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Florianópolis
2021
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Florianópolis
2021
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______________________________________________________
Prof. e orientadora Kamilla Santos de Souza
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Tiago André da Cruz
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Vinicius Roberto Maciel
Universidade do Sul de Santa Catarina
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AGRADECIMENTO
Primeiramente e principalmente aos meus pais que não mediram esforços desde o
começo do curso quando iniciei sem garantia se eu fosse continuar, devido a questões de bolsa,
mas com muita força de vontade e insistência conseguimos que eu continuasse. Minha mãe foi
fundamental na minha trajetória na faculdade por diversos motivos, pois ela é a minha maior
inspiração pra vida e pra tudo que faço, sou agradecido por tudo que ela fez e faz por mim.
Agradeço também ao meu pai que junto dela sempre me apoiaram nas minhas escolhas e as
pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu pudesse viver esse momento. Não
poderia deixar de agradecer também, alguns professores do curso de design, não irei citar nomes
pois poderei esquecer algum, que sempre me estenderam as mãos, e foram super atenciosos
comigo, por isso sou grato. Por último, agradeço a Deus, pois em meio a muitas dificuldades
que encontrei pelo caminho, pessoalmente, e nessa trajetória da faculdade, chegando no
mercado de trabalho, consegui vencer muitos obstáculos e também por ele estar me
proporcionando vencer mais uma fase da minha vida e minha mãe poder presenciar esse
momento.
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RESUMO
ABSTRACT
This work aims to solve an existing design problem in the company Tentem Alimentos,
which consists in the development of a visual identity system. The company currently operates
in the food market, more precisely in the seasoning sector for the popular class, on the coast of
Santa Catarina, and seeks a scalable expansion to other states in the country. Through Alina
Wheeler's design methodology, a visual identity project and a brand manual will be created that
will help the company to express itself correctly in the market, in front of the public and
competitors, enabling more assertiveness regarding its positioning in the market. connect with
people.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
1.1 PROBLEMÁTICA ........................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivos gerais .......................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 17
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 18
1.4 PROCESSOS METODOLÓGICOS ................................................................................ 18
1.4.1 Condução da Pesquisa ............................................................................................... 20
1.4.2 Classificação da Estratégia ........................................................................................ 21
1.4.3 Design da Identidade ................................................................................................. 21
1.4.4 Criação de Pontos de Contato ................................................................................... 21
1.4.5 Gestão de Ativos ......................................................................................................... 22
1.5 DELIMITAÇÃO .............................................................................................................. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 23
2.1 FORMA ............................................................................................................................ 23
2.1.1 Gestalt ......................................................................................................................... 23
2.1.2 Linguagem Visual ...................................................................................................... 27
2.2 MARCA ........................................................................................................................... 31
2.3 IDENTIDADE VISUAL .................................................................................................. 33
2.3.1 Logotipo ...................................................................................................................... 35
2.3.2 Símbolo ....................................................................................................................... 36
2.3.3 Assinatura Visual ....................................................................................................... 40
2.3.4 Cor(cores) Padrão ...................................................................................................... 42
2.3.5 Alfabeto Padrão ......................................................................................................... 46
3 PROJETO DE DESIGN ................................................................................................. 48
3.1 CONDUÇÃO DA PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DA ESTRATÉGIA ..................... 48
3.1.1 Compreendendo a Empresa ...................................................................................... 48
3.1.1.1 Sobre a Empresa .................................................................................................. 48
3.1.1.2 Sobre a Marca ...................................................................................................... 50
3.1.1.3 Produtos e Serviços .............................................................................................. 51
3.1.1.4 Definindo Missão, Visão e Valores...................................................................... 52
3.1.1.5 Público-Alvo ......................................................................................................... 53
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1 INTRODUÇÃO
A sociedade brasileira está cada vez mais valorizando a qualidade de suas refeições,
fazendo com que a procura por ingredientes culinários, venha crescendo constantemente.
Segundo o Sebrae (2014) os festivais gastronômicos que acontecem em todas as regiões do
Brasil, tem sido fundamentais para aguçar os gostos dos brasileiros por essas peculiaridades,
ou seja, a utilização de complementos, como, ervas, temperos, molhos, especiarias e
condimentos, para dar mais sabor à elaboração de pratos culinários.
Conforme os dados da Associação Brasileira da indústria de Alimentos - Abia (2020),
a indústria de alimentos e bebidas obteve um crescimento de 6,7% no faturamento, além de um
crescimento de 2,3% em vendas reais, em relação ao ano de 2019, no mercado interno. Dentro
do setor de alimentos, na categoria de “diversos” (molhos, temperos e condimentos, sorvetes e
salgadinhos) ficou entre as quatro categorias que mais cresceram, fechando o ano de 2019 em
3,4%.
Se levarmos em conta as exportações brasileiras de alimentos para o mercado mundial,
o país é um dos líderes no setor, onde mantem um certificado de qualidade, totalizando 34,1
bilhão de dólares e passando o número de mais de 180 países, referente ao fechamento do ano
de 2019 (ABIA, 2020). Mas apontando para o setor de temperos que, num panorama do
mercado mundial movimenta-se 15 bilhões de dólares, Gasparin (2017) ressalta que o Brasil
ainda tem uma participação não tão agressiva nas exportações desse setor, ao contrário de outras
nações, mas o país é dos mais atuantes quando assunto é a importação de temperos naturais.
Contudo, o mercado de ervas e temperos orgânicos no Brasil, tem uma média de crescimento
de 30% ao ano que, por sua vez, é ainda um grande setor a ser explorado.
Em 2020 esperava-se um crescimento entre 2,5% até 3,5% em vendas reais na indústria
de alimentos no Brasil (ABIA, 2020). Mas com a pandemia mundial, isso poderá ser revisto. A
mesma pandemia que afetou a economia mundial também mudou comportamentos e um deles
foi o hábito de cozinhar em casa. Nunca os programas de culinária tiveram tanta procura e a
busca por experiências e receitas tem sido grande. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em abril de 2020 os supermercados bateram o recorde de
vendas, comparado ao mesmo período de 2019, chegando a 5,8% (AGÊNCIA BRASIL, 2020).
Já o Uol (2020), relata o aumento na procura por sites de gastronomia, principalmente
na sua própria plataforma, chegando à números expressivos de 230% de tráfegos, em junho.
Juntamente com sites gastronômicos, canais do YouTube também registraram aumento nas
audiências, como, o famoso programa MasterChef, com crescimento nas suas visualizações,
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chegando à 51%. Através de uma pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em
Nutrição e Saúde, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, nos últimos
20 anos houve um aumento no consumo de produtos industrializados, entre os brasileiros, mas
conforme dados de 2018, mostrou uma desaceleração nesses consumos e isso teve ainda mais
reflexo durante a pandemia (UOL, 2020). O Uol (2020) ainda cita que, mesmo na pandemia,
com o crescimento considerável por delivery, as pessoas não conseguem viver apenas disso,
pois os valores para manter esse tipo de consumo, ainda são elevados, e nem sempre as comidas
são saudáveis, por isso intensificou um movimento de resgate por velhos hábitos de cozinhar
em casa, e pessoas que não cozinhavam, passaram a consumir este tipo de assunto na internet
e a realizar suas próprias refeições.
Levando em conta os dados acima, entende-se a real oportunidade para a empresa poder
se reinventar no mercado de alimentos e especificamente no de temperos, seu carro-chefe. A
Tentem Alimentos que, atravessou um momento de troca de proprietário, onde deixou de ser
uma empresa familiar, com poucos clientes e pouca produção, além de não ter um planejamento
estratégico e principalmente uma identidade visual planejada, passou a aumentar o numero de
funcionários, clientes e principalmente o mix de produtos, contando com uma identidade visual
provisória e com embalagens novas, o que, mesmo assim passa por um momento de
reconstrução e ampliação mercadológica, por haver diversos problemas de planejamentos,
incluindo a falta de um sistema de identidade visual que posicione a marca nas gôndolas,
facilitando a leitura das próprias etiquetas das embalagens, que solucione a falta de identificação
com o público-alvo, se diferenciando também dos concorrentes, incluindo os meios digitais,
além de trabalhar o posicionamento estratégico interno e externo.
Com base nos dados apresentados, observa-se a necessidade de melhoria e adequação
da identidade visual da empresa Tentem. O presente trabalho visa, com base em pesquisas,
identificar o gosto do público, analisar o mercado vigente e vislumbrar as possibilidades de
adequação da marca, tornando-a assim mais próxima dos seus objetivos de venda. O trabalho
apresenta uma revisão bibliográfica focada na área de design, como estudo preliminar para
desenvolver um projeto dentro dos preceitos da área, conta com uma fase de pesquisa e coleta
de dados, que posteriormente serão analisados pelo autor, para por fim, adentrar no processo
criativo munido de informações e desenvolver uma melhor solução para o projeto de identidade
visual para a empresa Tentem.
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1.1 PROBLEMÁTICA
Nos pontos físicos de vendas, as embalagens da empresa são sempre ofuscadas pelas
dos concorrentes, pois não existe quaisquer pregnância, referente à marca, ao design do rótulo
e a embalagem física, o que é essencial para reter a atenção do consumidor, além de manter
também uma informação clara e adequada. Já sua presença nas plataformas digitais nunca foi
realidade, o que é essencial para uma empresa se apresentar e se destacar no mercado em que
atua, pois também permitirá ampliar seu reconhecimento até mesmo nacionalmente, além de
gerar uma transparência maior com seu público-alvo e consumidores em potenciais.
Percebe-se que, estes componentes criados sem estudos aprofundados, envolvendo a
marca e seu posicionamento, comprometem não só a imagem da empresa, mas seu futuro no
mercado onde atua, em frente aos seus concorrentes.
Considerando a atuação da empresa há 30 anos no mercado de temperos e condimentos,
como o sistema de identidade visual proposto poderá manifestar o novo conceito da empresa
em frente aos seus consumidores e ao mesmo tempo se diferenciar dos concorrentes?
1.2 OBJETIVOS
Desenvolver uma nova identidade visual e um manual de uso para a empresa Tentem
Alimentos, de forma a estabelecer uma presença mais assertiva da empresa no mercado, frente
aos concorrentes e consumidores.
1.3 JUSTIFICATIVA
A metodologia projetual que foi utilizada, é da Alina Wheeler (2008), como consta na
Figura 1, que, se faz presente em seu livro “Manual de Identidade da Marca”, e é composta por
cinco etapas. Por tanto, foram utilizadas para a realização deste projeto, apenas as quatro
primeiras etapas, já que a quinta etapa é incompatível com a ideia final deste trabalho, pois ela
se faz no gerenciamento dos materiais no mercado que compõem o sistema de identidade visual
da empresa, e isso ficará por conta do cliente.
Na segunda parte, segue o Esclarecimento da Estratégia, onde será reunido tudo que foi
aprendido na primeira parte, unificando as ideias e uma estratégia de posicionamento que
ajudará na criação do briefing da marca, tendo em vista esclarecer a essência e os atributos da
marca, passando pelo briefing de criação, onde todos os pontos estarão esclarecidos e
funcionarão como um mapa para a criação dos objetivos gerais do projetos, sendo, as metas de
comunicação de todos os elementos da identidade da marca, lista de aplicações mais
importantes, mapa mental, o sistema de documentação, benchmarks e datas de apresentação.
A terceira parte, é o Design da Identidade onde começa o processo criativo que, busca
a integração do conceito gerado pelos briefings às gerações de alternativas. Esse processo se
inicia pela etapa do logotipo, seguindo para a etapa de definição das cores, onde a meta é que
ela exerça a função de facilitar o reconhecimento e construção do valor da marca, além de ser
um dos elementos de padronização. Partindo para a etapa de tipografias que, devem compor
não só o logotipo, mas toda a forma de comunicação da marca, seguindo um estilo tipográfico
que transmita sentido e reflita o posicionamento da marca, não deixando de ter flexibilidade e
possuir legibilidade. Na etapa de movimento, será possível trazer ainda mais vantagem
competitiva, ou seja, pode-se desenvolver uma animação da própria identidade visual que apoie
a essência da marca, comunicando a sua personalidade para utilização em meios de
comunicação digital. A etapa de ensaio de aplicações, será realizada com rigorosos testes e
exploração de como a marca funcionará hipoteticamente em determinados materiais (plotagem
em veículos, papelaria, brindes, uniformes, entre outros) seguindo seu conceito, sendo viável,
consistente e sustentável. Sendo assim, na etapa de apresentação será abordado todo o
desenvolvimento de design e aplicações aprovadas, podendo ainda sofrer alterações na próxima
parte da metodologia.
Nesta quarta parte que, é a Criação de Pontos de Contato, será feito o desenvolvimento
e o refinamento do design da marca, para dar início a criação das assinaturas visuais, seus
tamanhos e mídias em que serão aplicadas nos pontos de contatos de acordo com as
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1.5 DELIMITAÇÃO
Será entregue no final deste projeto um sistema de identidade visual, seu manual de
utilização e simulações virtuais da identidade na embalagem, papelaria, outdoor, frota de
veículos e uniformes.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 FORMA
2.1.1 Gestalt
Segregação: Pode ser uma ou mais unidades de um todo que, contrastam-se entre si, ou
seja, é um todo formado por elementos que se diferenciam entre si, mostrado na Figura 5.
Fechamento: Se trata de fechamento sensorial e não físico que, significa uma ordem
espacial ou uma forma que, constituem-se por um agrupamento de elementos, pode ser
entendida também, como, um molde espacial de uma figura configurada por elementos,
mostrado na Figura 7.
Continuidade: São elementos formais que possuem uma trajetória com certa coerência
e organização visual, ver Figura 8.
Pregnância da Forma: É tida como a lei básica da percepção visual da Gestalt. São um
todo com máxima clareza e harmonia visual, mas suas partes podem constituir certa
regularidade ou o mínimo de complicação visual, como mostra a Figura 11.
formas, em suas formas mais claras, podem transmitir tais sensações, partindo do quadrado,
que pode transmitir honestidade. Já o triângulo pode transmitir ação e o círculo, proteção.
“Visualizar é ser capaz de formar imagens mentais”, já dizia o autor (DONDIS, 1997, p. 14).
Em outras palavras, Gomes Filho (2008) também conceitua a forma como um termo que
tem diferentes significados, podendo se instituir em um único ponto, em uma linha, um plano,
em um volume ou numa forma que constitui todos esses atributos.
Dondis (1997) diz que quando algo é projetado, desenhado, pintado ou esculpido, a
substância que compõe visualmente essa obra traz consigo alguns elementos básicos, e para
interpretar essa linguagem visual é preciso compreendê-los, são eles: o ponto, a linha, a forma,
a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Na mesma linha de
pensamento, Gomes Filho (2008) também classifica esses elementos básicos que compõem a
forma, da seguinte maneira:
Linha: A linha para Gomes Filho (2008) é uma sucessão de pontos que estão tão
próximos que é impossível de enxergá-los individualmente, fazendo com que se tornem uma
linha. A linha limita, contorna e da forma, no design, principalmente, podendo classificá-las
como linhas modernas, orgânicas, geométricas, aerodinâmicas e outros. Em concordância,
Dondis (1997) denomina a linha também como uma marca contínua, e a define com pontos em
movimento. O autor ainda continua que, a linha pode se manifestar de diversas formas, por
exemplo, na arte, como elemento fundamental para o desenho.
Plano: Assim como uma linha é considerada uma sucessão de pontos, Gomes Filhos
(2008) define plano como uma sucessão de linhas que, possui duas dimensões, a primeira é
comprimento e a segunda, largura. Ou seja, ela não pode ser expressa num campo espacial com
todas as partes e dimensões do objeto, mas apenas o desenho da superfície como, por exemplo,
uma parede, a faixada de um prédio, um campo de futebol, ruas e até mesmo um desenho.
Volume: Para Gomes Filho (2008), volume é definido como uma percepção visual
física, ou seja, algo real que seja possível tocar e de solidez tridimensional como, por exemplo,
qualquer tipo de expressão volumosa por meio de artifícios (desenho e pintura) numa superfície
plana. A noção de volume que temos de uma representação visual pode se dar através de alguns
efeitos como, da luz, brilho, sombra, textura, também quanto a perspectivas das formas que se
contrapõe com outras, e as cores que parecem estarem em movimento ressaltando ângulos de
determinadas partes do objeto.
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Em concordância com o que foi exposto, Gomes Filho (2008) acredita ser tarefa de o
designer desenvolver projetos que exijam um grau satisfatório e adequado no campo da
percepção visual, com embasamento nos estudos realizados pela gestalt, além do compromisso
de respeitar diferentes padrões culturais e estilos existentes no mundo.
Sabendo disso, percebemos o quão importante e essencial são esses atributos para a
criação de logotipo ou símbolo da marca, além de prestar a devida atenção no conceito que cada
elemento transmitirá é o que fará a identidade visual ser lida com facilidade e memorizada.
2.2 MARCA
de uma empresa. Ela dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca, tornando-
se uma matriz de comunicação.
Ao criar uma identidade visual, o designer tem como desafio identificar e compreender
informações necessárias da empresa, como destacado acima, e esculpi-la até sua forma mais
pura e simples, com isso projetar a empresa em direção ao crescimento, à mudança e ao sucesso
(WHEELER, 2008).
Em concordância quanto à tradução de identidade visual, Strunk (2001) sintetiza que, é
um conjunto de elementos gráficos traduzidos por uma forma à personalidade de um nome,
ideia, produto ou serviço. “Devem informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer
com quem os vê um nível ideal de comunicação” (STRUNK, 2001, p.57). Na criação de
identidade visual, o autor ainda reitera que devem ser desenvolvidas por designers gráficos e
faz a seguinte afirmação:
Esses profissionais sabem, de forma objetiva e precisa, manipular toda uma série de
teorias e técnicas capazes de transformar os elementos institucionais nos verdadeiros
espíritos das marcas que representam. Isso é fundamental, pois, em termos de
comunicação, as identidades visuais têm dotes e virtudes incomparáveis. Servindo
para diferenciar as marcas, os elementos institucionais são a síntese visual de suas
personalidades para seus consumidores. A forma instantânea para buscar em suas
mentes todas as vivências e emoções armazenadas, relacionadas a uma marca
(STRUNK, 2001, p. 68).
Elementos Principais:
• LOGOTIPO
• SÍMBOLO
Elementos Secundários:
• COR (OU CORES) PADRÃO
• ALFABETO PADRÃO
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2.3.1 Logotipo
O logotipo é um nome representado por letras que podem ser desenhadas, podem ser de
um alfabeto existente e podem ser de um alfabeto existente, mas modificadas, como mostra na
Figura 19. Ou seja, uma escrita é um logotipo, e toda marca possui um (STRUNK, 2001).
Para Peón (2009), um logotipo é composto por letras e números que possam ser lidos, e
podem ser denominados de marcas nominativas, e também de marcas figurativas quando as
letras e números são modificados ao ponto que se tornem desenhos, como mostra a Figura 19.
Ainda define que um logotipo tem o objetivo de ser efetivamente lido, representando as
características da instituição.
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Peón (2009) também possui três classificações que se igualam a Strunk (2001), ou seja,
baseados numa família existente, formados por famílias modificadas e formados por tipos
desenhados, como mostrados na Figura 19.
Wheeler (2008) define o logotipo como uma palavra que é composta por fontes
tipográficas, e em concordância aos autores acima, ela diz que essas fontes tipográficas podem
ser normais, modificadas ou totalmente redesenhadas. Na Figura 19, ilustra bem esse exemplo.
2.3.2 Símbolo
O símbolo, apresentado na Figura 20, é uma forma gráfica que, para Strunk (2001),
passa a identificar conforme o seu uso, um nome, uma ideia, um produto ou serviço.
Figura 20 – Símbolos
Strunk (2001) ressalta que, símbolo e signo exercem funções distintas. Por exemplo,
signos que não transmite emoções, tem um significado específico, e devem sinalizar algo,
como, placas de trânsito, normas de uso e outros. Já o símbolo desperta uma série de emoções
e experiências através de um significado de marca, ver Figura 21.
37
Figura 21 – Signos
Já os símbolos figurativos, mostrados nas Figuras 23, 24, 25, Strunk (2001) divide em
três naturezas, sendo, os baseados em ícones que, buscam representar algo o mais fielmente
possível, os baseados em fonogramas que, basicamente são logotipos formados por letras que
abrangem a escrita de uma marca, e por fim, os baseados em ideogramas que representam uma
ideia ou conceito de determinada empresa.
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Para Peón (2009) o símbolo é conhecido também como signo, e ambos muitas vezes são
chamados de marcas. O autor menciona que o símbolo deve ser de fácil identificação e
memorização, assim como, de reconhecimento imediato e ter clara associação com a instituição.
Já na construção do símbolo é importante que se conceda atenção especial às linhas, pontos e
massas que formam o desenho.
O símbolo é classificado também por Peón (2009) em concordância com Strunk (2001),
em quatro grupos, sendo eles, símbolos tipográficos (derivado das iniciais de um nome),
figurativos (busca deixar explícito o que se retrata em forma de desenho), ideogramas (desenho
conceitual e estilizado) e abstratos (representa uma ideia modificada de um objeto).
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Wheeler (2008) explica que dentro da construção da marca que, tem como sinônimos,
o símbolo, marca logotipo, identidade, marca de produto e marca registrada, existem algumas
categorias, assim como destacaram os autores acima. A autora divide a marca, ou mais
precisamente os símbolos em 5 categorias, sendo uma delas a categoria de Marcas com Palavras
que, é traduzida como o processo de logotipo já falado anteriormente. As outras quatro
classificações representam as mesmas ideias apresentadas por Strunk (2001) e Peón (2009),
sendo, monogramos (representação da marca em letras), emblemas (onde o nome da marca se
faz conectado a um elemento pictórico), marcas pictóricas (utilização de uma imagem literal
estilizada e reduzida a uma forma simples) e marcas abstrato-simbólicas (utiliza elementos
ambíguos na construção do símbolo que, traduzem uma ideia).
A assinatura visual é um termo que pode ser denominado também como marca, segundo
Peón (2009). Mas frequentemente é denomina assinatura visual o uso do logotipo justaposto
com um símbolo, sintetiza Wheeler (2008), ver Figura 27 e 28. A autora ainda afirma que uma
empresa pode ter várias assinaturas visuais destinadas a cada seguimento de negócio, e elas
podem ou não inclui uma tagline, traduzida por ela como, “uma frase curta que captura a
essência, a personalidade e o posicionamento da marca de uma empresa […]” (WHEELER,
2008, p. 58).
Em concordância com os autores acima, Strunk (2001) define a assinatura visual como
a união do logotipo com o símbolo, possibilitando também seu uso de forma única, com apenas
o símbolo ou o logotipo, e outras variações. Essas formas de organização da assinatura visual
são usadas para direcionar como esses elementos devem ser usados quando os espaços de
aplicações forem quadrados, horizontais ou verticais, como mostra a Figura 19.
Todas as identidades visuais devem possuir um padrão de cores definidas, seja de uma
ou mais cores, pois com o devido cuidado e consistência de uso, certamente as cores passam a
ser mais associadas às marcas, do que o próprio símbolo e o logotipo, sintetiza Strunk (2001).
Tendo como meta mais importante de uma cor, é facilitar o reconhecimento, além de
construir o valor de uma marca. Por isso, Wheeler (2008) diz que, na escolha das cores para a
identidade visual é preciso atenção especial à teoria das cores, ou seja, entender suas
composições e significados transmitidos. Em concordância, Dondis (1997) diz que, entre todos
os elementos do processo visual, a cor é o mais emocional e seu uso pode ter grande proveito
intensificando a informação visual.
Peón (2009) afirma que para o sucesso da marca é essencial que as cores se fazem
presentes em todos os canais de aplicação, incluindo na arquitetura, além de ter suas
especificações acomodadas no manual de aplicações.
Eva Heller (2000) completa que, a escolha das cores para compor uma identidade visual,
engloba toda a estrutura de uma marca e seu posicionamento visual no mercado, e elas são
essenciais devido a afetarem diretamente a emoção e a razão. A autora costuma destacar em
seu livro “A Psicologia das Cores”, quais as cores preferidas e as menos preferidas entre as
pessoas, com base em sua pesquisa, mas que isso não é uma regra a ser seguida quando se
define a cor para uma determinada marca, pois cada cor tende a produzir diferentes efeitos
dependendo da ocasião. “O mesmo vermelho pode ter efeito erótico ou brutal, nobre ou vulgar”
(HELLER, 2000, p. X).
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Por fim, de acordo com Heller (2000), a cor preferida entre as pessoas é o azul, e a
menos preferida é a cor marrom, mas para cada nicho de produto ou mercado em que a marca
esteja inserida, o público percebe as cores de forma diferente. Não necessariamente uma marca
não deverá utilizar a cor marrom por ser a menos preferida, mas ela deve usar a cor que mais
convém com o nicho de mercado e os valores da empresa em si.
O Alfabeto Padrão são famílias tipográficas que fazem parte da identidade visual, usadas
como padrão para descrever informações seja em materiais impressos ou digitais, de acordo
com Strunk (2001). Essas tipografias devem ter personalidade e legibilidade, afirma Wheeler
(2008), pois elas terão papel crucial em apoio à estratégia de posicionamento de marca e nas
disposições hierárquicas da informação.
Existem certamente diversos alfabetos e muitos deles oferecem diversas possibilidades
de variação, sendo negrito, itálico, condensado e outros. Em concordância, Wheeler (2008)
menciona que, as tipografias devem ser escolhidas também por sua variedade de pesos e
larguras, ou como diz Peón (2009), que ao menos possibilite itálico e negrito. Assim, Strunk
(2001) divide esses alfabetos em cinco grupos, sendo eles, serifa triangular, serifa linear, serifa
quadrada, sem serifa e decorativos, ver Figura 20.
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Para projetos complexos e sofisticados, Strunk (2001) diz que, é preciso que tenham
dois ou mais alfabetos padrões, pois possibilitam que o uso das mesmas tenha mais flexibilidade
em aplicações. Completa Peón (2009) que, o alfabeto institucional é usado justamente para
normatizar os textos, ou seja, trazendo coerência para as aplicações e logotipos. O autor fortifica
ainda que, a família tipográfica escolhida para as aplicações, dificilmente são escolhidas para
usar nos logotipos e marcas.
Por fim, fica claro que, a escolha tipográfica é feita de acordo com que o designer ou o
tipógrafo que a criou, estabelecem como estratégia, e dependendo do projeto e suas aplicações,
eles estabelecem as variedades de alfabetos que serão utilizados na identidade visual.
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3 PROJETO DE DESIGN
3.1 CONDUÇÃO DA PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DA ESTRATÉGIA
3.1.1 Compreendendo a Empresa
Tudo começou com dois parceiros de trabalho que tinham afinidades e conhecimento
no ramo alimentício, por já trabalharem em redes de supermercados. Assim que surgiu a
oportunidade de compra da empresa, houve o interesse, principalmente por envolver alimentos,
especificamente temperos e condimentos que são produtos essências para o dia a dia. Logo, foi
analisado quanto o antigo proprietário vendia e tinha de lucro mensal, sendo assim, fizeram
uma projeção de quanto eles poderiam alcançar de vendas e faturamento com uma nova
estrutura, entendendo se valeria a pena o investimento de compra.
A empresa comercializou produtos na Grande Florianópolis por 30 anos, mantendo o
mesmo nome que, possui um significado simples e objetivo, com a junção do sobrenome do
antigo proprietário (Tenfem) e o carro-chefe da empresa (Tempero), resultando em “Tentem”.
Hoje, com quase 2 anos de posse dos novos proprietários, ela ainda continua sendo uma
empresa de produtos populares e preços acessíveis, mas com um corpo de gestão mais
estruturado, onde conseguiram ampliar o mix de produtos, principalmente na distribuição e
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venda. Mas até o momento a empresa nunca teve um posicionamento ou estratégia definida,
por isso os proprietários destacam a confiança neste projeto para ajuda-los a se posicionar de
uma maneira melhor.
A estrutura antiga da empresa se localizava numa garagem no Município de Santo
Amaro da Imperatriz, contendo um cômodo que servia como escritório e estoque, e outro para
a linha de produção. Atualmente, localizada na Praia da Pinheira, sul do Município de Palhoça,
possui uma estrutura interna mais adequada, contendo salas para cada função, sendo, um
escritório, uma sala para produtos prontos, outra para doces, para salgados, também para
produção e outra para estocagem. Mesmo que a empresa não possua uma localização e um
centro de distribuição convencional, ou seja, arquitetura e fachada planejada, o único
planejamento que a empresa priorizou no momento foi internamente, dividindo cômodos para
determinados tipos de produtos e tarefas realizadas, trazendo mais organização, limpeza e
distribuição eficaz dos produtos.
Já o tipo de maquinário utilizado pela nova gestão é mais eficaz, comparado
anteriormente, deixando de ser uma produção manual, para máquinas semiautomáticas,
acelerando absurdamente a produção e estocagem do mix de produtos, além da distribuição dos
mesmos. Sendo assim, o quadro de colaboradores é composto por uma pessoa no setor
administrativo, outras duas no setor de produção, um vendedor e um entregador.
Conforme relataram os proprietários, a empresa consegue suportar as vendas com os
atuais clientes, alguns já conquistados logo após a compra da empresa, mas logo haverá a
necessidade de ampliar a estrutura da empresa, prevista para daqui dois anos, e antes disso,
pretendem introduzir um posicionamento novo, criando uma identidade que transmitisse a real
essência da empresa, melhorando as embalagens, publicidade, as estruturas para aos poucos
expandir a marca e as vendas para além da Grande Florianópolis.
Os proprietários ainda visam um crescimento de 100% das vendas nos próximos 5 anos,
incluindo mercados de médio e pequeno porte, além da busca por mercados maiores,
considerando que a empresa hoje, é saudável, ou seja, sem dívidas absurdas e com credibilidade
no mercado. Visando este crescimento, pretendem investir numa área de produção maior, sendo
possível produzir pelos menos 50% dos produtos que a empresa oferece, mesmo ainda
importando de outros países, além de expandir as vendas para outras cidades do estado.
Atualmente, as maiores vendas acontecem no veraneio, devido a empresa estar voltada
a uma região turística e que na temporada de veraneio a demanda por temperos sobem
absurdamente. O aumento das vendas também é consequência de outras épocas sazonais, como
50
pedidos que são recebidos em tempo real pelo setor administrativo, e no dia seguinte são feitas
as entregas, desta forma trouxe mais eficiência e organização para a empresa.
Quanto aos produtos vendidos pela empresa, grande parte são importados, onde são
comprados por uma distribuidora que vendem para a Tentem, e são através dela que esses
produtos chegam na empresa. Os proprietários deixam claro que o manuseio dos produtos, são
feitos apenas por eles mesmos apenas, sendo assim, para manter a qualidade, recebem toda
semana a visita de um químico que avalia e auxilia na higiene local e dos produtos.
Por fim, tendo um olhar mais amplo, de acordo com os proprietários, a mudança que
mais afeta a empresa é o aumento do dólar, pois, como a maior parte dos produtos são
praticamente importados, acabam ficando mais caro e a empresa tem de aumentar o preço dos
produtos e consequentemente vendem menos. Mas, como o tempero é um produto que é usado
no dia a dia e está presente nas refeições de milhares de pessoas, a demanda por este produto
está sempre em alta. Outro destaque, mas de forma positiva para as vendas da empresa, é a forte
demanda das pessoas por novos temperos nos últimos anos, e que ouve um salto muito grande
na procura dos mesmos, devido a pandemia causada pelo Novo Corona-Virus que, fez com que
as pessoas ficassem mais em casa e optassem por testar novos sabores e ingredientes nas
refeições.
3.1.1.5 Público-Alvo
3.1.1.6 Concorrentes
No Brasil, muitas empresas hoje que, são consideradas multinacionais e até mesmo
internacionais, começaram lá no século XX, onde a indústria alimentícia era dominada por
pequenas empresas e a competição entre elas se davam principalmente na escala de produção e
distribuição, além da exploração pela diversificação de produtos. Mas no final da década de
54
1980, poucas das grandes empresas de capital nacional conseguiram se manter num processo
de concentração empresarial na indústria (BIRCHAL, 2003). O que, a partir dos anos 90 que,
no Brasil começaram a ocorrer grandes reestruturações com maior intensidade das empresas do
setor alimentício, ou seja, com a abertura de mercado, se tornou mais recorrente a fusão e
aquisições de empresas e hoje a indústria brasileira possui uma grande estrutura e padrões de
mercados diferenciados e de alta competitividade. (VEGRO e SATO, 1995 apud SATO, 1998).
Em dados da ABIA (2020), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos que, foi
fundada em 1963 e é a maior associação representante do setor, aponta que, a indústria
Brasileira de alimentos e bebidas atualmente vem gerando resultados satisfatórios, além de ser
o maior setor do Brasil em valor de produção, chegando a 80%, sendo representada por
empresas pequenas, médias e de grande porte e também a que gera mais empregos, chegando a
23,1% do mercado. De acordo com dados até o primeiro bimestre de 2020, o setor de alimentos
e bebidas, possui 36,1 mil empresas e um faturamento de 9,6% do total do PIB Brasileiro.
A indústria de alimentos no Brasil possui um leque muito grande de produtos presentes
no mercado, e automaticamente de empresas, sendo assim, essa alta competitividade exige que
elas busquem por diferenciação nos produtos, e mais precisamente nas embalagens, pois é um
forte fator de decisão na hora da compra (VENDRAMINI, 1987 apud SCAGLIUSI;
MACHADO; TORRES, 2005). Na mesma linha, Gonsalves (1996, apud SCAGLIUSI;
MACHADO; TORRES, 2005), diz que, a implantação de estratégias de marketing nas
indústrias de alimentos estão cada vez mais recorrentes, havendo gastos com pesquisas para
identificar os diferentes desejos e comportamentos dos consumidores, buscando oferecer
diferenciais para aumentar o poder de barganha no mercado.
Existem 3 pontos fundamentais que, as empresas que investiram, cresceram
continuamente, chegando a dominar suas indústrias. São elas, a manufatura, mercado e
gerenciamento. Essas empresas organizam seu marketing e seu sistema de distribuição, como
uma cadeia de divisão de tarefas de gerentes em diferentes níveis, coordenando o fluxo
produtivo e planejamento futuro da empresa. Sendo ainda que, elas têm uma grande
preocupação quanto a qualidade dos produtos, ou seja, qualidade sanitária, gustativa, na
embalagem, no transporte e no armazenamento (CHANDLER, 1990 apud SATO, 1998).
55
Das firmas alimentícias inovadoras, 60% afirmaram que a inovação representou uma
grande melhoria na qualidade do produto, enquanto 40% também reportaram
ampliação de seu portfólio. Das empresas que inovaram, 41% consideraram que a
inovação foi altamente importante para manter seus mercados, 36% para os
ampliarem e 38% para abrirem novos mercados. Novos produtos inovadores tiveram
participação percentual entre 10% e 40% no total de vendas de 52% das firmas. Esses
dados demonstram os ganhos econômicos que as empresas obtiveram com suas
inovações (BNDS, 2013, p. 348).
Já nas próximas décadas devido ao aumento no preço dos alimentos, os produtos mais
baratos de marcas próprias se tornarão mais valorizados frente ao consumidor, tendo um
aumento significativo na compra, considerando o desconto e preço baixo dos varejistas, fazendo
com que se torne mais frequente as pessoas comerem em casa. Por isso é necessário que os
fabricantes fiquem atentos às mudanças do mercado para que possam inovar não só em
produtos, mas em novos segmentos de nichos mercadológicos (SEBRAE, [2017?]).
Até a aquisição dos novos proprietários, a empresa nunca havia pensado em estabelecer
uma estratégia de posicionamento, muito menos uma análise de público-alvo. Sendo uma
empresa familiar, nos fundos do quintal, tinha como objetivo apenas oferecer temperos nos
pequenos estabelecimentos próximos. Portanto, havendo essa preocupação com o crescimento
da empresa, os novos proprietários demonstram interesse de posicionar melhor a marca
buscando atingir novos ares, com isso entendendo da necessidade de definir diversos pontos
que determinam o rumo de uma marca.
Portanto, para o processo de análise do público-alvo, sabendo de tamanha importância
que tem para uma empresa poder se comunicar melhor no nicho de atuação, identificou-se que
a empresa possui um facilitador há um bom tempo que, é um perfil na rede social “Instagram”,
sendo o segundo meio de comunicação mais forte da empresa, depois das gôndolas nos
mercados. Possuindo 120 seguidores que acompanham a empresa na rede social, foi possível
ter em mãos dados específicos feitos pela própria ferramenta e também de realizar um
questionário de múltipla escolha para entender melhor o estilo de vida de quem segue a marca,
que, automaticamente consome e tem interesse em seus produtos.
57
Com base nos dados gerados pela própria plataforma do “Instagram”, é possível ter em
mãos alguns pontos definidores do público-alvo da empresa, onde sabemos que a faixa etária
gira em torno de 25 à 44 anos, com a maior parte presente no município de Palhoça, onde a
própria empresa está localizada, tendo como a maior parcela, mulheres, chegando à 69,4%, e
apenas 30,6% homens, como apresenta a imagem acima.
Já, o questionário desenvolvido pelo autor do trabalho, ficou disponível na rede social
da empresa por 24 horas, prazo determinado pela própria rede social, e através dele foi possível
ter em mãos, respostas valiosas que possibilitou conhecer mais profundamente os consumidores
alvo da empresa. Foram realizadas 16 perguntas, com participação total de 20 pessoas, no dia
14 de outubro, no perfil da rede social da empresa.
Adiante, observa-se um gráfico feito pelo autor, com base nas respostas retiradas do
questionário online, um dia após a publicação na rede social. Nela foi possível entender certos
gostos e costumes, questionados durante a pesquisa, que agora norteiam o projeto para uma
definição mais assertiva para posicionar a marca frente ao público-alvo consumidor.
O público definiu que uma empresa de temperos deve possuir uma identidade mais
explícita, que, logo identifica ser uma empresa do ramo de alimentos, ou seja, temperos, com
cores vivas, verde, amarelo, laranja, desenho ilustrativo do campo, de plantação, nascer do sol,
58
com aspectos mais populares, tendo elementos mais orgânicos do que geométricos, e mais
informacionais do que abstratos. Seus gostos e costumes são definidos por serem um público
antenado nas redes sociais, por influência da própria pandemia, fazendo com que ficassem mais
em casa e buscassem algo na internet de novo para aprender e até mesmo passar o tempo. Na
pesquisa identificou-se também que é um público morador de bairro, e não de centro de cidade,
que tem uma rotina corrida trabalhando fora, mesmo que a maioria tenha respondido ter um
emprego, pois, outra boa parte respondeu ter dois ou mais, percebe-se então, ser um público
com uma vida menos estabilizada, mas que final de semana apesar das respostas estarem bem
divididas, gostam de passear e receber amigos em casa. O gosto e preferência por cozinharem
na própria casa e de adorarem ir ao mercado, reforça esse impacto gerado pela pandemia, pois
comer fora já não faz parte da rotina desse público, mas destacaram que na escolha de produtos
no mercado, atualmente buscam mais pela qualidade, e não totalmente pelo preço baixo, como
é de se esperar.
Os gráficos de comparação de logotipo apresentam resultados que reforçam a visão que
os proprietários tinham com a experiência já no ramo, do público-alvo, onde em suas escolhas
apresentam um gosto mais popular, com certo exagero, sem muita delicadeza, e com traços
orgânicos, em que seja possível uma identificação mais imediata do produto vendido. Esta
análise, reforça também a ideia de que as cores mais tradicionais prevalecem, como verde e
marrom, e até mais cores vivas.
59
No dia a dia deste público, 80% destacaram que trabalham e outros 20% que ficam em
casa. Estes dados refletem também na própria idade e realidade nos costumes desse público,
mostrados ainda a seguir, prevalecendo a maior parte mulheres.
Como já era de se esperar, devido ao efeito pandemia, as pessoas tiveram que se adaptar
em casa, a fazer exercícios, e entre outras tarefas que não realizavam. Uma delas foi cozinhar,
que até mesmo quem não praticava, passou a se interessar pelo assunto, ou seja, pesquisar, e
quem já tinha esse hábito, passou a exercer mais, por isso que mesmo após a pandemia, o gráfico
mostra que entre o que esse público mais faz, é cozinhar, sendo 80% das escolhas na pesquisa,
sendo apenas 20% diz comer fora, além das outras duas opções nem se quer receberem repostas.
De acordo com a resposta obtida, percebe-se que por reflexo até mesmo da atualidade,
as pessoas deixaram de utilizar frequentemente outros canais de informação e tudo se passa na
tela do celular, e não foi diferente para o público-alvo da empresa, em que ao contrário do que
se pensa, o celular ficou tão democrático que o uso de rádio, tv e até mesmo jornal impresso
diminuiu. Certamente a pandemia influenciou nestes dados, devido as pessoas terem começado
a ficar mais em casa, e não é à toa que 88,89% respondeu que utiliza aplicativos de comunicação
e entretenimento, contra os 11,11% que ainda consomem entretenimento da tv.
Conforme mostra os dados, ouve uma parcela dividida entre passear, receber
amigos/festa, estudar/ficar em casa, com 33,33% cada, surpreendendo com 0,00% a opção
trabalhar. Com isso entende-se que o final de semana do público da empresa é voltado ao
descanso e lazer.
Entendendo ser uma pergunta muito importante e que faria total diferença no projeto,
pois não poderíamos ignorar o que de fato foi decisivo na mudança dos costumes das pessoas,
buscamos saber os novos hábitos das mesmas durante a pandemia, onde muitas pessoas não
tiveram escolhas, além de se adaptar. A opção mais votada, e esperada, foi de que as pessoas
optaram por ficar em casa, sendo 53,33% do total, seguido de cozinhar, sendo 20%, prática de
esporte 13,33%, estudar e visitar amigos com 6,67%.
Sendo as mais votadas, “ficar em casa” e “cozinhar”, confirma que a procura pelos
alimentos, temperos e novos sabores são reais. Pois até mesmo quem não exercia a prática de
cozinhar, passou exercer esta tarefa, se tornando um hábito que pode durar por um bom tempo,
ou talvez tenha vindo pra ficar.
Com base nas respostas inicias da entrevista com o público na rede social, confirma
ainda mais a análise de que o público-alvo geralmente se posiciona mais em bairros, sendo
consequentemente lugares mais baratos do que em centros de cidades, mas que possuem um
estilo de vida considerável, devido a metade dizer ter mais de um emprego, até porquê
confirmam que compram produtos mais pela qualidade do que pelo preço e adoram ir ao
mercado. Entende-se que os 50% que possuem apenas um emprego, detém do mesmo poder de
compra dos que possuem dois empregos (37,50%) e mais de dois empregos (12,50%), até
porquê, ambos de acordo com as respostas anteriores, concluíram que compram produtos pela
qualidade e não pelo preço.
É claro que, devido a porcentagem de 11,11% nas respostas anteriores confirmarem
morar em centro de cidade, entende-se que é onde as pessoas acabam tendo um padrão elevado
de gasto, e automaticamente tendo que optar em ter mais de um emprego, diferentemente se
morassem em bairros mais afastados.
Compreende-se então que, através da pesquisa realizada pelo autor alcançando respostas
de ao menos 20 pessoas, permitiu definir mais detalhadamente ao contrário do que se tinha, que
o público-alvo que consome os produtos da empresa, são 70% mulheres e 30% homens, de 18
à 35 anos, com maior parte moradores do município de Palhoça, Grande Florianópolis, sendo a
maioria moradoras de bairros, chegando a 88% da pesquisa, que também costumam trabalhar
fora e geralmente tem de um a dois empregos, além de serem um público também antenado no
meio digital, onde costumam usar a maior parte do tempo para se informar e aprender coisas
novas, assim como também buscam por entretenimento.
Este público-alvo por terem entre 18 e 35 anos, envolvem pessoas que estão
desenvolvendo sua vida financeira, trabalhando, estudando, como também chegando a ter certa
estabilidade como comprar a casa própria, sendo assim, acabam possuindo mais de um emprego
para manter sua independência. Com isso, além de terem a cultura de ir ao mercado fazer as
próprias compras, possuem certa liberdade na escolha por produtos que são de qualidade e não
apenas por ter preço baixo, isso se reflete em 77,78% das respostas, com influencia também da
maioria morarem em bairros e não em centro de cidade, onde o custo de vida é mais elevado.
Já, final de semana, além de gostarem de passear, optam mais por ficar em casa, receber amigos
e cozinhar, por influência até mesmo da própria pandemia.
Pontuando também, quanto a pesquisa sobre a preferência do público quanto a
identidade visual, conclui-se que, possuem maior familiaridade com elementos visuais que
transmitem mais explicitamente o que a empresa vende, por isso o ideal será fazer o uso de
cores tradicionais, como, verde e marrom ou até mesmo cores vivas, como, vermelho, amarelo,
laranja, entre outros que representam as cores dos legumes e especiarias. Já, os elementos
incluem desenhos ou ilustrações que também lembram o nascer do sol no campo, de plantação,
além de folhas e legumes, se aproximando ainda mais do carro-chefe da empresa, que são
temperos.
73
Edimar Condimentos: A marca se faz presente há 35 anos, ou seja, um pouco mais tempo de
mercado, comparado a Tentem, possuindo também um considerável mix de produtos,
analisados nas gôndolas. Suas etiquetas são configuradas totalmente diferentes da Tentem, pois
além de utilizarem gráficos mais robustos na etiqueta, elas possuem imagens reais de refeições,
e em algumas etiquetas até de má qualidade. Quanto a presença da logo da marca Edimar na
etiqueta, vale ressaltar que tem certa pregnância e destaque visual. O diferencial da marca
Edimar, comparada aos outros concorrentes e a Tentem, é que eles possuem um site, mesmo
que sem nenhuma estratégia de divulgação de produtos e com falhas absurdas de carregamento
de páginas, ainda assim possuem certo destaque para a logo e um campo de possível acesso a
entrar em contato com a empresa.
76
Olliva Condimentos: A empresa não possui qualquer divulgação digital, a não ser a
presença da embalagem nas gôndolas, por isso foi impossível conseguir dados palpáveis sobre
a empresa, nem mesmo os anos de mercado. O que vale destacar é que a empresa possui uma
etiqueta com certo destaque para a identidade visual, mas com os mesmos problemas da marca
Edimar, possuindo imagens reais de má qualidade e desenhos gráficos ultrapassados, em cores
que não possuem familiaridade com o próprio produto.
Da Cozinha: Sem qualquer presença digital, seja em redes sociais ou site, a empresa
Da Cozinha, segue os mesmos problemas de estratégia dos outros concorrentes, e percebe-se
que é comum essas empresas locais, de temperos, não possuírem um posicionamento planejado,
com estratégias de divulgação e marketing. A única presença também se faz apenas nas
gôndolas, com bastante destaque para o mix de produtos que é realmente grande, mas ainda
sem comparação com a Tentem, que devido ao planejamento, possui uma gama bem grande de
produtos. Mas a grande variedade de produtos não reflete na qualidade do design das etiquetas,
possuindo uma grande poluição visual, além do uso de cores totalmente incoerentes e com
degrades muito mal feitos. A marca possui uma identidade visual com efeitos em 3D, totalmente
ultrapassados e ilegível quando ficamos longe da gôndola, além de algumas etiquetas estarem
sem a identidade, apenas com o nome em forma de escrita.
79
Entende-se que, em comparação aos concorrentes diretos, a Tentem possui uma pequena
vantagem, seja no mix de produtos, preocupação com a imagem da empresa atualmente, além
da interação no Instagram com os seguidores da marca, mesmo sem estratégia. Ainda assim, há
grandes problemas a serem resolvidos nas etiquetas das embalagens, como, trazer mais
identidade na configuração dos elementos e cores, trazer mais coerência e hierarquia nas
informações, e principalmente na construção de uma identidade visual que facilite o
reconhecimento e tenha pregnância, ou seja, com letras legíveis e com personalidade, com
elementos mais explícitos do que abstratos, além do uso de cores tradicionais que identificam
a origem dos produtos. Sendo assim, é possível identificar grandes oportunidades da empresa
se sobressair melhor que os concorrentes, frente ao público-alvo, seja numa estratégia bem
definida de vendas e de divulgação, além de se fazer presente em redes sociais e site, com
grandes interações com o público na criação de conteúdo.
Com tudo que foi aprendido através das pesquisas bibliográficas, quanto às pesquisas
de campo, envolvendo a compreensão da empresa, do mercado, produtos e serviços, público-
alvo e concorrentes, chegou o momento de pontuar os requisitos que deverão ser seguidos para
a construção da identidade visual da empresa Tentem Alimentos.
Começando a análise pelo conceito do nome da marca, que, apesar de vasto, possui um
comportamento significativo para a empresa, mesmo que a composição do nome tenha parte do
sobrenome do antigo proprietário (Tenfen), ainda assim, a outra parte é composta pelo nome
do carro-chefe da empresa, sendo, Temperos (Tem), fazendo com que possa extrair desse ponto
parte da conceitualização da identidade visual.
Já, o mercado de atuação da marca, possui normalmente produtos com embalagens
pequenas, fazendo com que a composição da etiqueta e a marca tenha de ficar em harmonia
para ao mesmo tempo informar e chamar atenção, além de possuir os elementos visuais bem
distribuídos no pequeno espaço.
Quanto ao público-alvo, ainda que incluídos numa categoria popular, com um poder
aquisitivo razoável, são jovens exigentes, que, possuem familiaridade com tecnologia e buscam
por produtos que transitem nitidamente através da marca e etiqueta, o produto que está sendo
vendido.
Levando em consideração que muitos dos produtos da empresa possuem certa
coloração, e isso é um fator que deve ser utilizado a favor da marca, entende-se que a identidade
81
visual em conjunto da etiqueta deve possuir um planejamento de cores que não ofuscam a cor
do produto.
Contudo, baseando-se na entrevista com o cliente quanto a expectativa da identidade
visual, é importante se ater em alguns pontos levantados, sejam eles, que a marca também
represente os ideias da empresa, mantendo um padrão em todo sistema de identidade visual,
sendo uma marca flexível para determinados pontos de contato facilitando o reconhecimento,
desde o uso nas etiquetas das embalagens como para as redes sociais, além de se pensar na cor
verde como a que mais representa a marca, devido a estar em coerência com a própria cor do
carro-chefe da empresa, sendo temperos e ervas.
Através das pesquisas de campo foi possível observar diversos pontos a serem
destacados para o desenvolvimento da identidade visual, assim como a etiqueta, sua relação
tipográfica, elementos visuais, cores de uso estratégico e representativas da marca, a relação
entre figura e fundo, hierarquia e legibilidade das informações.
Relação tipográfica:
Analisando as etiquetas das empresas concorrentes e da Tentem, observou que as
tipografias usadas não haviam sido pensadas para se comportar de forma conceitual e
estratégica, muito menos funcionais, contudo, entende-se que, a relação tipográfica na
identidade visual e na etiqueta da Tentem, deva ter coerência e uma função dentro da proposta
de leitura.
Quanto a tipografia que fará parte da identidade visual, deverá seguir um propósito em
relação às informações reunidas durante as etapas anteriores, ou seja, introduzindo um aspecto
orgânico e conceitual, que seja o mais fiel possível a ideia de negócio da empresa e da pesquisa
feita com o público-alvo. Já, a tipografia que irá compor o título que informará o nome do
produto, entende-se que poderá ter certa característica trazendo aspectos conceituais da própria
marca, mas é preciso manter certa legibilidade para facilitar a leitura de perto e de longe,
principalmente. Sendo assim, para compor as outras informações contidas na etiqueta, deverá
se pensar em tipografias de apoio, ou seja, com características menos marcantes, devido ao
tamanho reduzido dessas informações e priorizando uma leitura mais facilitada.
82
Elementos visuais:
Observando as etiquetas anteriores de concorrentes e até mesmo da Tentem, é possível
se ater a algumas diferenças, pois, enquanto as etiquetas dos concorrentes buscam por transmitir
uma proposta com elementos mais marcantes, a Tentem optou pelo uso de elementos mais
simples. Algo comum nas etiquetas concorrentes foi o uso de fotografias reais de refeições,
entendo que a estratégia é chamar a atenção, além de despertar o desejo no consumidor. Já, na
etiqueta atual da Tentem, é possível observar o uso de elementos gráficos desenhados na
etiqueta, em forma do produto vendido em cada um deles.
Entende-se que, quanto a pesquisa feita com o público-alvo, e buscando se diferenciar
estrategicamente dos concorrentes, os elementos visuais que deverão compor a identidade
visual e a etiqueta, deva informar nitidamente qual produto está sendo ofertado, além de usar
elementos visuais característicos do produto em forma ilustrativa, com uma proposta
diferenciada da atual.
Cores:
Por ser um elemento muito decisivo dentro da proposta de identidade visual, além do
uso na etiqueta, onde pode-se decidir uma compra e até mesmo atrair a atenção, principalmente
de longe. Nos concorrentes foi possível notar diversos erros de composição de cores, como
falado anteriormente, sejam eles, formas com degrades já ultrapassados, e cores que se
divergem nas etiquetas, sem um padrão definido. E nas etiquetas atuais da Tentem, por mais
que sejam utilizadas cores diferentes para cada produto, apesar de terem etiquetas com
tonalidades parecidas, ainda assim, possuem um destaque totalmente robusto e expressivo que
acaba ofuscando a própria identidade visual e desvalorizando a cor do produto na embalagem.
Na identidade visual de ambas empresas, são pobres em características conceituais e
padronizadas, e acabam se tornando muito comuns, e a cor é um elemento que deve ser usado
para dar vida, identidade, padrão e reconhecimento.
Por isso a proposta para a identidade da Tentem de acordo com a pesquisa junto do
público-alvo e informações coletadas anteriormente, é fazer o uso de cores que representam os
produtos que a empresa vende, para fácil reconhecimento, de forma que não ofusque a etiqueta.
Logo, utilizar cores nas etiquetas que não ofuscam a cor dos produtos.
83
Relação figura-fundo:
Quanto à etiqueta dos concorrentes, observa-se que, algumas possuem certos padrões,
mas com muita incoerência não só nos elementos, mas nas cores que compõem a etiqueta.
Mesma coisa nas etiquetas da Tentem, onde possui um padrão de elementos, mas direcionado
para cada produtos, que é representado por uma figura ilustrativa, diferente dos concorrentes
que possuem além dos elementos gráficos, uma imagem de refeição.
Entende-se que, para pensar numa identidade visual direcionada para etiquetas
normalmente pequenas, é preciso priorizar o contraste entre figura e fundo, incluindo os outros
elementos visuais presentes na etiqueta, para que se tenha uma coerência na compreensão das
informações. Ao contrário do que se percebe nas etiquetas atuais de ambas empresas, onde
existem ruídos visuais de cores estouradas, junto com elementos grandes, dificultando a leitura
não só das palavras, mas do que realmente compõem as etiquetas. Por isso entende-se que o
contraste é outro ponto a ser ressaltado na construção da identidade visual, além da composição
dos elementos que irão sobressair e dos que irão servir apenas como apoio na etiqueta.
Hierarquia de informações:
Outro ponto a ser ressaltado é o uso da hierarquia da informação, ou seja, percebe-se
diante das etiquetas analisadas de ambas empresas, que há discordância entre alguns elementos,
incluindo formas e frases, além da identidade. Não havendo hierarquia nas informações que
contém na etiqueta, acaba confundindo na própria leitura até mesmo do nome do produto, sendo
assim, entende-se que a identidade junto de outras informações, devam estar distribuídas ordem
de importância no espaço.
Pensando em organizar as informações de modo que sigam uma ordem de importância,
deve-se separar desde as mais importantes, até as menos importantes e assim, não apenas
distribuí-las, como separar também por tamanho, com influência também das cores.
84
Legibilidade:
Por fim, analisando a etiqueta de ambas empresas, percebe-se que, apesar de ter um
certo equilíbrio entre as informações e os elementos na etiqueta, ainda assim existem
informações menos importantes, mais destacadas que as outras mais importantes, além de
elementos gráficos estarem distribuídos em lugares distintos ou muito próximos.
Sendo assim, entende-se que deve ser colocado antes de compor a etiqueta com
determinadas informações, será separado cada informação por ordem de importância,
começando pela identidade, nome do produto, e informações de apoio, com menor relevância.
Além de desenvolver uma identidade que possua elementos e um logotipo conceitual legível
ou marcante, mesmo que a identidade possa ter um excesso de elementos contidos nela.
3.1.6 Conceito
De acordo com as definições gerais do projeto, junto das análises de requisitos, conclui-
se que a marca Tentem deva se posicionar frente ao público-alvo e os concorrentes, como uma
empresa autêntica, popular e jovem; também deve comunicar através dos elementos visuais e
cores, presentes na identidade visual, o nicho de mercado em que atua, ou seja, que lembre
diretamente, temperos e ervas, plantações e campo; deverá ser uma marca flexível, que facilite
o uso em diversos pontos de contato, desde etiquetas à plataformas digitais, onde mesmo de
forma reduzida, continue legível e de fácil reconhecimento; e que possua um sistema de
identidade que permita variações de uso nas etiquetas, se diferenciando dos concorrentes nas
gôndolas.
85
Para a identidade, será desenvolvido um logotipo que possui além de detalhes orgânicos,
elementos que representam plantações e campos, transmitindo uma imagem amigável e
popular, pois, entende-se que para o uso da marca em etiquetas de embalagens consideradas
pequenas, o ideal é prevalecer a legibilidade, por isso o uso de elementos como símbolos, junto
86
do logotipo irá dificultar não só o pouco espaço disponível na etiqueta, mas trazer um ruído
visual na composição das informações que ali estão.
4 DESIGN DE IDENTIDADE
4.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Análise de Cores:
Usando algumas fotos selecionadas do painel visual, foi possível formar paletas de cores
de cada imagem, e em seguida, selecionou-se as opções que mais representavam a marca e para
então definir duas cores principais que serão usadas no logotipo e também variações delas
mesmas, trazendo mais contraste para serem usadas em pontos específicos, como, materiais
publicitários, promocionais e internamente na empresa.
Para as duas cores principais buscou-se tonalidades não só fiéis ao produto e o nicho de
atuação, mas ao conceito atrelado a empresa, ou seja, autêntica, jovem e popular. Por isso,
optou-se por uma tonalidade de verde que, representassem temperos e plantações, assim como,
também está associada à saúde, jovialidade e natureza. Já, na segunda cor principal, optou-se
por uma tonalidade de amarelo, que representam as especiarias, também carro-chefe da
empresa, ao lado de temperos, e o nascer do sol no campo e que transmite otimismo e
jovialidade.
Entretanto, essas tonalidades de apoio, como mostra a imagem acima, irá gerar mais
opções de uso para a marca, principalmente em materiais promocionais e internos, podendo
fazer o uso em determinados pontos também das etiquetas, mas entende-se que, elas poderão
variar de cores dependendo do tipo de produto, por isso ficará livre para o designer que irá
desenvolve-las, desde que, siga os princípios e o conceito da marca, usando cores jovens e
autênticas.
93
Geração de Alternativas:
Com base no que se compreende até aqui, de uma marca direcionada a um público-alvo
jovem e um mercado com concorrentes diretos, carentes de uma identidade bem resolvida
estrategicamente, buscou-se gerar alternativas do logotipo da identidade visual, seguindo o
conceito autêntico, jovem e popular destacado anteriormente, que pudesse se adaptar em
diversos meios de comunicação, possuindo legibilidade e que não utilizassem degrades, e
elementos ultrapassados, como vimos nas identidades dos concorrentes diretos.
Nessas alternativas, buscou-se trabalhar rascunhos com letras que possuíssem traços
com espessuras mais finas e minúsculas, também com características arredondadas e que
pudesse encaixar algo que lembrasse alimentos e temperos, por isso optou-se pelo desenho de
uma folha e também de plantações no campo. Sendo assim, foi possível encontrar algumas
tipografias que estivessem de acordo com os rascunhos feitos a mão, e logo permitiu reproduzir
algumas alternativas através de ferramentas no computador, com base nos rascunhos, que
pudessem ficar o mais fiel possível ao que se pretende.
94
Foi desenvolvido também alternativas de ilustrações visuais que irão compor o sistema
de identidade visual, onde poderão ser utilizados não só nas etiquetas, como, compondo
materiais internos, publicitários e promocionais, dos mais simples aos mais elaborados,
ajudando no reconhecimento da marca e mantendo certa padronização, e poderão ser utilizadas
em conjunto ou separadamente.
As alternativas foram feitas à mão, buscando um aspecto de algo desenhado e não uma
figura totalmente estática e formal. A ideia foi desenvolver desenhos de legumes, plantas,
temperos e especiarias, que ficassem com aspectos mais populares e informais. Logo utilizou-
se ferramentas no computador para que pudesse ter essas alternativas mais palpáveis.
99
A escolha pelas alternativas finais do logotipo, se deram com base nos conceitos da
empresa, mas também outros pontos acabaram sendo bastante decisivos, como, detalhes na
espessura da letra, curvatura nas extremidades e o desenho de folha que foi possível trabalhar
de uma forma que fizesse parte do logotipo e não fosse um elemento separado, por isso foram
escolhidas as mostradas abaixo.
Já nas escolhas das alternativas finais das ilustrações visuais que irão compor o sistema
de identidade visual, auxiliando na composição dos materiais da empresa, optou-se pelas
alternativas colocadas abaixo, devido aos traços dos desenhos estarem de acordo com o que se
pretende, sendo, um pouco arredondados e não tão agudos, possibilidade de preenchimento com
cor que siga um pouco a forma do elemento, além de ter também certa incoerência nos traços,
não sendo formal, além de detalhes que produzem um pouco de profundidade.
4.3 REFINAMENTO
Nas ilustrações visuais, as escolhas das alternativas finais, se deram nas duas primeiras
opções, pois são as que mais se adequam além do conceito da empresa, também ao que se
pretende transmitir, sendo ilustrações certamente modernas, mas com irregularidades nos
desenhos que lembram detalhes caseiros, ou seja, coisas feitas a mão, como, a comida. E com
o refinamento realizado, foi possível ampliar o leque de ilustrações representativas de temperos,
legumes e especiarias, além de colori-las nas cores principais da marca e suas tonalidades.
Foi possível extrair das imagens selecionadas do painel visual as cores que mais
estariam de acordo com o conceito da marca, sendo assim, escolheu-se o verde e o amarelo
como as cores principais para compor não só o logotipo, mas todo o sistema visual da empresa,
pois, entende-se que, o verde por representar a tonalidade dos temperos, estar relacionado a
saúde e transmitir jovialidade, e o amarelo por representar a tonalidade das especiarias e o
nascer do sol, além de transmitir otimismo e jovialidade.
Será apresentado a seguir, o manual de uso da marca em sua versão final, com
elementos, selo, e materiais para a empresa que, ajudarão em todo o processo de
reconhecimento e aplicação da marca no mercado de atuação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Edgard
Blücher Ltda, 2000.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 8. ed. São
Paulo: Escrituras, 2008.
139
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W. História do design gráfico. 4. ed. São Paulo: Cosac
Naify, 2009.
PEÓN, Maria Luisa. Sistemas de identidade visual. 4. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2009.
PEREIRA, Maína Ribeiro. Indo além: o uso do marketing alimentar e nutricional por
uma rede de fast-food na Internet. Orientador: Profª Drª Renata Alves Monteiro. 2014. 123
p. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde,
Brasília, DF, 2014. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/17223/1/2014_MainaRibeiroPereira.pdf. Acesso
em: 13 jul. 2020.
STRUNK, Gilberto Luiz Teixeira Leite. Como criar identidades visuais para marcas de
sucesso: um guia sobre marketing das marcas e como representar graficamente seus
valores. Rio de Janeiro: Rio Books, 2001.
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/310812d
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UOL. Comida feia x comida boa: pandemia muda hábitos alimentares dos brasileiros.
2020. Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/07/03/chefs-na-quarentena-
como-a-pandemia-esta-afetando-os-habitos-culinarios.htm. Acesso em: 04 ago. 2020.
APÊNDICES
142
a) Pergunta 1
143
b) Pergunta 2
144
c) Pergunta 3
145
d) Pergunta 4
146
e) Pergunta 5
147
f) Pergunta 6
148
g) Pergunta 7
149
h) Pergunta 8 (Etapa 1)
150
i) Pergunta 8 (Etapa 2)
151
j) Pergunta 9
152
k) Pergunta 10
153
l) Pergunta 11
154
m) Pergunta 12
155
n) Pergunta 13
156
o) Pergunta 14
157
p) Pergunta 15