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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE FÍSICA III

JOÃO VICTOR AZEVEDO GONÇALVES - 21950569

RELATÓRIO: CALIBRAÇÃO DE UM TERMOPAR

Relatório apresentado para obtenção da pri-


meira nota parcial na disciplina de Laboratório
de Fı́sica Geral III. Solicitado pelo professor
Eduardo Adriano Cotta.

Manaus-AM
2022
Sumário
1 INTRODUÇÃO 2
1.1 TIPOS DE EFEITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.1 EFEITO SEEBECK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.2 EFEITO PELTIER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 CALIBRAÇÃO DE UM TERMOPAR 4
2.1 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3 PARTE EXPERIMENTAL 4
3.1 MATERIAL NECESSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMANTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5
4.1 TRATAMENTO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

5 CONCLUSÃO 7

6 REFERÊNCIAS 8

1
1 INTRODUÇÃO
Termopares são sensores de temperatura simples, robustos, muito confiáveis em suas
medições e de baixo custo. Sendo amplamente utilizados nos mais variados processos de
medição de temperatura, o termopar é constituı́do de dois metais distintos unidos em uma
das extremidades. Quando há uma diferença de temperatura entre a extremidade unida
e as extremidades livres, verifica-se o surgimento de uma diferença de potencial que pode
ser medida por um voltı́metro. [1]

1.1 TIPOS DE EFEITO


1.1.1 EFEITO SEEBECK
O efeito Seebeck, na sua essência, refere-se a conversão de um fluxo de calor em um
fluxo de elétrons. Este fenômeno Fı́sico só é perceptı́vel quando juntamos os extremos
de dois materiais dissimilares (”materiais diferentes”, condutores ou semicondutores) for-
mando uma configuração conhecida como ”par termoelétrico”ou ”termopar”.

Figura 1: Princı́pio de funcionamento de um termopar

Fonte: Instituto NBC, 2010.

Para criar o fluxo de calor, e observar o fenômeno, é necessário aplicar uma diferença
de temperatura entre as duas junções do termopar. A voltagem elétrica detectada, ou
seja, a força eletromotriz resultante, é diretamente proporcional à diferença de tempera-
tura aplicada entre a junção quente e a junção fria. Em outras palavras, o efeito Seebeck
transforma energia térmica em energia elétrica, de forma direta, mas, infelizmente, com
um baixo rendimento energético. Por isso, sua principal utilização é na área de instru-
mentação eletroeletrônica.

1.1.2 EFEITO PELTIER


O efeito Peltier funciona de maneira inversa ao efeito Seebeck. Ele converte um fluxo de
elétrons em um fluxo de calor estabelecendo, assim, uma diferença de temperatura entre
as duas junções do termopar. Em outras palavras, o efeito Peltier transforma energia
elétrica em energia térmica, mas, de uma forma diferente da utilizada pelo efeito Joule.
(Para ser mais exato, o efeito Peltier retira o calor de uma junção e o transporta para a
outra junção). O efeito Peltier é geralmente utilizado para retirar o calor de um ponto,
que se deseja resfriar, e transportá-lo para um ponto externo. Exemplo de aplicação:
mini-geladeira, ar refrigerado, bebedouro etc. OBS: o mesmo termopar, utilizado para
produzir o efeito Peltier, pode ser utilizado, também, para produzir o efeito seebeck.

2
Os termopares estão disponı́veis em vários tipos ou calibrações, é importante selecionar
com cuidado o termopar adequado para a sua aplicação.

Tabela 1: Coeficiente de Seebeck a 20°C de alguns termopares comerciais

Fonte: UFMG1 .

Neste experimento é utilizado o termopar do tipo T, sendo o mesmo indicado para


atmosferas inertes, oxidantes ou redutoras. Ele conta com uma boa precisão por conta
de uma grande homogeneidade com que o cobre pode ser processado. Nas temperaturas
acima de 300°C, a oxidação do cobre se torna muito intensa, reduzindo, então, sua vida
útil e provocando desvios em sua curva de resposta original. [2]

Figura 2: Esquema de um termopar

Fonte: Manual de Fı́sica III (2013,p.14)

Para pequenas diferenças de temperatura entre as junções , a força eletromotriz (ε) é


proporcional a essa diferença, ou seja, é dada por [3]

ε = α(T2 − T1 ) (1)
Onde α é o coeficiente de Seebeck, T1 é a temepratura de referência (A temperatura
ambiente) e T2 é a temperatura de medida (Neste experimento é a temperatura que não
permanecerá constante, ou seja, vai aumenta até certa medida).

1
Disponı́vel em: <https://pt.khanacademy.org/science/physics/magnetic-forces-and-magnetic-
fields/magnets-magnetic/a/what-is-magnetic-force>. Acesso em: 22 mar. 2022.

3
2 CALIBRAÇÃO DE UM TERMOPAR
2.1 OBJETIVO
Calibrar um termopar e calcular o coeficiente de Seebeck

3 PARTE EXPERIMENTAL
3.1 MATERIAL NECESSÁRIO
ˆ 2 pedaços de fios de Constantan ˆ 1 haste
ˆ 1 pedaço de fio de cobre
ˆ 2 grampos com isoladores
ˆ 1 ebulidor de imersão
ˆ 2 fios de conexões
ˆ 1 termômetro
ˆ 1 voltı́metro ˆ 1 recipiente com água

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMANTAL


Incialmente as duas junções estavam em temperatura ambiente, logo após a junção
de medida do termopar foi mergulhada na água. A temperatura da água foi medida com
um termômetro, sendo a temperatura inicial ou ambiente medida foi de T2 = Tamb =
(20 ± 1) ◦ C (valor menor que o esperado, mas é lógico, pois havia incidência de corrente
de ar, devido ao arcondicionado). A diferença de potencial ou tensão foi medida com um
voltı́metro na escala de milivolt (mV ). A tensão medida, em temperatura ambiente, foi
de V = (0, 10 ± 0, 05)mV . Sendo coletados os respectivos valores de tensão para cada
aumento de 5 ◦ C de temperatura, sendo utilizado um termopar do tipo T.

Figura 3: Montagem do experimento

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Foi medida a temperatura ambiente como T2 = (Tamb ) a sua respectiva d.d.p. (di-
ferença de potencial). Obtendo-se os valores de tensão com a variação da temperatura,
(T2 − T1 ), começado em 10 graus e anotando com aumento de 5 em 5 graus. Adotando
como erro de 1°C para o termômetro e 0, 05mV para o voltı́metro de acordo com os
instrumentos utilizados. Esses valores estão dispostos na tabela a seguir:

Tabela 2: Valores da tensão de acordo com cada temperatura


Temperatura Tensão de subida Tensão de descida Média das tensões
(T ± 1) °C (U ± 0, 05) mV (U ± 0, 05) mV (U ± 0, 05) mV
Tamb + 10 = 30 0, 80 0, 40 0, 60
Tamb + 15 = 35 0, 90 0, 60 0, 75
Tamb + 20 = 40 1, 10 0, 80 0, 95
Tamb + 25 = 45 1, 30 1, 00 1, 15
Tamb + 30 = 50 1, 50 1, 30 1, 40
Tamb + 35 = 55 1, 70 1, 50 1, 60
Tamb + 40 = 60 2, 00 1, 80 1, 90
Tamb + 45 = 65 2, 20 1, 90 2, 05
Tamb + 50 = 70 2, 30 2, 10 2, 20
Tamb + 55 = 75 2, 50 2, 20 2, 35
Tamb + 60 = 80 2, 70 2, 40 2, 55
Tamb + 65 = 85 2, 80 2, 60 2, 70

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 TRATAMENTO DE DADOS
Com isso, por meio dos dados obtidos foi plotado o gráfico 1, tensão em função da
temperatura da água, e traçado o seu ajuste de curva. Comparando a equação 1 , ε =
α(T2 − T1 ) = αT2 − αT1 , com a equação linear apresentada no gráfico abaixo, y = a + bx,
nota-se que

y = ε x = T2 a = −αT1 b=α
Portanto, o coeficiente angular da reta é igual ao coeficiente de Seebeck b = α =
(0, 0396 ± 0, 0009) mV /◦ C = (39, 6 ± 0, 9) µV /◦ C. Deste modo a equação de calibração
do termpoar é y = −0, 59 + 0, 0396x (de acordo com o gráfico obtido) ou aplicando uma
modificação algébrica na equação 1, sendo assim pode-se ecrever a equação de calibração
ε
de um termopar como sendo T2 = + T1 .
α

5
Gráfico 1 - Tensão em função da Temperatura

Deste modo, com o termopar calibrado é possı́vel calcular, por meio da equação de
calibração descrita anteriormente, a temperatura de uma pessoa. Com o termômetro foi
feita a media da temperatura do integrante do grupo, tendo como resultado (34 ± 1)◦ C.
Agora, para a utilização da equação é necessário medir, através do voltı́metro, a tensão
gerada por uma pessoa, deste modo com uma junção a temperatura ambiente e a outra
em contato com o integrante do grupo fez-se a a anotação do valor mostrado no voltı́metro
(0, 60 ± 0, 05)mV .
Fazendo o cálculo por meio da equação obtida e do valor de tesão medido,
ε 0, 60
ε = αT2 − αT1 → T2 = + T1 = + 20 = 35, 1◦ C
α 0, 0396
Para o cálculo do erro foi utilizado o método de máximos e mı́nimos,
εmax 0, 65
T2max = + T1max = + 21 = 37, 6◦ C
αmin 0, 0392
εmin 0, 55
T2min = + T1min = + 19 = 32, 7◦ C
αmax 0, 04
Deste modo,
T2max − T2min 37, 6 − 32, 7
∆T2 = = = 2, 4◦ C
2 2

Logo, como resultado obteve-se (35 ± 2) C utilizando a equação de calibração do
termopar.

6
5 CONCLUSÃO
Através das práticas realizadas, podemos verificar quais as condições necessárias para
o surgimento de uma f.e.m. (força eletromotriz). Em um par termoelétrico: ter uma
diferença de temperatura entre as extremidades do par e construir o termopar com fios
de natureza quı́mico diferentes. Um termopar é um dispositivo bastante utilizado para
medir temperatura. A equação de calibração pode ser estabelecida por ε = α(T2 − T1 ).
Onde ε é a força eletromotriz, α é o coeficiente Seebeck, t2 a temperatura que se
deseja determinar e T2 a temperatura de referência. Por meio dos resultados obtidos,
percebe-se que conforme a temperatura da água aumentava, maior ficava diferença de
potencial obtida. Com isso comprova-se o chamado Efeito Seebeck, que afirma quando
dois metais diferentes são unidos em duas junções, uma força eletromotriz é gerada nas
duas junções, pois haverá uma corrente contı́nua que flui no circuito termoeléctrico. No
experimento, o coeficiente de Seebeck obtido foi α = (39, 6 ± 0, 9)µV /◦ C, nota-se que
o resultado obtido está dentro do valor esperado, como mostrado na tabela 1, levando
em consideração a margem de erro. Sendo uma ferramenta com um ”poder”de precisão
elevado, como mostra os resulatos obtidos com o valor de temperatura medido, (34 ± 1)◦ C
, com o cálculado através da equação de calibração, (35 ± 2)◦ C, de uma pessoa.

7
6 REFERÊNCIAS
[1] Termopar. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponı́vel em: <https://pt.wikipedia.org/wiki
/Termopar>. Acesso em: 05 de abr. de 2022.

[2] O que é um termopar? E qual a sua importância na indústria?. Alutal. Disponı́vel


em: <https://www.alutal.com.br/br/termopar>. Acesso em: 05 de abr. de 2022.

[3] BESSA, Heyrton; BRITO, Marcelo; CASTRO JR, Walter; DE FREITAS, Marcı́lio; DE
OLIVEIRA, Gláucia; GUERREIRO, Haroldo; GUSMÃO, Marta; MACHADO, Waltair;
SEIXAS, Simara. Manual de Fı́sica III. 3ª Edição. 2013. Disponı́vel em :<https://drive.google.
com/file/d/1dAv4UTDQT5l8EvN0UoiZQCUr5SBklU0h/view>. Acesso em: 05 de abr.
de 2022.

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