Departamento de Fonoaudiologia FON-7400- “Módulo IX: O Ser Humano e as Alterações em Fonoaudiologia II”
PORTFÓLIO AULAS PRÁTICAS-MOTRICIDADE OROFACIAL
Nome do aluno: Kauana Knappmann
Data: 22/09/2022 Número da observação: 3 Turma: E
O atendimento observado na Clínica Escola de Fonoaudiologia da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) no dia 20/09/2022, foi supervisionado pela professora Fabiane Miron Stefani. A paciente, M.M.X., de 38 anos, procurou atendimento na clínica, se queixando de estalos enquanto mastiga. Sua filha, que é estudante de fonoaudiologia, indicou que seja disfunção temporomandibular (DTM), que de acordo com Donnarumma et al. (2010), é um grupo de doenças que acometem os músculos mastigatórios. A paciente se atrasou para o atendimento, então, a estagiária J., que possui diagnóstico de DTM, foi usada como exemplo as demais estagiárias, para a colocação correta de bandagens no rosto da mesma. Existem vários processos terapêuticos realizados para tratar de DTM, e as bandagens são mencionadas por Emérito et al. (2022), sendo um recurso terapêutico conservador, que pode ser utilizado na reabilitação de disfunções musculoesqueléticas, sob a lógica de que proporciona o aumento da estabilidade corporal, proteção articular, correção e alinhamento dos segmentos, modificações biomecânicas do movimento e promoção da propriocepção. Assim que a paciente chegou, entrou na sala de atendimento, e então iniciou-se a anamnese. Relatou que não costuma praticar atividades físicas; declarou também que no decorrer dos últimos dois meses, ela tem sofrido de engasgos, lembrando que a pílula anticoncepcional fica parada muitas vezes. E que ao mastigar, sente que se mastigar com lado direito, ela escuta estalos e por isso acaba mastigando mais a comida com o lado esquerdo. Sua irmã e seu tio sentem esse mesmo desconforto. Ela disse que quando está nervosa, costuma pressionar os dentes uns contra os outros. Às vezes, sente dor na mandíbula e na maxila. Foi notado que a paciente demora para responder as perguntas, e conversando um pouco mais a fundo, ela relatou que tem diagnóstico de gagueira, um distúrbio de fluência que compromete a produção do fluxo da fala, gerando rupturas que ocorrem involuntariamente (COUTINHO et al., 2017). Também contou que fez tratamento fonoaudiológico quando era criança, mas que ainda hoje sente dificuldade de pronunciar algumas palavras e frases. Com isso ela expôs que quando alguém a contata pelo whatsapp, ou outra rede social, ela costuma mandar mensagens escritas no lugar de mensagens de áudio. Eu não tenho muito contato com pessoas com DTM e nem pessoas que possuem gagueira, então observar esta paciente e ouvir suas queixas faz com que eu consiga observar mais de como é lidar com isso, não só tentando imaginar casos do ponto de vista teórico. Foi bastante importante para mim, porque consegui pesquisar sobre formas de tratamento para DTM. Continuo enfatizando que devemos levar estes casos para dentro de sala de aula, para trocar experiências com os demais alunos, que podem ter observado pacientes diferentes, com relatos parecidos, ou muito diferente dos que eu observei. Acho importante que tenhamos algum treinamento para tratamentos antes de que os estágios comecem também. Começar sem ter certeza de como trabalhar não me parece muito seguro.
REFERÊNCIAS
1. COUTINHO, Hertha Maria Tavares de Albuquerque et al. ASPECTOS ACÚSTICO-
ARTICULATÓRIOS NA GAGUEIRA: uma revisão de literatura. Prolíngua, [S.L.], v. 12, n. 1, p. 1-12, 6 out. 2017. Portal de Periodicos UFPB. http://dx.doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2017v12n1.36630. 2. DONNARUMMA, Mariana del Cistia et al. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Revista Cefac, [S.L.], v. 12, n. 5, p. 788-794, 23 abr. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516- 18462010005000085. 3. EMÉRITO, Tatyana Meneses et al. O uso da bandagem elástica adesiva para alívio da dor no tratamento das disfunções temporomandibulares: revisão sistemática com metanálise. Audiology - Communication Research [online]. 23 Maio 2022, v. 27, e2631. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2631.