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NIKETCHE

Paulina Chiziane
resumo
Romance moçambicano do período pós-independência;
Contexto histórico: pós-guerra civil moçambicana;
Discute as relações de poligamia na cultura africana;
Faz reflexões sobre a submissão feminina;
Narrador em 1º pessoa do singular;
Tempo narrativo: presente;
Romance permeado pela cultura africana, com suas lendas,
mitos e riquezas da tradição oral.
O romance é dividido em 43 capítulos, centrado no fluxo de
consciência da personagem;
resumo
Rami, a protagonista, se une às quatro amantes de seu marido,
Tony, para formarem uma grande família. Desse modo, elas
aceitam dividir o amor do mesmo homem;
Marcado pelo fluxo de consciência - tempo psicológico - da
personagem Rami, que analisa seu lugar de mulher na
sociedade moçambicana do período pós-guerra civil;
Faz uma crítica de costumes e à tradição patriarcal mostrando
uma realidade feminina marcada pela submissão.
Fluxo de consciência: a ideia é reproduzir na narrativa o fluxo
contínuo de pensamentos;
O GÊNERO
NARATIVO
DISCURSO:
DIRETO
O discurso direto é a maneira de dizer de forma exata a
fala de uma personagem. Exemplo do livro Os
Bruzundangas, de Lima Barreto:
“— O doutor Sicrano já escreveu alguma coisa?
— Por que perguntas?
— Não dizem que ele vai ser eleito para a Academia de Letras?
— Não é preciso escrever coisa alguma, meu caro; entretanto, quando esteve na
Europa, enviou lindas cartas aos amigos e...
— Quem as leu?
— Os amigos, certamente; e, demais, é um médico de grande clínica. Não é bastante?”
DISCURSO:
INDIRETO
O discurso indireto é a reprodução da fala de uma
personagem por meio do narrador. Assim, ele fala pela
personagem. Como exemplo, destacamos este trecho
do romance Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição
Evaristo:
“Quando fizeram silêncio, foi o soldado negro que se aproximou, dizendo se chamar
Nestor e que, se Luandi quisesse, ele estaria empregado. Era para varrer, limpar, cuidar
do asseio da delegacia. E como ele não sabia ler nem assinar, não poderia ser
soldado.”
DISCURSO
INDIRETO-LIVRE
É considerado uma junção entre o discurso direto e o indireto, porque
há intervenções do narrador na fala das personagens. Assim, não há
precisão sobre quem diz o quê, e seus discursos podem ser
confundidos. Nele, há a adesão dos pensamentos e ideias da
personagem por parte do narrador. O discurso indireto livre mistura,
em diversas ocasiões, a 1ª do singular e plural e/ou 3º em uma mesma
sentença.
"Flávia estava cansada e logo se deitou. Ela precisava trabalhar em poucas horas. Acordei
desesperada. Já era para estar no trabalho. As poucas horas passaram e nem percebi."
O GÊNERO
LÍRICO

RIMAS
FONÉTICAS
Rima perfeita ou consoante: em que há
correspondência total de sons, ex.: cantado/falado.
Rima imperfeita: em que há correspondência
parcial dos sons. Pode ser: assonante/toantes (em
que há apenas repetição dos sons vocálicos, ex.:
boca/moça) ou aliterante/consoantes soantes (em
que há apenas repetição dos sons consonantais, ex.:
faz/fez).
RIMAS DE
VALOR
Rima pobre: com palavras pertencentes à mesma
classe gramatical, ex.: gato/rato).
Rima rica: com palavras pertencentes a classes
gramaticais diferentes, ex.: manhã/vã.
Rima rara ou preciosa: com terminações incomuns,
ex.: mandala/dá-la.
RIMAS DE
ACENTUAÇÃO
Rima aguda ou masculina: entre palavras oxítonas:
coração/intenção.
Rima grave ou feminina: entre palavras paroxítonas,
ex.: adoro/moro.
Rima esdrúxula: entre palavras proparoxítonas:
gênero/efêmero.
RIMAS -POSIÇÃO DO
VERSO
Rima externa: ocorre no fim do verso, ex.: “E em
louvor hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e
derramar meu pranto” (Vinícius de Moraes);
Rima interna: que ocorre no interior do verso, ex.: “A
bela bola do Raul / Bola amarela” (Cecília Meireles).
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE

Rimas alternadas ou cruzadas: combinam-se seguindo o esquema


ABAB, ex.:
“O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!”
(Cecília Meireles).
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE

Rimas emparelhadas ou paralelas: combinam-se de duas em duas,


seguindo o esquema AABB, ex.:
“Vagueio campos noturnos
Muros soturnos
Paredes de solidão
Sufocam minha canção”
(Ferreira Gullar)
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE

Rimas interpoladas ou intercaladas: combinam-se em ordem


oposta a anterior, com esquema ABBA, ex.:
“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
(Vinícius de Moraes).
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE

Rimas encadeadas: as palavras se situam no fim de um verso e no


meio de outro, ex.:
“Salve Bandeira do Brasil querida
Toda tecida de esperança e luz
Pálio sagrado sobre o qual palpita
A alma bendita do país da Cruz”
(Francisco de Aquino Correia)..
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE
Rimas mistas ou misturadas: “Vou-me embora pra Pasárgada
quando apresentam posições Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
diversas sem seguir
De tal modo inconsequente
necessariamente um padrão, ex.:
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive”
(Manuel Bandeira)..
RIMAS -POSIÇÃO DA
ESTROFE

Versos brancos ou soltos: nos quais não há rima, ex.:

“Uma palavra caída


das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…”
(Cecília Meireles)..
METRIFICAÇÃO
Consiste na contagem dos sons e dos versos a partir da elevação de
ritmo ou tonicidade das palavras.

Assim,
Metro = medida do verso.
Metrificação = estudo do metro.
REGRAS QUE
DIFERENCIAM Contar somente até a última
AS SÍLABAS sílaba tônica de cada verso;

LITERÁRIAS
Unir sílabas quando houver
som fraco e forte ou vice
versa.
EXEMPLOS

O/ poe/ ta é/ um/ fin/ gi/ dor - 7 Sílabas literárias


O/ po/ e/ ta/ é/ um/ fin/ gi/ dor - 9 Sílabas gramaticais

Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 7 Sílabas literárias


Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 8 Sílabas gramaticais
EXEMPLOS

Que/ che/ ga a/ fin/ gir/ que é/ dor - 7 sílabas literárias


Que/ che/ ga/ a/ fin/ gir/ que/ é/ dor - 9 Sílabas gramaticais

A/ dor/ que/ de/ ve/ ras/ sen/ te - 7 sílabas literárias


A/ dor/ que/ de/ ve/ ras/ sen/ te - 8 Sílabas gramaticais
(Parte de “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa)
EXERCÍCIO

“De/ tu/do ao/ meu/ a/mor/ se/rei/ a/ten/to


An/tes/, e/ com/ tal/ ze/lo, e/ sem/pre, e/ tan/to
Que/ mes/mo em/ fa/ce/ do/ mai/or/ en/can/to
De/le/ se en/can/te/ mais/ meu/ pen/sa/men/to.

Soneto escrito pelo poeta e compositor brasileiro Vinícius de Moraes,


todo ele escrito em decassílabos:

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