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1 – INTRODUÇÃO
A criação de porco caipira, também
chamada criação extensiva de suínos,
criação tradicional de porcos ou criação
de porco tipo banha, está presente na
maioria das propriedades dos agriculto-
res familiares, associada à sua subsistên-
cia, por meio do aproveitamento da ba-
nha e da carne, para atender o consumo
familiar, e da venda dos excedentes, como
forma de melhorar a renda das famílias
rurais. para o sistema de criação a campo. As por-
cas criadeiras são boas mães, produzem
ninhadas, em média, de 6 a 8 leitões. Os
2 – RAÇAS MAIS UTILIZADAS NA
porcos da raça nilo-canastra têm grande
CRIAÇÃO propensão à engorda e produzem muita
Entre as raças e os cruzamentos de banha e muito toucinho.
porcos caipiras, os que mais se destacam
são:
RAÇA PIRAPITINGA
Porcos de tamanho médio. Têm
poucas cerdas, couro preto ou arroxea-
RAÇA PIAU do. Produzem bem em pastoreio ou em
Porcos de tamanho médio e de alta pocilgas e aproveitam grande variedade
rusticidade. As porcas são geradoras de de alimentos. Produzem toucinho de ex-
número elevado de leitões por parto, celente qualidade e têm bom rendimento
muito boas leiteiras e dóceis. É uma raça em gordura.
considerada de dupla aptidão, ou seja,
carne e banha. RAÇA CARUNCHO
Porcos pequenos, com peso médio
RAÇA NILO-CANASTRA de 90 a 100 quilos. Pelagem com manchas
Porcos de tamanho médio, com au- pretas em fundo branco cremoso ou cor
sência de cerdas, peso médio de 100 a 150 de areia. São animais rústicos, pouco exi-
quilos. Muito rústicos e precoces, indicados gentes quanto à alimentação, de tempera-
calando entre o fornecimento na alimenta-
ção e a aplicação injetável. Deve-se verifi-
car constantemente a presença de piolhos
e sarna nos cachaços. Em caso positivo,
pulverizar os animais, uma vez por mês,
com produto específico, até o desapareci-
mento de piolhos e sarna.
Deve-se fornecer água fresca e de
boa qualidade e em quantidade suficien-
te. Os piquetes ou mangueiros devem es-
tar com boa cobertura vegetal.
mento tranquilo e grandes produtores de
gordura. MANEJO DAS PORCAS
Sempre que possível, mediante cri-
As leitoas de reposição podem ser
teriosa avaliação da atividade na proprie- adquiridas ou selecionadas do próprio
dade, podem-se introduzir reprodutores rebanho, a partir de 4 a 6 meses de ida-
puros, geneticamente melhorados, do de, e separadas em áreas destinadas às
tipo carne, visando aumento da produ- porcas de reprodução. No caso da com-
tividade e qualidade do rebanho. A ge- pra de leitoas para reposição, elas devem
nética é, sem dúvida, um dos fatores de ser colocadas em quarentena, assim que
maior influência sobre a rentabilidade da chegarem à propriedade.
produção. Recomendam-se duas ou três cobri-
ções doze horas após a detecção do cio,
3 – MANEJO DA CRIAÇÃO espaçadas de 12 em 12 horas. A cobrição
das leitoas ou porcas em cio deve ser re-
Manejo do reprodutor ou cachaço alizada na área destinada à permanência
O reprodutor, também chamado de do reprodutor ou cachaço.
cachaço, deve estar próximo das fêmeas, As porcas em gestação avançada de-
mas em áreas separadas, evitando, as- vem ser separadas em áreas próprias, re-
sim, um desgaste desnecessário, devido ceber atenção especial e uma melhor ali-
a um número elevado de cobrições das mentação mais rica em proteína, visando
fêmeas. Para cobrição, doze horas após o melhor desenvolvimento e uma menor
ser detectado o cio, as porcas devem ser mortalidade dos leitões.
levadas à área reservada para o cachaço. Uma semana antes do parto, as por-
Após a cobertura, deve-se separar o ma- cas em gestação devem ser separadas
em áreas, onde possam ter um parto com
cho da fêmea.
maior tranquilidade e conforto, sempre
O cachaço não deve ser colocado em
que possível acompanhado pelo pro-
local úmido ou alagadiço, o que resulta-
dutor. As porcas devem ser lavadas com
rá em problemas severos de casco, difi-
água e sabão.
cultando sua locomoção e cobrição das
Após a desmana dos leitões, devem-
fêmeas. -se manter as porcas vazias perto do ca-
Deve-se fornecer ao cachaço uma chaço, visando estimular o cio. Devem-se
dose de vermífugo de 4 em 4 meses, inter- manter os piquetes ou mangueiros des-
tinados às porcas com boa cobertura ve- no máximo, 30 animais, e, se a recria for
getal. em baias ou chiqueiro, não alojar mais
que 20 animais.
MANEJO DOS LEITÕES Com 120 a 150 dias de idade, devem
Ao nascer, os leitões devem ser en- receber uma dose de vermífugo injetável.
xugados com pano limpo. Deve-se amar- Nesta fase de recria, observar e selecio-
rar e cortar o umbigo, deixando apenas nar fêmeas para reposição do plantel.
um pedaço de aproximadamente 2 cm, Fornecer água fresca, de boa qualidade e
mergulhando-o numa solução de iodo a em quantidade suficiente e fazer rotação
10%. O corte dos dentes é opcional, e, em
do uso dos mangueiros.
seguida, colocá-los para mamar o colostro
Na fase de terminação ou engorda,
nas primeiras seis horas de vida, melhor
devem-se colocar os animais em chiquei-
período de absorção.
ros cimentados, com cobertura das baias
Devem-se manter os leitões, se pos-
ou chiqueiros total ou parcial. A alimenta-
sível, em um local fechado e sob uma
fonte de calor, para evitar hipotermia e ção deve ser à vontade, em cochos de ci-
morte. mento ou de madeira. Fornecer água fres-
Os leitões e a porca devem perma- ca e de boa qualidade e em quantidade a
necer nas áreas do parto por, pelo menos, todos os animais. Proceder à limpeza das
dez dias, visando uma melhor proteção baias ou chiqueiros, diariamente. Procurar
aos leitões. Nesse período, serão alimen- manter as instalações livres de moscas e
tados exclusivamente com o leite da porca. ratos, por meio de combates sistemáti-
Aos dez dias de idade, os leitões já podem cos. Nesta fase da criação, a produção de
receber uma pequena quantidade de fubá dejetos é maior, e os dejetos não devem
de milho ou ração preparada na proprie- ser jogados nos rios e córregos, para não
dade ou comprada. contaminá-los.
Deve-se proceder à castração dos
4 – ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
leitões machos com 15 dias de vida, ob-
servando o máximo de higiene. Desma- DA CRIAÇÃO
mar os leitões com 45 a 60 dias de idade, A alimentação dos animais repre-
dependendo do desenvolvimento que senta, aproximadamente, 70 a 80% dos
apresentarem. Neste mesmo período,
custos de produção. Alimentos alterna-
aplicar uma dose de vermífugo injetável
tivos, principalmente energéticos, devem
em cada leitão.
ser usados, pois, além de propiciar um
Em seguida, devem-se alojar os lei-
bom desempenho produtivo e reprodu-
tões nas áreas de recria, em lotes de, no
tivo, reduzem o custo de alimentação,
máximo, 30 animais nos piquetes ou man-
gueiros e 20 nas baias ou chiqueiro. Forne- resultando, assim, em menor custo de
cer água fresca e de boa qualidade e em produção.
quantidade suficiente e fazer rotação do Recomenda-se o aproveitamento
uso dos piquetes ou mangueiros. de todos os recursos disponíveis na pro-
priedade. A alimentação deve sempre ser
MANEJO NA RECRIA E TERMINAÇÃO fornecida em horários preestabelecidos.
Cada piquete ou mangueiro deve ter, Fornecer e manter água fresca e de boa
qualidade e quantidade a todos os ani- isso, deve ser cortada e estocada, no má-
mais do plantel, diariamente. ximo, por três a quatro dias, e a moagem
Para produção de forragens, reco- deve ser feita no momento em que se
menda-se o plantio de gramíneas e le- fornece o caldo aos animais. O caldo de
guminosas. As gramíneas mais utilizadas cana deve ser colocado em cocho sepa-
são estrela-africana, quicuio, tifton, coast rado, à vontade. A sobra deve ser elimi-
cross, grama-de-burro, etc. As gramíneas nada, e os cochos, lavados, visando evi-
para corte mais utilizadas são as diversas tar os distúrbios digestivos dos animais
variedades de capim-elefante. As legumi- causados pela fermentação da sobra do
nosas mais utilizadas são soja grão, soja produto.
perene, guandu e mucuna-preta e cons-
tituem excelente fonte de proteína para FARELO DE SOJA
os suínos. Podem ser utilizadas na forma Associado ao milho, é a principal
verde ou em grãos. Outras forrageiras po-
fonte de proteína para compor as rações
dem ser usadas, como: rami, confrei, ba-
de suínos. Possui de 43 a 48% de proteí-
naneira, etc.
na bruta. Sua utilização em torno de 10%
Outros alimentos utilizados são:
ou mais na ração traz grandes benefícios
MILHO aos animais. Para ser usado na criação de
É o principal grão usado na alimen- porcos, como atividade de subsistência,
tação dos porcos. É rico em energia, mas devem-se considerar sua disponibilida-
pobre em proteína, variando de seis a de, qualidade e seu preço.
oito por cento. Deve ser fornecido sem-
pre na forma mais próxima de fubá, o SORO DE LEITE
que facilita o melhor aproveitamento na É um subproduto da fabricação de
digestão. queijo, comumente encontrado nas pe-
MANDIOCA quenas propriedades rurais. Para sua