10% e 40% no total de vendas de 52% das firmas. Esses
dados demonstram os ganhos econômicos que as empresas obtiveram com suas
inovações (BNDS, 2013, p. 348).

Já em Santa Catarina, de acordo com o Sebrae (2014), a grande base econômica do


estado vem do setor de alimentos e bebidas, possuindo 16% do valor adicionado fiscal do estado
e as exportações chegam a 5% do valor total do país. E assim como o território nacional, em
Santa Catarina há uma alta competitividade no segmento alimentício, por isso a inserção de
estratégias e contenção de custos é praticamente regra entre os produtores. Mas diante das
oportunidades do mercado, sendo a diferenciação e ampliação de produtos ofertados frente ao
consumidor, há certa dificuldade do micro e pequeno empreendedor frente aos processos de
inovação, devido ao custo elevado na maioria dos casos. Independente disso, percebe-se que a
economia catarinense das indústrias de alimentos e bebidas contribui continuamente para o PIB
do Brasil, tendo grande destaque na economia nacional.
A comida se tornou um grande mercado de potencial lucrativo que, a cada dia expande
mais, e as empresas do setor para se manterem em posição hegemônica no mercado, fazem o
uso especialmente das estratégias cada vez mais ousadas (CASTRO, 2013 apud PEREIRA,
2014). Por isso há a discussão por trás da evolução deste mercado que, a globalização trouxe
avanços tecnológicos, mas ao mesmo tempo são responsáveis por mudar o hábito alimentar das
pessoas por todo o mundo, ocasionando o excesso de peso, doenças e até mesmo influenciado
impactos ambientais diante da forma de produção (PROENÇA, 2010, CONTRERAS &
GRACIA, 2011 apud PEREIRA, 2014).
Por outro lado, quanto a alimentação nos últimos anos, existe uma tendência cada vez
maior por alimentos tradicionais, naturais e nutritivos. As pessoas estão se interessando mais
pela qualidade nutricional, a origem rural, o processamento do alimento, sendo assim,
valorizando diretamente esse preparo culinário (DIEZ-GARCIA, 2003; POLLAN, 2008,
WILKINSON, 2007 apud PEREIRA, 2014). E com base nesses conceitos atuais de mudança
alimentícia, vem se tornando recorrente nas estratégias de marketing das indústrias de
alimentos, uma abordagem mais saudável, informando justamente a redução dos impactos
ambientais no processamento dos alimentos e também de embalagens, para assim, venderem
uma imagem mais positiva da empresa (PEREIRA, 2014).
56

Já nas próximas décadas devido ao aumento no preço dos alimentos, os produtos mais
baratos de marcas próprias se tornarão mais valorizados frente ao consumidor, tendo um
aumento significativo na compra, considerando o desconto e preço baixo dos varejistas, fazendo
com que se torne mais frequente as pessoas comerem em casa. Por isso é necessário que os
fabricantes fiquem atentos às mudanças do mercado para que possam inovar não só em
produtos, mas em novos segmentos de nichos mercadológicos (SEBRAE, [2017?]).

3.1.3 Análise do Público-Alvo

Até a aquisição dos novos proprietários, a empresa nunca havia pensado em estabelecer
uma estratégia de posicionamento, muito menos uma análise de público-alvo. Sendo uma
empresa familiar, nos fundos do quintal, tinha como objetivo apenas oferecer temperos nos
pequenos estabelecimentos próximos. Portanto, havendo essa preocupação com o crescimento
da empresa, os novos proprietários demonstram interesse de posicionar melhor a marca
buscando atingir novos ares, com isso entendendo da necessidade de definir diversos pontos
que determinam o rumo de uma marca.
Portanto, para o processo de análise do público-alvo, sabendo de tamanha importância
que tem para uma empresa poder se comunicar melhor no nicho de atuação, identificou-se que
a empresa possui um facilitador há um bom tempo que, é um perfil na rede social “Instagram”,
sendo o segundo meio de comunicação mais forte da empresa, depois das gôndolas nos
mercados. Possuindo 120 seguidores que acompanham a empresa na rede social, foi possível
ter em mãos dados específicos feitos pela própria ferramenta e também de realizar um
questionário de múltipla escolha para entender melhor o estilo de vida de quem segue a marca,
que, automaticamente consome e tem interesse em seus produtos.
57

Figura 35 - Gráficos Gerados pelo Instagram

Fonte: Acervo do cliente (2021).

Com base nos dados gerados pela própria plataforma do “Instagram”, é possível ter em
mãos alguns pontos definidores do público-alvo da empresa, onde sabemos que a faixa etária
gira em torno de 25 à 44 anos, com a maior parte presente no município de Palhoça, onde a
própria empresa está localizada, tendo como a maior parcela, mulheres, chegando à 69,4%, e
apenas 30,6% homens, como apresenta a imagem acima.
Já, o questionário desenvolvido pelo autor do trabalho, ficou disponível na rede social
da empresa por 24 horas, prazo determinado pela própria rede social, e através dele foi possível
ter em mãos, respostas valiosas que possibilitou conhecer mais profundamente os consumidores
alvo da empresa. Foram realizadas 16 perguntas, com participação total de 20 pessoas, no dia
14 de outubro, no perfil da rede social da empresa.
Adiante, observa-se um gráfico feito pelo autor, com base nas respostas retiradas do
questionário online, um dia após a publicação na rede social. Nela foi possível entender certos
gostos e costumes, questionados durante a pesquisa, que agora norteiam o projeto para uma
definição mais assertiva para posicionar a marca frente ao público-alvo consumidor.
O público definiu que uma empresa de temperos deve possuir uma identidade mais
explícita, que, logo identifica ser uma empresa do ramo de alimentos, ou seja, temperos, com
cores vivas, verde, amarelo, laranja, desenho ilustrativo do campo, de plantação, nascer do sol,
58

com aspectos mais populares, tendo elementos mais orgânicos do que geométricos, e mais
informacionais do que abstratos. Seus gostos e costumes são definidos por serem um público
antenado nas redes sociais, por influência da própria pandemia, fazendo com que ficassem mais
em casa e buscassem algo na internet de novo para aprender e até mesmo passar o tempo. Na
pesquisa identificou-se também que é um público morador de bairro, e não de centro de cidade,
que tem uma rotina corrida trabalhando fora, mesmo que a maioria tenha respondido ter um
emprego, pois, outra boa parte respondeu ter dois ou mais, percebe-se então, ser um público
com uma vida menos estabilizada, mas que final de semana apesar das respostas estarem bem
divididas, gostam de passear e receber amigos em casa. O gosto e preferência por cozinharem
na própria casa e de adorarem ir ao mercado, reforça esse impacto gerado pela pandemia, pois
comer fora já não faz parte da rotina desse público, mas destacaram que na escolha de produtos
no mercado, atualmente buscam mais pela qualidade, e não totalmente pelo preço baixo, como
é de se esperar.
Os gráficos de comparação de logotipo apresentam resultados que reforçam a visão que
os proprietários tinham com a experiência já no ramo, do público-alvo, onde em suas escolhas
apresentam um gosto mais popular, com certo exagero, sem muita delicadeza, e com traços
orgânicos, em que seja possível uma identificação mais imediata do produto vendido. Esta
análise, reforça também a ideia de que as cores mais tradicionais prevalecem, como verde e
marrom, e até mais cores vivas.
59

Figura 36 – Gráfico Pergunta 1

Fonte: Acervo do autor (2021).

Figura 37 – Gráfico Pergunta 2

Fonte: Acervo do autor (2021).


60

Figura 38 – Gráfico Pergunta 3

Fonte: Acervo do autor (2021).

No dia a dia deste público, 80% destacaram que trabalham e outros 20% que ficam em
casa. Estes dados refletem também na própria idade e realidade nos costumes desse público,
mostrados ainda a seguir, prevalecendo a maior parte mulheres.

Figura 39 – Gráfico Pergunta 4

Fonte: Acervo do autor (2021).


61

Como já era de se esperar, devido ao efeito pandemia, as pessoas tiveram que se adaptar
em casa, a fazer exercícios, e entre outras tarefas que não realizavam. Uma delas foi cozinhar,
que até mesmo quem não praticava, passou a se interessar pelo assunto, ou seja, pesquisar, e
quem já tinha esse hábito, passou a exercer mais, por isso que mesmo após a pandemia, o gráfico
mostra que entre o que esse público mais faz, é cozinhar, sendo 80% das escolhas na pesquisa,
sendo apenas 20% diz comer fora, além das outras duas opções nem se quer receberem repostas.

Figura 40 – Gráfico Pergunta 5

Fonte: Acervo do autor (2021).


62

De acordo com a resposta obtida, percebe-se que por reflexo até mesmo da atualidade,
as pessoas deixaram de utilizar frequentemente outros canais de informação e tudo se passa na
tela do celular, e não foi diferente para o público-alvo da empresa, em que ao contrário do que
se pensa, o celular ficou tão democrático que o uso de rádio, tv e até mesmo jornal impresso
diminuiu. Certamente a pandemia influenciou nestes dados, devido as pessoas terem começado
a ficar mais em casa, e não é à toa que 88,89% respondeu que utiliza aplicativos de comunicação
e entretenimento, contra os 11,11% que ainda consomem entretenimento da tv.

Figura 41 – Gráfico Pergunta 6

Fonte: Acervo do autor (2021).


63

Conforme mostra os dados, ouve uma parcela dividida entre passear, receber
amigos/festa, estudar/ficar em casa, com 33,33% cada, surpreendendo com 0,00% a opção
trabalhar. Com isso entende-se que o final de semana do público da empresa é voltado ao
descanso e lazer.

Figura 42 – Gráfico Pergunta 7

Fonte: Acervo do autor (2021).


64

Entendendo ser uma pergunta muito importante e que faria total diferença no projeto,
pois não poderíamos ignorar o que de fato foi decisivo na mudança dos costumes das pessoas,
buscamos saber os novos hábitos das mesmas durante a pandemia, onde muitas pessoas não
tiveram escolhas, além de se adaptar. A opção mais votada, e esperada, foi de que as pessoas
optaram por ficar em casa, sendo 53,33% do total, seguido de cozinhar, sendo 20%, prática de
esporte 13,33%, estudar e visitar amigos com 6,67%.

Sendo as mais votadas, “ficar em casa” e “cozinhar”, confirma que a procura pelos
alimentos, temperos e novos sabores são reais. Pois até mesmo quem não exercia a prática de
cozinhar, passou exercer esta tarefa, se tornando um hábito que pode durar por um bom tempo,
ou talvez tenha vindo pra ficar.

Figura 43 – Gráfico Pergunta 8

Fonte: Acervo do autor (2021).


65

As redes sociais se fazem muito presentes na vida das pessoas, na atualidade, se


tornando um meio de comunicação geral, e 50% do público diz usar para se informar e aprender
algo novo, outros 40% para passar o tempo, 10% para fazer comprar e 0% para receitas. Estas
respostas ajudaram a entender que o público opta por utilizar as redes sociais para aprender algo
novo, além de se informar, por isso a presença online da empresa deve se fazer presente na vida
desse público, informando e ensinando, sendo capaz de fidelizar cada vez mais essas pessoas a
colocarem a marca como um meio de informação recorrente na vida delas, assim convertendo
em vendas.

Figura 44 – Gráfico Pergunta 9

Fonte: Acervo do autor (2021).


66

A empresa se faz presente na maioria dos estabelecimentos de bairros, ou seja, onde


existem pessoas com menor renda, e apesar de não justificar totalmente a resposta, é possível
entender que ainda é uma parcela que tem o hábito de trabalhar fora, por isso os dados chegam
a 87,50% dos votos, contra 12,50% que dizem trabalhar em casa.

Figura 45 – Gráfico Pergunta 10

Fonte: Acervo do autor (2021).


67

A pesquisa mostra que 70% do público adora ir ao mercado, um número bastante


considerável, que automaticamente envolve a compra de comidas, bebidas e demais itens.
Outros 20% odeiam, e 10% vão por obrigação, mas independente disso, a grande maioria tem
o hábito de ir ao mercado.

Figura 46 – Gráfico Pergunta 11

Fonte: Acervo do autor (2021).


68

Esta resposta surpreendeu bastante a pesquisa, pois entende-se que, independentemente


da posição social em que o público-alvo se encontra, quando vão ao mercado, prezam por
produtos de qualidade, e não apenas pelo preço, chegando a 77.78% contra 22.22%. Um número
bastante considerável, e apesar da empresa trabalhar com produtos de valores totalmente baixos,
há a oportunidade de um poder de compra maior nos produtos da empresa feito por essas
pessoas.

Figura 47 - Gráfico Pergunta 12

Fonte: Acervo do autor (2021).


69

De acordo com os proprietários, os produtos na maior parte são destinados a


estabelecimento de menor porte, localizados em bairros, e consequentemente o público geral
acaba vindo destes lugares, e a pesquisa não poderia ser diferente, onde percebe-se que 88,89%
diz morar em bairro, e apenas 11,11% está presente em centro de cidade. Sendo assim, tendo
este tipo de pesquisa em mãos, torna o posicionamento da empresa muito mais assertiva, pois,
estar onde o público-alvo está o processo de fidelização é mais positivo. E consequentemente
os 11,11% que dizem morar em centro de cidade, é uma oportunidade de nicho para a empresa
conquistar novos patamares de clientes.

Figura 48 – Gráfico Pergunta 13

Fonte: Acervo do autor (2021).


70

Mesmo que a plataforma do Instagram onde foi realizado a pesquisa, mostrasse


pontualmente a média de idade dos seguidores da empresa na rede social, foi importante esperar
este tipo de resposta do próprio público, pra ter uma afirmação mais palpável, e acabou se
confirmando o que a própria rede social gerou de dados sobre a idade do público. Percebe-se
que 80% tem entre 18 e 35 anos e outra parcela de 20%, tem de 36 a 50 anos, ou seja, geralmente
são pessoas com um engajamento maior nas redes sociais do que as pessoas de idade mais
elevada.
Sendo assim, entende-se que a maior porcentagem, geralmente são de pessoas em fase
não só de construção de vida, mas também já começando a ter certa estabilidade, onde iniciam
os estudos, trabalham, moraram sozinho, e com isso tendem a buscar por fazer suas próprias
refeições, e testar seus gostos culinários, como confirmam as pesquisas mostradas no início do
trabalho, sobre as tendencias culinárias que vem acontecendo e se firmando devido a pandemia.

Figura 49 – Gráfico Pergunta 14

Fonte: Acervo do autor (2021).


71

Com base nas respostas inicias da entrevista com o público na rede social, confirma
ainda mais a análise de que o público-alvo geralmente se posiciona mais em bairros, sendo
consequentemente lugares mais baratos do que em centros de cidades, mas que possuem um
estilo de vida considerável, devido a metade dizer ter mais de um emprego, até porquê
confirmam que compram produtos mais pela qualidade do que pelo preço e adoram ir ao
mercado. Entende-se que os 50% que possuem apenas um emprego, detém do mesmo poder de
compra dos que possuem dois empregos (37,50%) e mais de dois empregos (12,50%), até
porquê, ambos de acordo com as respostas anteriores, concluíram que compram produtos pela
qualidade e não pelo preço.
É claro que, devido a porcentagem de 11,11% nas respostas anteriores confirmarem
morar em centro de cidade, entende-se que é onde as pessoas acabam tendo um padrão elevado
de gasto, e automaticamente tendo que optar em ter mais de um emprego, diferentemente se
morassem em bairros mais afastados.

Figura 50 - Gráfico Pergunta 15

Fonte: Acervo do autor (2021).


72

Compreende-se então que, através da pesquisa realizada pelo autor alcançando respostas
de ao menos 20 pessoas, permitiu definir mais detalhadamente ao contrário do que se tinha, que
o público-alvo que consome os produtos da empresa, são 70% mulheres e 30% homens, de 18
à 35 anos, com maior parte moradores do município de Palhoça, Grande Florianópolis, sendo a
maioria moradoras de bairros, chegando a 88% da pesquisa, que também costumam trabalhar
fora e geralmente tem de um a dois empregos, além de serem um público também antenado no
meio digital, onde costumam usar a maior parte do tempo para se informar e aprender coisas
novas, assim como também buscam por entretenimento.
Este público-alvo por terem entre 18 e 35 anos, envolvem pessoas que estão
desenvolvendo sua vida financeira, trabalhando, estudando, como também chegando a ter certa
estabilidade como comprar a casa própria, sendo assim, acabam possuindo mais de um emprego
para manter sua independência. Com isso, além de terem a cultura de ir ao mercado fazer as
próprias compras, possuem certa liberdade na escolha por produtos que são de qualidade e não
apenas por ter preço baixo, isso se reflete em 77,78% das respostas, com influencia também da
maioria morarem em bairros e não em centro de cidade, onde o custo de vida é mais elevado.
Já, final de semana, além de gostarem de passear, optam mais por ficar em casa, receber amigos
e cozinhar, por influência até mesmo da própria pandemia.
Pontuando também, quanto a pesquisa sobre a preferência do público quanto a
identidade visual, conclui-se que, possuem maior familiaridade com elementos visuais que
transmitem mais explicitamente o que a empresa vende, por isso o ideal será fazer o uso de
cores tradicionais, como, verde e marrom ou até mesmo cores vivas, como, vermelho, amarelo,
laranja, entre outros que representam as cores dos legumes e especiarias. Já, os elementos
incluem desenhos ou ilustrações que também lembram o nascer do sol no campo, de plantação,
além de folhas e legumes, se aproximando ainda mais do carro-chefe da empresa, que são
temperos.
73

3.1.4 Análise dos Concorrentes

Na análise dos concorrentes, conforme os proprietários haviam citado, foi possível


traçar pesquisas que identificassem quem eram, e seus posicionamentos, sejam digitais e nas
gôndolas. Esses concorrentes são empresas voltadas para o mesmo setor da Tentem,
diretamente o de temperos, mas com um mix de produtos menores, apesar de algumas existirem
há mais tempo. Também vale ressaltar que são empresa de localidades próximas, que atuam
nos mesmos estabelecimentos de pequeno e médio porte pela redondeza da Grande
Florianópolis.
Durante o dia 10 e 11 de outubro foi possível ir a campo em alguns estabelecimentos
centro do Município de Palhoça, considerado parte da Grande Florianópolis, para registras
algumas imagens das gôndolas em que estão a própria empresa Tentem e seus concorrentes. O
objetivo foi compreender diretamente como eram a identidade visual das empresas e das
etiquetas configuradas nas embalagens, e se a função que exerciam eram devidamente
desenvolvidas para o seguimento e se transmitissem o necessário de informação.
Os principais concorrentes da marca são as empresas: Edimar Condimentos, Da Cozinha
e Olliva Condimentos.
Começando a análise da própria empresa Tentem, é possível identificar as embalagens
de tubo empilhadas lado a lado, com etiquetas totalmente chamativas, ou seja, com cores
notoriamente fortes, ofuscando a própria logo e o nome do tempero em si. Mesmo que isso
tenha sido proposital, vale a pena destacar. Percebe-se também que há uma incoerência, na cor
das etiquetas amarelas, onde a própria tampa do tubo encontra-se verde e outra vermelha, fora
o fato das etiquetas estarem algumas espalhadas não seguindo o padrão de cor.
Comparado aos seus concorrentes, a Tentem também possui um mix maior de produtos,
não só destacados nos estabelecimentos, mas também em forma de vendas, sejam para
restaurantes e eventos.
74

Conforme destacado também anteriormente no projeto, a empresa só possui outro meio


de comunicação que é na rede social “Instagram”, onde buscam divulgar clientes quando
postam fotos utilizando o produto, também lives de parceria com mercados, e novidades do mix
de produtos.

Figura 51 – Gôndola com alguns produtos da Tentem

Fonte: Acervo do autor (2021).

A página do perfil da rede social no Instagram, da Tentem, é totalmente simples, sem


estratégia de perfil e sem publicação com imagens profissionais dos produtos, promoções e
interações com os seguidores. Os únicos destaques se dão na divulgação de imagens que estão
presentes dentro dos círculos coloridos presentes na cor amarela, azul e vermelha.
75

Figura 52 – Perfil da Tentem no Instagram

Fonte: Acervo do cliente (2021).

Edimar Condimentos: A marca se faz presente há 35 anos, ou seja, um pouco mais tempo de
mercado, comparado a Tentem, possuindo também um considerável mix de produtos,
analisados nas gôndolas. Suas etiquetas são configuradas totalmente diferentes da Tentem, pois
além de utilizarem gráficos mais robustos na etiqueta, elas possuem imagens reais de refeições,
e em algumas etiquetas até de má qualidade. Quanto a presença da logo da marca Edimar na
etiqueta, vale ressaltar que tem certa pregnância e destaque visual. O diferencial da marca
Edimar, comparada aos outros concorrentes e a Tentem, é que eles possuem um site, mesmo
que sem nenhuma estratégia de divulgação de produtos e com falhas absurdas de carregamento
de páginas, ainda assim possuem certo destaque para a logo e um campo de possível acesso a
entrar em contato com a empresa.
76

Figura 53 – Gôndola com alguns produtos da Edimar

Fonte: Acervo do autor (2021).

Figura 54 – Embalagem Edimar

Fonte: Acervo do autor (2021).


77

Olliva Condimentos: A empresa não possui qualquer divulgação digital, a não ser a
presença da embalagem nas gôndolas, por isso foi impossível conseguir dados palpáveis sobre
a empresa, nem mesmo os anos de mercado. O que vale destacar é que a empresa possui uma
etiqueta com certo destaque para a identidade visual, mas com os mesmos problemas da marca
Edimar, possuindo imagens reais de má qualidade e desenhos gráficos ultrapassados, em cores
que não possuem familiaridade com o próprio produto.

Figura 55 – Gôndola com alguns produtos da Olliva Condimentos

Fonte: Acervo do autor (2021).


78

Figura 56 – Embalagem Olliva Condimentos

Fonte: Acervo do autor (2021).

Da Cozinha: Sem qualquer presença digital, seja em redes sociais ou site, a empresa
Da Cozinha, segue os mesmos problemas de estratégia dos outros concorrentes, e percebe-se
que é comum essas empresas locais, de temperos, não possuírem um posicionamento planejado,
com estratégias de divulgação e marketing. A única presença também se faz apenas nas
gôndolas, com bastante destaque para o mix de produtos que é realmente grande, mas ainda
sem comparação com a Tentem, que devido ao planejamento, possui uma gama bem grande de
produtos. Mas a grande variedade de produtos não reflete na qualidade do design das etiquetas,
possuindo uma grande poluição visual, além do uso de cores totalmente incoerentes e com
degrades muito mal feitos. A marca possui uma identidade visual com efeitos em 3D, totalmente
ultrapassados e ilegível quando ficamos longe da gôndola, além de algumas etiquetas estarem
sem a identidade, apenas com o nome em forma de escrita.
79

Figura 57 – Gôndola com alguns produtos da Da Cozinha

Fonte: Acervo do autor (2021).

Figura 58 – Embalagem da Da Cozinha

Fonte: Acervo do autor (2021).


80

Entende-se que, em comparação aos concorrentes diretos, a Tentem possui uma pequena
vantagem, seja no mix de produtos, preocupação com a imagem da empresa atualmente, além
da interação no Instagram com os seguidores da marca, mesmo sem estratégia. Ainda assim, há
grandes problemas a serem resolvidos nas etiquetas das embalagens, como, trazer mais
identidade na configuração dos elementos e cores, trazer mais coerência e hierarquia nas
informações, e principalmente na construção de uma identidade visual que facilite o
reconhecimento e tenha pregnância, ou seja, com letras legíveis e com personalidade, com
elementos mais explícitos do que abstratos, além do uso de cores tradicionais que identificam
a origem dos produtos. Sendo assim, é possível identificar grandes oportunidades da empresa
se sobressair melhor que os concorrentes, frente ao público-alvo, seja numa estratégia bem
definida de vendas e de divulgação, além de se fazer presente em redes sociais e site, com
grandes interações com o público na criação de conteúdo.

3.1.5 Análise e Requisitos de Projeto

Com tudo que foi aprendido através das pesquisas bibliográficas, quanto às pesquisas
de campo, envolvendo a compreensão da empresa, do mercado, produtos e serviços, público-
alvo e concorrentes, chegou o momento de pontuar os requisitos que deverão ser seguidos para
a construção da identidade visual da empresa Tentem Alimentos.
Começando a análise pelo conceito do nome da marca, que, apesar de vasto, possui um
comportamento significativo para a empresa, mesmo que a composição do nome tenha parte do
sobrenome do antigo proprietário (Tenfen), ainda assim, a outra parte é composta pelo nome
do carro-chefe da empresa, sendo, Temperos (Tem), fazendo com que possa extrair desse ponto
parte da conceitualização da identidade visual.
Já, o mercado de atuação da marca, possui normalmente produtos com embalagens
pequenas, fazendo com que a composição da etiqueta e a marca tenha de ficar em harmonia
para ao mesmo tempo informar e chamar atenção, além de possuir os elementos visuais bem
distribuídos no pequeno espaço.
Quanto ao público-alvo, ainda que incluídos numa categoria popular, com um poder
aquisitivo razoável, são jovens exigentes, que, possuem familiaridade com tecnologia e buscam
por produtos que transitem nitidamente através da marca e etiqueta, o produto que está sendo
vendido.
Levando em consideração que muitos dos produtos da empresa possuem certa
coloração, e isso é um fator que deve ser utilizado a favor da marca, entende-se que a identidade
81

visual em conjunto da etiqueta deve possuir um planejamento de cores que não ofuscam a cor
do produto.
Contudo, baseando-se na entrevista com o cliente quanto a expectativa da identidade
visual, é importante se ater em alguns pontos levantados, sejam eles, que a marca também
represente os ideias da empresa, mantendo um padrão em todo sistema de identidade visual,
sendo uma marca flexível para determinados pontos de contato facilitando o reconhecimento,
desde o uso nas etiquetas das embalagens como para as redes sociais, além de se pensar na cor
verde como a que mais representa a marca, devido a estar em coerência com a própria cor do
carro-chefe da empresa, sendo temperos e ervas.
Através das pesquisas de campo foi possível observar diversos pontos a serem
destacados para o desenvolvimento da identidade visual, assim como a etiqueta, sua relação
tipográfica, elementos visuais, cores de uso estratégico e representativas da marca, a relação
entre figura e fundo, hierarquia e legibilidade das informações.

Relação tipográfica:
Analisando as etiquetas das empresas concorrentes e da Tentem, observou que as
tipografias usadas não haviam sido pensadas para se comportar de forma conceitual e
estratégica, muito menos funcionais, contudo, entende-se que, a relação tipográfica na
identidade visual e na etiqueta da Tentem, deva ter coerência e uma função dentro da proposta
de leitura.
Quanto a tipografia que fará parte da identidade visual, deverá seguir um propósito em
relação às informações reunidas durante as etapas anteriores, ou seja, introduzindo um aspecto
orgânico e conceitual, que seja o mais fiel possível a ideia de negócio da empresa e da pesquisa
feita com o público-alvo. Já, a tipografia que irá compor o título que informará o nome do
produto, entende-se que poderá ter certa característica trazendo aspectos conceituais da própria
marca, mas é preciso manter certa legibilidade para facilitar a leitura de perto e de longe,
principalmente. Sendo assim, para compor as outras informações contidas na etiqueta, deverá
se pensar em tipografias de apoio, ou seja, com características menos marcantes, devido ao
tamanho reduzido dessas informações e priorizando uma leitura mais facilitada.
82

Elementos visuais:
Observando as etiquetas anteriores de concorrentes e até mesmo da Tentem, é possível
se ater a algumas diferenças, pois, enquanto as etiquetas dos concorrentes buscam por transmitir
uma proposta com elementos mais marcantes, a Tentem optou pelo uso de elementos mais
simples. Algo comum nas etiquetas concorrentes foi o uso de fotografias reais de refeições,
entendo que a estratégia é chamar a atenção, além de despertar o desejo no consumidor. Já, na
etiqueta atual da Tentem, é possível observar o uso de elementos gráficos desenhados na
etiqueta, em forma do produto vendido em cada um deles.
Entende-se que, quanto a pesquisa feita com o público-alvo, e buscando se diferenciar
estrategicamente dos concorrentes, os elementos visuais que deverão compor a identidade
visual e a etiqueta, deva informar nitidamente qual produto está sendo ofertado, além de usar
elementos visuais característicos do produto em forma ilustrativa, com uma proposta
diferenciada da atual.

Cores:
Por ser um elemento muito decisivo dentro da proposta de identidade visual, além do
uso na etiqueta, onde pode-se decidir uma compra e até mesmo atrair a atenção, principalmente
de longe. Nos concorrentes foi possível notar diversos erros de composição de cores, como
falado anteriormente, sejam eles, formas com degrades já ultrapassados, e cores que se
divergem nas etiquetas, sem um padrão definido. E nas etiquetas atuais da Tentem, por mais
que sejam utilizadas cores diferentes para cada produto, apesar de terem etiquetas com
tonalidades parecidas, ainda assim, possuem um destaque totalmente robusto e expressivo que
acaba ofuscando a própria identidade visual e desvalorizando a cor do produto na embalagem.
Na identidade visual de ambas empresas, são pobres em características conceituais e
padronizadas, e acabam se tornando muito comuns, e a cor é um elemento que deve ser usado
para dar vida, identidade, padrão e reconhecimento.
Por isso a proposta para a identidade da Tentem de acordo com a pesquisa junto do
público-alvo e informações coletadas anteriormente, é fazer o uso de cores que representam os
produtos que a empresa vende, para fácil reconhecimento, de forma que não ofusque a etiqueta.
Logo, utilizar cores nas etiquetas que não ofuscam a cor dos produtos.
83

Relação figura-fundo:
Quanto à etiqueta dos concorrentes, observa-se que, algumas possuem certos padrões,
mas com muita incoerência não só nos elementos, mas nas cores que compõem a etiqueta.
Mesma coisa nas etiquetas da Tentem, onde possui um padrão de elementos, mas direcionado
para cada produtos, que é representado por uma figura ilustrativa, diferente dos concorrentes
que possuem além dos elementos gráficos, uma imagem de refeição.
Entende-se que, para pensar numa identidade visual direcionada para etiquetas
normalmente pequenas, é preciso priorizar o contraste entre figura e fundo, incluindo os outros
elementos visuais presentes na etiqueta, para que se tenha uma coerência na compreensão das
informações. Ao contrário do que se percebe nas etiquetas atuais de ambas empresas, onde
existem ruídos visuais de cores estouradas, junto com elementos grandes, dificultando a leitura
não só das palavras, mas do que realmente compõem as etiquetas. Por isso entende-se que o
contraste é outro ponto a ser ressaltado na construção da identidade visual, além da composição
dos elementos que irão sobressair e dos que irão servir apenas como apoio na etiqueta.

Hierarquia de informações:
Outro ponto a ser ressaltado é o uso da hierarquia da informação, ou seja, percebe-se
diante das etiquetas analisadas de ambas empresas, que há discordância entre alguns elementos,
incluindo formas e frases, além da identidade. Não havendo hierarquia nas informações que
contém na etiqueta, acaba confundindo na própria leitura até mesmo do nome do produto, sendo
assim, entende-se que a identidade junto de outras informações, devam estar distribuídas ordem
de importância no espaço.
Pensando em organizar as informações de modo que sigam uma ordem de importância,
deve-se separar desde as mais importantes, até as menos importantes e assim, não apenas
distribuí-las, como separar também por tamanho, com influência também das cores.
84

Legibilidade:
Por fim, analisando a etiqueta de ambas empresas, percebe-se que, apesar de ter um
certo equilíbrio entre as informações e os elementos na etiqueta, ainda assim existem
informações menos importantes, mais destacadas que as outras mais importantes, além de
elementos gráficos estarem distribuídos em lugares distintos ou muito próximos.
Sendo assim, entende-se que deve ser colocado antes de compor a etiqueta com
determinadas informações, será separado cada informação por ordem de importância,
começando pela identidade, nome do produto, e informações de apoio, com menor relevância.
Além de desenvolver uma identidade que possua elementos e um logotipo conceitual legível
ou marcante, mesmo que a identidade possa ter um excesso de elementos contidos nela.

3.1.6 Conceito

De acordo com as definições gerais do projeto, junto das análises de requisitos, conclui-
se que a marca Tentem deva se posicionar frente ao público-alvo e os concorrentes, como uma
empresa autêntica, popular e jovem; também deve comunicar através dos elementos visuais e
cores, presentes na identidade visual, o nicho de mercado em que atua, ou seja, que lembre
diretamente, temperos e ervas, plantações e campo; deverá ser uma marca flexível, que facilite
o uso em diversos pontos de contato, desde etiquetas à plataformas digitais, onde mesmo de
forma reduzida, continue legível e de fácil reconhecimento; e que possua um sistema de
identidade que permita variações de uso nas etiquetas, se diferenciando dos concorrentes nas
gôndolas.
85

Figura 59 – Painel Visual

Fonte: Acervo do autor (2021).

Com a ajuda de um painel visual, ficará mais claro os objetivos do desenvolvimento do


sistema de identidade visual da Tentem, podendo extrair dessas imagens, formas, cores e
detalhes que irão enriquecer o projeto, como, plantações e nascer do sol no campo, cores dos
temperos e ervas, linhas e traços curvilíneos das plantações, costume e estilo de vida do público-
alvo, e o posicionamento das embalagens nas gôndolas, podendo traçar em forma visual, o
conceito gerado para a marca.

Para a identidade, será desenvolvido um logotipo que possui além de detalhes orgânicos,
elementos que representam plantações e campos, transmitindo uma imagem amigável e
popular, pois, entende-se que para o uso da marca em etiquetas de embalagens consideradas
pequenas, o ideal é prevalecer a legibilidade, por isso o uso de elementos como símbolos, junto
86

do logotipo irá dificultar não só o pouco espaço disponível na etiqueta, mas trazer um ruído
visual na composição das informações que ali estão.

4 DESIGN DE IDENTIDADE
4.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Análise da Tipografia de Apoio ao Logotipo:


Por se tratar de uma tipografia secundária, terá uma função básica na identidade, onde
será utilizada para ilustrar a palavra “Alimentos”, que ficará abaixo do logotipo. Dentre as
famílias tipográficas escolhidas que poderiam compor a palavra “Alimentos”, dando apoio ao
logotipo, a alternativa final escolhida foi a fonte tipográfica “Red Hat Display”, onde possui o
desenho das letras legíveis, traços arredondados, além de não conter serifas, deixando a letra
mais moderna e menos engessada.

Figura 60 - Alternativas Tipográficas de Apoio ao Logotipo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


87

Análises de Tipografias de Apoio à Marca:


Para uma marca mais completa, foram escolhidas algumas tipografias que darão apoio
principalmente ao criar campanhas promocionais e até mesmo divulgações comuns, internas e
externas, frente aos colaboradores e até mesmo aos consumidores. Sendo assim, entre algumas
alternativas, foram selecionadas tipografias das mais diversas que darão apoio à marca, desde
fontes cursivas até as mais comuns, podendo ser usadas para diversos fins, por isso optou-se
por três famílias tipográficas, sendo “Fair Prosper Regular”, “Baloo Bhai 2” e “Montserrat”.

Figura 61 - Alternativas Tipográficas de Apoio à Marca

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


88

Análises de Tipografias para a Etiqueta:


Como já foi abordado anteriormente, na etiqueta será prezado pela informação nítida,
principalmente na identidade, que não dificulte a compreensão por parte do leitor/consumidor,
sendo assim, entende-se que, serão introduzidas algumas famílias tipográficas, devido a
possibilidade de variação na hierarquia de informações, prezando pela importância de cada
informação escolhida para compor a etiqueta, que, apesar de serem um pouco comuns, estarão
de acordo com o conceito geral abordado para a marca.
Na tipografia que irá compor o nome do produto, será praticamente a maior informação
da etiqueta, por isso ela deve ser legível, mesmo que possua pequenos detalhes conceituais, por
isso optou-se pela família tipográfica “Baloo Bhai 2”. Já, nas tipografias que irão compor as
informações de apoio, terão características menos conceituais e mais nítidas, por isso serão
usadas famílias tipográficas mais comuns, sendo a “Archivo Narrow” e “Montserrat”.
Sendo assim, compreende-se que, o objetivo do trabalho, junto das pesquisas feitas são
direcionadas para desenvolver a identidade visual da empresa Tentem e não precisamente o
design da etiqueta das embalagens, pois, entende-se que são duas propostas diferentes, mas por
estar envolvido também no conceito da marca, o autor decidiu selecionar tipografias que
poderão auxiliar no desenvolvimento de uma etiqueta mais padronizada e legível.
89

Figura 62 - Alternativas Tipográficas do Título do Produto

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


90

Figura 63 - Alternativas Tipográficas de Informações Gerais na Etiqueta

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


91

Análise de Cores:
Usando algumas fotos selecionadas do painel visual, foi possível formar paletas de cores
de cada imagem, e em seguida, selecionou-se as opções que mais representavam a marca e para
então definir duas cores principais que serão usadas no logotipo e também variações delas
mesmas, trazendo mais contraste para serem usadas em pontos específicos, como, materiais
publicitários, promocionais e internamente na empresa.

Figura 64 – Alternativas Cromáticas

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


92

Para as duas cores principais buscou-se tonalidades não só fiéis ao produto e o nicho de
atuação, mas ao conceito atrelado a empresa, ou seja, autêntica, jovem e popular. Por isso,
optou-se por uma tonalidade de verde que, representassem temperos e plantações, assim como,
também está associada à saúde, jovialidade e natureza. Já, na segunda cor principal, optou-se
por uma tonalidade de amarelo, que representam as especiarias, também carro-chefe da
empresa, ao lado de temperos, e o nascer do sol no campo e que transmite otimismo e
jovialidade.

Figura 65 - Cores Principais e suas Tonalidades

Fonte: Acervo do Autor, 2021.

Entretanto, essas tonalidades de apoio, como mostra a imagem acima, irá gerar mais
opções de uso para a marca, principalmente em materiais promocionais e internos, podendo
fazer o uso em determinados pontos também das etiquetas, mas entende-se que, elas poderão
variar de cores dependendo do tipo de produto, por isso ficará livre para o designer que irá
desenvolve-las, desde que, siga os princípios e o conceito da marca, usando cores jovens e
autênticas.
93

Geração de Alternativas:
Com base no que se compreende até aqui, de uma marca direcionada a um público-alvo
jovem e um mercado com concorrentes diretos, carentes de uma identidade bem resolvida
estrategicamente, buscou-se gerar alternativas do logotipo da identidade visual, seguindo o
conceito autêntico, jovem e popular destacado anteriormente, que pudesse se adaptar em
diversos meios de comunicação, possuindo legibilidade e que não utilizassem degrades, e
elementos ultrapassados, como vimos nas identidades dos concorrentes diretos.

Nessas alternativas, buscou-se trabalhar rascunhos com letras que possuíssem traços
com espessuras mais finas e minúsculas, também com características arredondadas e que
pudesse encaixar algo que lembrasse alimentos e temperos, por isso optou-se pelo desenho de
uma folha e também de plantações no campo. Sendo assim, foi possível encontrar algumas
tipografias que estivessem de acordo com os rascunhos feitos a mão, e logo permitiu reproduzir
algumas alternativas através de ferramentas no computador, com base nos rascunhos, que
pudessem ficar o mais fiel possível ao que se pretende.
94

Figura 66 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


95

Figura 67 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


96

Figura 68 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


97

Figura 69 – Alternativas Logotipo Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


98

Figura 70 – Alternativas Logotipo Rascunhos no Computador

Fonte: Acervo do Autor, 2021.

Foi desenvolvido também alternativas de ilustrações visuais que irão compor o sistema
de identidade visual, onde poderão ser utilizados não só nas etiquetas, como, compondo
materiais internos, publicitários e promocionais, dos mais simples aos mais elaborados,
ajudando no reconhecimento da marca e mantendo certa padronização, e poderão ser utilizadas
em conjunto ou separadamente.
As alternativas foram feitas à mão, buscando um aspecto de algo desenhado e não uma
figura totalmente estática e formal. A ideia foi desenvolver desenhos de legumes, plantas,
temperos e especiarias, que ficassem com aspectos mais populares e informais. Logo utilizou-
se ferramentas no computador para que pudesse ter essas alternativas mais palpáveis.
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Figura 71 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


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Figura 72 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


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Figura 73 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos a Mão

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


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Figura 74 – Alternativas de Ilustrações Visuais Rascunhos no Computador

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


103

4.2 SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS

A escolha pelas alternativas finais do logotipo, se deram com base nos conceitos da
empresa, mas também outros pontos acabaram sendo bastante decisivos, como, detalhes na
espessura da letra, curvatura nas extremidades e o desenho de folha que foi possível trabalhar
de uma forma que fizesse parte do logotipo e não fosse um elemento separado, por isso foram
escolhidas as mostradas abaixo.

Figura 75 – Alternativas Finais do Logotipo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


104

Já nas escolhas das alternativas finais das ilustrações visuais que irão compor o sistema
de identidade visual, auxiliando na composição dos materiais da empresa, optou-se pelas
alternativas colocadas abaixo, devido aos traços dos desenhos estarem de acordo com o que se
pretende, sendo, um pouco arredondados e não tão agudos, possibilidade de preenchimento com
cor que siga um pouco a forma do elemento, além de ter também certa incoerência nos traços,
não sendo formal, além de detalhes que produzem um pouco de profundidade.

Figura 76 – Alternativas Finais das Ilustrações Visuais

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


105

4.3 REFINAMENTO

Após as escolhas das alternativas finais, foi possível realizar um refinamento do


logotipo, onde optou-se pelas duas últimas alternativas, pois ilustram muito bem as
características do conceito da marca, além de possuir traços e espessuras bem equilibradas, com
certa legibilidade.
A forma com que as letras se encontram, transmitem modernidade, mas não deixa de
ser um logotipo com aspectos mais populares e de fácil fixação na mente das pessoas, sendo
totalmente fácil de replicar em diversos meios de comunicação.

Figura 77 – Refinamento do Logotipo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


106

Nas ilustrações visuais, as escolhas das alternativas finais, se deram nas duas primeiras
opções, pois são as que mais se adequam além do conceito da empresa, também ao que se
pretende transmitir, sendo ilustrações certamente modernas, mas com irregularidades nos
desenhos que lembram detalhes caseiros, ou seja, coisas feitas a mão, como, a comida. E com
o refinamento realizado, foi possível ampliar o leque de ilustrações representativas de temperos,
legumes e especiarias, além de colori-las nas cores principais da marca e suas tonalidades.

Figura 78 – Refinamento das Ilustrações Visuais

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


107

Após o refinamento do logotipo e das ilustrações visuais, tendo em mãos já definidos,


optou-se por desenvolver um selo com a junção do logotipo, junto de ilustrações para a marca,
que pudesse servir como um selo de confiança, podendo ser utilizado em qualquer lugar junto
ou separado da identidade, desde que não substitua o logotipo, já que é o ponto principal.

Figura 79 – Refinamento do Logotipo e Ilustração em forma de Selo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


108

4.4 ESTUDO CROMÁTICO

Foi possível extrair das imagens selecionadas do painel visual as cores que mais
estariam de acordo com o conceito da marca, sendo assim, escolheu-se o verde e o amarelo
como as cores principais para compor não só o logotipo, mas todo o sistema visual da empresa,
pois, entende-se que, o verde por representar a tonalidade dos temperos, estar relacionado a
saúde e transmitir jovialidade, e o amarelo por representar a tonalidade das especiarias e o
nascer do sol, além de transmitir otimismo e jovialidade.

Figura 80 – Estudo Cromático do Logotipo, Selo e Elementos Visuais

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


109

5 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

Será apresentado a seguir, o manual de uso da marca em sua versão final, com
elementos, selo, e materiais para a empresa que, ajudarão em todo o processo de
reconhecimento e aplicação da marca no mercado de atuação.

Figura 81 – Manual da Marca Apresentação e História da Marca

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


110

Figura 82 – Manual da Marca Conceito

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


111

Figura 83 – Manual da Marca Uso Horizontal

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


112

Figura 84 – Manual da Marca Detalhamento do Logotipo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


113

Figura 85 – Manual da Marca Selo

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


114

Figura 86 – Manual da Marca Cores

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


115

Figura 87 – Manual da Marca Variações

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


116

Figura 88 – Manual da Marca Tipografia do Logotipo e de Apoio

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


117

Figura 89 – Manual da Marca Tipografia de Apoio a Marca

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


118

Figura 90 – Manual da Marca Tipografia de Apoio a Marca

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


119

Figura 91 – Manual da Marca Arejamento

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


120

Figura 92 – Manual da Marca Limite de Redução

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


121

Figura 93 – Manual da Marca Tipografia para Etiquetas

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


122

Figura 94 – Manual da Marca Tipografia para Etiquetas

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


123

Figura 95 – Manual da Marca Padronagem

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


124

Figura 96 – Manual da Marca Usos Indevidos

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


125

Figura 97 – Manual da Marca Usos Indevidos

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


126

Figura 98 – Manual da Marca Aplicações

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


127

Figura 99 – Manual da Marca Aplicações Cartão de Visitas

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


128

Figura 100 – Manual da Marca Aplicações Crachá

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


129

Figura 101 – Manual da Marca Aplicações Frota

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


130

Figura 102 – Manual da Marca Aplicações Uniformes

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


131

Figura 103 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Display

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


132

Figura 104 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Ecobag

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


133

Figura 105 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Site

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


134

Figura 106 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Outdoor

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


135

Figura 107 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Instagram

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


136

Figura 108 – Manual da Marca Aplicações Sugestivas Etiqueta

Fonte: Acervo do Autor, 2021.


137

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento do trabalho, principalmente da pesquisa bibliográfica e de campo


possibilitou a compreensão do mercado de temperos e alimentos em âmbito nacional e local,
incluindo uma compreensão maior também dos consumidores locais e reais da Tentem
Alimentos, mais precisamente na região da Grande Florianópolis, onde a empresa atua de fato
no seguimento de temperos.
O trabalho mostrou também o quanto foi importante fazer o uso do design e o que
contribui como método e análises para um projeto de identidade visual, que serviu de tamanha
importância para a compreensão do mercado e da situação atual da empresa, para assim, gerar
resultados possibilitando que a marca consiga de se posicionar de forma assertiva na mente dos
consumidores e do mercado onde atua.
Já na metodologia proposta pela autora Alina Wheeler, identifica-se ser efetiva, pois,
através das etapas de Condução da Pesquisa, Classificação Estratégica, Design da Identidade e
Criação de Pontos de Contatos, se tornou possível a construção de uma marca que se manteve
fiel ao tema proposto, sendo possível ter uma linha de raciocínio que possibilitou ricos detalhes
ao projeto, então, entende-se que as etapas supriram as necessidades na construção da marca e
no desenvolvimento do projeto.
Conclui-se que, foi possível compreender a importância na utilização de metodologias,
neste trabalho acadêmico, para um resultado final, melhor e mais assertivo, além do autor
aprender como gerir pesquisas bibliográficas e de campo, e apontar as melhores abordagens
para cada seguimento de um público-alvo.
138

REFERÊNCIAS

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141

APÊNDICES
142

APÊNDICE A – Entrevista com clientes

a) Pergunta 1
143

b) Pergunta 2
144

c) Pergunta 3
145

d) Pergunta 4
146

e) Pergunta 5
147

f) Pergunta 6
148

g) Pergunta 7
149

h) Pergunta 8 (Etapa 1)
150

i) Pergunta 8 (Etapa 2)
151

j) Pergunta 9
152

k) Pergunta 10
153

l) Pergunta 11
154

m) Pergunta 12
155

n) Pergunta 13
156

o) Pergunta 14
157

p) Pergunta 15

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