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Fiscalidade
61013
Nome: Marisa Fátima Camacho Temtem Nóbrega
B.I. : 10571373 Nº de Estudante: 1200403
Curso: Gestão Turma: 2

1. Os impostos são a única fonte de receitas fiscais? Exemplifique.


Os impostos não são a única fonte de receitas fiscais. Para além destes temos
as receitas patrimoniais, as taxas e os empréstimos. Os impostos
correspondem a uma prestação coativa efetuada pelos contribuintes ao
Estado, a título definitivo, temos o exemplo do IRC. As receitas patrimoniais
são originárias no património do Estado, por exemplo, venda de um imóvel a
um particular ou juros de depósitos que o Estado tenha efetuado. As taxas são
quantias obrigatoriamente cobradas pelo uso de determinado serviço público,
por exemplo as taxas de recolha de lixo. Por fim temos os empréstimos que
correspondem às receitas que o Estado obtém através de um crédito, estas
receitas não são de caracter definitivo pois terão de ser pagas posteriormente,
por exemplo a Dívida Pública.

2. Relacione a Fiscalidade com o Direito Penal. Caracterize sucintamente o


regime penal aplicável, dando um exemplo de infração.
O Direito Fiscal também integra normas sancionatórias donde surge o Direito
Fiscal Penal, cujos princípios constam no Regime Geral das Infrações
Tributárias. Os princípios do Direito Penal aplicam-se na grande maioria ao
Direito Fiscal. Temos então como infração tributária, “todo o facto típico, ilícito e
culposo declarado punível por lei tributária anterior” (art.º 2, n.º1, do RGIT). O
art.º 2, n.º2, do RGIT, diz-nos ainda que as infrações tributárias podem ser
crimes ou contra-ordenações. Se o crime for cometido por um singular a pena
é de prisão até oito anos ou multa de 10 a 600 dias, se cometidos por pessoas
coletivas ou entidades equiparáveis a pena é 20 a 1920 dias, (art.º 12, n.º1 e
n.º2, do RGIT). Pode ser exemplo de crime a venda de tabaco sem pagar o
respetivo imposto. A venda de álcool a menores é considerada
contraordenação.
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3. Distinga imposto de taxa.


Os impostos e as taxas são ambos fonte de receita do Estado, a sua grande
diferença é que um é unilateral e a outra é bilateral. O imposto é uma
prestação definitiva, obrigatória, a quem tem capacidade contributiva. Por outro
lado, a taxa é a cobrança aplicada em troca de um serviço público.
Resumidamente, as taxas servem pagar uma percentagem do serviço público
que nos é fornecido, o pagamento de um imposto não corresponde a nenhuma
atividade específica do Estado em relação ao contribuinte.

4. Em que medida os Regulamentos são fonte de Direito Fiscal?


Exemplifique com três Regulamentos em vigor.
Para que as leis sejam convenientemente executadas, o poder executivo
emana os regulamentos. Os regulamentos dizem-se internos se forem dirigidos
unicamente aos agentes administrativos, e externos se vincularem também os
particulares, sendo esta a razão de só os regulamentos externos serem fonte
de direito fiscal. Quanto à sua forma, os regulamentos são decreto
regulamentar, se a sua origem for o governo, mas podem ainda tomar a forma
de portaria ou despacho normativo se na sua origem estiver um ou mais
elementos do governo.
Temos como exemplo de decreto regulamentar o Decreto Regulamentar
35/2002, emitido pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade, e cria o
Certificado de Formação Profissional. Quanto às portarias temos como
exemplo a Portaria n.º 1/2014, que aprova o regulamento da apanha, emanada
pela Secretaria Regional dos Recursos Naturais. Por fim a exemplo do
despacho normativo, temos o Despacho normativo n.º 4/2013, da Secretaria
Regional da Educação e Recursos Humanos que regulamenta a avaliação e
certificação das capacidades dos alunos do ensino básico da RMA.

5. O que entende pelo princípio da igualdade da lei fiscal?


O princípio da igualdade está contemplado no art.º 13, nº1 e nº2 da
Constituição e diz-nos que não há discriminação dos cidadãos pelo sistema
fiscal embora tenha de haver diferenciação entre eles. Ou seja, há a obrigação
universal de todos os cidadãos pagarem impostos, contudo, o pagamento do
mesmo é medido pela capacidade contributiva. Em situações idênticas de
capacidade contributiva, os impostos devem ser iguais (igualdade horizontal) e
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em situações diferentes, os impostos também devem de ser diferentes
(igualdade vertical).

6. O que entende por vigência da Lei Fiscal?


A obrigatoriedade da lei, em Portugal, surge após a sua publicação no Diário
da República, contudo o início da vigência nunca se pode verificar no dia da
publicação da mesma. “Vocatio Legis”, é o período de tempo entre a
publicação da lei e a sua entrada em vigor. Em Portugal continental tem o
período de 5 dias e nas regiões autónomas o período de 15 dias. A vigência da
lei pode cessar por caducidade ou por revogação. Em suma, a vigência da lei é
o período de tempo que a lei existe e que tem validade.

7. Como devem ser integradas as lacunas na lei fiscal?


As lacunas existem quando a lei é omissa ou falha em relação a determinado
caso, ou seja, não existe qualquer norma que lhe seja aplicável. O Código Civil
através do art.º 10 dá-nos bases para resolver essa situação. Quando existir
uma lacuna, aplica-se a norma prevista para casos análogos, se não houver o
intérprete terá de criar uma norma específica. O juiz tem o dever de resolver
essa situação, não podendo argumentar que não existe lei.

8. Que métodos conhece para evitar a dupla tributação? Caracterize


sucintamente.
A dupla tributação é a existência de taxação dupla do mesmo fluxo de
rendimento em domicílios fiscais diferentes. No modelo de Convenção da
OCDE, existem dois métodos para evitar esta situação, o da isenção e o da
imputação. O método da isenção consiste na renúncia à tributação de um
determinado facto por um dos estados envolvidos. Essa isenção pode ser
integral, quando o rendimento estrangeiro está totalmente isento de tributação,
ou progressivo quando o rendimento também não é tributado mas a declaração
de rendimentos determina a taxa a aplicar. No método da imputação o estado
tributa o rendimento global do contribuinte, contudo, o estado da residência
permite a dedução na coleta do contribuinte do que já foi pago no estrangeiro.
Este método tem duas modalidades o da imputação integral, onde se credita
todo o imposto pago no estrangeiro podendo haver lugar a reembolso, e o da
imputação normal em que não há reembolso, podendo acontecer o abatimento
do valor do imposto a pagar.
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Bibliografia: Fiscalidade; Pereira, Manuel Freitas. Livraria Almedina, 2013 - 4ª edição

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios

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