Você está na página 1de 3

INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO – IFSP

Fundamentos econômicos e sociais da arquitetura e urbanismo – AFIS11


Prof. Gabriel Burnatelli

CONCEITO E CATEGORIAS DE CIDADE

Priscilla Barreiros Sales (SP3054837)

SÃO PAULO
JULHO, 2021
Questões propostas:

1) De acordo com Weber, quais são os modos através dos quais uma cidade
pode se fundar? Quais são as semelhanças e as diferenças, do ponto de vista da
organização econômica, segundo cada um destes modos, das cidades fundadas?

2) Discorra sobre cada uma das categorias de cidade indicadas por Weber,
analisando-as, sobretudo, em função do tipo de conduta econômica (patrimonial/renda
da terra ou mercantil/industrial) sobre o qual repousam, de forma predominante, o
poder aquisitivo e a capacidade tributária de cada uma delas.

3) Explique por que o conceito de cidade, segundo Weber, tem que ser
analisado sob os prismas econômico e político-administrativo. Sob a égide desta
discussão, por que nem toda cidade, no sentido econômico, constitui uma
comunidade? Por fim, segundo Weber, quais são as características que fazem com
que a comunidade urbana se manifeste unicamente, como fenômeno extenso, no
Ocidente?

1. Segundo Weber, as cidades podem surgir de dois modos:


O primeiro é o surgimento de uma cidade em um local que antes já se encontrava
dominado ou que possuía uma sede de principado como centro do lugar em que a
indústria está se especializando.
O segundo modo de fundação é a partir da tomada do espaço por grupo de forasteiros,
sendo estes intrusos, piratas ou colonizadores a fim de manter um comércio
intermediário. Neste caso a cidade é tanto mais independente do senhor ou príncipe
quanto a atividade econômica da cidade de desenvolve e se diversifica.
A diferença entre as duas cidades pode ser percebida no fato de que a cidade fundada
por “estranhos” ao local não possui a proteção de um senhor ou príncipe, o qual possui
interesse em cobrar impostos dos produtores locais, receber mercadorias externas a
partir das feiras e garantir também a cobrança alfandegária destes mercantes
estrangeiros. Por outro lado, esses dois tipos de cidade se assemelham quando,
mesmo na ausência de um príncipe ou senhor, os grandes consumidores (sejam eles
funcionários ou políticos) determinam a possibilidade de lucro da população a partir
de seu próprio poder aquisitivo.

2 Weber separa as cidades em três categorias diferentes: cidade de principado, de


produtores ou mercantil. Cabe ressaltar, contudo, que nenhuma cidade é um tipo puro,
mas misto. Porém, aquele que se mostra mais presente na cidade é o que a cidade
irá se encaixar.
As cidades de principado são aquelas cujas possibilidades aquisitivas da população
dependem, direta ou indiretamente, do poder aquisitivo da figura que se encontra
dominando aquele espaço, um príncipe ou senhor. Os impostos de modo geral são
definidos por este.
As cidades de produtores são cidades cuja produção é focada para o abastecimento
do mercado externo. As pessoas buscam viver nestas cidades para trabalhar nas
fábricas ou nas manufaturas e o lucro da cidade é determinado pelos grandes
consumidores, os quais irão vender os produtos em um outro local. Aqueles que vivem
e trabalham nesta cidade são abastecidos pela produção local.
As cidades mercantis são aquelas que recebem a produção de outros locais e a
comercializa. Nesta cidade o poder aquisitivo e capacidade tributária encontram-se
sobre as explorações industriais locais.

3 A cidade deve ser analisada sob aspectos políticos e econômicos pois caso não
fosse, muitos espaços que não são propriamente cidades seriam classificados como
se fossem. Assim como diversos outros assuntos dentro do campo social, as cidades
são multifacetadas, assim como os seres humanos. Observá-las sob um único
aspecto seria certamente uma leitura errônea do espaço. Apesar do mercado ser de
extrema importância para o surgimento de um espaço caracterizado como cidade,
este por si só não é capaz de abranger a política que se mostra lado a lado da
economia da cidade. Ninguém rege uma cidade sem uma administração política que
faz com que a cidade possua autonomia. Sem essa característica, a autonomia, não
é possível que haja cidade.

Você também pode gostar