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Primeiros

Socorros
1. Considerações Gerais 7
Introdução 7
Etapas Básicas de Primeiros Socorros 9
Avaliação do Local do Acidente 9
Proteção do Acidentado 10
Avaliação e Exame do Estado Geral
do Acidentado 10
Cabeça e Pescoço 10
Exame do Acidentado Inconsciente 11
Resumo 13

2. Funções, Sinais Vitais e de Apoio 16


Introdução 16
Funções Vitais 16
Sinais Vitais 18
Temperatura Corporal 18
Perda de Calor 19
Verificação da Temperatura 19
Febre 20
Primeiros Socorros para Febre 20
Pulso 21
Respiração 22
Pressão Arterial 24
Medição da Pressão Arterial 25
Sinais de Apoio 26
Dilatação e Reatividade das Pupilas 26
Cor e Umidade da Pele 26
Estado de Consciência 27
Motilidade e Sensibilidade do Corpo 27

3. Asfixia 30
Introdução 30
Primeiros Socorros 31
Ressuscitação Cardiorrespiratória 32

02
Principais Causas 32
Primárias 33
Secundárias 33
Identificação de PCR 34
Limitações da Ressuscitação Cardiorrespiratória 36
Posicionamento para a Ressuscitação
Cardiorrespiratória 36
Primeiros Socorros 36
Manobra dos Dedos Cruzados 38
Manobra de Levantamento da Língua/Mandíbula 38
Suporte Respiratório 39
Respiração Boca a Boca 39
Método Holger - Nielsen 40
Método Sylvester 41
Massagem Cardíaca Externa ou
Compressão Torácica 41
Reavaliação 43
Estado de Choque 43
Sintomas 45
Prevenção do Choque 45

4. Transporte de Acidentados 48
Introdução 48
Resgate 49
Transporte de Acidentados 50
Métodos de Transporte - uma Pessoa
só Socorrendo 51
Transporte de Apoio 51
Transporte ao Colo 52
Transporte nas Costas 52
Transporte de Bombeiro 53
Transporte de Arrasto em Lençol 53
Métodos de Transporte Feito por duas Pessoas 54

3
Transporte de Apoio 54
Transporte de Cadeirinha (Figura) 54
Transporte Pelas Extremidades 55
Transporte ao Colo 55
Transporte de Cadeira 55
Transporte de Maca 56
Métodos de Transportes Feito por Três
ou mais Pessoas 56
Transporte ao Colo 56
Transporte de Lençol Pelas Pontas 57
Transporte de Lençol Pelas Bordas 57

5. Hemorragias 61
Definição 61
Consequências das Hemorragias 62
Quantidade de Sangue Perdido (Quadro IX) 62
Velocidade 62
Torniquete 64
Hemorragia Interna 66
Outras Hemorragias 67
Hemorragia Nasal (Epistaxe ou Rinorragia) 67
Primeiros Socorros 67
Hemoptise 68
Hematêmese 69
Estomatorragia 69
Melena e Enterorragia 69
Metrorragia 70
Otorragia 71
Hematúria 71

6. Corpos Estranhos 73
Introdução 73
Olhos 74

4
Primeiros Socorros 74
Ouvidos 76
Primeiros Socorros 76
Nariz 76
Garganta 77
Tapotagem 77

7. Referências Bibliográficas 79

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06
PRIMEIROS SOCORROS

1. Considerações Gerais

Fonte: Nearbee 1

Introdução

C om o aumento da complexi-
dade das tarefas executadas
pelas diversas Unidades da Fiocruz,
preventivas nos agravamentos de
acidentes ou de males súbitos.
Podemos definir primeiros so-
os riscos tornam-se cada vez mais corros como sendo os cuidados ime-
presentes e eminentes, requisitando diatos que devem ser prestados rapi-
medidas no sentido de evitar a ocor- damente a uma pessoa, vítima de
rência de fatos catastróficos. O Nú- acidentes ou de mal súbito, cujo
cleo de Biossegurança, da Vice Pre- estado físico põe em perigo a sua
sidência de Serviços de Referência e vida, com o fim de manter as funções
Ambiente, preocupado em atender vitais e evitar o agravamento de suas
com informações a comunidade da condições, aplicando medidas e pro-
Fundação Oswaldo Cruz, elaborou o cedimentos até a chegada de assis-
Manual de Primeiros Socorros, com- tência qualificada.
centrando esforços multidisciplinar- Qualquer pessoa treinada po-
res no sentido de subsidiar ações derá prestar os Primeiros Socorros,

1 Retirado em http://www.nearbee.com.br/

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PRIMEIROS SOCORROS

conduzindo-se com serenidade,  Salvar uma vida;


compreensão e confiança. Manter a  Prevenir danos maiores
calma e o próprio controle, porém, o  Manter o acidentado vivo até a
controle de outras pessoas é igual- chegada deste atendimento;
mente importante. Ações valem  Manter a calma e a serenidade
frente a situação inspirando
mais que as palavras, portanto, mui-
confiança;
tas vezes o ato de informar ao aci-
 Aplicar calmamente os proce-
dentado sobre seu estado, sua evolu- dimentos de primeiros socor-
ção ou mesmo sobre a situação em ros ao acidentado;
que se encontra deve ser avaliado  Impedir que testemunhas re-
com ponderação para não causar movam ou manuseiem o aci-
ansiedade ou medo desnecessários. dentado, afastando-as do local
O tom de voz tranquilo e confortante do acidente, evitando assim
causar o chamado "segundo
dará à vítima sensação de confiança
trauma", isto é, não ocasionar
na pessoa que o está socorrendo. outras lesões ou agravar as já
O desenvolvimento das ativi- existentes;
dades nas instituições de saúde pú-  Ser o elo das informações para
blica oferece riscos específicos de o serviço de atendimento
acidentes de trabalho, sendo assim, emergencial;
os funcionários destas instituições  Agir somente até o ponto de
devem ter conhecimentos de prin- seu conhecimento e técnica de
atendimento. Saber avaliar
cípios básicos em primeiros so-
seus limites físicos e de co-
corros. nhecimento. Não tentar trans-
portar um acidentado ou me-
Neste Manual fornecemos dicá-lo.
orientações em situações de aciden-
tes a fim de subsidiar o atendimento O profissional não médico de-
a um acidentado. verá ter como princípio fundamental
Lembramos que a função de de sua ação a importância da pri-
quem está fazendo o socorro é: meira e correta abordagem ao aci-
 Contatar o serviço de atendi- dentado, lembrando que o objetivo é
mento emergencial da Fiocruz atendê-lo e mantê-lo com vida até a
(NUST - Núcleo de Saúde do chegada de socorro especializado,
Trabalhador/DIREH). ou até a sua remoção para aten-
dimento.
Fazer o que deve ser feito no
momento certo, afim de:

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PRIMEIROS SOCORROS

Etapas Básicas de Primeiros A proteção do acidentado deve


Socorros ser feita com o mesmo rigor da ava-
liação da ocorrência e do afastamen-
O atendimento de primeiros to de pessoas curiosas ou que visi-
socorros pode ser dividido em eta- velmente tenham perdido o auto-
pas básicas que permitem a maior controle e possam prejudicar a pres-
organização no atendimento e, por- tação dos primeiros socorros
tanto, resultados mais eficazes. É importante observar rápida-
mente se existem perigos para o aci-
Avaliação do Local do Aci- dentado e para quem estiver pres-
dente tando o socorro nas proximidades
da ocorrência. Por exemplo: fios elé-
Esta é a primeira etapa básica tricos soltos e desencapados; tráfego
na prestação de primeiros socorros. de veículos; andaimes; vazamento
Ao chegar no local de um aci- de gás; máquinas funcionando. De-
dente, ou onde se encontra um aci- vem-se identificar pessoas que pos-
dentado, deve-se assumir o controle sam ajudar. Deve-se desligar a cor-
da situação e proceder a uma rápida rente elétrica; evitar chamas, faíscas
e segura avaliação da ocorrência. e fagulhas; afastar pessoas despro-
Deve-se tentar obter o máximo de tegidas da presença de gás; retirar
informações possíveis sobre o ocor- vítima de afogamento da água, des-
rido. Dependendo das circunstân- de que o faça com segurança para
cias de cada acidente, é importante quem está socorrendo; evacuar área
também: em risco iminente de explosão ou
 Evitar o pânico e procurar a desmoronamento.
colaboração de outras pessoas, Avaliar o acidentado na posi-
dando ordens breves, claras,
ção em que ele se encontra, só mobi-
objetivas e concisas;
 Manter afastados os curiosos, lizá-lo com segurança (sem aumen-
para evitar confusão e para ter tar o trauma e os riscos), sempre que
espaço em que se possa possível deve-se manter o aciden-
trabalhar da melhor maneira tado deitado de costas até que seja
possível. examinada, e até que se saiba quais
os danos sofridos. Não se deve alte-
Ser ágil e decidido observando rar a posição em que se acha o aci-
rapidamente se existem perigos para dentado, sem antes refletir cuidado-
o acidentado e para quem estiver samente sobre o que aconteceu e
prestando o socorro.

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PRIMEIROS SOCORROS

qual a conduta mais adequada a ser pelas narinas ou boca.


tomada.  Hemorragia: avaliar a quan-
Se o acidentado estiver incons- tidade, o volume e a qualidade
ciente, por sua cabeça em posição do sangue que se perde. Se é
arterial ou venoso.
lateral antes de proceder à avaliação
 Pupilas: verificar o estado de
do seu estado geral. dilatação e simetria (igualdade
É preciso tranqüilizar o aci- entre as pupilas).
dentado e transmitir-lhe segurança  Temperatura do corpo: obser-
e conforto. A calma do acidentado vação e sensação de tato na
desempenha um papel muito impor- face e extremidades.
tante na prestação dos primeiros so-
corros. O estado geral do acidentado Deve-se ter sempre uma idéia
pode se agravar se ela estiver com bem clara do que se vai fazer, para
medo, ansiosa e sem confiança em não expor desnecessariamente o
quem está cuidando. acidentado, verificando se há feri-
mento com o cuidado de não movi-
mentá-lo excessivamente.
Proteção do Acidentado
Em seguida proceder a um
Avaliação e Exame do Estado exame rápido das diversas partes do
Geral do Acidentado corpo.
Se o acidentado está conscien-
A avaliação e exame do estado te, perguntar por áreas dolorosas no
geral de um acidentado de emer- corpo e incapacidade funcionais de
gência clínica ou traumática é a mobilização. Pedir para apontar on-
segunda etapa básica na prestação de é a dor, pedir para movimentar as
dos primeiros socorros. Ela deve ser mãos, braços, etc.
realizada simultaneamente ou ime-
diatamente à "avaliação do acidente Cabeça e Pescoço
e proteção do acidentado".
O exame deve ser rápido e Sempre verificando o estado
sistemático, observando as seguin- de consciência e a respiração do aci-
tes prioridades: dentado, apalpar, com cuidado, o
 Estado de consciência: avalia- crânio a procura de fratura, hemor-
ção de respostas lógicas (no- ragia ou depressão óssea.
me, idade, etc). Proceder da mesma forma pa-
 Respiração: movimentos torá- ra o pescoço, procurando verificar o
cicos e abdominais com entra- pulso na artéria carótida, observan-
da e saída de ar normalmente

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PRIMEIROS SOCORROS

do frequência, ritmo e amplitude, queno, não sangra e é profundo, com


correr os dedos pela coluna cervical, consequências graves.
desde a base do crânio até os om- Apertar cuidadosamente am-
bros, procurando alguma irregulari- bos os lados da bacia para verificar
dade. Solicitar que o acidentado mo- se há lesões. Solicitar à vítima que
vimente lentamente o pescoço, veri- tente mover as pernas e verificar se
ficar se há dor nessa região. Movi- há dor ou incapacidade funcional.
mentar lenta e suavemente o pesco- Não permitir que o acidentado
ço, movendo-o de um lado para o de choque elétrico ou traumatismo
outro. Em caso de dor pare qualquer violento tente levantar-se pronta-
mobilização desnecessária. mente, achando que nada sofreu.
Perguntar a natureza do aci- Ele deve ser mantido imóvel, pelo
dente, sobre a sensibilidade e a ca- menos para um rápido exame nas
pacidade de movimentação dos áreas que sofreram alguma lesão. O
membros visando confirmar suspei- acidentado deve ficar deitado de
ta de fratura na coluna cervical. costas ou na posição que mais con-
forto lhe ofereça.
Coluna dorsal: Perguntar ao aci-
dentado se sente dor. Na coluna Exame do Acidentado Incons-
dorsal correr a mão pela espinha do ciente
acidentado desde a nuca até o sacro.
A presença de dor pode indicar lesão O acidentado inconsciente é
da coluna dorsal. uma preocupação, pois além de se
Tórax e Membros: Verificar se há ter poucas informações sobre o seu
lesão no tórax, se há dor quando estado podem surgir, complicações
respira ou se há dor quando o tórax devido à inconsciência.
é levemente comprimido. O primeiro cuidado é manter
Solicitar ao acidentado que as vias respiratórias superiores
movimente de leve os braços e veri- desimpedidas fazendo a extensão da
ficar a existência de dor ou incapaci- cabeça, ou mantê-la em posição lat-
dade funcional. Localizar o local da eral para evitar aspiração de vômito.
dor e procurar deformação, edema e Limpar a cavidade bucal.
marcas de injeções. Verificar se há O exame do acidentado in-
dor no abdome e procurar todo tipo consciente deve ser igual ao do aci-
de ferimento, mesmo pequeno. Mui- dentado consciente, só que com cui-
tas vezes um ferimento de bala é pe- dados redobrados, pois os parâ-
metros de força e capacidade funcio-

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PRIMEIROS SOCORROS

nal não poderão ser verificados. O  Obstrução das vias aéreas


mesmo ocorrendo com respostas a superiores;

estímulos dolorosos.  Parada cárdio-respiratória;

É importante ter ciência que  Hemorragia de grandes
nos primeiros cuidados ao aciden- volumes;

tado inconsciente a deverá ser mí-  Estado de choque (pressão
nima. arterial, etc);
A observação das seguintes  Comas (perda da consciência);
alterações deve ter prioridade acima  Convulsões (agitações
psicomotoras);
de qualquer outra iniciativa. Ela
 Envenenamento (intoxicações
pode salvar uma vida:
exógenas);

 Falta de respiração;
  Diabetes mellitus (comas
 Falta de circulação (pulso hiper e hipoglicêmicos);

ausente);
  Infarto do miocárdio; e

 Hemorragia abundante;
  Queimaduras em grandes
 Perda dos sentidos (ausência áreas do corpo.

de consciência);

 Envenenamento.
 Toda lesão ou emergência clí-
nica ocorrida dentro do âmbito da
Observações: Para que haja vida é Instituição deve ser comunicada ao
necessário um fluxo contínuo de oxi- NUST - Núcleo de Saúde do traba-
gênio para os pulmões. O oxigênio é lhador/DIREH, através de uma fi-
distribuído para todas as células do cha de registro específica e anotada
corpo através do sangue impulsio- no "livro de registro de acidentes".
nado pelo coração. Alguns órgãos É importante ter sempre dis-
sobrevivem algum tempo sem oxigê- ponível os números dos telefones e
nio, outros são severamente afeta- os endereços de hospitais e de cen-
dos. As células nervosas do cérebro tros de atendimento de emergência;
podem morrer após 3 minutos sem socorro especializado para emergên-
oxigênio. cias cardíacas; plantão da Comissão
Por isso mesmo é muito im- Nacional de Energia Nuclear; locais
portante que algumas alterações ou de aplicação de soros antiveneno de
alguns quadros clínicos, que podem cobra e de outros animais peçonhen-
levar a essas alterações, devem ter tos e centro de informações tóxico-
prioridade quando se aborda um farmacológicas.
acidentado de vítima de mal súbito.
São elas:

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PRIMEIROS SOCORROS

Resumo sárias testemunhas do ocor-


rido. Obter a colaboração de
Para o bom atendimento é im- outras pessoas dando ordens
prescindível: claras e concisas. Identificar
pessoas que se encarreguem
 Manter a calma. Evitar pânico de desviar o trânsito ou cons-
e assumir a situação.
 truir uma proteção provisória.
 Antes de qualquer procedi- Uma ótima dica é dar tarefas
mento, avaliar a cena do aci- como, por exemplo: contatar o
dente e observar se ela pode atendimento de emergência,
oferecer riscos, para o aciden- buscar material para auxiliar
tado e para você. Em hipótese no atendimento, como talas e
nenhuma ponha sua própria gaze, avisar a polícia se neces-
vida em risco. sário, etc.
 Os circunstantes devem ser  Jamais se exponha a riscos.
afastados do acidentado, com Utilizar luvas descartáveis e
calma e educação. O aciden- evitar o contato direto com
tado deve ser mantido afasta- sangue, secreções, excreções
do dos olhares de curiosos, ou outros líquidos. Existem
preservando a sua integridade várias doenças que são trans-
física e moral. mitidas através deste contato
 Saiba que qualquer ferimento  Tranquilizar o acidentado. Em
ou doença súbita dará origem todo atendimento ao aciden-
a uma grande mudança no tado consciente, comunicar o
ritmo da vida do acidentado, que será feito antes de execu-
pois o coloca repentinamente tar para transmitir- lhe con-
em uma situação para a qual fiança, evitando o medo e a
não está preparado e que foge ansiedade.
a seu controle. Suas reações e Quando a causa de lesão for
comportamentos são diferen- um choque violento, deve-se
tes do normal, não permitindo pressupor a existência de lesão
que ele possa avaliar as pró- interna. As vítimas de trauma
prias condições de saúde e as requerem técnicas específicas
consequências do acidente. de manipulação, pois qualquer
Necessita de alguém que o movimento errado pode piorar
ajude. Atue de maneira tran- o seu estado. Recomendamos
quila e hábil, o acidentado sen- que as vítimas de traumas não
tirá que está sendo bem cui- sejam manuseadas até a che-
dado e não entrará em pânico. gada do atendimento emer-
Isto é muito importante, pois a gencial. Acidentados presos
intranquilidade pode piorar em ferragens só devem ser
muito o seu estado.
 Em caso de óbito serão neces-

13
PRIMEIROS SOCORROS

retirados pela equipe de aten- todas as medidas técnicas e práticas


dimento emergencial. de primeiros socorros.
 No caso do acidentado ter se- Prevenir: afastar o perigo do
de, não ofereça líquidos para acidentado ou o acidentado do
beber, apenas molhe sua boca
perigo
com gaze ou algodão ume-
decido. Alertar: contatar o atendimento
 Cobrir o acidentado para con- emergencial informando o tipo de
servar o corpo quente e pro- acidente, o local, o número de víti-
tegê-lo do frio, chuva, etc. mas e o seu estado.

 Em locais onde não haja am- Socorrer: após as avaliações
bulância, o acidentado só po-
derá ser transportado após ser
avaliado, estabilizado e imobi-
lizado adequadamente. Evite
movimentos desnecessários.
 Só retire o acidentado do local
do acidente se esse local cau-
sar risco de vida para ele ou
para o socorrista. Ex: risco de
explosão, estrada perigosa
onde não haja como sinalizar,
etc.

Fonte:
https://www.colegioweb.com.b
r/

A pessoa que está prestando os


primeiros socorros deve seguir um
plano de ação baseando-se no
P.A.S., que são as três letras iniciais
a partir das quais se desenvolvem

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PRIMEIROS SOCORROS

2. Funções, Sinais Vitais e de Apoio

Fonte: UniversoMedico 2

Introdução vo. São vitais as funções exercidas


pelo cérebro e pelo coração. Mas

A atividade de primeiros socor-


ros pressupõe o conhecimento
dos sinais que o corpo emite e ser-
para exercerem suas funções, estes
órgãos executam trabalhos físicos e
químicos, transformando a própria
vem como informação para a deter- vida em uma macro representação
minação do seu estado físico. das atividades da menor unidade
Alguns detalhes importantes funcional do corpo: a célula.
sobre as funções vitais, os sinais Cada tecido é constituído por
vitais e sinais de apoio do corpo hu- células, e é da vida delas que de-
mano precisam ser compreendidos. pende a vida dos seres vivos. As cé-
lulas tiram nutrientes para sua vida
Funções Vitais diretamente do meio onde se encon-
tram, devolvendo para este mesmo
Algumas funções são vitais pa-
ambiente os produtos finais de sua
ra que o ser humano permaneça vi-

2 Retirado em http://www.universomedico.med.br/

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PRIMEIROS SOCORROS

atividade metabólica. A captação e exemplo. O fígado age como órgão


liberação destas substâncias são sintetizador e como modificador da
reguladas pela membrana plasmáti- composição do sangue, participando
ca, cuja permeabilidade seletiva e nos mecanismos da excreção de
mecanismo de transporte ativo per- substâncias tóxicas.
mitem à célula trocar com o meio Os pulmões e a porção condu-
somente o que deve ser trocado. tora do aparelho respiratório têm
Muitos processos dependem de um como função principal fornecer oxi-
adequado diferencial de concentra- gênio e remover dióxido de carbono
ção entre o interior e exterior da resultante da reação de combustão
célula. nas células. O pulmão não é apenas
Para permitir igualdade nas um órgão respiratório. Ele desempe-
concentrações dos componentes do nha uma função importante no equi-
líquido intersticial, os tecidos do líbrio térmico e no equilíbrio ácido-
organismo são percorridos por uma básico. Os movimentos ventilatórios
densa rede de vasos microscópicos, são controlados pelo Sistema Nervo-
que são chamados de capilares. so Central e estão parcialmente sob
O sangue que chega aos capila- nossa vontade. A respiração, no en-
res traz nutrientes e oxigênio que tanto, é um mecanismo involuntário
são passados continuamente para os e automático.
tecidos. O sangue arterial é rico em As funções vitais do corpo hu-
nutrientes. O sangue venoso é mais mano são controladas pelo Sistema
pobre e transporta gás carbônico e Nervoso Central, que é estruturado
catabólitos. por células muito especializadas, or-
O sangue não se deteriora gra- ganizadas em alto grau de comple-
ças à atividade de órgãos vitais como xidade estrutural e funcional. Estas
os pulmões, rins e aparelho diges- células são muito sensíveis à falta de
tivo, que permanentemente recon- oxigênio, cuja ausência provoca alte-
dicionam o sangue arterial. Os rins rações funcionais. Conforme será
participam do mecanismo de regu- advertido outras vezes neste ma-
lação do equilíbrio hidroeletrolítico nual, chamamos a atenção para que
e ácido-básico e na eliminação de se perceba que:
substâncias tóxicas. O prolongamento da hipóxia
O aparelho digestivo incre- (falta de ar) cerebral determi-na a
menta o teor sanguíneo de substra- morte do Sistema Nervo-so Central
tos orgânicos, íons e outros agentes e com isto a falência generalizada de
metabólicos, como as vitaminas, por todos os mecanismos da vida, em

17
PRIMEIROS SOCORROS

um tempo de aproximadamente três culta a sua utilização ao nível de


minutos. primeiros socorros.
Para poder determinar em
nível de primeiro socorro, como lei- Temperatura Corporal
go, o funcionamento satisfatório dos
controles centrais dos mecanismos A temperatura resulta do equi-
da vida, é necessário compreender líbrio térmico mantido entre o ga-
os sinais indicadores chamados de nho e a perda de calor pelo organis-
sinais vitais. mo. A temperatura é um importante
indicador da atividade metabólica,
Sinais Vitais já que o calor obtido nas reações
metabólicas se propaga pelos teci-
Sinais vitais são aqueles que dos e pelo sangue circulante.
indicam a existência de vida. São A temperatura do corpo hu-
reflexos ou indícios que permitem mano está sujeita a variações indivi-
concluir sobre o estado geral de uma duais e a flutuações devido a fatores
pessoa. Os sinais sobre o funcio- fisiológicos como: exercícios, diges-
namento do corpo humano que de- tão, temperatura ambiente e estado
vem ser compreendidos e conhe- emocional (Quadro I). A avaliação
cidos são: diária da temperatura de uma pes-
 Temperatura; soa em perfeito estado de saúde
 Pulso; nunca é maior que um grau Celsius,
 Respiração; sendo mais baixa pela manhã e um
 Pressão arterial.
 pouco elevada no final da tarde.
Existe pequena elevação de tempe-
Os sinais vitais são sinais que ratura nas mulheres após a ovula-
podem ser facilmente percebidos, ção, no período menstrual e no pri-
deduzindo-se assim, que na ausên- meiro trimestre da gravidez.
cia deles, existem alterações nas fun- Nosso corpo tem uma tempe-
ções vitais do corpo. ratura média normal que varia de
A medição e avaliação da pres- 35,9 a 37,2oC. A avaliação da tempe-
são arterial são excelentes fontes de ratura é uma das maneiras de identi-
indicação de vitalidade do organis- ficar o estado de uma pessoa, pois
mo humano. Este assunto não será em algumas emergências a tempe-
tratado neste manual, pois sua veri- ratura muda muito.
ficação exigirá conhecimento e ins- O sistema termorregulador
trumental especializado, o que difi- trabalha estimulando a perda de

18
PRIMEIROS SOCORROS

calor em ambientes de calor exces- Verificação da Temperatura


sivo e acelerando os fenômenos me-
tabólicos no frio para compensar a Oral ou bucal: Temperatura mé-
perda de calor. Graças a isto, o ho- dia varia de 36,2 a 37oC. O ter-
mem é um ser homeotérmico que, mômetro deve ficar por cerca de três
ao contrário de outros animais, minutos, sob a língua, com o pacien-
mantêm a temperatura do corpo te sentado, semi-sentado (reclinado)
constante a despeito de fatores ou deitado.
externos. Não se verifica a temperatura
de vítimas inconscientes, crianças
depois de ingerirem líquidos (frios
ou quentes) após a extração dentária
ou inflamação na cavidade oral.
Axilar: Temperatura média varia
de 36 a 36,8oC. A via axilar é a mais
sujeita a fatores externos. O termo-
metro deve ser mantido sob a axila
Perda de Calor seca, por 3 a 5 minutos, com o aci-
dentado sentada, semi-sentada (re-
O corpo humano perde calor clinada) ou deitada.
através de vários processos que po- Não se verifica temperatura
dem ser classificados da seguinte em vítimas de queimaduras no tó-
maneira: rax, processos inflamatórios na axila
Eliminação: fezes, urina, saliva, ou fratura dos membros superiores.
respiração. Retal: Temperatura média varia de
Evaporação: a evaporação pela pe- 36,4 a 37,°C. O termômetro deverá
le (perda passiva) associada à elimi- ser lavado, seco e lubrificado com
nação permitirá a perda de calor em vaselina e mantido dentro do reto
elevadas temperaturas. por 3 minutos com o acidentado em
Condução: é a troca de calor entre decúbito lateral, com a flexão de um
o sangue e o ambiente. Quanto ma- membro inferior sobre o outro.
ior é a quantidade de sangue que cir- Não se verifica a temperatura
cula sob a pele maior é a troca de ca- retal em vítimas que tenham tido
lor com o meio. O aumento da circu- intervenção cirúrgica no reto, com
lação explica o avermelhamento da abscesso retal ou perineorrafia.
pele (hipermia) quando estamos A verificação da temperatura
com febre. retal é a mais precisa, pois é a que

19
PRIMEIROS SOCORROS

menos sofre influência de fatores  Cefaléia (dor de cabeça)


externos.
O acidentado com febre, muito Primeiros Socorros para Febre
alta e prolongada, pode ter lesão
cerebral irreversível. A temperatura Aplicar compressas úmidas na
corporal abaixo do normal pode testa, cabeça, pescoço, axilas e viri-
acontecer após depressão de função lhas (que são as áreas por onde pas-
circulatória ou choque. sam os grandes vasos sanguíneos).
Quando o acidentado for um
Febre adulto, submetê-la a um banho frio
ou cobri-la com coberta fria. Podem
A febre é a elevação da tem- ser usadas compressas frias aplica-
peratura do corpo acima da média das sobre grandes estruturas vascu-
nor - mal. Ela ocorre quando a pro- lares superficiais quando a tempe-
dução de calor do corpo excede a ratura corporal está muito elevada.
perda. Tumores, infecções, aciden- O tratamento básico da febre
tes vasculares ou traumatismos po- deve ser dirigido para as suas cau-
dem afetar diretamente o hipotála- sas, mas em primeiros socorros isto
mo e com isso perturbar o mecanis- não é possível, pois o leigo deverá
mo de regulagem de calor do corpo. preocupar-se em atender os sinto-
Portanto, a febre deve ser vista mas de febre e suas complicações.
também como um sinal que o orga- Drogas antipiréticas como aspirina,
nismo emite. Um sinal de defesa. dipirona e acetaminofen são muito
Devemos lembrar que pessoas eficientes na redução da febre que
imunodeprimidas podem ter infec- ocorre devido a afecções no centro
ções graves e não apresentarem termorregulador do hipotálamo, po-
febre. rém só devem ser usadas após o
A vítima de febre apresenta a diagnóstico.
seguinte sintomatologia: Devemos salientar que os pri-
 Inapetência (perda de apetite) meiros socorros em casos febris só
 Mal estar
 devem ser feitos em temperaturas
 Pulso rápido muito altas (acima de 400C), por
 Sudorese
 dois motivos já vistos:
 Temperatura acima de 40  A febre é defesa orgânica (é o
graus Celsius organismo se defendendo de
 Respiração rápida alguma causa) e
 Hiperemia da pele  O tratamento da febre deve ser
 Calafrios de suas causas.

20
PRIMEIROS SOCORROS

Pulso

O pulso é a onda de distensão


de uma artéria transmitida pela
pressão que o coração exerce sobre o
sangue. Esta onda é perceptível pela
palpação de uma artéria e se repete
com regularidade, segundo as bati-
das do coração.  Volume - Pulso cheio: nor-
mal
Pulso filiforme (fraco):
anormal

A alteração na freqüência do
pulso denuncia alteração na quan-
tidade de fluxo sanguíneo.
As causas fisiológicas que au-
mentam os batimentos do pulso são:
Fonte: https://www.hong.com.br digestão, exercícios físicos, banho
frio, estado de excitação emocional e
Existe uma relação direta en- qualquer estado de reatividade do
tre a temperatura do corpo e a fre- organismo.
quência do pulso. Em geral, exceto No desmaio / síncope as pul-
em algumas febres, para cada grau sações diminuem.
de aumento de temperatura existe Através do pulso ou das pul-
um aumento no número de pulsa- sações do sangue dentro do corpo, é
ções por minuto (cerca de 10 pul- possível avaliar se a circulação e o
sações). funcionamento do coração estão
O pulso pode ser apresentado normais ou não. Pode-se sentir o
variando de acordo com sua fre- pulso com facilidade:
quência, regularidade, tensão e
 Procurar acomodar o braço do
volume. acidentado em posição rela-
Regularidade (alteração de ritmo): xada.
 Pulso rítmico: normal
  Usar o dedo indicador, médio
 Pulso arrítmico: anormal e anular sobre a artéria esco-
Tensão: lhida para sentir o pulso, fa-
 Frequência - Existe uma varia- zendo uma leve pressão sobre
ção média de acordo com a qualquer um dos pontos onde
idade como pode ser visto no se pode verificar mais fácil-
Quadro II abaixo. mente o pulso de uma pessoa.

21
PRIMEIROS SOCORROS

 Não usar o polegar para não ceis para a localização do pulso, mas
correr o risco de sentir suas há outros pontos que não devem ser
próprias pulsações. descartados. Conforme a Figura.
 Contarnorelógioaspulsaçõesn
umperíodode60segundos.Nes
te período deve-se procurar
observar a regularidade, a ten-
são, o volume e a frequência do
pulso.
Existem no corpo vários locais
onde se podem sentir os pulsos da
corrente sanguínea.
Recomenda-se não fazer pres-
são forte sobre a artéria, pois isto
pode impedir que se percebam os
batimentos.
O pulso radial pode ser sentido
na parte da frente do punho. Usar as
pontas de 2 a 3 dedos levemente so-
bre o pulso da pessoa do lado corres-
pondente ao polegar, conforme a
figura 1.
O pulso carotídeo é o pulso
sentido na artéria carótida que se
localiza de cada lado do pescoço. Respiração
Posicionam-se os dedos sem pres-
sionar muito para não comprimir a A respiração é uma das fun-
artéria e impedir a percepção do ções essenciais à vida. É através dela
pulso (Figura). que o corpo promove permanente-
mente o suprimento de oxigênio
necessário ao organismo, vital para
a manutenção da vida.
A respiração é comandada
pelo Sistema Nervoso Central. Seu
funcionamento processa-se de ma-
neira involuntária e automática. É a
respiração que permite a ventilação
Do ponto de vista prático, a e a oxigenação do organismo e isto
artéria radial e carótida são mais fá-

22
PRIMEIROS SOCORROS

só ocorre através das vias aéreas respirando. A respiração pode ser


desimpedidas. basicamente classificada por tipo e
A observação e identificação frequência. O Quadro apresenta a
do estado da respiração de um aci- classificação da respiração quanto
dentado de qualquer tipo de afecção ao tipo.
é conduta básica no atendimento de A frequência da respiração é
primeiros socorros. Muitas doenças, contada pela quantidade de vezes
problemas clínicos e acidentes de que uma pessoa realiza os movimen-
maior ou menor proporção alteram tos combinados de inspiração e
parcialmente ou completamente o expiração em um minuto. Para se
processo respiratório. Fatores diver- verificar a frequência da respiração,
sos como secreções, vômito, corpo conta-se o número de vezes que uma
estranho, edema e até mesmo a pró- pessoa realiza os movimentos respi-
pria língua podem ocasionar a obs- ratórios: 01 inspiração + 01 expira-
trução das vias aéreas. A obstrução ção = 01 movimento respiratório.
produz asfixia que, se prolongada, A contagem pode ser feita
resulta em parada cardiorrespi- observando-se a elevação do tórax se
ratória. o acidentado for mulher ou do
O processo respiratório mani- abdome se for homem ou criança.
festa-se fisicamente através dos Pode ser feita ainda contando-se as
movimentos ritmados de inspiração saídas de ar quente pelas narinas.
e expiração. Na inspiração existe a A frequência média por minu-
contração dos músculos que parti- to dos movimentos respiratórios va-
cipam do processo respiratório, e na ria com a idade se levarmos em
expiração estes músculos relaxam- consideração uma pessoa em estado
se espontaneamente. Quimicamente normal de saúde. Por exemplo: um
existe uma troca de gazes entre os adulto possui um valor médio res-
meios externos e internos do corpo. piratório de 14 - 20 respirações por
O organismo recebe oxigênio atmos- minuto (no homem), 16 - 22 respi-
férico e elimina dióxido de carbono. rações por minuto (na mulher), en-
Esta troca é a hematose, que é a quanto uma criança nos primeiros
transformação, no pulmão, do san- meses de vida 40 - 50 respirações
gue venoso em sangue arterial. por minuto.
Deve-se saber identificar se a
pessoa está respirando e como está

23
PRIMEIROS SOCORROS

Tipos de respiração

Eupneia Respiração que se processa por motivos


regulares, sem dificuldades, na frequência
media

Apneia E a ausência dos movimentos respiratórios.


Equivalente a parada cardíaca

Dispneia Dificuldade na execução dos movimentos


respiratórios

Bradipneia Diminuição na frequência média dos


movimentos respiratórios

Taquipneia Aceleração dos movimentos respiratórios


Ortopneia O acidentado só respira sentado

Hiperpneia ou E quando ocorre o aumento da frequência e


Hiperventilaçao da profundidade dos movimentos
respiratórios

Fatores fisiopatológicos po- casos de parada respiratória serão


dem alterar a necessidade de oxigê- estudados a frente.
nio ou a concentração de gás carbô-
nico no sangue. Isto contribui para a Pressão Arterial
diminuição ou o aumento da fre-
quência dos movimentos respirató- A pressão arterial é a pressão
rios. A nível fisiológico os exercícios do sangue, que depende da força de
físicos, as emoções fortes e banhos contração do coração, do grau de
frios tendem a aumentar a frequên- dispensabilidade do sistema arte-
cia respiratória. Em contra partida o rial, da quantidade de sangue e sua
banho quente e o sono a diminuem. viscosidade.
Algumas doenças cardíacas e Embora não seja recomendá-
nervosas e o coma diabético aumen- vel a instrução a leigos da medição
tam a frequência respiratória. Como da pressão arterial com o aparelho,
exemplo de fatores patológicos que para não induzir a diagnósticos não
diminuem a frequência respiratória autorizados após a leitura, julgamos
podemos citar o uso de drogas necessário descrever de maneira
depressoras. sucinta as características da pressão
Os procedimentos a serem ob- arterial e a sua verificação.
servados e os primeiros socorros em No adulto normal a pressão
arterial varia da seguinte forma:

24
PRIMEIROS SOCORROS

 Pressão arterial máxima ou elevada; deve ser acalmada; reduzir


sistólica - de 100 a 140 mm Hg a ingestão de líquidos e sal e ficar
(milímetros de mercúrio). sob observação permanente até a
 Pressão arterial mínima ou chegada do médico. No caso do hi-
diastólica - de 60 a 90 mm Hg.
potenso, deve-se promover a inges-
tão de líquidos com pitadas de sal,
A pressão varia com a idade,
deitá-lo e chamar um médico.
por exemplo: uma pessoa com a ida-
de entre 17 a 40 anos apresenta a Medição da Pressão Arterial
pressão de 140 x 90, já entre 41 a 60
anos apresenta pressão, de 150 x 90 Posição da pessoa: Sentada,
mm de Hg. semi-sentada (reclinada) ou deitada
A pessoa com pressão arterial (esta é a melhor posição):
alta sofre de hipertensão e apresen- Material: Esfigmomanômetro
ta, dentro de certos critérios de me- e estetoscópio
Técnica:
dição, pressão arterial mínima aci-  Tranqüilizar a pessoa infor-
ma de 95 mm Hg e pressão arterial mando-a sobre a medição de
máxima acima de 160 mm Hg. A pressão.
pressão muito baixa (hipotensão) é  Braço apoiado ao mesmo nível
aquela em que a pressão máxima do coração para facilitar a lo-
chega a baixar até a 80 mm Hg. calização da artéria braquial.

No Quadro apresentamos  Colocar o manguito ao redor
do braço, a cerca de 4 dedos da
exemplos de condições que alteram
dobra do cotovelo. Prender o
a pressão arterial:
manguito.

 Fechar a saída de ar e insuflar
até que o ponteiro atinja a
marca de 200 mm Hg. Pode
ser necessário ir mais alto.

 Posicionar o na artéria umeral,
abaixo do manguito e ouvir se
há batimentos.

 Abrir a saída de ar lentamente
É importante perguntar à víti- e ouvir os batimentos regu-
ma sua pressão arterial e passar essa lares
 Anotar a pressão indicada pelo
informação ao profissional que for
ponteiro que será a Pressão
prestar o socorro especializado. Arterial Máxima.

Uma pessoa com hipertensão  A pressão do manguito vai
deverá ser mantida com a cabeça

25
PRIMEIROS SOCORROS

baixando e o som dos bati- olho - e sua função principal é con-


mentos muda de nítido desa- trolar a entrada de luz no olho para
parecendo. Neste ponto deve- a formação das imagens que vemos.
se anotar a Pressão Arterial
A pupila exposta à luz se contrai.
Mínima. Às vezes o ponto de
Pressão Mínima coincide com Quando há pouca ou quase nenhu-
o desaparecimento do som dos ma luz a pupila se dilata, fica aberta.
batimentos. Quando a pupila está totalmente
dilatada, é sinal de que o cérebro não
Sinais de Apoio está recebendo oxigênio, exceto no
uso de colírios midriáticos ou certos
Além dos sinais vitais do fun- envenenamentos.
cionamento do corpo humano, exis- A dilatação e reatividade das
tem outros que devem ser obser- pupilas são um sinal de apoio impor-
vados para obtenção de mais infor- tante. Muitas alterações do organis-
mações sobre o estado de saúde de mo provocam reações nas pupilas
uma pessoa. São os sinais de apoio; (Quadro V). Certas condições de
sinais que o corpo emite em função "stress", tensão, medo e estados de
do estado de funcionamento dos pré-choque também provocam con-
órgãos vitais. sideráveis alterações nas pupilas.
Os sinais de apoio podem ser Devemos observar as pupilas
alterados em casos de hemorragia, de uma pessoa contra a luz de uma
parada cardíaca ou uma forte batida fonte lateral, de preferência com o
na cabeça, por exemplo. Os sinais de ambiente escurecido. Se não for
apoio tornam-se cada vez mais evi- possível deve-se olhar as pupilas
dentes com o agravamento do contra a luz ambiente.
estado do acidentado. Os principais
sinais de apoio são:
 Dilatação e reatividade das
pupilas
 Cor e umidade da pele
• Es-
tado de consciência
• Motili-
dade e sensibilidade do corpo Cor e Umidade da Pele

Dilatação e Reatividade das A cor e a umidade da pele são


Pupilas também sinais de apoio muito útil
no reconhecimento do estado geral
A pupila é uma abertura no de um acidentado. Uma pessoa pode
centro da íris - a parte colorida do apresentar a pele pálida, cianosada

26
PRIMEIROS SOCORROS

ou hiperemiada (avermelhada e Uma pessoa pode estar in-


quente). consciente por desmaio, estado de
A cor e a umidade da pele de- choque, estado de coma, convulsão,
vem ser observadas na face e nas ex- parada cardíaca, parada respirató-
tremidades dos membros, onde as ria, alcoolismo, intoxicação por dro-
alterações se manifestam primeiro gas e uma série de outras circuns-
(Quadro VI). A pele pode também fi- tâncias de saúde e lesão.
car úmida e pegajosa. Pode-se ob- Na síncope e no desmaio há
servar estas alterações melhor no uma súbita e breve perda de cons-
antebraço e na barriga. ciência e diminuição do tônus mus-
cular. Já o estado de coma é carac-
terizado por uma perda de consciên-
cia mais prolongada e profunda, po-
dendo o acidentado deixar de apre-
sentar gradativamente reação aos
estímulos dolorosos e perda dos
reflexos.
Estado de Consciência
Motilidade e Sensibilidade do
Este é outro sinal de apoio im-
Corpo
portante. A consciência plena é o
estado em que uma pessoa mantém Qualquer pessoa consciente
o nível de lucidez que lhe permite que apresente dificuldade ou inca-
perceber normalmente o ambiente pacidade de sentir ou movimentar
que a cerca, com todos os sentidos determinadas partes do corpo, está
saudáveis respondendo aos estímu- obviamente fora de seu estado
los sensoriais. normal de saúde. A capacidade de
Quando se encontra um aci- mover e sentir partes do corpo são
dentado capaz de informar com cla- um sinal que pode nos dar muitas
reza sobre o seu estado físico, pode- informações.
se dizer que esta pessoa está perfei- Quando há incapacidade de
tamente consciente. Há, no entanto, uma pessoa consciente realizar
situações em que uma pessoa pode certos movimentos, pode-se suspei-
apresentar sinais de apreensão ex- tar de uma paralisia da área que
cessiva, olhar assustado, face con- deveria ser movimentada. A inca-
traída e medo. Esta pessoa certa- pacidade de mover o membro supe-
mente não estará em seu pleno esta- rior depois de um acidente pode
do de consciência.

27
PRIMEIROS SOCORROS

indicar lesão do nervo do membro. A é uma chave importante para o


incapacidade de movimento nos desempenho de primeiros socorros.
membros inferiores pode indicar O reconhecimento destes sinais dá
uma lesão da medula espinhal. suporte, rapidez e agilidade no aten-
O desvio da comissura labial dimento e salvamento de vidas.
(canto da boca) pode estar a indicar
lesão cerebral ou de nervo periférico
(facial). Pede-se à vítima que sorria.
Sua boca sorrirá torta, só de um
lado.
Pedir à vítima de acidente
traumático que movimente os dedos
de cada mão, a mão e os membros
superiores, os dedos de cada pé, o pé
e os membros inferiores.
Quando um acidentado perde
o movimento voluntário de alguma
parte do corpo, geralmente ela tam-
bém perde a sensibilidade no local.
Muitas vezes, porém, o movimento
existe, mas o acidentado reclama de
dormência e formigamento nas ex-
tremidades. É muito importante o
reconhecimento destas duas situa-
ções, como um indício de que há
lesão na medula espinhal. É impor-
tante, também, nestes casos tomar
muito cuidado com o manuseio e
transporte do acidentado para evitar
o agravamento da lesão. Convém
ainda lembrar que o acidentado de
histeria, alcoolismo agudo ou into-
xicação por drogas, mesmo que
sofra acidente traumático, pode não
sentir dor por várias horas.
A verificação rápida e precisa
dos sinais vitais e dos sinais de apoio

28
PRIMEIROS SOCORROS

3. Asfixia

3
Fonte: Secad

Introdução piratória, levando à parada res-


piratória.

A sfixia pode ser definida como


sendo parada respiratória,
com o coração ainda funcionando.
Nesse caso, a identificação da
dificuldade respiratória pela respi-
ração arquejante nas vitimas incons-
É causado por certos tipos de cientes, pela falta de ar de que se
traumatismos como aqueles que queixam os conscientes, ou ainda,
atingem a cabeça, a boca, o pescoço, pela cianose acentuada do rosto, dos
o tórax; por fumaça no decurso de lábios e das extremidades (dedos),
um incêndio; por afogamento; em servira de guia para o socorro à
soterramentos, dentre outros aci- vítima.
dentes, ocasionando dificuldade res- Se as funções respiratórias não
forem restabelecidas dentro de 3 a 4

3 Retirado em https://www.secad.com.br/

30
PRIMEIROS SOCORROS

minutos, as atividades cerebrais ces- Primeiros Socorros


sarão totalmente, ocasionando a
morte. O oxigênio é vital para o  A primeira conduta é favorecer
cérebro. a passagem do ar através da
Bloqueio da passagem de ar: boca e das narinas
Pode acontecer nos casos de afo-  Afastar a causa.

gamento, secreções e espasmos da  Verificar se o acidentado está
consciente

laringe, estrangulamento, soterra-
 Desapertar as roupas do aci-
mento e bloqueio do ar causado por
dentado, principalmente em
ossos, alimentos ou qualquer corpo volta do pescoço, peito e cin-
estranho na garganta. tura.

Insuficiência de oxigênio no ar:  Retirar qualquer objeto da bo-
Pode ocorrer em altitudes onde o ca ou da garganta do aciden-
oxigênio é insuficiente, em compar- tado, para abrir e manter deso-
timentos não ventilados, nos incên- bstruída a passagem de ar.
dios em compartimentos fechados e  Para assegurar que o acidenta
por contaminação do ar por gases do inconsciente continue res-
pirando, coloque-a na posição
tóxicos (principalmente emanações
lateral de segurança.

de motores, fumaça densa).
 Iniciar a respiração de socorro
Impossibilidade do sangue em (conforme relatado a frente),
transportar oxigênio: Ocorre tão logo tenha sido o aciden-
quando o sangue não consegue tado colocado na posição cor-
transportar oxigênio. reta. Lembrar que cada segun-
Paralisia do centro respirató- do é importante para a vida do
rio no cérebro: Pode ser causada acidentado.
por choque elétrico, venenos, doen-  Repetir a respiração de socor-
ro tantas vezes quanto neces-
ças, (AVC), ferimentos na cabeça ou sário, até que o acidentado de
no aparelho respiratório, por inges- entrada em local onde possa
tão de grande quantidade de álcool, receber assistência adequada.
ou de substâncias anestésicas, psi-  Manter o acidentado aqueci-
cotrópicos e tranquilizantes. do, para prevenir o choque.
Compressão do corpo: Pode ser Não dar líquidos enquanto o
causado por forte pressão externa acidentado estiver incons-
ciente.
(por exemplo, traumatismo toráci-
 Não deixar o acidentado sen-
co), nos músculos respiratórios. tar ou levantar. O acidentado
O sinal mais importante dessa
situação é a dilatação das pupilas.

31
PRIMEIROS SOCORROS

deve permanecer deitado, mento e sua execução deve ser feita


mesmo depois de ter recupe- com calma e disposição. A proba-
rado a respiração.
 bilidade de execução da atividade de
 Não dar bebidas alcoólicas ao RCR é bem pequena, porém se a
acidentado. Dar chá ou café ocasião aparecer, ela pode represen-
para beber, logo que volte a si.
tar a diferença entre a vida e a morte
 Continuar observando
cuidado-samente o para o acidentado.
acidentado, para evitar que a Podemos definir parada car-
respiração cesse novamente.
 díaca como sendo a interrupção re-
 Não deslocar o acidentado até pentina da função de bombeamento
que sua respiração volte ao cardíaco, que pode ser constatada
normal.
 pela falta de batimentos do aciden-
 Remover o acidentado, so- tado (ao encostar o ouvido na região
mente deitado, mas só em caso anterior do tórax do acidentado),
de extrema necessidade.

pulso ausente (não se consegue
 Solicitar socorro especializado
mesmo que o acidentado este- palpar o pulso) e ainda quando hou-
ja recuperado. ver dilatação das pupilas (menina
dos olhos), e que, pode ser revertida
Ressuscitação Cardiorrespira- com intervenção rápida, mas que
tória causa morte se não for tratada.
Chamamos de parada respira-
A ressuscitação cardiorrespi- tória o cessamento total da respira-
ratória (RCR) é um conjunto de me- ção, devido à falta de oxigênio e
didas utilizadas no atendimento à excesso de gás carbônico no sangue.
vítima de parada cardiorrespiratória
(PCR). O atendimento correto exige Principais Causas
desde o início, na grande maioria
dos casos, o emprego de técnicas A parada cardíaca e a parada
adequadas para o suporte das fun- respiratória podem ocorrer por di-
çães respiratórias e circulatórias. versos fatores, atuando de modo
A RCR é uma técnica de gran- isolado ou associado. Em determi-
de emergência e muita utilidade. nadas circunstâncias, não é possível
Qualquer interferência ou suspen- estabelecer com segurança qual ou
são da respiração espontânea cons- quais os agentes que as produziram.
titui uma ameaça à vida. A aplicação Podem ser divididas em dois grupos,
imediata das medidas de RCR é uma e a importância desta classificação é
das atividades que exige conheci-

32
PRIMEIROS SOCORROS

que a conduta de quem está socor- lhos com substâncias químicas, tais
rendo varia de acordo com a causa. como o monóxido de carbono, de-
fensivos agrícolas, especialmente os
Primárias organofosforados, e trabalhos em
eletricidade, embora o infarto do
A parada cardíaca se deve a miocárdio ou um acidente grave
um problema do próprio coração, possa ocorrer nas mais variadas
causando uma arritmia cardíaca, situações, inclusive no trajeto resi-
geralmente a fibrilação ventricular. dência-trabalho-residência, ou mês-
A causa principal é a isquemia car- mo dormindo.
díaca (chegada de quantidade insu- A rápida identificação da para-
ficiente de sangue oxigenado ao da cardíaca e da parada respiratória
coração). é essencial para o salvamento de
São as principais causas de pa- uma vida potencialmente em perigo.
radas cardíacas em adultos que não Uma parada respiratória não resol-
foram vítimas de traumatismos. vida leva o acidentado à parada car-
díaca devido a hipóxia (falta de ar)
Secundárias cerebral e do miocárdio.
Se o coração para primeiro, as
A disfunção do coração é complicações serão maiores, pois a
causada por problema respiratório chegada de oxigênio ao cérebro
ou por uma causa externa. São as estará instantaneamente compro-
principais causas de parada metida: os músculos respiratórios
cardiorrespiratória em vítimas de perdem rapidamente a eficiência
traumatismos. funcional; ocorre imediata parada
 Oxigenação deficiente: obs- respiratória podendo ocorrer lesão
trução de vias aéreas e doenças cerebral irreversível e morte.
pulmonares. A Figura 3 dá uma noção da re-
 Transporte inadequado de
lação entre o lapso de tempo decor-
oxigênio: hemorragia grave,
estado de choque, intoxicação rido entre a identificação de parada
por monóxido de carbono. cardiorrespiratória e a possibilidade
 Ação de fatores externos sobre de sobrevivência, com a instituição
o coração: drogas e descargas dos métodos de suporte básico de
elétricas. vida.

No ambiente de trabalho deve-


se dedicar especial atenção a traba-

33
PRIMEIROS SOCORROS

Identificação de PCR minutos (morte cerebral). Os aci-


dentados submetidos a baixas tem-
A parada cardiorrespiratória é peraturas (hipotermia) podem su-
o exemplo mais expressivo de uma portar períodos mais longos sem
emergência médica. Somente uma oxigênio, pois o consumo de oxi-
grande hemorragia externa e o ede- gênio pelo cérebro diminui.
ma agudo de pulmão devem merecer No atendimento de primeiros
a primeira atenção antes da parada socorros, durante a aproximação,
cardíaca. A identificação e os pri- devemos observar elementos como
meiros atendimentos devem ser ini- imobilidade, palidez e os seguintes
ciados dentro de um período de no sinais que identificarão efetivamen-
máximo 4 minutos a partir da ocor- te uma parada cardiorrespiratória, a
rência, pois os centros vitais do fim de iniciarmos o processo de res-
sistema nervoso ainda continuam suscitação, do qual dependerá a rea-
em atividade. A partir deste tempo, bilitação ou não do acidentado. Ao
como já vimos, as possibilidades de iniciar o atendimento devemos veri-
recuperação tornam-se escassas. A ficar o nível de consciência, tentan-
eficácia da reanimação em caso de do observar as respostas do aciden-
parada cardíaca está na dependên- tado aos estímulos verbais: "Você
cia do tempo em que for iniciado o está bem?". Se o acidentado não
processo de reanimação, pois embo- responder, comunicar imediata-
ra grande parte do organismo per- mente ao atendimento especiali-
maneça biologicamente vivo, duran- zado. Posicionar o acidentado em
te algum tempo, em tais condições, decúbito dorsal, sobre superfície
modificações irreversíveis podem plana e rígida.
ocorrer no cérebro, em nível celular. Os seguintes elementos deve-
Se a PCR for precedida de déficit de rão ser observados para a determi-
oxigenação, este tempo é ainda nação de PCR:
menor.  Ausência de pulso numa gran-
A ausência de circulação do de artéria (por exemplo: caró-
sangue interrompe a oxigenação dos tida). Esta ausência representa
órgãos. Após alguns minutos as o sinal mais importante de
PCR e determinará o início
células mais sensíveis começam a
imediato das manobras de res-
morrer. Os órgãos mais sensíveis à suscitação cardiorrespiratória.
falta de oxigênio são o cérebro e o  Apnéia ou respiração arque-
coração. A lesão cerebral irreversível jante. Na maioria dos casos a
ocorre geralmente após quatro a seis apnéia ocorre cerca de 30

34
PRIMEIROS SOCORROS

segundos após a parada car- a. Abertura das vias


díaca; é, portanto, um sinal aéreas

relativamente precoce, embo-
b. Ventilação artificial

ra, em algumas situações, fra-
cas respirações espontâneas, c. Suporte circulatório
durante um minuto ou mais,
continuem a ser observada Apresentamos no Quadro e na
após o início da PC. Nestes Figura 4, a seguir, a sequência de
casos, é claro, o sinal não tem suporte básico de vida em um
valor.
adulto, para orientação do pessoal
 Espasmo (contração súbita e
que fará os primeiros atendimentos
violenta) da laringe.
•Cianose
(coloração arroxeada da pele e emergenciais em casos de acidentes.
lábios).
Inconsciência. Toda
vítima em PCR está incons-
ciente, mas várias outras
emergências podem se asso-
ciar à inconsciência. É um
achado inespecífico, porém
sensível, pois toda vítima em
PCR está inconsciente.
 Dilatação das pupilas, que
começam a se dilatar após 45
segundos de interrupção de
fluxo de sangue para o cére-
bro. A midríase geralmente se
completa depois de 1 minuto e
45 segundos de PC, mas se
apresentar em outras situa-
ções. Deste modo, não utilizar
a midríase para diagnóstico da
PCR ou para definir que a
vítima está com lesão cerebral
irreversível. A persistência da
midríase com a RCR é sinal de
mau prognóstico. É um sinal
bastante tardio e não se deve
esperar por ele para início das
manobras de RCR.

Ressuscitação cardiorrespira-
tória

35
PRIMEIROS SOCORROS

Limitações da Ressuscitação tir a abertura da via aérea e as


Cardiorrespiratória manobras da respiração artifi-
cial são mais bem executadas
A ressuscitação cardiorrespi- nesta posição.
ratória não é capaz de evitar a lesão  A cabeça não deve ficar mais
alta que os pés, para não
cerebral por períodos prolongados.
prejudicar o fluxo sangüíneo
Com o tempo (minutos) a cir- cerebral.
culação cerebral obtida com as com-  Caso o acidentado esteja sobre
pressões torácicas vai diminuindo uma cama ou outra superfície
progressivamente até se tornar ine- macia ele deve ser colocado no
ficaz. Durante a ressuscitação car- chão ou então deve ser
diorrespiratória a pressão sistólica colocada uma tábua sob seu
tronco.
atinge de 60 a 80 mmHg, mas a
 A técnica correta de posicio-
pressão diastólica é muito baixa, namento do acidentado deve
diminuindo a perfusão de vários ser obedecida utilizando-se as
órgãos entre os quais o coração. As manobras de rolamento.
paradas por fibrilação ventricular só
podem ser revertidas pela desfibri- Da pessoa que está socor-
lação. rendo:
O suporte básico da vida sem  Este deve ajoelhar-se ao lado
desfibrilação não é capaz de manter do acidentado, de modo que
a vida por períodos prolongados. A seus ombros fiquem direta-
reversão da parada cardiorrespira- mente sobre o esterno do
acidentado.
tória na maioria dos casos também
não é obtida, deste modo é neces- Primeiros Socorros
sário se solicitar apoio ao atendi-
mento especializado com desfibrila- A conduta de quem socorre é
ção e recursos de suporte avançado. vital para o salvamento do aciden-
tado. Uma rápida avaliação do esta-
Posicionamento para a do geral do acidentado é que vai
Ressuscitação Cardiorrespira- determinar quais etapas a serem
tória executadas, por ordem de priori-
dades. A primeira providência a ser
Do acidentado:
 tomada é estabelecer o suporte bási-
 Posicionar o acidentado em co da vida, para tal o acidentado
superfície plana e firme.
• deverá estar posicionado adequada-
Mantê-lo em decúbito dorsal, mente de modo a permitir a realiza-
pois as manobras para permi-

36
PRIMEIROS SOCORROS

ção de manobras para suporte bási- do-se as medidas necessárias para a


co da vida. desobstrução.
Adotar medidas de autopro- Nas vítimas inconscientes a
teção colocando luvas e máscaras. principal causa de obstrução é a que-
O suporte básico da vida con- da da língua sobre a parede pos-
siste na administração de ventilação terior da faringe.
das vias aéreas e de compressão Como causa ou como conse-
torácica externa. Estas manobras de quência da PR, pode ocorrer oclusão
apoio vital básico constituem-se de da hipofaringe pela base da língua
três etapas principais que devem ser ou regurgitação do conteúdo gástri-
seguidas: co para dentro das vias aéreas.
 Desobstrução das vias Observar prováveis lesões na coluna
aéreas;
 cervical ou dorsal, antes de proceder
 Suporte respiratório e
 às recomendações seguintes.
 Suporte circulatório.
 Para manter as vias aéreas
permeáveis e promover sua desobs-
O reconhecimento da existên- trução, para tanto colocar o aciden-
cia de obstrução das vias aéreas tado em decúbito dorsal e fazer a
pode ser feito pela incapacidade de hiper-extensão da cabeça, colocando
ouvir ou perceber qualquer fluxo de a mão sob a região posterior do
ar pela boca ou nariz da vítima e pescoço do acidentado e a outra na
observando a retração respiratória região frontal. Com essa manobra a
das áreas supraclaviculares, supra- mandíbula se desloca para frente e
esternal e intercostal, quando exis- promove o estiramento dos tecidos
tem movimentos espontâneos. A que ligam a faringe, desobstruindo-
obstrução poderá ser reconhecida se a hipofaringe.
pela incapacidade de insuflar os Em algumas pessoas a hiper-
pulmões quando se tenta ventilar a extensão da cabeça não é suficiente
vítima. para manter a via aérea superior
A ventilação e a circulação ar- completamente permeável. Nestes
tificiais constituem o atendimento casos é preciso fazer o deslocamento
imediato para as vítimas de PCR. A da mandíbula para frente. Para fazer
ventilação artificial é a primeira me- isso é necessário tracionar os ramos
dida a ser tomada na RCR. Para que da mandíbula com as duas mãos.
essa ventilação seja executada com Por uma das mãos na testa e a outra
sucesso é necessária à manutenção sob o queixo do acidentado. Empur-
das vias aéreas permeáveis, toman- rar a mandíbula para cima e inclinar

37
PRIMEIROS SOCORROS

a cabeça do acidentado para trás até gar - cruzado sobre o indicador –


que o queixo esteja em um nível contra os dentes inferiores (Figura).
mais elevado que o nariz. Desta ma-
neira restabelece-se uma livre pas-
sagem de ar quando a língua é sepa-
rada da parte posterior da garganta.
Mantendo a cabeça nesta posição,
escuta-se e observa-se para verificar
se o acidentado recuperou a respira-
ção. Em caso afirmativo, coloque o
acidentado na posição lateral de
segurança.
Em outras pessoas, o palato
mole se comporta como uma válvu-
la, provocando a obstrução nasal
expiratória, o que exige a abertura
da boca.
Assim, o deslocamento da
mandíbula, a extensão da cabeça e a Manobra de Levantamento da
abertura da boca são manobras que Língua/Mandíbula
permitem a obtenção de uma via
supraglótica, sem a necessidade de Deve ser feita com o aciden-
qualquer equipamento. Além disso, tado relaxado. Introduzir o polegar
pode ser preciso a limpeza manual dentro da boca e garganta do aciden-
imediata da via aérea para remover tado. Com a ponta do polegar, levan-
material estranho ou secreções pre- tar a base da língua. Com os dedos
sentes na orofaringe. Usar os pró- segurar a mandíbula ao nível do
prios dedos protegidos com lenço ou queixo e trazê-la para frente.

compressa. Outra forma prática de deso-
Duas manobras principais são bstruir as vias aéreas é o uso de pan-
recomendadas para a desobstrução cadas e golpes que são dados no dor-
manual das vias aéreas: so do acidentado em sucessão rápi-
da. As pancadas são fortes e devem
Manobra dos Dedos Cruzados ser aplicadas com a mão em con- cha
entre as escápulas da vítima. A
Pressionar o dedo indicador técnica deve ser feita com o paciente
contra os dentes superiores e pole- sentado, deitado ou em pé.

38
PRIMEIROS SOCORROS

Algumas vezes a simples exe- tos provou que a respiração boca a


cução de certas manobras é suficien- boca é a técnica mais eficaz na
te para tornar permeáveis as vias ressuscitação de vítimas de parada
aéreas, prevenir ou mesmo tratar cardiorrespiratória. Esta manobra é
uma parada respiratória, especial- melhor que as técnicas de pressão
mente se a PR, é devida a asfixia por nas costas ou no tórax, ou o levan-
obstrução e esta é removida de ime- tamento dos braços; na maioria dos
diato. Em muitos casos, porém, casos, essas manobras não conse-
torna-se necessário a ventilação guem ventilar adequadamente os
artificial. pulmões.
O ar exalado de quem está
Suporte Respiratório socorrendo contém cerca de 18% de
oxigênio e é considerado um gás
A ventilação artificial é indica- adequado para a ressuscitação desde
da nos casos de as vias aéreas esta- que os pulmões da vítima estejam
rem permeáveis e na ausência de normais e que se use cerca de duas
movimento respiratório. vezes os volumes correntes normais.
Os músculos de uma pessoa Para iniciar a respiração boca
inconsciente estão completamente a boca e promover a ressuscitação
relaxados. A língua retrocederá e cardiorrespiratória, deve-se obede-
obstruirá a garganta. Para eliminar cer a seguinte sequência:
esta obstrução, fazer o que foi des-  Deitar o acidentado de costas.
crito anteriormente.  Desobstruir as vias aéreas. Re-
Constatada a permeabilidade mover prótese dentária (caso
das vias aéreas e a ausência de movi- haja), limpar sangue ou vô-
mento respiratório, passar imedia- mito.
tamente à aplicação da respiração  Pôr uma das mãos sob a nuca
do acidentado e a outra mão
boca a boca. na testa.
Lembrar de que quando en-  Inclinar a cabeça do aciden-
contrarmos um acidentado incons- tado para trás até que o queixo
ciente, não tentar reanimá-lo sacu- fique em um nível superior ao
dindo-o e gritando. do nariz, de forma que a língua
não impeça a passagem de ar,
mantendo-a nesta posição.
Respiração Boca a Boca
 Fechar bem as narinas do aci-
dentado, usando os dedos po-
Universalmente a ventilação
legar e indicador, utilizando a
artificial sem auxílio de equipamen- mão que foi colocada anterior-

39
PRIMEIROS SOCORROS

mente na testa do acidentado. Método Holger - Nielsen


 Inspirar profundamente.
 Colocar a boca com firmeza so-  Deitar o acidentado de bruços
bre a boca do acidentado, ve- com uma das mãos sobre a
dando - a totalmente (Figura). outra, embaixo da cabeça.
 Soprar vigorosamente para  Virar a cabeça do acidentado
dentro da boca do acidentado, de lado, deixando livres a boca
até notar que seu peito está e o nariz.
levantando.  Ajoelhar em frente à cabeça do
acidentado e segurar cada um
dos braços do mesmo, logo
acima dos cotovelos.
 Levantar os braços do aciden-
tado até sentir resistên-
cia.
Baixar os braços do aci-
dentado.

 Colocar imediatamente, as
palmas das mãos abertas so-
bre as costas do acidentado
(um pouco acima das axilas).
 Inclinar para frente o seu
 Fazer leve compressão na re- próprio corpo sem dobrar os
gião do estômago do aciden- cotovelos e fazer pressão sobre
tado, para que o ar seja ex- as costas do acidentado, man-
pelido. tendo seus braços sobre elas,
 Inspirar profundamente outra mais ou menos na vertical.
vez e continuar o procedi-  Prosseguir ritmadamente, re-
mento na forma descrita, repe- petindo os movimentos des-
tindo o movimento tantas ve- critos no item anterior, cerca
zes quanto necessário (cerca de 10 vezes por minuto.
de 15 vezes por minuto) até
que o acidentado possa rece- Observação:

ber assistência médica.  Para calcular a duração de ca-
da tempo, contar baixo e sem
Se a respiração do acidentado pressa.
não tiver sido restabelecida após as  Assim que começar a res-
tentativas dessa manobra, ela po- piração artificial, pedir a outra
derá vir a ter parada cardíaca, tor- pessoa para desapertar a rou-
nando necessária a aplicação de pa do acidentado, principal-
massagem cardíaca externa. mente no peito e pescoço.

40
PRIMEIROS SOCORROS

Método Sylvester Para realizar a massagem car-


díaca externa deve-se posicionar a
Também aplicado quando não vítima em decúbito dorsal como já
puder ser feito o método boca a citado anteriormente.
boca: Posicionar ajoelhado, ao lado
 Colocar o acidentado deitado do acidentado e num plano superior,
com o rosto para cima e pôr al- de modo que possa executar a mano-
go por baixo dos seus ombros, bra com os braços em extensão.
para que ele fique com a
Em seguida apoiar as mãos
cabeça inclinada para trás.
uma sobre a outra, na metade infe-
 Joelhar de frente para o aci-
dentado e pôr a cabeça dele rior do esterno, evitando fazê-lo so-
entre seus joelhos. bre o apêndice xifóide, pois isso
 Segurar os braços do aciden- tornaria a manobra inoperante e
tado pelos pulsos, cruzando-os machucaria as vísceras. Não se deve
e comprimindo-os contra o permitir que o resto da mão se apóie
peito dela.
 na parede torácica. A compressão
 Segurar os braços do aciden- deve ser feita sobre a metade inferior
tado primeiro para cima, de- do esterno, porque essa é a parte que
pois para os lados e a seguir
para trás, em movimentos está mais próxima do coração. Com
sucessivos. os braços em hiper-extensão, apro-
veite o peso do seu próprio corpo
Massagem Cardíaca Externa para aplicar a compressão, tornan-
ou Compressão Torácica do-a mais eficaz e menos cansativa
do que se utilizada a força dos
É o método efetivo de ressus- braços.
citação cardíaca que consiste em Aplicar pressão suficiente para
aplicações rítmicas de pressão sobre baixar o esterno de 3,8 a 5 centí-
o terço inferior do esterno. metros para um adulto normal e
O aumento generalizado da mantê-lo assim por cerca de meio
pressão no interior do tórax e a segundo. O ideal é verificar se a com-
compressão do coração fazem com pressão efetuada é suficiente para
que o sangue circule. Mesmo com a gerar um pulso carotídeo palpável
aplicação perfeita das técnicas a Com isso se obtém uma pressão
quantidade de sangue que circula arterial média e um contorno de
está entre 10% a 30% do normal. onda de pulso próximo do normal.

41
PRIMEIROS SOCORROS

A aplicação da massagem car-


díaca externa pode trazer conse-
quências graves, muitas vezes fatais.
Podemos citar dentre elas, fraturas
de costelas e do esterno, separação
condrocostal, ruptura de vísceras,
contusão miocárdica e ruptura ven-
tricular. Essas complicações, no en-
tanto, poderão ser evitadas se a mas-
sagem for realizada com a técnica
correta. É, portanto, muito impor-
tante que nos preocupemos com a
correta posição das mãos e a quan-
tidade de força que deve ser apli-
cada.
A massagem cardíaca externa
Em seguida remover súbita- deve ser aplicada em combinação
mente a compressão que, junto com com a respiração boca a boca. O
a pressão negativa, provoca o retor- ideal é conseguir alguém que ajude
no de sangue ao coração. Isso sem para que as manobras não sofram
retirar as mãos do tórax da vítima, interrupções devido ao cansaço.
garantindo assim que não seja É absolutamente contra indi-
perdida a posição correta das mãos. cado cessar as massagens por um
As compressões torácicas e a tempo superior a alguns segundos,
respiração artificial devem ser com- pois a corrente sanguínea produzida
binadas para que a ressuscitação pela compressão externa é inferior à
cardiorrespiratória seja eficaz. A re- normal, representando apenas de 40
lação ventilações/compressões varia a 50% da circulação normal. Portan-
com a idade do acidentado e com o to, qualquer interrupção maior no
número de pessoas que estão fazen- processo diminuirá a afluência de
do o atendimento emergencial. sangue no organismo.
A frequência das compressões O Quadro dá as frequências
torácicas deve ser mantida em 80 a consideradas ideais, para o trabalho
100 por minuto. Com a pausa que é de ressuscitação combinada de res-
efetuada para ventilação, a frequên- piração boca a boca e massagem
cia real de compressões cai para 60 cardíaca externa com um ou duas
por minuto. pessoas socorrendo.

42
PRIMEIROS SOCORROS

Frequência das manobras de ressuscitação cardiorrespiratória

Obs: iniciar as manobras sempre com 4 respiração

N° de socorristas Quantidade de respirações Quantidade de


compressões

01 pessoa 02 (boca a boca) 15

02 pessoas 01 (boca a boca) 05

No caso de duas pessoas esta- Reavaliação


rem socorrendo, a pessoa que se
encarrega da respiração boca a boca  Verificar pulso carotídeo após
poderá controlar a pulsação caro- um minuto de ressuscitação
tídea. Convém lembrar que o pulso cardiorrespiratória e depois a
cada três minutos.
palpado durante a massagem car-
 Se pulso presente, verificar
díaca externa não é suficiente para
presença de respiração eficaz.

indicar uma circulação eficaz. A
 Respiração presente: manter a
sensação de pulso pode ser devida à
vítima sob observação.

transmissão da compressão pelos
 Respiração ausente: continuar
tecidos moles. A manutenção ou os procedimentos de respi-
aparecimento da respiração espon- ração artificial e contatar com
tânea durante a massagem cardíaca urgência o atendimento espe-
externa, associada ou não à res- cializado.

piração boca a boca, é o melhor  Se o pulso ausente, iniciar
indício de ressuscitação cardiorres- RCR pelas compressões torá-
piratória satisfatória. cicas.
Não se deve desanimar em ob-
Estado de Choque
ter a recuperação da respiração e dos
batimentos cardíacos do acidentado. O choque é um complexo
É preciso mandar que procurem grupo de síndromes cardiovascula-
socorro médico especializado com a res agudas que não possui, uma
maior urgência. É preciso ter pa- definição única que compreenda
ciência, calma e disposição. Qual- todas as suas diversas causas e ori-
quer interrupção na tentativa de gens. Didaticamente, o estado de
ressuscitação da vítima até a che- choque se dá quando há mal fun-
gada de socorro especializado impli- cionamento entre o coração, vasos
cará fatalmente em morte. sanguíneos (artérias ou veias) e o

43
PRIMEIROS SOCORROS

sangue, instalando-se um desequilí- uso de medicamentos, como blo-


brio no organismo. queadores ganglionares ou depres-
O choque é uma grave emer- sores do sistema nervoso central.
gência médica. O correto atendi- O reconhecimento da iminên-
mento exige ação rápida e imediata. cia de choque é de importância vital
Vários fatores predispõem ao cho- para o salvamento da vítima, ainda
que. Com a finalidade de facilitar a que pouco possamos fazer para re-
análise dos mecanismos, considera- verter a síndrome. Muitas vezes é
se especialmente para estudo o cho- difícil este reconhecimento, mas po-
que hipovolêmico, por ter a vanta- demos notar algumas situações pre-
gem de apresentar uma seqüência disponentes ao choque e adotar con-
bem definida. Há vários tipos de dutas para evitá-lo ou retardá-lo. De
choque: uma maneira geral, a prevenção é
consideravelmente mais eficaz do
Choque Hipovolêmico: É o cho- que o tratamento do estado de
que que ocorre devido à redução do choque.
volume intravascular por causa da O choque pode ser provocado
perda de sangue, de plasma ou de por várias causas, especialmente de
água perdida em diarreia e vômito. origem traumáticas. Devemos ficar
Choque Cardiogênico: Ocorre na sempre atentos à possibilidade de
incapacidade de o coração bombear choque, pois a grande maioria dos
um volume de sangue suficiente pa- acidentes e afecções abordadas nes-
ra atender às necessidades metabó- te manual pode gerar choque, caso
licas dos tecidos. não sejam atendidos corretamente.
Choque Septicêmico: Pode ocor- Causas Principais do Estado
rer devido a uma infecção sistêmica. de Choque:
Choque Anafilático: É uma rea-  Hemorragias intensas (inter-
ção de hipersensibilidade sistêmica, nas ou externas);
que ocorre quando um indivíduo é  Infarto;

exposto a uma substância à qual é  Taquicardias;

extremamente alérgico.  Bradicardias;
Choque Neurogênico: É o cho-  Queimaduras graves;

que que decorre da redução do tônus  Processos inflamatórios do
vasomotor normal por distúrbio da coração;
 Traumatismos do crânio e
função nervosa. Este choque pode
traumatismos graves de tórax
ser causado, por exemplo, por tran- e abdomen;
secção da medula espinhal ou pelo  Envenenamentos;


44
PRIMEIROS SOCORROS

 Afogamento;
 com pupilas dilatadas, agi-


 Choque elétrico;
 tação;
 Picadas de animais peço-  Medo (ansiedade);

nhentos;
  Sede intense;

 Exposição a extremos de calor  Visão nublada;

e frio;
  Náuseas e vômitos;
 Septicemia.  Respostas insatisfatórias a
estímulos externos;
No ambiente de trabalho, to-  Perda total ou parcial de
consciência;
das as causas citadas acima podem
 Taquicardia.
ocorrer, merecendo especial atenção
os acidentes graves com hemor-
Prevenção do Choque
ragias extensas, com perda de subs-
tâncias orgânicas em prensas, moi- Algumas providências podem
nhos, extrusoras, ou por choque ser tomadas para evitar o estado de
elétrica, ou por envenenamentos por choque. Mas infelizmente não há
produtos químicos, ou por exposi- muitos procedimentos de primeiros
ção a temperaturas extremas. socorros a serem tomados para tirar
a vítima do choque.
Sintomas Existem algumas providências
que devem ser memorizadas com o
A vítima de estado de choque
intuito permanente de prevenir o
ou na iminência de entrar em cho-
agravamento e retardar a instalação
que apresenta geralmente os seguin-
do estado de choque.
tes sintomas:
Deitar a vítima: A vítima deve ser
 Pele pálida, úmida, pegajosa e deitada de costas. Afrouxar as rou-
fria. Cianose (arroxeamento)
pas da vítima no pescoço, peito e
de extremidades, orelhas,
lábios e pontas dos dedos; cintura e, em seguida, verificar se há
 Suor intenso na testa e palmas presença de prótese dentária, obje-
das mãos; tos ou alimento na boca e os retirar.
 Fraqueza geral;
 Os membros inferiores devem
 Pulso rápido e fraco;
 ficar elevados em relação ao corpo.
 Sensação de frio, pele fria e Isto pode ser feito colocando-os
calafrios; sobre uma almofada, cobertor do-
 Respiração rápida, curta, brado ou qualquer outro objeto. Este
irregular ou muito difícil; procedimento deve ser feito apenas
 Expressão de ansiedade ou
se não houver fraturas desses mem-
olhar indiferente e profundo

45
PRIMEIROS SOCORROS

bros; ele serve para melhorar o re- Conforto: Dependendo do estado


torno sanguíneo e levar o máximo de geral e da existência ou não de fra-
oxigênio ao cérebro. Não erguer os tura, a vítima deverá ser deitada da
membros inferiores da vítima a mais melhor maneira possível. Isso sig-
de 30 cm do solo. No caso de feri- nifica observar se ela não está sen-
mentos no tórax que dificultem a tindo frio e perdendo calor. Se for
respiração ou de ferimento na cabe- preciso, a vítima deve ser agasalhada
ça, os membros inferiores não de- com cobertor ou algo semelhante,
vem ser elevados. como uma lona ou casacos.
No caso de a vítima estar in- Tranquilizar a vítima: Se o soco-
consciente, ou se estiver consciente, rro médico estiver demorando, tran-
mas sangrando pela boca ou nariz, quilizar a vítima, mantendo-a calma
deitá-la na posição lateral de segu- sem demonstrar apreensão quanto
rança (PLS), para evitar asfixia, con- ao seu estado. Permanecer em vigi-
forme demonstrado na Figura. lância junto à vítima para dar-lhe
segurança e para monitorar altera-
ções em seu estado físico e de cons-
ciência.
Em todos os casos de reco-
nhecimento dos sinais e sintomas de
estado de choque, providenciar ime-
diatamente assistência especializa-
da. A vítima vai necessitar de tra-
tamento complexo que só pode ser
feito por profissionais e recursos
especiais para intervir nestes casos.

Respiração: Verificar quase que


simultaneamente se a vítima res-
pira. Deve-se estar preparado para
iniciar a respiração boca a boca, caso
a vítima pare de respirar.
Pulso: Enquanto as providências já
indicadas são executadas, observar o
pulso da vítima. No choque o pulso
da vítima apresenta-se rápido e
fraco (taquisfigmia).

46
47
PRIMEIROS SOCORROS

4. Transporte de Acidentados

Fonte: Rondônia 4

Introdução soas, orientadas por quem estiver


prestando os primeiros socorros.

O transporte de acidentados é
um determinante da boa pres-
tação de primeiros socorros. Um
De uma maneira geral, o
transporte bem realizado deve ado-
tar princípios de segurança para a
transporte mal feito, sem técnica, proteção da integridade do aciden-
sem conhecimentos pode provocar tado; conhecimento das técnicas pa-
danos muitas vezes irreversíveis à ra o transporte do acidentado cons-
integridade física do acidentado. ciente, que não pode deambular;
Existem várias maneiras de se trans- transporte do acidentado incons-
portar um acidentado. Cada manei- ciente; cuidados com o tipo de lesão
ra é compatível com o tipo de situa- que o acidentado apresenta e técni-
ção em que o acidentado se encontra cas e materiais para cada tipo de
e as circunstâncias gerais do aciden- transporte.
te. Cada técnica de transporte re- Em muitos tipos de transporte
quer habilidade e maneira certa para teremos de contar com o auxílio de
seja executada. Quase sempre é um, dois ou mais voluntários. Para
necessário o auxílio de outras pes-

4 Retirado em http://www.rondonia.ro.gov.br/

48
PRIMEIROS SOCORROS

estes casos a técnica correta também eventos, existe perigo para quem
varia de acordo com o número de está socorrendo e para as vítimas.
pessoas que realizam o transporte. O Se um acidentado, por exem-
transporte de vítimas é assunto que plo, está se afogando, ou exposto a
suscita polemicas. Devemos tentar descargas elétricas, gases e outras
troca de informações entre pessoas substâncias tóxicas, inflamáveis ou
que tenham experiências, no intuito explosivas e corrosivas, o primeiro
de transformá-las em exemplos cuidado a ser tomado é o resgate do
úteis. Além disto, trata-se de assun- mesmo. Quem socorre deverá ser
to em que a proficiência depende capaz de identificar a quantidade e a
quase que exclusivamente de prática qualidade dos riscos que se apresen-
e habilidade física. É importante tam em cada caso e saber como re-
praticar o máximo possível, até que solver o problema, evitando expor-
se tenha certeza de que não restam se inutilmente. É preciso também
dúvidas. ter consciência da necessidade de
Algumas regras e observações agir rigorosamente dentro de seus
genéricas e teóricas devem ser limites e de sua competência. Nos
aprendidas e conscientizadas por casos de resgate de vítimas de aci-
todos, independentemente de suas dentes, só depois de efetuado o res-
habilidades físicas para realizar o gate é que podemos assumir a inicia-
transporte de um acidentado. Ape- tiva de prestar os primeiros so-
sar de não ser de nossa competência corros.
é conveniente que conheçamos algu- Independentemente da atua-
mas práticas relativas à atividade de ção do pessoal da segurança, se exis-
resgate de vítimas de acidentes. tir, quem for socorrer deverá estar
sempre preparado para orientar ou
Resgate realizar ele mesmo o resgate. É pre-
ciso estudar com atenção as noções
A própria existência da ativi- de resgate que estão contidas nos
dade de primeiros socorros estabe- itens sobre choque elétrico, incên-
lece implicitamente o atendimento dio, gases e substâncias tóxicas. De-
do acidentado no próprio local da ve ainda ter sempre consigo infor-
ocorrência de uma emergência, aci- mações e números de telefones dos
dente ou problema clínico. Muitas hospitais, serviços de ambulância e
vezes, dadas às proporções e cir- centro de informações tóxico-farma-
cunstâncias em que ocorrem outros cológicas.

49
PRIMEIROS SOCORROS

Transporte de Acidentados principalmente demonstrando tran-


quilidade, com o controle da situa-
As técnicas e orientações con- ção. É necessário estar sereno para
tidas aqui são as mesmas desenvol- que o acidentado possa controlar
vidas, acatadas e recomendadas suas próprias sensações de temor ou
internacionalmente pela Liga de pânico. É recomendável o transpor-
Sociedade da Cruz Vermelha e do te de pessoas nos seguintes casos:
Crescente Vermelho, conforme esta-  Vítima inconsciente;
belecido no Curso de Formação de  Estado de choque instalado;
Monitores de Primeiros Socorros, na  Grande queimado;

Cruz Vermelha Brasileira, Caderno  Hemorragia abundante;
no 2, capítulo 10, 1973.  Choque;

O transporte de acidentados  Envenenado, mesmo cons-
ou de vítimas de mal súbito requer ciente;

de quem for socorrer o máximo  Picado por animal peço-
cuidado e correção de desempenho, nhento;

com o objetivo de não lhes complicar  Acidentado com fratura de
o estado de saúde com o agrava- membros inferiores, bacia ou
coluna vertebral;

mento das lesões existentes.
 Acidentados com luxação ou
Antes de iniciar qualquer ativi-
entorse nas articulações dos
dade de remoção e transporte de membros inferiores.
acidentados, assegurar-se da manu-
tenção da respiração e dos batimen- O uso de uma, duas, três ou
tos cardíacos; hemorragias deverão mais pessoas para o transporte de
ser controladas e todas as lesões um acidentado depende totalmente
traumato - ortopédicas deverão ser das circunstâncias de local, tipo de
imobilizadas. O estado de choque acidente, voluntários disponíveis e
deve ser prevenido. O acidentado de gravidade da lesão. Os métodos que
fratura da coluna cervical só pode empregam um a duas pessoas socor-
ser transportado, sem orientação rendo são ideais para transportar
médica ou de pessoal especializado, um acidentado que esteja incons-
nos casos de extrema urgência ou ciente devido a afogamento, asfixia e
iminência de perigo para o aciden- envenenamento. Este método, po-
tado e para quem estiver socor- rém, não é recomendável para o
rendo-o. transporte de um ferido com suspei-
Enquanto se prepara o trans- ta de fratura ou outras lesões mais
porte de um acidentado, acalmá-lo, graves. Para estes casos, sempre que

50
PRIMEIROS SOCORROS

possível, deve-se usar três ou mais  Acompanhar e assistir o aci-


pessoas. dentado durante o transporte,
Para o transporte de acidenta- verificando e mantendo as
dos em veículos, alguns cuidados de- funções respiratória e circula-
tória, monitorizando o estado
vem ser observados. O corpo e a
de consciência e pulso, sempre
cabeça do acidentado deverão estar que for necessário, solicitado
seguros, firmes, em local acolchoado ou na ausência de pessoal de
ou forrado. O condutor do veículo saúde especializado para rea-
deverá ser orientado para evitar lizar estas ações.
freadas bruscas e manobras que  Orientar o motorista para evi-
provoquem balanços exagerados. tar freadas súbitas e manobras
Qualquer excesso de velocidade de- que provoquem balanços.

verá ser evitado, especialmente por  Assegurar o conforto e segu-
rança do acidentado dentro do
causa do nervosismo ou pressa em veículo transportador.
salvar o acidentado. O excesso de  Sempre que possível anotar e
velocidade, ao contrário, poderá fa- registrar, de preferência em
zer novas vítimas. Se for possível, papel, todos os sinais e sinto-
deve ser usado o cinto de segurança. mas observados e a assistência
Antes de remover um aciden- que foi prestada. Estas infor-
tado, os seguintes procedimentos mações devem acompanhar o
acidentado, mesmo na ausên-
devem ter sido observados:
cia de quem o socorreu, e po-
 Restauração ou manutenção dem vir a ser de grande utili-
das funções respiratória e dade no atendimento pos-
circulatória; terior.
 Verificação de existência e
gravidade de lesões;
Métodos de Transporte -
 Controle de hemorragia;
 Prevenção e controle de estado
uma Pessoa só Socorrendo
de choque;

 Imobilização dos pontos de Transporte de Apoio
fratura, luxação ou entorse.
Passa-se o braço do aciden-
tado por trás da sua nuca, seguran-
Para o transporte, cuidar para
do-a com um de seus braços, pas-
que se use veículo grande e espaço-
sando seu outro braço por trás das
so, a ser dirigido por motorista habi-
costas do acidentado, em diagonal
litado. Além disto:

(Figura)

51
PRIMEIROS SOCORROS

Usa-se este tipo de transporte


Este tipo de transporte é usado em casos de envenenamento ou pi-
para as vítimas de vertigem, de des- cada por animal peçonhento, estan-
maio, com ferimentos leves ou pe- do o acidentado consciente, ou em
quenas perturbações que não os tor- casos de fratura, exceto da coluna
nem inconscientes e que lhes per- vertebral.
mitam caminhar.
Transporte nas Costas
Transporte ao Colo
Uma só pessoa socorrendo
Uma pessoa sozinha pode também pode carregar o acidentado
levantar e transportar um acidenta- nas costas. Esta põe os braços sobre
do, colocando um braço debaixo dos os ombros da pessoa que está socor-
joelhos do acidentado e o outro, bem rendo por trás, ficando suas axilas
firme, em torno de suas costas, incli- sobre os ombros deste (Figura). A
nando o corpo um pouco para trás pessoa que está socorrendo busca os
(Figura). O acidentado consciente braços do acidentado e segura- os,
pode melhor se fixar, passando um carregando o acidentado arqueado,
de seus braços pelo pescoço da pes- como se ela fosse um grande saco em
soa que o está socorrendo. Caso se suas costas.
encontre inconsciente, ficará com a O transporte nas costas é usa-
cabeça estendida para trás, o que é do para remoção de pessoas envene-
muito bom, pois melhora bastante a nadas ou com entorses e luxações
sua ventilação. dos membros inferiores, previamen-
te imobilizados.

52
PRIMEIROS SOCORROS

Transporte de Arrasto em
Lençol

Seguram-se as pontas de uma


das extremidades do lençol, cober-
tor ou lona, onde se encontra apoia-
da a cabeça do acidentado, suspen-
Transporte de Bombeiro de-se um pouco e arrasta-se a pessoa
para o local desejado (Figura)
Primeiro coloca-se o aciden-
tado em decúbito ventral. Em segui-
da, ajoelha-se com um só joelho e,
com as mãos passando sob as axilas
do acidentado, o levanta, ficando
agora de pé, de frente para ele.
A pessoa que está prestando os
primeiros socorros coloca uma de
suas mãos na cintura do acidentado
e com a outra toma o punho, colo-
cando o braço dela em torno de seu
pescoço. Abaixa-se, então, para Manobra de Retirada de Aci-
frente, deixando que o corpo do dentado, com Suspeita de Fratura de
acidentado caia sobre os seus Coluna, de um Veículo.
ombros. A pessoa que for prestar os
A mão que segurava a cintura primeiros socorros, colocando-se
do acidentado passa agora por entre por trás passa as mãos sob as axilas
as coxas, na altura da dobra do do acidentado, segura um de seus
joelho, e segura um dos punhos do braços de encontro ao seu tórax, e a
acidentado, ficando com a outra arrasta para fora do veículo, apoian-
mão livre. Conforme a sequência de do suas costas nas coxas, como pode
procedimentos mostrados na Fi-
gura.

53
PRIMEIROS SOCORROS

ser visto na sequência de procedi- Este tipo de transporte é usado


mentos mostrados na Figura a para pessoas obesas, na qual uma
seguir. única pessoa não consiga socorrê-lo
Esta manobra deve ser feita e removê-lo. Geralmente são de ver-
apenas em situações de extrema tigem, de desmaio, com ferimentos
urgência. leves ou pequenas perturbações que
não os tornem inconscientes.

Transporte de Cadeirinha
(Figura)

As duas pessoas se ajoelham,


cada uma de um lado da vítima.
Cada uma passa um braço sob as
costas e outro sob as coxas da vítima.
Métodos de Transporte Então, cada um segura com uma das
Feito por duas Pessoas mãos o punho e, com a outra, o
ombro do companheiro. As duas
pessoas erguem-se lentamente, com
Transporte de Apoio
a vítima sentada na cadeira im-
provisada.
Passa-se o braço do acidenta-
Cada uma das pessoas que
do por trás da nuca das duas pessoas
estão prestando os primeiros socor-
que estão socorrendo, segurando-a
ros segura um dos seus braços e um
com um dos braços, passando o
dos braços do outro, formando-se
outro braço por trás das costas do
um assento onde a pessoa aciden-
acidentado, em diagonal (Figura).
tada se apóia, abraçando ainda o
pescoço e os ombros das pessoas que
a está socorrendo.

54
PRIMEIROS SOCORROS

Transporte Pelas Extremi- sempre ficar para o lado do corpo


dades das pessoas que estão socorrendo, a
fim de melhor protegê-lo (tendo sido
Uma das pessoas que estão antes imobilizado), conforme mos-
prestando os primeiros socorros se- trado na Figura.
gura com os braços o tronco da víti-
ma, passando-os por baixo das axi- Transporte de Cadeira
las da mesma. A outra, de costas
para o primeiro, segura as pernas da Quando a vítima está numa
vítima com seus braços (Figura). cadeira, pode-se transportar está
com a vítima, da seguinte maneira:
uma pessoa segura a parte da frente
da cadeira, onde os pés se juntam ao
assento. O outro segura lateralmen-
te os espaldares da cadeira pelo
meio. A cadeira fica inclinada para
trás, pois a pessoa da frente coloca a
borda do assento mais alto que a de
trás (Figura)
Transporte ao Colo A atenção durante a remoção é
muito importante para que a vítima
A vítima é abraçada e levan-
não caia.
tada, de lado, até a altura do tórax
das pessoas que a estão socorrendo.

O acidentado pode ser um fra-


turado ou luxado de ombro superior
ou inferior, e o membro afetado deve

55
PRIMEIROS SOCORROS

Transporte de Maca Métodos de Transportes


Feito por Três ou mais
A maca é o melhor meio de Pessoas
transporte. Pode-se fazer uma boa
maca abotoando-se duas camisas ou Transporte ao Colo
um paletó em duas varas ou bastões,
ou enrolando um cobertor dobrado Havendo três pessoas, por
em três, envolta de tubos de ferro ou exemplo, eles se colocam enfileira-
bastões (Figura). Pode-se ainda usar dos ao lado da vítima, que deve estar
uma tábua larga e rígida ou mesmo de abdômen para cima. Abaixam-se
uma porta. apoiados num dos joelhos e com
Nos casos de fratura de coluna seus braços a levantam até a altura
vertebral, deve-se tomar o cuidado do outro joelho.
de acolchoar as curvaturas da coluna Em seguida, erguem-se todos
para que o próprio peso não lese a ao mesmo tempo, trazendo a vítima
medula. de lado ao encontro de seus troncos,
e a conduzem para o local desejado.
Veja o passo a passo na Figura.

Se a vítima estiver de bruços


(decúbito ventral), e apresentar vias
aéreas permeáveis e sinais vitais
presentes, deve ser transportada
nesta posição, com todo cuidado,
pois colocá-la em outra posição pode
agravar uma lesão na coluna.

56
PRIMEIROS SOCORROS

Transporte de Lençol Pelas cada lado podem fazer o serviço,


Pontas mais três é melhor (Figura).

Com quatro pessoas, cada um


segura uma das pontas do lençol, co-
bertor ou lona, formando uma espé-
cie de rede onde é colocada e trans-
portada a vítima (Figura). Este
transporte não serve para lesões de
coluna. Nestes casos a vítima deve
ser transportada em superfície
rígida.
Para colocar a vítima sobre o
cobertor, é preciso enfiar este debai-
xo do corpo dela. Para isto, dobram-
se várias vezes uma das bordas
laterais do lençol, de modo que ela
possa funcionar como cunha. Enfia-
se está cunha devagar para baixo da
vítima. Depois disso é que se enro-
lam as bordas laterais para levantar
e carregar a vítima. Este transporte
também não é recomendado para os
casos de lesão na coluna. Nestes
casos a vítima deve ser transportada
em superfície rígida.
Remoção de vítima com sus-
peita de fratura de coluna (conscien-
Transporte de Lençol Pelas
Bordas te ou não)
A remoção de uma vítima com
Coloca-se a vítima no meio do suspeita de fratura de coluna ou de
lençol enrolam-se as bordas laterais bacia e/ou acidentado em estado
deste, bem enroladas. Estes lados grave, com urgência de um local
enrolados permitem segurar firme- onde a maca não consegue chegar,
mente o lençol e levantá-lo com a deverá ser efetuada como se seu
vítima. Em geral, duas pessoas de corpo fosse uma peça rígida,
levantando, simultaneamente, todos

57
PRIMEIROS SOCORROS

os segmentos do seu corpo, des- para o transporte de vítimas:


locando o acidentado até a maca  Cabos de vassoura, galhos re-
(Figura). sistentes de árvores, canos,
portas, tábuas, pranchas, co-
bertores, paletós, camisas, len-
çóis, lonas, tiras de pano, sacos
de pano, cordas, barbantes,
cipós e uma série de materiais
são adequados e de utilidade
para se improvisar uma maca.
 Varas, cabos de vassoura,
canos ou galhos podem ser
introduzidos em dois paletós,
casacos, gandula. As mangas
deverão ser viradas do avesso
e passadas por dentro do ca-
saco ou gandula, e estes abo-
toados para que fiquem
firmes.
 Cipó, corda, barbante ou ara-
me de tamanho adequado po-
A falta dos cuidados anterior-
dem ser trançados entre dois
mente descritos pode agravar as bastões rígidos dos exemplos
lesões ocorridas nos acidentes.
De- já sugeridos, para formar uma
vido às circunstâncias em que mui- espécie de rede flexível e
tas emergências ocorrem, é impor- esticada.
tante que estejamos capacitados a  Manta, cobertor, lençol, toalha
ou lona podem ser dobrados
tomar decisões corretas e saiba im-
sobre dois bastões rígidos
provisar os materiais necessários à (conforme sugerido) da ma-
sua ação, a partir dos recursos dis- neira com está indicada na
poníveis no local da ocorrên- Figura.
cia.
Esta capacidade requer bom  Os mesmos materiais do
senso, criatividade e espírito prático, exemplo anterior poderão ain-
da servir de maca, mesmo que
que constituem elementos funda-
não seja possível encontrar
mentais para formação de quem for bastões rígidos (conforme
socorrer a vítima. sugerido). Deve-se agir como
Assim, daremos apenas alguns indicado na Figura.
exemplos de improvisação de macas

58
PRIMEIROS SOCORROS

59
60
PRIMEIROS SOCORROS

5. Hemorragias

Fonte: NoticiasaoMinuto 5

Definição Hemorragias Venosas: É aquela


hemorragia em que o sangue é mais

E a perda de sangue através de


ferimentos, pelas cavidades
naturais como nariz, boca, etc; ela
escuro e sai continuamente e lenta-
mente, escorrendo pela ferida.
Hemorragia Externa: É aquela
pode ser também, interna, resultan- na qual o sangue é eliminado para o
te de um traumatismo. exterior do organismo, como acon-
As hemorragias podem ser tece em qualquer ferimento externo,
classificadas inicialmente em arte- ou quando se processa nos órgãos
riais e venosas, e, para fins de pri- internos que se comunicam com o
meiros socorros, em internas e exterior, como o tubo digestivo, ou
externas. os pulmões ou as vias urinárias.
Hemorragias Arteriais: É aquela Hemorragia Interna: É aquela
hemorragia em que o sangue sai em na qual o sangue extravasa em uma
jato pulsátil e se apresenta com cavidade pré-formada do organis-
coloração vermelho vivo. mo, como o peritoneu, pleura, peri-

5 Retirado em https://www.noticiasaominuto.com/

61
PRIMEIROS SOCORROS

cárdio, meninges, cavidade craniana


e câmara do olho.

Consequências das Hemor-


ragias

 Hemorragias graves não tra-


tadas ocasionam o desenvol-
vimento do estado de choque e
morte.
 Hemorragias lentasecrônicas
(porexemplo, através de uma
úlcera) causam anemia (ou
seja, quantidade baixa de Velocidade
glóbulos vermelhos).
Quanto mais rápida as hemor-
Quadro Clínico: Varia com a ragias, menos eficientes são os
quantidade perdida de sangue, velo- mecanismos compensatórios do or-
cidade do sangramento, estado pré- ganismo. Um indivíduo pode su-
vio de saúde e idade do acidentado. portar uma perda de um litro de
sangue, que ocorre em período de
Quantidade de Sangue horas, mas não tolera esta mesma
Perdido perda se ela ocorrer em minutos.
Não pode ser medida, mas pode ser
Quanto maior a quantidade estimada através de dados clínicos
perdida, mais graves serão as he- do acidentado.
morragias. Geralmente a perda de A hemorragia arterial é menos
sangue não pode ser medida, mas frequente, mas é mais grave e pre-
pode ser estimada através da avalia- cisa de atendimento imediato para
ção do acidentado (sinais de choque sua contenção e controle. A hemor-
compensado ou descompensado). ragia venosa é a que ocorre com
maior frequência, mas é de controle
mais fácil, pois o sangue sai com
menor pressão e mais lentamente.
As hemorragias podem se
constituir em condições extrema-
mente graves. Muitas hemorragias

62
PRIMEIROS SOCORROS

pequenas podem ser contidas e podem produzir hemorragias inter-


controladas por compressão direta nas graves e estado de choque. Ob-
na própria ferida, e curativo com- servar extremidades com defor-
pressivo. Uma hemorragia grande midades e dolorosas e estabilidade
não controlada, especialmente se for pélvica. A distensão abdominal com
uma hemorragia arterial, pode levar dor após traumatismo deve sugerir
o acidentado à morte em menos de 5 hemorragia interna.
minutos, devido à redução do volu- Algumas hemorragias inter-
me intravascular e hipóxia cerebral nas podem se exteriorizar, por vezes
(anemia aguda). hemorragias do tórax produzem he-
A hemorragia nem sempre é moptise. O sangramento do esôfago,
visível, podendo estar oculta pela estômago e duodeno podem se exte-
roupa ou posição do acidentado, por riorizar através da hematêmese (vô-
exemplo, uso de roupas grossas, mito com sangue), ou dependendo
onde a absorção do sangue é com- do volume, através também de mele-
pleta ou hemorragias causadas por na (evacuação de sangue). Neste ca-
ferimentos nas costas quando o aci- so as condutas do socorrista visarão
dentado estiver deitada de costas. O somente o suporte da vida, prin-
sangue pode ser absorvido pelo solo cipalmente de via aérea e respiração,
ou tapetes, lavado pela chuva, difi- até o hospital, pois pouco há o que se
cultando a avaliação do socorrista. fazer.
Por este motivo o acidentado deve A hemorragia recebe nomes
ser examinada completamente para conforme o lugar onde se manifesta
averiguar se há sinais de hemor- ou o aspecto onde se apresenta. Tem
ragias. basicamente duas causas, espontâ-
Os locais mais frequentes de nea ou traumática. No caso da es-
hemorragias internas são tórax e pontânea, geralmente é o sinal de
abdome. Observar presença de le- alarme de uma doença grave. A
sões perfurantes, de equimoses, ou hemorragia causada por traumatis-
contusões na pele sobre estruturas mo é a mais comum nos ambientes
vitais. Os órgãos abdominais que de trabalho, e dependendo da sua
mais frequentemente produzem intensidade e localização, o mais
sangramentos graves são o fígado, indicado é levar o acidentado a um
localizado no quadrante superior di- hospital, porém em certos casos
reito, e o baço, no quadrante supe- pode-se ajudar o acidentado, toman-
rior esquerdo. Algumas fraturas, es- do atitudes específicas, como vere-
pecialmente as de bacia e fêmur mos a seguir.

63
PRIMEIROS SOCORROS

Em casos particulares, um mé- parado para insistir no ponto de


todo que pode vir a ser temporária- pressão no caso de a hemorragia
mente eficaz é o método do ponto de recomeçar.
pressão. Conter uma hemorragia com
A técnica do ponto de pressão pressão direta usando um curativo
consiste em comprimir a artéria simples, é o método mais indicado.
lesada contra o osso mais próximo, Se não for possível, deve-se usar
para diminuir a afluência de sangue curativo compressivo; se com a
na região do ferimento. pressão direta e elevação da parte
Em hemorragia de ferimento atingida de modo que fique num
ao nível da região temporal e parie- nível superior ao do coração, ainda
tal, deve-se comprimir a artéria tem- se não for possível conter a hemor-
poral contra o osso com os dedos ragia, pode-se optar pelo método do
indicadores, médios e anular. Ver a ponto de pressão.
Atenção:
Não
localização da artéria na Figura 2. elevar o segmento ferido se isto pro-
No caso de hemorragia no duzir dor ou se houver suspeita de
membro superior, o ponto de pres- lesão interna tal como fratura.
são está na artéria braquial, localiza- Manter o acidentado agasalha-
da na face interna do terço médio do do com cobertores ou roupas, evi-
braço. Ver localização da artéria na tando contato com chão frio ou
Figura. úmido.
No caso de ferimento com he- Não dar líquidos quando esti-
morragia no membro inferior, o ver inconsciente ou houver suspeita
ponto de pressão é encontrado na de lesão no ventre/abdome.
parte interna no terço superior, pró-
ximo à região inguinal, que é por Torniquete
onde passa a artéria femoral. Nesta
região a artéria passa por trás dos Há casos em que uma hemor-
músculos. Usar compressão muito ragia torna-se intensa, com grande
forte para atingi-la e diminuir a perda de sangue. Estes casos são de
afluência de sangue. extrema gravidade.
Deve-se inclinar para frente, Nestes casos, em que hemor-
com o acidentado deitada e pressio- ragias não podem ser contidas pelos
nar com força o punho contra a métodos de pressão direta, curativo
região inguinal. É importante procu- compressivo ou ponto de pressão,
rar manter o braço esticado para torna-se necessário o uso do torni-
evitar cansaço excessivo e estar pre- quete. O torniquete é o último recur-

64
PRIMEIROS SOCORROS

so usado por quem fará o socorro, extremidade. É absolutamente con-


devido aos perigos que podem surgir tra indicado a utilização de fios de
por sua má utilização, pois com este arame, corda, barbante, material fi-
método impede-se totalmente a no ou sintético na técnica do torni-
passagem de sangue pela artéria. quete.
Usar torniquete nos casos de
Para fazer um torniquete usar hemorragias externas graves: esma-
a seguinte técnica: (conforme a gamento mutilador ou amputação
Figura) traumática.
 Elevar o membro ferido acima A fixação do torniquete tam-
do nível do coração. bém pode ser feita com o uso de uma
 Usar uma faixa de tecido largo, outra faixa de tecido amarrada sobre
com aproximadamente sete
a vareta, em volta do membro ferido.
centímetros ou mais, longo o
suficiente para dar duas vol- É importante que se saiba da neces-
tas, com pontas para amar- sidade de afrouxar o torniquete gra-
ração. dual e lentamente a cada 10 ou 15
 Aplicar o torniquete logo aci- minutos, ou quando ocorrer arro-
ma da ferida.
• Passar a tira ao xeamento da extremidade, para que
redor do membro ferido, duas o sangue volte a circular um pouco,
vezes. Dar meio nó. • Colocar evitando assim maior sofrimento da
um pequeno pedaço de ma- parte sã do membro afetado. Se a
deira (vareta, caneta ou qual-
quer objeto semelhante) no hemorragia for contida, deve-se dei-
meio do nó. Dar um nó com- xar o torniquete frouxo no lugar, de
pleto no pano sobre a vareta. modo que ele possa ser reapertado
 Apertar o torniquete, girando caso necessário.
a vareta.
 O acidentado com torniquete
 Fixar as varetas com as pontas tem prioridade no atendimento e
do pano.
 deve ser acompanhada durante o
 Afouxar o torniquete, girando transporte. É importante lembrar
a vareta no sentido contra- também de marcar e anotar por
rio,acada 10 ou 15 minutos. escrito, de preferência no próprio
corpo do acidentado, a indicação de
Devemos estar conscientes
que há torniquete aplicado, o local e
dos perigos decorrentes da má utili-
a hora da aplicação, assim:
tq braço
zação do torniquete. A má utilização
(tempo muito demorado) pode re- 10:15h
sultar em deficiência circulatória de

65
PRIMEIROS SOCORROS

 Pulso fraco e rápido;



 Pele fria;

 Sudorese (transpiração abun-
dante);

 Palidez intensa e mucosas
descoradas;

 Sede acentuada;

 Apreensão e medo;

 Vertigens;

 Náuseas;

 Vômito de sangue;

 Calafrios;

 Estado de choque;

 Confusão mental e agitação;

Hemorragia Interna  "Abdômen em tábua" (duro
não compressível);
 Dispnéia (rápida e super-
ficial);

Os casos de hemorragia inter-
 Desmaio.
na são também de muita gravidade,
devido ao grau de dificuldade de sua
A conduta deve ser procurar
identificação por quem está soco-
imediatamente atendimento espe-
rrendo.
cializado, enquanto se mantém o
Suspeitar de hemorragia inter-
acidentado deitado com a cabeça
na se o acidentado estiver envolvido
mais baixa que o corpo, e as pernas
em:
elevadas para melhorar o retorno
 Acidente violento, sem lesão sanguíneo. Este procedimento é o
externa aparente;
padrão para prevenir o estado de
 Queda de altura;

choque.
 Contusão contra volante ou
objetos rígidos; Nos casos de suspeita de
 Queda de objetos pesados so- fratura de crânio, lesão cerebral ou
bre o corpo. quando houver dispnéia, a cabeça
deve ser mantida elevada.
Mesmo que, a princípio, o aci- Aplicar compressas frias ou
dentado não reclame de nada e tente saco de gelo onde houver suspeita de
dispensar socorro, é importante hemorragia interna. Se não for pos-
observar os seguintes sintomas: sível, usar compressas úmidas.

66
PRIMEIROS SOCORROS

Outras Hemorragias diata, como por exemplo crise hiper-


tensiva.
Existem hemorragias que nem As hemorragias nasais sempre
sempre são decorrentes de trauma- podem ser estancadas. As medidas
tismos. São as hemorragias provoca- para contenção devem ser aplicadas
das por problemas clínicos. o mais rapidamente possível, a fim
de evitar perda excessiva de sangue.
Hemorragia Nasal (Epistaxe
ou Rinorragia) Primeiros Socorros

É a perda de sangue pelo nariz. Ao atender um caso de epis-


A hemorragia nasal pode ocorrer por taxe deve-se observar a seguinte
traumatismo craniano. Neste caso, conduta:
especialmente quando o sangue sai  Tranquilizar o acidentado pa-
em pequena quantidade acompa- ra que não entre em pânico.

nhada de líquor, o corrimento não  Afrouxar a roupa que lhe aper-
deve ser contido e o acidentado pre- te o pescoço e o tórax.
cisa de atendimento especializado  Sentar o acidentado em local
com urgência. A hemorragia do na- fresco e arejado com tórax re-
riz é uma emergência comum que costado e a cabeça levantada.

geralmente resulta de um distúrbio  Verifique o pulso, se estiver
local, mas pode decorrer de uma forte, cheio e apresentar sinais
de hipertensão, deixe que seja
grave desordem sistêmica.
eliminada certa quantidade de
Em muitos casos a epistaxe sangue.

não tem causa aparente. Pode ocor-  Fazer ligeira pressão com os
rer devido à manipulação excessiva dedos sobre a asa do orifício
no plexo vascular com rompimento nasal de onde flui o sangue,
dos vasos através das unhas; dimi- para que as paredes se toquem
nuição da pressão atmosférica; lo- e, por compressão direta o
cais altos; viagem de avião; saída de sangramento seja contido.

câmara pneumática de imersão ou  Inclinar a cabeça do aciden-
sino de mergulho; contusão; corpo tado para trás e manter a boca
aberta. Sempre que possível
estranho; fratura da base do crânio; aplicar compressas frias sobre
altas temperaturas; dentre outras. a testa e nuca.
Às vezes pode ocorrer como sintoma  Caso a pressão externa não
de um grave transtorno no orga- tenha contido a hemorragia,
nismo que requer investigação ime- introduzir um pedaço de gaze
ou pano limpo torcido na

67
PRIMEIROS SOCORROS

narina que sangra. Pressionar hemorragia pulmonar são muitas


o local. vezes desconhecidas das vítimas de-
 Encaminhar o acidentado para ssa condição, e a sua natureza desco-
local onde possa receber assis- nhecida contribui para acentuar o
tência adequada.

medo.
 Em caso de contenção do san-
As causas mais freqüentes de
gramento, avisar o acidentado
para evitar assoar o nariz du- hemoptise são:
rante pelo menos duas horas  Bronquiectasia;

para evitar novo sangramento.  Tuberculose;

 Abscesso pulmonar;
Toda hemorragia nasal que  Tumor pulmonar;

ocorre com relativa frequência, sem  Estenose da válvula mitral;

causa evidente, requer investigação  Embolia pulmonar;

imediata por profissional qualifica-  Traumatismo;

do.
Toda hemorragia nasal que se  Alergia (poeiras, vapores, ga-
segue a contusões na cabeça deve ser ses, etc).
investigada imediatamente por pro-
O acidentado além dos sin-
fissional qualificado.
tomas anteriormente descritos pode
Hemoptise apresentar também palidez intensa,
sudorese e expressão de ansiedade e
Hemoptise é a perda de angústia, o que caracteriza a entrada
sangue que vem dos pulmões, atra- em estado de choque.
vés das vias respiratórias. O sangue A seguinte conduta deve ser
flui pela boca, precedido de tosse, observada:

em pequena ou grande quantidade,  Tranquilizar o acidentado e
de cor vermelho vivo e espumoso. amenizar-lhe o medo;
Para alguns autores, a exces-  Deitá-lo de lado para prevenir
siva perda de sangue e a insuficiên- sufocamento pelo refluxo de
cia respiratória são igualadas por sangue. Deixá-lo em repouso;
poucas condições em suas potencia-  ecomendar que não fale e nem
faça esforço;
lidades de ameaçar diretamente a vi-
 Não demonstrar apreensão;
da do acidentado. Neste contexto a
hemoptise pode representar um dos  Providenciar transporte ur-
mais alarmantes sinais de emer- gente para local onde possa re-
gência. ceber atendimento especiali-
Ao contrário da hemorragia zado.
externa, a fonte e a causa exatas da

68
PRIMEIROS SOCORROS

Hematêmese te), não utilizar travesseiros.


 Suspender a ingestão de líqui-
É a perda de sangue através de dos e alimentos.
• Aplicar bol-
vômito de origem gástrica (sangra- sa de gelo ou compressas frias
mento, por exemplo: úlcera) ou eso- na área do estômago.

fagiana (ruptura de varizes esofagia-  Encaminhar o acidentado para
nas). O sangue sai só ou junto com atendimento especializado no
resto de alimento. A coloração do NUST.
sangue pode ser de um vermelho
Estomatorragia
rutilante (raro) ou, após ter sofrido
ação do suco gástrico, apresentar-se É o sangramento proveniente
com uma coloração escura. É a da cavidade oral/bucal.
chamada hematêmese em borra de Proceder à compressão da
café. área que está sangrando, usando
A hematêmese é comum em uma gaze ou pano limpo até estancar
enfermidades como varizes do esô- a hemorragia. Dependendo do volu-
fago, úlcera, cirrose e esquistosso- me do sangramento e das dificulda-
mose. Pode ter como causas: mecâ- des para estancá-lo, deve-se procu-
nicas ou tóxicas (arsênico, sulfureto rar atendimento especializado ime-
de carbono, mercúrio) ou infla- diatamente. Sugerir o acidentado
matórias. que pro- cure socorro especializado
Toda hemorragia interna que do NUST mesmo que a hemorragia
demora a se exteriorizar pode ser tenha sido contida.
identificada pelos seguintes sinais: No caso de hemorragia den-
palidez intensa, distensão abdomi- tária deve-se colocar um rolo de
nal, extremidades frias e úmidas, gaze, ou atadura, ou um lenço enro-
pulso rápido e fraco. Quando se ex- lado e apertar fortemente o local que
terioriza o sangramento, os sinais sangra contra a arcada dentária até
são os mesmos, acrescidos dos sin- a contenção do sangramento. Isto
tomas: fraqueza, tontura, enjôo, pode ser feito com a mão ou o
náusea antes da perda de sangue, paciente mordendo a compressa de
vômitos com sangue escuro e tecido.
desmaio.
Proceder de acordo com a Melena e Enterorragia
seguinte conduta:
 Manter o acidentado em re- É a perda de sangue escuro,
pouso em decúbito dorsal (ou brilhante, fétido e com aspecto de
lateral se estiver inconscien-

69
PRIMEIROS SOCORROS

petróleo, pelo orifício anal, geral-  Traumatismos causados por


mente provocada por hemorragia no violências sexuais (estupro) e
aparelho digestivo alto (melena) ou acidentes
no aparelho digestivo baixo (ente-  Tumores malignos do útero ou
da vulva (carcinomas)
rorragia - sangue vivo). Assim com a
 Hemorragia pós-parto, ocasio-
hematêmese, este tipo de sangra-
nada pela retenção de mem-
mento é também originado por branas placentárias, ruptura e
doença gástrica ou devido a rom- traumatismos vaginais devi-
pimento de varizes esofagogástricas, dos ao parto ou não.
cirrose hepática, febre tifóide, per-  Distúrbio menstrual
furação intestinal, gastrite hemor-
rágica, retocolite ulcerativa inespe- Toda hemorragia durante a
cífica, tumores malignos do intes- gravidez é anormal, podendo repre-
tino e reto, hemorróidas e outras. sentar sério risco tanto para a ges-
Obedecer aos seguintes proce- tante quanto para o feto. Por isto, o
dimentos:
 acidentado deve ser encaminhada
 Tranquilizer o acidentado e para receber assistência médica tão
obter sua colaboração. logo lhe sejam prestados os primei-
 Deitar o acidentado de costas. ros socorros.
 Aplicar bolsa de gelo sobre o Conduta no caso de hemorra-
abdômen, na região gástrica e gias de vítimas reconhecidamente
intestinal. grávidas, ou com suspeitas de gra-
 Aplicar compressas geladas na videz admitida:
região anal (sangramento por
 Manter a gestante em repouso,
hemorróidas).
deitada, aquecida e tranqui-
 Encaminhar o acidentado para lize-la.
atendimento especializado
 Impedir sua deambulação e
com urgência.
qualquer forma de esforço.
 Conservar a totalidade do san-
Metrorragia
gue e dos produtos expulsos
do útero para mostrar ao
É a perda anormal de sangue médico.
pela vagina. Este tipo de hemorragia  Encaminhar para assistência
pode ter causas variadas: médica ou serviços de saúde.
 Abortamento, provocado ou  Prevenir o estado de choque.
não.
 Hemorragias do primeiro tri- No caso de sangramento
mestre da gravidez (gravidez acompanhar-se de forte dor abdo-
ectópica e outras). minal, deve-se suspeitar de gravidez

70
PRIMEIROS SOCORROS

ectópica (extra uterina). Neste caso sangue vem acompanhado de líquor.


o acidentado deve ser transportado Não se deve estancar este tipo de
com urgência para hospitalização e o hemorragia, e a procura de socorro
transporte deve ser feito com o médico nestes casos deve ser
acidentado em repouso, se possível urgente.

deitado e aquecido. Não administrar Nas otorragias simples, pode-
alimentos líquidos ou sólidos. Nes- se introduzir no ouvido um pequeno
tes casos, suspeita de prenhes ectó- pedaço de gaze e deixá-lo no local
pica rôta. Atenção para os sinais de até que a hemorragia pare. É sempre
choque. conveniente encaminhar o acidenta-
Conduta no caso de hemor- do para atendimento especializado
ragias não relacionadas com a do NUST, para esclarecimento.
gravidez:
 Investigar o mais complete- Hematúria
mente possível a história para
descartar uma possível gra- É a perda de sangue junta-
videz.
mente com a urina. Pode ocorrer em
 Mantê-la em repouso, deitada
consequência de traumatismo com
e procurar tranqüilizá-la.

lesão do aparelho urinário (rins,
 Impedir deambulação e qual-
quer forma de esforço. ure- ter, uretra, bexiga) ou em caso
 Aplicar absorvente higiênico de doença como nefropatia, cálculo,
externo.
 infecção, tumor, processo obstrutivo
 Aplicar bolsa de gelo ou com- ou congestivo e após intervenção
pressas geladas sobre a região cirúrgica no trato urinário.
pélvica (baixo ventre).
 Pode ser classificada em ma-
 Encaminhar para assistência croscópica ou microscópica, se é
especializada. visível a olho nu ou não, e em inicial,
total e terminal, de acordo com a
Otorragia fase de micção em que aparece.
Encaminhar o acidentado para
É o sangue que sai pelo con-
atendimento especializado.
duto auditivo externo. Pode ser cau-
sada por ferimento no ouvido exter-
no, contusão por corpo estranho e
trauma.
Os traumatismos cranianos
podem provocar hemorragia pelo
ouvido, quando então, geralmente o

71
72
PRIMEIROS SOCORROS

6. Corpos Estranhos

Fonte: Cevipa 6

Introdução É importante o rápido reco-


nhecimento do corpo estranho que

A penetração de corpos estra-


nhos no corpo humano é um
tipo de acidente muito comum e po-
tenha penetrado no corpo (Quadro
X). Em todos os casos de atendi-
mento é preciso agir com precisão,
de ocorrer nas circunstâncias mais manter a calma e tranqüilizar o aci-
inesperadas. dentado. O conhecimento e a sereni-
Vários tipos de objetos estra- dade sobre o que está fazendo são
nhos ao nosso corpo podem pene- fundamentais para o trabalho de
trar acidentalmente nos olhos, ouvi- primeiros socorros.
dos, nariz e garganta. São pequenas
partículas, de variada origem e cons-
tituição física que, muitas vezes,
apesar de aparentemente inofen-
sivas devido ao tamanho, podem
causar danos físicos e desconforto
sério.

6 Retirado em http://www.cevipa.com.br/corpo-estranho/

73
PRIMEIROS SOCORROS

Olhos pode provocar dor intensa e até mês-


mo lesão de córnea, nestes casos não
Os olhos são os órgãos que es- se deve insistir para a vítima pesta-
tão mais em contato com o trabalho nejar. Se for possível, lave o olho
e, portanto, mais susceptíveis de com água corrente. Se o corpo estra-
receber corpos estranhos. nho não sair, o olho afetado deve ser
Qualquer corpo estranho que coberto com curativo oclusivo e a
penetre ou respingue nos olhos de vítima encaminhada para atendi-
uma pessoa constitui um acidente mento especializado.
doloroso, e muitas vezes, de conse- Muitas vezes o corpo estranho
quências desastrosas. está localizado na superfície do olho,
A atividade de quem for pres- especialmente na córnea e na con-
tar os primeiros socorros na remo- juntiva palpebral superior.
ção de corpos estranhos dos olhos de O corpo estranho localizado na
um acidentado deve-se limitar ex- córnea não deverá ser retirado. O
clusivamente às manobras que serão procedimento a ser adotado é o
explicadas a frente. O uso de ins- seguinte:
trumentos como agulhas, pinças, ou  Manter o acidentado calmo e
outros semelhantes só podem ser tranquillo.
utilizados por profissional de saúde.  Manter-se calmo.

Todo cuidado é pouco nas ma-  Não retirar qualquer objeto
nobras de remoção de corpos estra- que esteja na córnea.

nhos dos olhos. Qualquer atendi-  Não tocar no olho do aciden-
mento mal feito ou descuidado pode tado nem deixar que ela o faça.
provocar lesões perigosas na córnea,  Não tocar no objeto.

conjuntiva e esclerótica.
 Encaminhar o acidentado para
atendimento especializado, se
Primeiros Socorros
possível com uma compressa
de gaze, lenço ou pano limpo
A primeira coisa a ser feita ao
cobrindo o olho afetado sem
se atender um acidentado que re- comprimir, fixando sem aper-
clame de corpo estranho no olho é
tar. A próprio acidentado po-
procurar reconhecer o objeto e loca- derá ir segurando a com-
lizá-lo visualmente. Em seguida, pressa.
pede-se à vítima que feche e abra os
olhos repetidamente para permitir Se o corpo estranho não esti-
que as lágrimas lavem os olhos e, ver na córnea, ele pode ser procu-
possivelmente, removam o corpo rado na pálpebra inferior. Se estiver
estranho.
lá, pode-se removê-lo com cuidado,
Muitas vezes a natureza e o lo- proce- dendo da seguinte maneira:
cal de alojamento do corpo estranho
 Lavar bem as mãos com água e
não permitem o lacrimejar, pois
sabão.

74
PRIMEIROS SOCORROS

 Tentar primeiramente remo- Qualquer líquido que atingir o


ver o objeto com as lágrimas, olho deve ser removido imediata-
conforme instruído anterior- mente. O olho deve ser lavado em
mente. água corrente de uma pia, ou no jato
 Se não sair, podem-se usar de água corrente feito com a mão
hastes flexíveis com ponta de espalmada sob a torneira.
algodão ou a ponta limpa de Em muitos laboratórios existe
um lenço retorcido (Figura). o chuveiro lava-olhos para onde o
 Enquanto puxa-se a pálpebra acidentado deverá ser levado, sem-
para baixo, retira-se o objeto pre que possível.
cuidadosamente. Uma alternativa para estas
opções é fazer com que o acidentado
Se o objeto estiver na pálpebra mantenha o rosto, com o olho
superior será necessário fazer a afetado, debaixo d'água, mandando-
eversão da pálpebra para localizá-lo a abrir e fechar repetidamente o
e removê-lo, com explicado a seguir: olho.
 Levantar a pálpebra superior, Qualquer procedimento de
dobrando-a sobre um cotonete lavagem de olhos para retirada de
ou palito de fósforo.
 líquido estranho deverá ser feito no
mínimo por 15 minutos.
 Quando o objeto aparecer, re-
Não se pode perder tempo
movê-lo com o auxílio de outro
procurando saber que tipo de lí-
cotonete ou ponta de tecido ou
quido caiu no olho do acidentado.
de lenço limpo, retorcido.
 Providenciar a lavagem imediata-
 Se houver risco de lesão ou dor mente. Após a lavagem, com o olho
excessiva, suspender a mano- coberto por gaze, o acidentado deve
bra e encaminhar para socorro ser encaminhado para socorro espe-
especializado.
 cializado.
 Ao encaminhar o acidentado A falta de atendimento e pos-
para atendimento especializa- terior tratamento adequado nos ca-
do, deve-se cobrir o olho afeta- sos de corpos estranhos oculares
do com gaze ou pano limpo. pode, em determinadas circunstân-
cias, causar graves problemas aos
olhos.
Estes problemas podem ir
desde dificuldades óticas corrigíveis
com lentes, até a perda da visão ou
mesmo do próprio olho.
Um corpo
estranho no olho, além de conduzir
microrganismos, pode causar abra-
são na superfície da córnea que pode
vir a infeccionar e causar desde uma
úlcera da córnea até panoftalmite

75
PRIMEIROS SOCORROS

(inflamação do olho); muitas vezes ção geralmente resulta em desastres


uma vítima reclama da presença de irreversíveis. Devido à sua posição
um corpo estranho no olho, que não totalmente exposta, o ouvido exter-
é encontrado.
O corpo estranho po- no está frequentemente sujeito a le-
de já ter saído, mas causou abrasão sões como contusões, cortes, feridas,
da córnea. O encaminhamento ao queimaduras por calor e por frio. A
médico para prova de fluoresceína contusão do pavilhão auricular ge-
deve ser imediato nestes casos. ralmente provoca hemorragia sub-
cutânea e subpericondral. O hema-
Ouvidos toma, ou otohematoma, que resulta
desta hemorragia tem a aparência de
Corpos estranhos podem pe- um inchaço rígido que compromete
netrar acidentalmente também nos toda a orelha, exceto o lóbulo. De-
ouvidos, especialmente na área cor- vem-se aplicar compressas com ban-
respondente ao conduto auditivo ex- dagens e encaminhar para atendi-
terno. Estes acidentes são mais co- mento especializado.
muns com crianças.
Insetos, sementes, grãos de Primeiros Socorros
cereais e pequenas pedras podem se
alojar no ouvido externo. Muitas O acidentado com objeto es-
vezes, cerume endurecido é confun- tranho no ouvido deve ser deitado de
dido com um corpo estranho. Ele lado com o ouvido afetado para
causa perturbação na função audi- cima. Se o objeto for visível, pode-se
tiva e desconforto. tentar retirá-lo delicadamente para
Devemos determinar com a não forçá-lo mais para dentro, com
maior precisão possível a natureza as pontas dos dedos. Se o objeto não
do corpo estranho. Todos os proce- sair ou houver risco de penetrar
dimentos de manipulação de corpo mais, deve-se procurar socorro es-
estranho no ouvido devem ser reali- pecializado.
zados com extrema cautela. Erros de É comum insetos vivos aloja-
conduta e falta de habilidade na rem-se no ouvido. Nestes casos uma
realização de primeiros socorros manobra que tem dado resultado é
podem ocasionar danos irreversíveis acender uma lanterna em ambiente
à membrana timpânica com conse- escuro, bem próximo ao ouvido. A
quente prejuízo da audição, tem- atração da luz trará o inseto para
porário ou permanente. fora.
Não usar qualquer instrumen-
Nariz
to na tentativa de remover corpo
estranho do ouvido. Não se usam Corpos estranhos no nariz
pinças, tesouras, palitos, grampos, também ocorrem com mais fre-
agulhas, alfinetes. O uso de instru- quência em crianças; geralmente
mentos é atribuição particular de causam dor, crises de espirro e
pessoal especializado. A improvisa-

76
PRIMEIROS SOCORROS

coriza. Podem resultar em irritação nervosa, entrar em pânico e termina


se não forem removidos imedia- por perder o controle da respiração,
tamente. o que pode ser desastroso.
Insetos podem se alojar nas Depois de tranquilizar o aci-
narinas de crianças e adultos, indi- dentado e fazer com que respire
ferentemente. Não usar instrumen- normalmente, identificar o tipo de
tos como pinça, tesoura, grampo ou objeto que causou o engasgo. Passar
similar. imediatamente a aplicar as técnicas
A conduta correta é comprimir para expelir o corpo estranho. As
com o dedo a narina não obstruída e principais técnicas recomendadas
pedir o acidentado para assoar, sem são: tapotagem, compressão toráci-
forçar, pela narina obstruída. Nor- ca e compressão abdominal.
malmente este procedimento ajuda
a expelir o corpo estranho. Se o Tapotagem
corpo estranho não puder sair com
facilidade, devemos procurar auxílio A tapotagem deverá ser aplica-
médico imediatamente. da se o acidentado estiver tranquilo
Manter a vítima calma, cui- e não estiver se sufocando. Esta
dando para que não inale o corpo técnica consiste em aplicar uma
estranho. Não permitir que a vítima série de pancadas no dorso do
assoe com violência. A vítima deverá acidentado. As pancadas são dadas
aspirar calmamente pela boca, en- com a mão em concha. A tapotagem
quanto se aplicam as manobras para pode ser aplicada com o acidentado
expelir o corpo estranho. sentada, em pé ou deitada (Quadro)

Garganta

A penetração de um corpo es-


tranho na garganta pode constituir
um problema de proporções muito
graves.
Geralmente as pessoas engas-
gam-se com moedas, pequenos ob-
jetos, próteses dentárias, espinhas
de peixe, ossos de galinha e outros Estes procedimentos normal-
alimentos e até mesmo com saliva. mente deverão liberar o corpo es-
Antes de qualquer coisa, o tranho, fazendo com que o próprio
acidentado deve ser tranquilizado, acidentado jogue-o para fora natu-
fazer com que respire o mais nor- ralmente. Todavia, se não funcionar
malmente possível sem entrar em após as primeiras tentativas, pode-
pânico. Isto é muito importante, remos introduzir dois dedos, com
pois qualquer pessoa que engasga, pinça, até conseguir alcançar e re-
seja com o que for, tende a ficar mover o objeto

77
78
PRIMEIROS SOCORROS

7. Referências Bibliográficas
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