A psicologia criminal é um ramo da psicologia jurídica que
analisa racionalmente e empiricamente o comportamento criminoso. Para isso é estudada a personalidade, a estrutura mental e outras características que podem ser psicopatológicas (estudo do estado psíquico relacionado ao sofrimento mental) e as suas relações com o direito penal (ou seja, com a ação de delitos). Também estuda o desenvolvimento do criminoso no ponto de vista psicodinâmico (estudo das forças psicológicas que agem sobre o comportamento humano, aumentando a interseção das motivações, consciente ou inconscientemente), social e sistêmico. Porque surgiu a psicologia criminal? Esta ciência nasceu da necessidade de legislação apropriada para os casos dos indivíduos considerados doentes mentais, apesar de terem cometido atos criminosos ou pequenos e grandes delitos. O que faz o psicologo criminal?
O psicólogo forense deverá responder aos quesitos feitos pelo
Tribunal, mas a sua área de intervenção não se limita apenas a essas funções. O psicólogo, no âmbito da psicologia criminal, poderá auxiliar na tomada de decisão dos diferentes atos judiciais através de perícias psicológicas e de outras funções técnicas ou periciais, a pedido de tribunais ou outras entidades do sistema de justiça. De forma mais concreta, as funções dos psicólogos na área da psicologia criminal são, por exemplo: Avaliação e psicodiagnóstico com exames psicológicos para tribunais; Tratamento e reinserção social de agressores; Intervenção psicológica de apoio a vítimas de crime; Entre outros; Em que contextos trabalha o psicólogo criminal?
O psicólogo criminal trabalha em contextos como:
Estabelecimentos prisionais; Na polícia; Tribunais; Entre outros. O que é explorado na psicologia criminal?
A psicologia criminal explora a variabilidade das condutas
criminosas, variáveis predatórias, variáveis causais e a correlação entre crimes, criminosos e as variáveis significativas envolvidas. Quais são os ramos da psicologia criminal? A psicologia criminal tem 3 ramos: A psicologia do delito- para o jurista, um delito é todo o ato de caráter voluntário que se afasta das normas estabelecidas pela legislação. A psicologia preocupa-se mais com a tarefa de compreender o delito, ou seja conhecer todos os antecedentes da situação e também conhecer o valor de todos os determinantes da reação pessoal, do que com a tarefa de defini-lo, pois não é possível julgar um delito sem conhecê-lo. A psicologia do delinquente- a psicologia do delinquente vai estudar o criminoso, partindo de 3 “olhares”: 1-O olhar da teoria comportamental ( que entende 2 conceitos: o condicionamento, que é quando o criminoso foi exposto a situações que o ensinaram a obter vantagens a partir de comportamentos de agressão desde a infância, logo este descobre que ao provocar dor, seja ela física ou psicológica, na mãe, no pai, a quem for, conquista os seus desejos; e os comportamentos modelos, que é quando a criança observa o pai ou a mãe a causar dor em outras pessoas e a conseguir benefícios disso, memoriza esse comportamento e, mais tarde, pratica-o; 2- O olhar da teoria psicanalítica, ou seja, esta reconhece a existência de sujeitos que sofrem de delinquência patológica. São indivíduos que ultrapassam a lei, não como ato de escolha racional, mas por desorganização psíquica; 3- O olhar da teoria da psicossocial, ou seja, o individuo não se encerra, nem se justifica, ou se entende em si mesmo, ele está ligado ao meio, inevitavelmente. A perspetiva psicossocial propõe que o problema das perturbações internas do sujeito, ou seja, o que o leva a cometer delitos, não exclui os fatores externos. Este problema não encontrando todas as respostas no íntimo do individuo diz que devemos de ter em conta também os fatores económicos e sociais, que estão no centro de uma personalidade antissocial. A psicologia do testemunho- A psicologia do testemunho é um conjunto de conhecimentos e investigações com os quais se busca garantir a qualidade dos relatos prestados pelas testemunhas oculares. Quais são as áreas de estudo da psicologia criminal?
As áreas de estudo são sobre desejos, pensamentos,
intenções e reações dos criminosos. Esta está relacionada com a área da antropologia criminal. Este estudo tem como principal questão "o quê faz alguém cometer um crime", mas também nas reações pós-crime, na fuga ou no tribunal. Esta ciência tem relações com a Psicologia Comportamental, em especial na produção que traça perfis típicos de criminosos. Psicólogos criminalistas são frequentemente chamados como testemunhas em processos judiciais para ajudar o júri a compreender a mente do criminoso. A psicologia criminal atua só quando há crime?
A área da psicologia criminal trabalha em estreita colaboração
com a justiça, mas não atua apenas quando o crime já aconteceu, tendo também uma forte componente preventiva. Por exemplo, os programas comunitários destinados a jovens delinquentes têm como objetivo evitar que estes iniciem uma carreira criminal e venham a cometer crimes mais tarde. Esta tem 3 níveis de prevenção antes de o crime acontecer: Prevenção primária: feita num contexto geral e dirigida a toda a população. Prevenção secundária: atua-se nos locais onde existe maior risco de ocorrência de crimes. Existe assim uma ação concentrada e com foco em áreas de maior violência, em comunidades com maior nível de risco. Prevenção terciária: é caracterizada sobretudo pelo foco na população presidiária, procurando evitar a reincidência dos indivíduos que cometeram crimes.