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Área 02, Aula 11

Os SIS das estatísticas vitais (nascimentos e


óbitos)

1
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

2ª Edição

Janeiro de 2020
Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo.

Todos os direitos reservados.

A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o intuito de lucro,
constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei
de Direitos Autorais), com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao
3°, sem prejuízo das sanções cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
QUADRO GERAL DA ORGANIZAÇÃO
DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente – Wilames Freire Bezerra


Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins
Vice-Presidente – Cristiane Martins Pantaleão
Secretário Executivo - Mauro Guimarães Junqueira
Diretora Administrativo – Jose Eduardo Fogolin Passos
Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida
Diretora Financeiro-Adjunto – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima
Diretor de Comunicação Social – Maria Célia Valladares Vasconcelos
Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Iolete Soares de Arruda
Diretora de Descentralização e Regionalização – Soraya Galdino de Araújo Lucena
Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Stela dos Santos Souza
Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Diego Espindola de Ávila
Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Carmino Antônio de Souza
Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Débora Costa dos Santos
Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Murilo Porto de Andrade
Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Januário Carneiro Neto
Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Adjunto – Vera Lucia Quadros
1º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – Maria Angélica Benetasso
2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – Douglas Alves de Oliveira
1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago
2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa
1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Marcel Jandson Menezes
2º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Rondinelly da Silva e Souza
1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Andreia Passamani Barbosa Corteletti
2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Eduardo Luiz da Silva
1° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Pablo de Lannoy Sturmer
2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Adriane da Silva Jorge Carvalho
Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos
Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Jose Afranio Pinho Pinheiro Junior
Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Artur Belarmino de Amorim
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste – Edimar Rodrigues Silva
Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste– Patricia Marques Magalhães
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri
Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Maria Augusta Monteiro Ferreira
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa
Conselho Fiscal2º Membro – Região Sul- Manuel Rodriguez del Olmo
Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS


COSEMS - AC - Daniel Herculano da Silva Filho - Tel: (68) 3212-4123
COSEMS - AL - Izabelle Monteiro Alcântara Pereira - Tel: (82) 3326-5859
COSEMS - AM - Januário Carneiro da Cunha Neto - Tel: (92) 3643-6338 / 6300
COSEMS - AP - Marcel Jandson Menezes - Tel: (96) 3271-1390
COSEMS - BA - Stela Santos Souza - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946
COSEMS - CE - Sayonara Moura de Oliveira Cidade - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099
COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287 - Catia Cristina Vieira Lisboa
COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412 - Verônica Savatin Wottrich
COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985 - Domingos Vinicius de Araújo Santos
COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815 - Eduardo Luiz da Silva
COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108 - Rogério dos Santos Leite
COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406 - Marco Antonio Noberto Felipe
COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333 - Charles César Tocantins de Souza
COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366 - Soraya Galdino de Araújo Lucena
COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256 - Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima
COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511 - Auridene Maria da Silva Moreira de Freitas Tapety
COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417 - Carlos Alberto de Andrade
COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763 - Maria da Conceição de Souza Rocha
COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996 - Maria Eliza Garcia Soares
COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371 - Vera Lucia Quadros
COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817 - Jeovan Oliveira da Silva
COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833 - Diego Espíndola de Ávila
COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242 - Alexandre Lencina Fagundes
COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960 - Enock Luiz Ribeiro
COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146 - Jose Eduardo Fogolin Passos
COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782 - Jair Pereira Lima

EQUIPES DO PROJETO

EQUIPE TÉCNICA

Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas


Flávio Alexandre Cardoso Álvares
Kandice de Melo Falcão

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL

Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas


Catarina Batista da Silva Moreira
Flávio Alexandre Cardoso Álvares
Jônatas David Gonçalves Lima
Joselisses Abel Ferreira
Kandice de Melo Falcão
Luiz Filipe Barcelos
Murilo Porto de Andrade
Soraya Galdino de Araújo Lucena
Sandro Haruyuki Terabe
Wilames Freire Bezerra
Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de saúde, o


CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e formulação de
políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o intercâmbio de
informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.


Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Equipe técnica

Coordenação Pedagógica - Hirla Arruda


Tecnologia da Informação 1ª versão - Renato Lima/ Edmo Filho
Tecnologia da Informação 2º versão - João Gabriel Brandão
Conteudista - Walter Ramalho
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico 1ª versão - Danielly Xavier
Revisão 1ª versão - Daniel Coradi/ José Alexandre Menezes/ Sara Ferraz
Revisão 2º versão - Daniele Queiroz/ Sarah Mendez/ Sara Ferraz
Design Instrucional - Guilherme Duarte
Ilustração 1ª versão - Guilherme Duarte/ Mauricio Maciel
Ilustração 2º versão - Guilherme Duarte

Supervisão – Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia


de Campo – ProEpi
Sara Ferraz

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Jonas Brant
Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia


de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e estimula a troca de
ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando dezenas de horas de
conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino a distância, curadoria de
notícias, treinamentos presenciais e a mediação de oportunidades de trabalho
nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir para o aprimoramento da saúde
pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já alcançaram


mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como Moçambique, Paraguai e
Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas mais relevantes para profissionais
de saúde pública, como comunicação de risco e investigação de surtos. Além do
público capacitado com nossos conteúdos educacionais, unimos 10.000 seguidores
no Facebook e impactamos semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de
notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao redor


do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde enviados para
missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram para o bem-estar
da população local e vivenciaram experiências de trabalho transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede: converse
conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à
Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram no


Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima quente e,
em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para sobreviver, se
reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo de preocupações
cada vez maiores por parte da população e dos profissionais de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do enfrentamento


das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes aegypti - o
CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº 0125/2017, a
ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como a
importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo é que
o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas aprendidas
aqui.

Sucesso!
Sumário

1 - Eventos vitais .............................................................................................. 10

2 - Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) ........................................ 12

3 - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) ............................ 17

Vamos relembrar? ............................................................................................ 23

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AULA 11 - Os SIS das estatísticas vitais (nascimentos e
óbitos)

Olá,

No conteúdo anterior você aprendeu sobre os Sistemas


de Informação em Saúde. Agora, você vai aprender que
os SIS das estatísticas vitais (nascimentos e óbitos) são
as mais antigas formas de monitoramento, cujos
propósitos iniciais eram tributários e militares, e que hoje
é uma importante fonte de informação para a tomada de
decisão na gestão do Sistema Único de Saúde. Ao final
você será capaz:

• Identificar os eventos vitais;


• Compreender o Sistema de Informação sobre
Mortalidade (SIM);
• Compreender o Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (Sinasc).

1 - Eventos vitais

Os eventos vitais são todos aqueles relacionados com o começo e o fim da vida,
representados pelo nascimento e morte.

No Brasil existem duas fontes produtoras de dados sobre os eventos vitais. A


primeira é o registro civil de pessoas naturais, coletadas em cartórios de todos os
municípios brasileiros e centralizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A outra é centralizada pelo Ministério da Saúde, a partir dos
registros de dois sistemas de informações que organizam a Declaração de Nascido
Vivo (DN) e a Declarações de Óbito (DO).

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Tanto as estatísticas do Registro Civil quanto aquelas de origem da DO, cujos dados
estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e a DNV com os dados
no Sistema de Informações sobre Nascido Vivo (Sinasc) são importantes
instrumentos de acompanhamento dos movimentos demográficos no país e
constituem a base de grande número de indicadores epidemiológicos.

Porém, os documentos apresentam fragilidades, pois os cartórios captam apenas


os nascimentos e óbitos que foram registrados. Assim, é muito provável que uma
parcela destes eventos possa ficar de fora dos registros e das estatísticas do IBGE.
Essa ausência de registros pode ocorrer em locais onde as pessoas desconhecem
a sua necessidade e a importância ou em locais que não tem estes
estabelecimentos.

Nos últimos anos houve uma redução no sub-registro dos nascimentos em cartórios
em função das campanhas de esclarecimento sobre a gratuidade nacional da
certidão de nascimento e da necessidade desse documento para o cadastro de
programas sociais. Em relação ao SINASC e SIM, é provável que haja falta de
registros para o nascimento e o óbito, pois o acesso a serviços de saúde como
maternidade e hospitais não é igual para todas as regiões. Assim, os índices de sub-
registro variam de acordo com cada estado e município, representando uma grande
preocupação para os gestores da saúde, pois induz a erros nos indicadores que se
originam nesses sistemas.

Ainda que os sistemas de informações possam fornecer dados com coleta


insuficiente ou dados incompletos de saúde, eles estão evoluindo muito, com a
constante profissionalização dos técnicos que compõem estas unidades nas
secretarias municipais de saúde. Vamos ver nos capítulos seguintes as
especificidades destes sistemas.

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Fica a Dica

Você quer saber informações sobre as estatísticas vitais do seu município? Acesse
a página de estatísticas vitais do DATASUS, disponível em bit.ly/estatisticasvitais.

Clique aqui

Saiba Mais

Você sabia que os dados de mortalidade foram os primeiros a serem usados para a
vigilância? Temos registros de estatísticas vitais desde o Egito antigo, porém foi
John Grant no século XVII na Inglaterra quem analisou e publicou estatísticas de
mortalidade, listas de nascimentos e construiu tábuas de vida.

Bills of Mortality, 1676.Fonte: Wikipedia, https://en.wikipedia.org/wiki/John_Graunt

2 - Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)

O Sistema de Informação sobre Mortalidade foi o primeiro sistema informatizado no


Brasil, criado em 1975, e um dos mais utilizados para avaliação do nível de saúde.
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a declaração de óbito (DO),
impressa em três vias coloridas, cuja emissão e distribuição em séries pré-
numeradas para os estados, são de competência exclusiva do Ministério da Saúde.
A DO deve ser preenchido exclusivamente por médicos, exceto em locais onde não
existam esses profissionais, situações nas quais poderá ser preenchida por oficiais
de Cartórios de Registro Civil e assinada por duas testemunhas.

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Uma vez preenchidos, os formulários são digitados pelo setor de vigilância local
(normalmente nos distritos ou regionais municipais ou ainda no nível central da
vigilância no município. Há também situações em que há digitação nos Núcleos de
Epidemiologia Hospitalar) no banco de dados informatizado e enviados por meio
magnético (protocolo de internet próprio do SIM), onde é incorporado aos dados dos
níveis hierárquicos do SUS (município, estado e federal).

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Fluxo da declaração de óbito, de acordo com a portaria n. 23 de 3 de outubro de 2003. Fonte: Brasil, 2009, pg 68

Causa básica de morte

Além de diversas informações referentes à pessoa que foi a óbito como o nome, o
local de moradia, a idade e a raça, a DO traz informações sobre a causa do óbito,
como a causa básica que é a condição que gerou o óbito. A causa de morte pode
ser por doença, lesão ou agravo que produziram ou contribuíram para a morte.

Em geral, a causa básica de morte é gerada a partir de diversas outras condições,


e precisa ser classificada com muito rigor, pois é dela que toda a ação de vigilância
e monitoramento é realizada. Trata-se então da doença ou lesão que iniciou a
cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte ou as
circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal (Brasil, 2015).

Por exemplo, no caso de morte natural, a causa básica pode ser o “Diabetes mellitus
(E14.9)”. Na DO existem outros registros de causas como: “Parada
cardiorrespiratória R09.2”, “Infarto agudo do miocárdio I21.9”, “Arteriosclerose
I70.9”, “Diabetes mellitus E14.9”.

Para mortes violentas, a causa externa “atropelamento (V09.3)”, pode ser registrada
na declaração de óbito, acompanhada de outras causas como: “Traumatismos
múltiplos não especificados (T07)”, “Pedestre traumatizado em um acidente de
trânsito não especificado (V09.3)”.

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Classificação Internacional de Doenças (CID)

A Classificação Estatística Internacional de


Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde
conhecida pela sigla CID, padroniza as doenças,
lesões e agravos segundo uma classificação de
códigos, organizada em categorias e capítulos.

A CID é uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é usada pelos


países, sendo possível a comparação do estado de saúde entre países de forma
rápida e precisa. No Brasil, usamos a 10ª Revisão conhecida como a CID 10.

A investigação do óbito com causa mal definida

O Ministério da Saúde realiza grandes esforços na melhoria da qualidade e


cobertura dos sistemas de informação em saúde. No caso do SIM, há uma grande
diferença entre a qualidade dos registros entre os estados brasileiros.

Programa mais médicos, atendimento a em locais vulneráveis. Fonte Brasil 247 Foto: Araquém Alcântara Disponível em:
https://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/215874/Em-fotos-a-aventura-do-Mais-M%C3%A9dicos.htm

A diferença entre a qualidade dos registros tem vários motivos, porém a principal
delas é a ausência de profissionais médicos para o preenchimento da Declaração
do Óbito e carência de infraestrutura de saúde. Para a solução deste problema, o
Ministério da Saúde lançou uma campanha de melhoria da qualidade das

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informações dos óbitos em um projeto denominado “Investigação do óbito com
causa mal definida”.

A partir de 2005 foi incorporado e padronizado o formulário “Investigação da causa


do óbito” que contempla os dados obtidos durante visita à Unidade de Saúde,
Unidade Básica do Programa Saúde da Família, Cartório, Instituto de Medicina
Legal (IML), Serviço de Verificação de Óbito (SVO), Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) e ao Comitê de Morte Materna e Infantil.

Em muitas regiões no Brasil, o processo da investigação da causa do óbito de forma


tradicional nem sempre pode ser realizado, o que levou a criação do formulário
“Autópsia Verbal” que permite obter informações a respeito dos sinais e sintomas
apresentados pelo paciente no período anterior ao óbito e observados pelos
familiares que conviveram com o paciente nesse período. Esta entrevista é realizada
por um profissional qualificado, capaz de entender as orientações do manual de
autópsia verbal. Nele, um roteiro de perguntas em uma sequência de questões
analisa as respostas do formulário visando identificar a causa do óbito.

Acesse o Manual para Investigação do Óbito com Causa Mal Definida, disponível
no link abaixo.

Clique aqui

bit.ly/manualobito.

Exercitando

Você conheceu sobre os eventos vitais e o Sistema de Informação de Mortalidade


(SIM), que é responsável por reunir todas as informações dos óbitos que ocorreram
no Brasil.

Com base nos dois primeiros tópicos da aula, marque verdadeiro ou falso para as
questões.

( ) Os eventos vitais são aqueles relacionados ao começo e ao fim da vida.

( ) No Brasil não há sistema de informação para estatísticas vitais.

( ) O SIM é responsável por informações de óbito.

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( ) O Sinasc é responsável por informações hospitalares.

( ) O IBGE não registra nenhuma estatística vital.

( ) O SIM foi o primeiro sistema informatizado no Brasil.

( ) A Declaração de Óbito é o instrumento padrão do SIM.

( ) Normalmente, a causa básica de morte é gerada a partir de diversas outras


patologias e precisa ser classificada com muito rigor.

( ) A causa da morte não precisa ser classificada com uma CID.

3 - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc)

Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa de um produto de concepção


do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, o qual, depois da
separação, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do
coração, de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical, com
a placenta desprendida ou não. Cada produto de um nascimento que reúna essas
condições se considera como uma criança nascida viva” (Constituição da
Organização Mundial de Saúde)

O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado em 1990


no Brasil e conta com uma série histórica padronizada desde 1994. O instrumento
padronizado de coleta de dados é a declaração de nascido vivo (DNV) que ocorre
da mesma maneira que a de DO, são pré-numerados, impressos em três vias
coloridas e distribuídos às SES pelo Ministério da Saúde.

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Declaração de Nascidos Vivos Fonte Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde

A DNV deve ser preenchida pelas parteiras, médicos e enfermeiros que assistem
ao parto nos hospitais, casas de parto e nos domicílios, no caso de partos
domiciliares. Caso a DNV não tenha sido emitida nos casos de nascimento
domiciliar, é emitida nos Cartórios de Registro Civil. A emissão da DNV, bem como
o seu registro em cartório, é realizada no município de ocorrência do nascimento.

Uma vez preenchidos, os formulários são digitados pelo setor de vigilância local
(normalmente na maternidade, Região Administrativa ou município) no banco de
dados informatizado e enviados por meio magnético (mídia física, e-mail ou
protocolo de internet próprio do SINASC), onde é incorporado aos dados dos níveis
hierárquicos do SUS (município, estado e federal).

O SINASC fornece um conjunto de informações importantes para a atenção à saúde


materno-infantil como: baixo peso, prematuridade, tipo de parto, idade da mãe e
outros. Além desses, podem ainda ser calculados indicadores clássicos, voltados à
caracterização geral de uma população, como a natalidade e a fecundidade.

18
Fluxo das informações e das declarações de nascidos vivos. Fonte: Brasil, 2009, pg 71

Fica a Dica

Para saber mais sobre o SINASC, visite o site do Ministério da Saúde, no endereço

Clique aqui

http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/eventos-v/sinasc-sistema-de-informacoes-de-nascidos-vivos

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Saiba Mais

O Sinasc é tão importante que, foi através das informações das DNV que se
observou um aumento de casos de microcefalia em 2015, você se lembra desse
cenário?

Virou notícia... leia na íntegra a reportagem:

Clique aqui

http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/ministerio-da-saude-investiga-casos-de-microcefalia-no-nordeste.html

Vigilância da microcefalia

Em 2015, o Brasil vivenciou um grande crescimento de casos de microcefalia, onde


os maiores acometidos foram os estados no nordeste brasileiro. A coincidência
destes casos com o aumento de casos de infecção pelo vírus Zika fez com que
especialistas associassem as infecções deste vírus com o agravo.

Agravos como as microcefalias tem origem em muitos fatores como as anomalias


cromossômicas, exposições a substâncias que podem alterar a condição genética,
doenças metabólicas e algumas doenças infecciosas maternas durante a gravidez.

O vírus zika foi o responsável pelo grande aumento nos casos de microcefalia a
partir do ano de 2015. Porém, este agravo é apenas uma das possíveis
complicações, os bebês de mães infectadas durante a gravidez devem ter

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acompanhamento após o nascimento para que se avalie possíveis alterações no
sistema nervoso.

O que é microcefalia? Temos dois pontos de corte, sendo:

• Microcefalia: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a dois


desvios-padrão, ou seja, mais de dois desvios-padrão abaixo da média para
idade gestacional e sexo.

• Microcefalia grave: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a


três desvios-padrão, ou seja, mais de três desvios-padrão abaixo da média
para idade gestacional e sexo.

Ilustração em visão lateral de um bebê com microcefalia (esquerda) comparado a um bebê com um tamanho típico da
cabeça Fonte: Centros de Controle e Prevenção de Doenças https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microcephaly-comparison-
500px.jpg

Para tornar mais ágeis as informações sobre o processo de vigilância e


monitoramento sobre as microcefalias, o Ministério da Saúde elaborou um protocolo
específico da microcefalia, denominado de Registro de Eventos em Saúde Pública
- Microcefalia (RESP-Microcefalia). Todos os casos detectados de microcefalia
devem ser notificados. Assim, o bebê pode ter o acompanhamento da equipe de
assistência à saúde, em especial para identificar e acompanhar os que apresentam
sinais de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), independente da
causa da microcefalia.

21
O RESP - Microcefalia também identifica os casos, orienta a investigação e auxilia
na confirmação de bebês que apresentam alterações típicas sugestivas de infecção
congênita (calcificações, alterações nos ventrículos cerebrais etc.).

A notificação no RESP – Microcefalia deve ser realizada para todos os casos


suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika, no endereço online e disponível
no endereço eletrônico www.resp.saude.gov.br. Os profissionais dos serviços
públicos e privados devem notificar, o mais rápido possível, os casos observados
para que a vigilância possa melhor compreender a sua magnitude e subsidiar
informações importantes para ações de saúde pública.

Saiba Mais

Conheça o site do Ministério da Saúde (MS) sobre a Microcefalia em

Clique aqui

bit.ly/microcefaliaMS.

O MS também tem um “Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de


microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC)” disponível em

Clique aqui

bit.ly/protocolomicrocefalia.

Exercitando

Você conheceu o SINASC, que é o sistema responsável pelos registros de nascidos


vivos no SUS. Agora que conhece o sistema, complete as lacunas com as palavras
corretas.

O ________ foi implantado em 1990 no Brasil e conta com uma série histórica
padronizada desde 1994.

A emissão da ________________________ é realizada no município de ocorrência


do nascimento.

O Sinasc fornece informações importantes para a atenção à saúde ________.

22
Vamos relembrar?

Você conheceu os eventos vitais de saúde, que são os


eventos ligados ao começo e fim da vida, ou seja, o
nascimento e a morte.

No Brasil, as estatísticas vitais estão presentes nos


bancos de dados do IBGE e do Ministério da Saúde. Na
saúde, o SIM e o Sinasc reúnem os dados em nível
nacional!

O Sinasc é responsável pelo registro dos nascidos vivos e


o SIM pelo registro dos óbitos.

Na próxima aula você conhecerá mais sistemas de


informação em saúde!

Até lá!

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Ajude o conhecimento a chegar mais longe!

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alcance mais pessoas.

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colegas a se capacitarem e protegerem melhor a saúde da população.

Mais de 3.000 pessoas já foram beneficiadas por nossos cursos a distância e


outras centenas participaram de nossos treinamentos presenciais em áreas como
Investigação de Surto, Comunicação de Risco e Gestão de Projetos de Vigilância em
Saúde.

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ou acesse proepi.org.br/doacao

24
Referências

Roschke, MA; Brito, P; Palacios, MA. Gestão de projetos de educação BRASIL, Manual
para Investigação do Óbito com Causa Mal Definida. Ministério da Saúde Brasília,
2008. 56 p.

BRASIL. Asis - Análise de Situação de Saúde. Ministério da Saúde, Universidade


Federal de Goiás. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia e/ou
alterações do sistema nervoso central (SNC). Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
55p
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2015/2016: uma análise da situação de
saúde e da epidemia pelo vírus Zika e por outras doenças transmitidas pelo
Aedes. Ministério da Saúde. –Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 386 p.
MORAES, I. H. S. Sala de situação em saúde: contribuição à ampliação da
capacidade gestora do Estado? In: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA
SAÚDE. Sala de situação em saúde: compartilhando as experiências do Brasil.
Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, 2010.
OMS. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde. 10º Revisão. São Paulo: CBCD; 1995.
ROUQUAYROL, Maria Zélia (Org.); GURGEL, Marcelo. Epidemiologia & Saúde. 7º
ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2013.
RIPSA. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2.
ed. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p
WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Constituição da Organização Mundial da
Saúde (OMS/WHO). 1946. 2011

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Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)

1. Você conheceu sobre os eventos vitais e o Sistema de Informação de Mortalidade


(SIM), que é responsável por reunir todas as informações dos óbitos que ocorreram
no Brasil.
Com base nos dois primeiros tópicos da aula, marque verdadeiro ou falso para as
questões.
a. (V) Os eventos vitais são aqueles relacionados ao começo e ao fim da vida.
b. (F) No Brasil não há sistema de informação para estatísticas vitais.
c. (V) O SIM é responsável por informações de óbito.
d. (F) O Sinasc é responsável por informações hospitalares.
e. (F) O IBGE não registra nenhuma estatística vital.
f. (V) O SIM foi o primeiro sistema informatizado no Brasil.
g. (V) A Declaração de Óbito é o instrumento padrão do SIM.
h. (V) Normalmente, a causa básica de morte é gerada a partir de diversas outras
patologias e precisa ser classificada com muito rigor.
i. (F) A causa da morte não precisa ser classificada com uma CID.2. Você
conheceu os tipos de epidemias!
2. Você conheceu o Sinasc, que é o sistema responsável pelos registros de nascidos
vivos no SUS. Agora que conhece o sistema, complete as lacunas com as palavras
corretas.
1. O Sinasc foi implantado em 1990 no Brasil e conta com uma série histórica
padronizada desde 1994.
2. A emissão da Declaração de Nascido Vivo é realizada no município de
ocorrência do nascimento.
3. O SINASC fornece informações importantes para a atenção à saúde materno-
infantil.

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