A Igreja Católica, desde finais do século XI, tem sido vista como uma
instituição de prestígio e força, destacando dois momentos: as Cruzadas e
o movimento da reforma monástica de Cister em 1098 ( trouxe à Igreja valores como a simplicidade, a austeridade e a pobreza)
Mas no século XIII a Igreja renovou-se. Por essa altura, as cidades
medievais eram importantes centros não só económicos como sociais, continham contornos políticos e institucionais muito claros. As populações dos campos encontravam-se na cidade à procura de melhores condições de vida, mas por vezes, não obtiam um trabalho certo e, quando o conseguiam, este era muitas vezes mal renumerado. Portanto, a cidade medieval era composta de contrastes: por um lado a prosperidade dos mais ricos, vista na ostentação de vestes e habitações e , por outro lado a miséria dos mais pobres. Foi neste contexto que surgiram as ordens mendicantes.
Francisco de Assis, fundador da ordem dos Franciscanos, após uma
doença dedicou-se ao grupo dos Frades Menores (humildes). O modo de vida consistia em obedecer a Deus, viver na pobreza e castidade (pregação dos valores primitivos), não podiam aceitar dinheiro ou propriedades sendo fiéis e dedicados ao seu trabalho, ou seja viviam num clima de pobreza e humildade e as esmolas que pediam eram só e apenas para sobrevivência. Esta ordem foi aprovada em 1223 pelo Papa Honório III.
Também, transmitindo o valor de viver neste clima de pobreza, a ordem
dos Dominicanos foi fundada por Domingos de Gusmão. Estes pregavam a religião cristã e combatiam as heresias (pessoas que acreditavam em mais que um Deus), estudavam a teologia e o nome atribuído era ordem dos Frades Pregadores. Estas obras contribuíram para uma nova renovação dos valores procurados pelo que desprezavam os bens e procuravam o ideal de Cristo para as suas vidas.
Criaram-se as confrarias, associações de cariz religioso. Prestavam culto a
um santo e os membros desta denominavam-se de irmãos. As Corporações, associações de cariz profissional que promoviam a entreajuda e a beneficência aos mais necessitados, aos despossados e aos excluídos da sociedade em geral.