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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE

DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE VALENTE – BA.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX sob o nº
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, com sede situada à
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, neste ato representada
pelo empresário, XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, por
conduto de advogado, constituído ut instrumento particular de mandato
anexo, com endereço profissional situado à Rua Getúlio Vargas, nº 396,
onde recebe comunicações de estilo, com fulcro na Lei. 9.099/95 e demais
dispositivos legais pertinentes, ofertar a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS

em face da COELBA – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia,


inscrita no CNPJ sob o nº 15139629/0001-94, com polo situado na
Avenida Edgard Santos, n 300, bairro Cabula VI, CEP 41181-900 em
Salvador-Ba.

I. PRELIMINARMENTE

I.1 - DO PROCEDIMENTO DA LEI 9.099/95

Requer seja a presente demanda autuada e processada com


fulcro na Lei 9.099/95, conforme inteligência do artigo 147 da Lei Estadual
nº 11.047, que dispõe sobre a organização judiciária do Estado da Bahia,
in verbis:

Art. 147. Nas comarcas em que não houver Juizado Especial,


as causas regidas pela Lei Federal nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, serão processadas e decididas por Juiz
de Direito ou Substituto, tramitando os Feitos Cíveis e
Criminais, com tarja que os identifique, nos Cartórios do
Cível e Crime, respectivamente.

I.2 - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA/JUSTIÇA GRATUITA

Tendo em vista que o autor não possui condições financeiras de


arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, pleiteia
a benesse da Justiça Gratuita prevista no inciso LXXIV do artigo 5º da
Carta Magna Pátria, que aduz: “O Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.

Ademais, a legislação infraconstitucional também regula a


referida benesse, por meio do Novo Código de Processo Civil, que estatui
em seu artigo 98:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Declara, portanto, o Autor que não tem condições de arcar com as


despesas provenientes do processo sem prejuízo de sua atividade
empresarial, desta feita, evidente que o pleito autoral por Justiça Gratuita
deve ser deferido pelo douto Julgador.

I.3 – DA TUTELA DE URGÊNCIA

I.3.1 – DA RETIRADA DO NOME DA PARTE AUTORA NOS BANCOS


DE DADOS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO OU ABSTENÇÃO DE
INSERÇÃO.

Aprioristicamente faz-se mister requerer, de pronto, à este


Juízo que condene a Empresa- Ré na obrigação de retirar, ou não inserir
cadastro do nome do autor do rol de inadimplentes, uma vez que,
conforme se verá nas altercações infra, o REQUERENTE está sendo
cobrado erroneamente.

Neste sentido, a jurisprudência pátria já consolidou entendimento de


que é cabível o pedido ín limine para impor a retirada do nome do autor
dos órgãos de proteção ao crédito:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA


DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DO NOME DA PESSOA JURÍDICA.
DÉBITO INEXISTENTE. CONDUTA INADEQUADA E ABUSIVA.
AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PARA CONHECIMENTO DOS
VALORES EM ABERTO. APELANTE NÃO DESINCUMBIU AO
ÔNUS DA PROVAS.
1. Recurso de Apelação interposto contra decisão que julgou
procedente o pleito autoral.
2. Negativação indevida de pessoa jurídica em órgãos de
proteção ao crédito.
3. Inexistência de débito. A Apelada não possui filiais na
cidade de Salvador.
4. Conduta inadequada e abusiva da Apelante.
5. Improvimento. (TJBA. Classe: Apelação, Número do
Processo: 0500680-41.2013.8.05.0103, Relator (a):
Ivanilton Santos da Silva, Terceira Câmara Cível, Publicado
em: 04/04/2018. Órgão Julgador Terceira Câmara Cível)

Em se tratando do Código de Processo Civil vigente, seu artigo


300 preconiza que “a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo”. O §2º do citado dispositivo
continua que “a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia”.

In casu, a requerente pode vir a ser prejudicada financeiramente e


moralmente com a inscrição indevida do seu nome junto aos órgãos
competentes.

Demonstrados, portanto, o periculum in mora e a verossimilhança


das alegações, mister se faz a concessão da tutela de urgência com
supedâneo nos a rts. 294 e seguintes e 300 do Código de Processo Civil,
tendo em vista que a prova que instrui esta exordial é robusta, denotando
que, há ilegalidade na cobrança efetuada pela Empresa- Ré, bem como,
não há perigo de irreversibilidade da prestação.
Forte nas razões expostas, requer, liminarmente e sem ouvir a Parte
Ré, seja deferido o pedido liminar, determinando que a Parte Acionada
retire, caso já tenha efetuado a negativação, ou se abstenha, de inserir o
nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito, em prazo razoável.

I.3.2 – DA NECESSIDADE DE ORDEM DE RELIGAMENTO DE


ENERGIA EM SEDE DE LIMINAR.

Excelência, conforme documentos em anexo, a Empresa


Autora atua no ramo de metalúrgica, de modo que, depende de energia
elétrica para desenvolver sua atividade principal.

Neste toar, desde 30 de março de 2018, a Empresa-Ré de


forma completamente arbitrária, suspendeu o fornecimento de energia da
Requerente, sem, sequer, avisar previamente da suspensão.

Deste modo, até o presente momento a acionante encontra-se


impossibilitada de exercer sua atividade empresarial, sendo válido anotar
que a demandante encontra-se com suas faturas em dias, e que nada
justifica a atitude abusiva da Empresa-Ré.

Em assim sendo, tendo em vista que a espera por um


provimento final pode demorar e prejudicar ainda mais a Requerente,
além do que, pelos documentos acostados aos autos dessume-se a
verossimilhança das alegações, requer o deferimento da Tutela de
Urgência para obrigar a Empresa-Ré a proceder ao religamento dos
serviços, inaudita altera pars sob pena, inclusive, de imposição de
astreintes.

Neste sentido, segue Jurisprudência do TJBA para corroborar


com o pleito Autoral:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR.


NULIDADE DE DÉBITOS. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO
DE ENERGIA ELÉTRICA. DECISÃO LIMINAR QUE DETERMINA
O RESTABELECIMENTO. FIXAÇÃO DE MULTA DIÁRIA.
POSSIBILIDADE. QUANTUM ARBITRADO DE FORMA
RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. IMPORTE QUE DEVE ATENDER
AO CARÁTER INIBITÓRIO DA MEDIDA. LIMITAÇÃO AOS
VALORES DISCUTIDOS NA PEÇA INICIAL. CABIMENTO.
PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. DECISÃO REFORMADA EM PARTE.
(Classe: Agravo de Instrumento,Número do Processo:
0016090-15.2016.8.05.0000, Relator(a): José Edivaldo
Rocha Rotondano, Quinta Câmara Cível, Publicado em:
23/11/2016 )

Frente ao exposto, requer, com base no artigo 300 do NCPC, a


concessão da Tutela de Urgência, inaudita altera pars, pleiteada para
determinar que a Empresa-Ré restabeleça o serviço de energia elétrica,
sob pena de cominação de pena pecuniária diária.

I.4 - DA INVERSÃO DO ONUS PROBANDI

O CDC, por entender a posição de fragilidade do consumidor


na relação de consumo, notadamente em demanda judicial, criou a
inversão do ônus da prova para aquilatar situações como esta, de franca
disparidade processual, onde a maioria, senão todo o acervo de provas
encontra-se na órbita das Acionadas que, sem a inversão, certamente
tentará ocultar seus desmandos.

A Jurisprudência assim se manifesta:

PROVA – INVERSÃO DO ÔNUS – “Reconhecimento da


condição de hipossuficiência técnica do Autor – Circunstância
que se caracteriza pela diminuição da capacidade
comprobatória, ocasionada pela completa ausência ou pela
marcada dificuldade de obtenção de dados, elementos,
enfim informações que possam balizar a avaliação a respeito
da natureza, da materialização, do tempo, da quantidade da
qualidade, da utilidade, da extensão, da abrangência, das
conseqüências da relação de consumo que se estabeleceu
entre o consumidor e o fornecedor ou prestador do serviço –
Inteligência da regra do artigo 6º, VIII do Código de Defesa
do Consumidor” – Recurso não provido. (TJSP – AI 147.813-
4 – São Paulo – 10ª CDPriv. – Rel. Des. Souza José – J.
14.03.2000 – v.u.).

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA “...segundo ponderável


corrente jurisprudencial, é direito básico do consumidor a
facilitação de sua defesa, inclusive com a inversão do ônus
da prova (art. 6, VIII), daí porque é de se determinar que o
réu apresente cópias dos contratos...” (TAPR – AC
143185400 – (12639) – Curitiba – 3ª C.Cív. – Rel. Juiz
Domingos Ramina – DJPR 17.03.2000).

Nesse caminhar, REQUER seja deferida a inversão do ônus da


prova, na forma do art. 6º VIII do CDC, a fim de determinar que a
Empresa-Ré acoste aos Autos os documentos pertinentes ao deslinde da
Ação.

II. DOS FATOS E DO DIREITO

Pois bem, como sabido, a Empresa-Ré é concessionária de


serviço público, sendo a responsável pelo fornecimento de energia Elétrica
em todo o Estado da Bahia. Assim, o Autor faz uso dos serviços essenciais
oferecidos pela demandada, por meio do contrato de nº 7040987147.

Ocorre que, o Requerente sempre arcou com as devidas


custas pelo fornecimento de energia elétrica, no entanto, tamanho fora o
seu susto quando o fornecimento do serviço fora suspenso,
arbitrariamente, pela acionada, sob a alegação da existência de um débito
de R$ 9.351,14 (nove mil e trezentos e cinquenta e um reais e quatorze
centavos).

O Requerente tentou resolver o problema na via


Administrativa, por diversas vezes, porém não obteve sucesso.

II.1: Da necessária declaração de inexistência do débito

Ora, Excelência, o demandante nunca recebeu em sua


residência nenhuma cobrança relativa ao valor alegado pela Empresa-Ré,
pelo contrário, desconhece o consumo alegado pela acionada, pelo que, a
Empresa-Ré desrespeitou completamente o seu direito à informação.

Note-se, Excelência, que os prepostos da acionada sequer


informaram o acionante acerca da origem do débito, sendo que o mesmo
apenas tomou conhecimento da existência de fatura em aberto quando da
suspensão do serviço.

Outrossim, é possível comparar, pelo histórico de consumo do


Requerente, a média de seu consumo, de janeiro até Maio do corrente
ano, a média mensal de custo foi de R$383,92 (trezentos e oitenta e três
reais e noventa e dois centavos), conforme faturas em anexo, sendo que
o acionante não provocou mudanças em sua atividade, o que deixa claro
que a cobrança de R$ 9.351,14 (nove mil e trezentos e cinquenta e um
reais e quatorze centavos) é excessiva e abusiva.

Conforme exposto, Excelência, e comprovado pelos


documentos acostados à este petitio, a demandante sempre pautou sua
conduta na boa-fé objetiva, arcando com a contraprestação devida pelo
fornecimento de energia elétrica, inclusive.

Em assim sendo, torna-se imperativa a declaração de


inexistência do débito aqui discutido, condenando a Empresa-Ré na
obrigação de restabelecer, de forma imediata, o fornecimento de energia
elétrica em favor da conta contrato nº 7040987147, é o que se requer.

II.3: Dos danos morais

Não se pode olvidar que as instituições fornecedoras de


energia elétrica também figuram no rol dos prestadores de serviços do
Código de Defesa do Consumidor, e, assim sendo, indiscutível é a
responsabilidade das mesmas, independentemente da apuração de culpa,
consoante os artigo 14 e 34 da Lei 8078/90.

Repise-se, a Requerida lançou débito absurdamente alto na


conta de energia elétrica da Requerente, sem nenhuma justificativa,
denotando que a Empresa- Ré não vem operando em conformidade com
os princípios que regem as relações de consumo, especificamente o da
boa-fé e o da transparência, ambos inseridos no art. 4º do Código de
Defesa do Consumidor.

No caso em tela, a demandada incorreu especificamente no inciso V


do supra dito artigo, na medida em que pretendeu auferir vantagem
manifestamente excessiva em detrimento do bem-estar da requerente.

Além disso, o Código de Defesa do Consumidor alude em seus


artigos 22 e 42, respectivamente, que:

Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os
danos causados, na forma prevista neste código.

Art. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia


indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

É válido, ainda, salientar, que o Autor não recebeu também o


aviso de suspensão do fornecimento de energia, e desde a data da
suspensão, em 30 de março de 2018, encontra-se sem poder exercer sua
atividade empresarial, motivo pelo qual vem perdendo clientes e tendo
prejuízos de ordem material.

Neste sentido, analisando a responsabilidade civil da Empresa-


Ré, tem-se que, em se tratando de relação de consumo é aplicável o
Código de Defesa do Consumidor, que, prevendo a ocorrência de abusos
por parte de Empresas detentoras do poderio socioeconômico, fixou sua
responsabilidade como objetiva pelos danos causados aos consumidores,
quando houver falha na prestação de serviço, senão, vejamos:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Ademais, levando em consideração a aplicabilidade da teoria do


diálogo das fontes, o Códex Civilista pátrio também prevê em seu texto
que:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Nesta orbe, é certo que que dentre as funções da reparação por


dano moral mais importante é a compensatória, de acordo com a lição de
Moraes:

“Aquele que sofre um dano deve ter direito a uma satisfação


de cunho compensatório. Diz-se compensação, pois o dano
moral não é propriamente indenizável; ‘indenizar’ é palavra
que provém do latim, ‘in dene’, que significa devolver (o
patrimônio) ao estado anterior, ou seja, eliminar o prejuízo e
suas consequências – o que, evidentemente, não é possível
no caso de uma lesão de ordem extrapatrimonial. Prefere-
se, assim, dizer que o dano moral é compensável, embora o
próprio texto constitucional, em seu artigo 5º, X, se refira à
indenização do dano moral.”

Contudo, a doutrina civilista destaca algumas outras funções da


indenização por danos extrapatrimoniais, dentre estas, a punitiva,
conforme se observa nas palavras de Cianci: “o aspecto punitivo,
considerado aquele que tem em conta o sentido pedagógico da imposição,
busca inibir o ofensor, evitando a reincidência”.

Assim, a indenização punitiva configura-se como um acréscimo ao


valor da compensação com a finalidade de punir o ofensor pelas lesões
causadas e inibir o desejo de repetir a atitude repreendida. Com relação a
aplicação desse instituto no âmbito do Direito do Consumidor faz-se
mister apresentar a doutrina de Moraes, segundo a qual é possível
atribuir:

Um caráter punitivo na reparação de dano moral para


situações potencialmente causadoras de lesões a um grande
número de pessoas, como ocorre nos direitos difusos, tanto
na relação de consumo quanto no Direito Ambiental. Aqui, a
ratio será a função preventivo-precautória, que o caráter
punitivo inegavelmente detém, em relação às dimensões do
universo a ser protegido.
Frise-se ainda que não raro a defesa de empresas como a ora
acionada, seguem a linha da existência de uma indústria de danos morais,
querendo levar a crer que em verdade, o consumidor não teve que
suportar angustia pelo desrespeito com o qual foi tratado, entretanto,
conforme a sã doutrina de Sergio Cavalieri Filho:

Fala-se hoje numa indústria da responsabilidade civil, com a


quê não concordamos. Não há indústria sem matéria prima,
de sorte que se hoje os casos judiciais envolvendo
responsabilidade civil são tão numerosos é porque ainda
mais numerosos são os casos de danos injustos. (Sergio
Cavalieri Filho, 2006, p.495)

Ademais, as próprias Cortes já firmaram entendimento segundo o


qual, em casos como o presente, a acionada tem o dever de ressarcir a
demandante pelos prejuízos causados:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL.

ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 03/STJ. FORNECIMENTO


DE ENERGIA ELÉTRICA. SUSPENSÃO SEM PRÉVIO AVISO.
DANOS MORAIS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.

1. Trata-se, na origem, de ação de indenização por danos


morais e materiais ajuizada contra a concessionária de
energia elétrica, em virtude da interrupção do fornecimento
do serviço sem o devido aviso prévio.

2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a


quantia estipulada a título de danos morais, quando não
exorbitante ou irrisória, não pode ser revista, em razão do
óbice da Súmula 7/STJ.

Na espécie, o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para


cada autor não se revela excessivo nem desproporcional,
considerando a demora na religação da energia a despeito
da comprovação do pagamento do débito pelo usuário, pelo
que não há como afastar a incidência da Súmula 7/STJ.

3. Agravo interno não provido.

(AgInt no AREsp 869.983/PE, Rel. Ministro MAURO


CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
24/05/2016, DJe 02/06/2016)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR
DANOS MORAIS. PRELIMINARES SUSCITADAS EM
CONTRARRAZÕES. INTEMPESTIVIDADE E DESERÇÃO DO
RECURSO. REJEIÇÃO. MÉRITO. SUSPENSÃO DO
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA POR DÍVIDA DA
CONSUMIDORA. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA
VÁLIDA. MERO AVISO GENÉRICO, LANÇADO NA FATURA DE
CONSUMO. DESRESPEITO ÀS NORMAS DE PROTEÇÃO AO
CONSUMIDOR, BEM COMO ÀS REGULAMENTAÇÕES
EXPEDIDAS PELA ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA. ILEGALIDADE DA CONDUTA. DANOS MORAIS.
CONFIGURAÇÃO IN RE IPSA. NEXO DE CAUSALIDADE
DEMONSTRADO. VALOR DA INDENIZAÇÃO (R$ 12.000,00).
MANUTENÇÃO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO
NÃO PROVIDO.

(Classe: Apelação,Número do Processo: 0568348-


39.2016.8.05.0001, Relator(a): Dinalva Gomes Laranjeira
Pimentel, Segunda Câmara Cível, Publicado em:
27/04/2018)

Tendo em vista o exposto, e considerando as disposições do Novo


Código de Processo Civil, requer seja fixado o quantum de danos morais
em R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

V - DOS PEDIDOS

Pelo exposto, a Parte Autora ao ofertar a presente AÇÃO,


requer, sob a clarividência domiciliada nos conhecimentos jurídicos de V.
Exa., no sentido de evitar-se a espoliação dos direitos legítimos
perseguidos com respaldo nos dispositivos cabíveis da Lei 9099/95 e toda
legislação aplicável ao presente caso:

a) Seja deferido o pedido de Gratuidade da Justiça;

b) Sejam concedidas as tutelas de urgência pleiteadas, ín


limine, para determinar que a Empresa-Ré se abstenha de
negativar o nome da acionante, ou retire do cadastro de
inadimplentes, e, restabeleça o serviço de fornecimento de
energia elétrica;

c) A citação da Parte Acionada para, querendo, compareça à


audiência de conciliação, instrução e julgamento que será
designada por este MM. Juízo, conforme o procedimento
adotado pela Lei 9099/95, para querendo apresente a
defesa, sob pena de revelia e confissão;

d) Condenar a Parte Acionada ao pagamento a título de


indenização por danos morais no valor de R$20.000,00
(vinte mil reais);

e) Sejam, no mérito, confirmadas as liminares suscitadas, em


especial para determinar a Parte Ré dê continuidade aos
serviços essenciais prestados em favor da Requerente;

f) Seja declarado inexistente o débito referente à cobrança


aqui discutidas;

g) Condenar a Parte Ré ao pagamento das custas processuais


e honorários advocatícios, em caso de recurso inexitoso, no
importe de 20% (vinte por cento), sobre o valor da
condenação;

Provará por todos os meios legais e de direito cabíveis,


notadamente pelo depoimento pessoal das partes, testemunhal e
documental.

Declara o patrono que subscreve a presente, a autenticidade


das cópias de todos os documentos carreados a presente peça.

Dá-se a causa o valor de R$29.351,14 (vinte mil e trezentos e


cinquenta e um reais e quatorze centavos).

Termos em que pede,


E espera merecer deferimento.

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