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XVI-XVII)
Hobbes e Locke são importantes, mas estão integrados num contexto que preparam o terreno para teorias
futuras.
≠ escola realista/pragmatismo jus positivismo: a validação dos propósitos está no nexo lógicos e não
relacionado com benesses do poder instituído; sem a escola do realismo não seria possível a defesa dos
direitos fundamentais – defesa metafisica da validade dos conceitos
“O direito natural é um ditame da verdadeira razão, que afirma que o procedimento, conforme está ou não de
acordo com a natureza racional, tem em si a qualidade da condenação ou da necessidade moral.”
Os indivíduos têm por via da razão um conjunto de direitos que o estado deve defender, independentemente
do seu estatuto social ou económico. Certeza matemática, independentemente do que o poder queira fazer
deles.
“Atribuo os direitos de soberania, não ao magistrado supremo, mas à comunidade ou à associação universal.
Muitos juristas e cientistas políticos consideram-nos como próprios apenas do príncipe ou do magistrado
supremo, sendo que se esses direitos fossem concedidos ou transmitidos ao povo ou à comunidade, eles
simplesmente desapareceriam. Outros autores, entre os quais me incluo, consideram, pelo contrário, que [...]
o proprietário e usufrutuário da soberania é o povo associado num corpo simbiótico [sociedade] [...]”.
Visão de soberania bastante atual (50 anos antes do Leviatã e quase 100 antes de Locke). Visão orgânica da
sociedade, sociedade como um organismo que por sua vez estabelecem interações entre si
As transformações no campo da Filosofia Política, revoluções ideológicas não ocorrem de forma estanque,
com um autor que subitamente teve uma visão qualquer, são antes o resultado de contributos complexos
variados no tempo. Transformações de forma sedimentada e complexa, com vários contributos.
3. Oposição
Direito de critica, de oposição. Em que circunstancias os membros de uma comunidade podem reagir e
protestar? O primeiro tópico que os autores europeus sentem que é fundamental tratar para fazer esta
revolução é este, o da oposição.
O “direito de oposição” (ppt)
“O rei está obrigado a governar bem e com justiça; enquanto o fizer, tem o povo o dever de obedecer. Se não
o fizer, começa a vigorar o direito de oposição. [...] Acima de tudo, todos concordarão que o homem – amando
a liberdade por natureza e odiando a escravatura, nascido para mandar e não para obedecer – não aceitou
por mero prazer a soberania de um outro e cedeu o seu privilégio natural, mas sim porque daí esperava retirar
grande vantagem [...]”
“Todos os homens são iguais por natureza e têm o mesmo direito ao poder, à dignidade, à autoridade e à
majestade. O governo só pode ser exercido e duradouro, assentando na base do comum acordo e
consentimento, para proveito e segurança de todos.”
Daqui resulta um conjunto teórico que permitiu que quando surge um autor clássico, já existe um
conhecimento de algumas temáticas
5. Protestantismo
Surge no séc. XVI com Lutero. Foi também um movimento cultural. O protestantismo como papel crucial na
alfabetização da europa. Peso no individuo, o que faz por si próprio; Princípios principais do protestantismo:
Aversão à hierarquia
Relação pessoal do crente com o divino
Crença na autarquia (princípio do autogoverno)
Primado do individuo
Todos estes princípios como fundamentais na democracia. Surgem em países com experiências mais radicais
(exemplo dos EUA). O protestantismo fez muito pela revolução democrática (ponto mais importante).
Linguagem favorável às liberdades individuais; Dignidade pensada e ligada com a participação na sociedade –
transformou-se num ato político, onde as populações se juntavam nas igrejas para falarem sobre as medidas
a tomar nesses sítios – ideia que foi evoluindo até ao que vemos nos dias de hoje. O protestantismo
desenvolveu um sexto movimento: o secularismo/laicização
6. Secularismo/Laicização
Defesa de uma separação entre igreja e estado. Isenção de princípios religiosos no campo político – diminuição
clara dos assuntos religiosos em matérias políticas.
O secularismo (ppt)
“[...] todo o poder do Estado refere-se apenas aos interesses temporais dos homens e confina-se ao cuidado
das coisas deste mundo, nada tendo a ver com o mundo que há-de vir. [...] a Igreja é pois em si mesma
absolutamente separada e distinta do Estado. [...] a lei da tolerância [deveria] ser estabelecida de uma vez por
todas de tal modo que todas as igrejas fossem obrigadas a consagrar a tolerância como fundamento da sua
liberdade e a ensinar que a liberdade de consciência é um direito natural de todos os homens, [...] e que
ninguém deve ser coagido em matéria de religião, seja pela lei ou pela força.”
Surgimento da burguesia; divulgação da imprensa; comunidade mais interessada e com maior desejo de
participação. A revolução democrática só é possível quando há um povo disposto a cumprir esse papel,
deixando o papel de mero súbdito – ideia de cidadania.