RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Segundo Hubner (2020, p. 28), “as expressões “educação inclusiva” e “educação para todos”
tornam-se insuficientes quando restritas a um único recorte, é importante sempre partir de um
conceito amplo de diversidade para planejar nossas atividades. Além da deficiência, nossas
discussões e ações buscam contemplar aspectos socioeconômicos, raciais, de gênero, culturais e
demais atributos integrantes da heterogeneidade humana”.
É inegável que a falta de adaptações para pessoas com deficiência nas escolas brasileiras,
limita seu livre acesso. Essa realidade pode ser observada por meio da falta de rampas, corrimãos,
adaptações dos banheiros e salas de aula, problemas encontrados tanto nas escolas públicas quanto
nas escolas privadas. Com isso, o indivíduo encontra dificuldades para frequentar o âmbito escolar,
o que pode acabar afastando-o do mesmo.
escolas não direciona e dinamiza de forma eficaz o ensino aos portadores de deficiências especiais.
Atividades interativas, aulas vídeo-visuais e jogos educativos são recursos inclusivos, mas com
baixas aplicações nas escolas. Assim, o sistema educacional permanece no padrão tradicional, não
sofrendo mudanças para se conquistar a inclusão.
A inclusão obriga a repensar a diferença, pois cada criança tem características, interesses,
capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias. Segundo a perspectiva inclusiva
aceitar a diferença implica respeitar as características, os interesses, as motivações e os projetos de
vida de cada criança, o seu desenvolvimento global.
A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea
que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela pressupõe a igualdade de
oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades
étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implica a
transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de
modo a garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A política de educação inclusiva diz respeito à responsabilidade dos governos e dos sistemas
escolares de cada país com a qualificação de todas as crianças e jovens no que se refere aos
conteúdos, conceitos, valores e experiências materializados no processo de ensino aprendizagem
escolar, tendo como pressuposto o reconhecimento das diferenças individuais de qualquer origem.
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“Surge, dessa forma, uma política nacional de educação, ancorada na Lei n° 4.024/61 (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB), com a recomendação de integrar, no
sistema geral de ensino, a educação de excepcionais, como eram chamadas na época as
pessoas com deficiências.” (BRUNO, 2006, p.10).
“Por isso, a inclusão assume que a convivência e a aprendizagem em grupo é a melhor forma de
beneficiar a todos, não somente às crianças rotuladas como diferentes” (Forest & Pearpoint, 1992).
“O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas crianças ou jovens
cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem.
As escolas têm de encontrar maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as
que têm deficiências graves.” (BRASIL, 1994, p.17-18).
“Um amplo excesso de representação das minorias na educação especial sugere um aspecto racista
da continuidade de programas separados” (Villa e Thousand 1995, p.33).
“é uma forma de vida, uma maneira de viver juntos, baseado na crença de que cada indivíduo é
valorizado e pertence ao grupo. Uma escola inclusiva será aquela em que todos os alunos sintam-se
incluídos” (Patterson 1995, p. 5).
“Para se tornar inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipe de gestão, e
rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a compõem e que nela
interferem. Precisa realimentar sua estrutura, organização, seu projeto político-pedagógico,
seus recursos didáticos, metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas
avaliativas”. (GLAT, 2009, p. 16)
“Incluir não tem segredo. Basta receber um aluno, seja ele quem for. Acolher com amor, ter a
sensibilidade de perceber e pesquisar o que ele realmente precisa de apoio para se desenvolver em
todos os sentidos”. (Emílio Figueira, 2019, P. 11)
“o governo brasileiro não oferece apoio suficiente para que famílias com crianças deficientes que
criem seus filhos em casa e que adultos com deficiência vivam de forma independente, resultando na
escolha pela institucionalização” (HUMAN RIGHTS WATCH, 2018, p.2).
“Na inclusão, a diferenciação curricular que se procura é aquela na qual não se separam os
alunos com base em determinadas categorias, mas em que se educam os alunos em
conjunto, procurando aproveitar o potencial educativo das suas diferenças, em suma, uma
diferenciação na classe assumida como grupo heterogêneo”. (RODRIGUES, 2003, p. 92)
“Um amplo excesso de representação das minorias na educação especial sugere um aspecto
racista da continuidade de programas separados” (Villa e Thousand 1995, p.33).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Além da percepção do aluno como capaz, o professor que quer fazer de seu trabalho uma
ação inclusiva terá que pensar na modificação de sua prática pedagógica. Nos dizeres de Sacristán
(1995, p.76):
Anteriormente nos referimos ao fato de que não sabemos ser inclusivos. Isso decorre das
experiências culturais e sociais as quais fomos submetidos. Há menos de duas décadas, cursos de
formação de professores sequer referiam à existência das diferenças educacionais advindas das
deficiências, o que resultou em uma formação e, consequente prática, desvinculada de tal realidade.
A formação inicial e continuada dos professores da educação infantil com vistas à superação de tal
modelo é imprescindível. Essa formação deve abranger a reflexão sobre o papel do professor na
formação de todos os seus alunos.
A presença do aluno com deficiência na escola comum tem se intensificado nos últimos
anos, porém essa presença nem sempre é bem vinda em decorrência da falta de experiências
anteriores com tal clientela. A escola inclusiva terá que construir uma história de interação com
esses alunos de modo que se percebam indivíduos capazes de aprender. Percepção envolve contato
direto. Sem o estabelecimento de uma relação de ver, ouvir, tocar etc. não é possível conhecer o
outro.
A escola, com todos os seus atores, deve se abrir para essa experiência do conhecer. Muitas
vezes considera-se a necessidade de preparo da escola para receber o aluno com deficiência,
incluindo nesse preparo cursos de formação para todos os envolvidos no processo educacional.
Embora sejam ações importantes e necessárias, por si só não modificam práticas. Há que se permitir
que a convivência estabeleça relações de percepção capazes de levar às mudanças conceituais
necessárias.
[...] nada justifica, nos processos educativos, reter, separar crianças, adolescentes ou jovens
de seus pares de ciclo de formação, entre outras razões, porque eles aprendem não apenas
na interação com os professores-adultos, mas nas interações entre si. Os aprendizes se
ajudam uns aos outros a aprender, trocando saberes, vivências, significados e culturas.
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A Figura 1 tem a finalidade de ilustrar a forma que o aluno poderá utilizar para apresentar o seu
registro fotográfico. Observe que ela está devidamente referenciada e contém o seu título de acordo
com o estabelecido pela Norma NBR-6023. Esta norma estabelece os elementos a serem incluídos
nas referências, fixa a ordem dos elementos das referências e destina-se a orientar a preparação e
compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos (ABNT, 2002).
A Figura 2 garante o direito à educação de qualidade para pessoas com deficiência envolvendo uma
série de ações que devem estar articuladas entre si. A ideia do documento é contribuir para a
construção de uma agenda prioritária, levantando os principais pontos que devem ser observados
dentro da Educação Especial a partir das próximas gestões.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
para toda população brasileira. O movimento denominado de inclusão escolar é relativamente novo
se considerarmos o grande período de exclusão escolar que muitas minorias historicamente
marginalizadas viveram, sendo estas impedidas de usufruírem das oportunidades educacionais
disponibilizadas aos que tinham acesso à educação. A educação inclusiva pressupõe uma
reorganização no sistema educacional de forma a garantir acesso, permanência e condições de
aprendizagem a toda população em idade escolar. Embora “toda” seja abrangente e englobe uma
variedade de segmentos, nesta reflexão vamos nos ater a um segmento populacional específico,
alunos com deficiência, que, por características distintas, muitas vezes requerem da escola ações
diferenciadas.
5. CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto acima, é imprescindível uma intervenção contínua e universal do
Governo. A capacitação, o treinamento dos pedagogos e investimentos em novas e adequadas
estruturas são essenciais para reduzir as dificuldades atuais. Além disso, o apoio das mídias sociais
auxilia na conscientização social sobre a importância da inclusão de toda e qualquer pessoa com
deficiência nas escolas do Brasil.
Tendo em vista que os anos na escola fazem parte da formação não apenas acadêmica, mas
também do caráter dos indivíduos, uma educação inclusiva se torna essencial para que desde a
infância os estudantes aprendam a conhecer, a interagir, a compreender, reconhecer e a valorizar as
diferenças dentre a diversidade de possibilidades do ser humano. Para o ambiente escolar, é
extremamente importante pois cria um ambiente inclusivo, acolhedor e participativo a todos,
enriquecendo ainda mais a vida acadêmica. Uma tal formação proporcionada pela educação
inclusiva se reflete também na vida adulta, para além das escolas, e na gradativa mudança de
culturas sociais esteriotipadas para com os deficientes ou diferentes.
Se incluir é um processo, valorizemos cada atitude, expressão e conquista como elo para
quebrar ações excludentes, sobretudo aquelas bem sutis as quais jamais pensamos. Logo, a
educação transforma humanos, e nesse caminhar devemos estar sempre prontos para nos modificar,
criar, brincar e imaginar.
REFERÊNCIAS
- FIGUEIRA, Emilio. “Introdução Geral à Educação Inclusiva”, “Equipe e Figueira Digital” São
Paulo (2019).
- RODRIGUES, D. (2003) “Educação Inclusiva: as boas e as más notícias”, in: David Rodrigues
(Org.) “Perspectivas sobre a Inclusão; da Educação à Sociedade”, Porto Editora, Porto.
- SILVA, Sônia Venâncio de Araújo; SILVA, Maria Santana Silva. O Paradigma da Inclusão na
Educação Infantil. Disponível em;< http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/o-paradigma-da-
inclusao-na-educacaoinfantil>. Acesso em: 15 out. 2017.