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intervenção"
Formadoras:
Carla Dias
Maria Magalhães
Critérios de diagnóstico
É fundamental a avaliação precoce de sinais de dificuldades na aprendizagem da leitura e
da escrita. Todas as crianças têm o seu ritmo de aprendizagem mas havendo um padrão
persistente destas dificuldades torna-se fundamental uma avaliação especializada.
Avaliação essa que poderá ser feita pelo Terapeuta da Fala, este tem um papel
preponderante na avaliação, diagnóstico diferencial e intervenção destas perturbações.
De uma forma geral a característica mais comum nas crianças com disortografia é erros ortográficos.
Intervenção da disortografia
Para a intervenção o professor deverá avaliar questões como a perceção auditiva e
visual, ou seja, é importante que o aluno tenha mais tempo para refletir.
Estimular a escrita; mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la.
Incitar a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no
final do dia como rotina;
Chamar a atenção para situações diárias em que é necessária a utilização da
escrita;
Estimular na elaboração de uma carta;
Não valorizar demasiado os erros ortográficos uma vez que estes já são motivo de
repreensão e frustração;
Não corrigir simplesmente os erros, mas tentar procurar a solução com o aluno
(ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?");
Recorrer para trabalhar vários casos de ortografia;
Não sobrecarregue com trabalhos e fichas.
Discalculia
A discalculia é uma dificuldade em aprender matemática, com
falhas para adquirir a adequada competência neste domínio
cognitivo. Não é causada por nenhuma deficiência mental, deficits
auditivos e nem pela má escolarização.
As crianças que apresentam esse tipo de dificuldade não conseguem
entender o que é pedido nos problemas propostos pelo
professor/pais.
Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar,
subtrair, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para a
criança perceber as relações de quantidade, ordem, espaço,
distância e tamanho.
De um modo geral, o prognóstico das crianças com discalculia é
melhor do que as crianças com dislexia, ou pelo menos, elas tem
sucesso em outras atividades que não dependam desta área de
cálculo numérico.
Subtipos de discalculia
Kosc descreveu seis subtipos de discalculia:
Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números,
termos e símbolos;
Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos
numéricos;
Discalculia pratognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e comparação
de objetos reais ou em imagens;
Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no entendimento de
conceitos matemáticos.
Sinais:
Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva);
Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objetos e associar um
numeral a cada um);
Escassa habilidade para contar;
Dificuldade na compreensão de conjuntos;
Dificuldade na compreensão de quantidade;
Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número;
Dificuldades nos cálculos;
Dificuldades na compreensão do conceito de medida;
Dificuldade para aprender a dizer a hora;
Dificuldade na compreensão do valor das moedas;
Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos;
Dificuldade em resolver problemas orais.
Problemas associados:
Deficiente organização visuo-espacial e integração não verbal: não conseguem
distinguir rapidamente as diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e
comprimentos;
Dificuldade em observar grupos de objetos e dizer qual deles contém uma maior
quantidade de elementos, em calcular distâncias;
Distúrbio ao nível da imagem corporal;
Distúrbios de integração visuo-motora;
Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita;
Dificuldades na perceção social e na realização de julgamentos: maturidade social
reduzida;
Desempenhos em testes de inteligência, superiores nas funções verbais
comparativamente às funções não verbais.
Intervenção da discalculia
Usar cartas de jogar em jogos de cartas simples como o "peixinho": mostrar como se poderá atribuir
valores às cartas pela contagem dos símbolos. Para evitar confusões retirar as cartas de figuras,
utilizando apenas as de 2 a 10;
Jogos de tabuleiro são excelentes para aprender os números, solicitando a contagem dos espaços a
mover em cada volta. Podem ser introduzidas algumas referências à adição ou à subtração no
decorrer do jogo;
Utilizar ou inventar "cantigas e lengalengas com números". Muitas crianças podem aprender
conceitos matemáticos mais rapidamente (e recordarem por mais tempo) quando a música, rima e
ritmo são utilizados para os ensinar;
Encorajar a criança a utilizar os números diariamente;
Exemplos:
Contar os produtos no supermercado;
Contar por ordem decrescente.
Quantas rodas tem o teu carrinho de brincar?
Quantas rodas tem a tua bicicleta? Qual dos dois tem mais rodas?
Que idade tens? Que idade tem o teu irmão ou irmã? qual é o mais velho? Qual é a diferença de idade entre os
dois?
Quantos amigos vais convidar para a tua festa de aniversário? Quantas fatias de bolo devem ser cortadas? E se
cada menino ficar com duas fatias?
Disgrafia
(DIS=DIFICULDADE E GRAFIA=GRAFAR/ESCREVER)
Quanto aos aspetos relacionados com o grafismo, deve preocupar-se com o aperfeiçoamento das
habilidades relacionadas com a :
escrita, distinguindo atividades PICTOGRÁFICAS ( pintura, desenho, modelagem) e ESCRIPTOGRÁFICAS (
utilização de lápis e papel – melhorar os movimentos e posição gráfica);
corrigir erros específicos do grafismo: como a forma / manutenção das margens / linhas.
Possiveis causas de :
Segundo Citoler(1996,cit.por cruz,2009) Há três tipos de justificativa para essas
dificuldades disortográficas que são:
Problemas na automatização dos procedimentos da escrita;
Estratégias de ensino imaturas ou ineficazes, com a consequente ignorância das regras
de composição escrita;
Desconhecimento ou dificuldade em recordar os processos e subprocessos implicados na
escrita;
Para Torres e Fernàndez(2011), as causas estão associadas á cinco aspetos,
nomeadamente:
Percetivos: estão associadas a deficiências na perceção, na memoria visual e auditiva ou
a nível espácio-temporal, o que traz consequências na correta orientação das letras e na
descriminação de grafemas com traços semelhante;
Intelectuais: associa-se a um défice ou imaturidade intelectual;
Linguísticos: relaciona a pronuncia/articulação deficiente conhecimento e utilização do
vocabulário(código restrito) são apontados como causas de tipo linguístico;
Afetivo-emocional : aponta entre baixos níveis de motivação e atenção, que poderão
fazer com que a criança cometa erros ortográficos;
Pedagógicos: remetem para métodos de ensino desadequados.