Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB SEMESTRE: 2022.

2
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS I
CURSO: Letras – Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa
COMPONENTE CURRICULAR: LITERATURA E BIOGRAFIA
CARGA HORÁRIA: 60 h
PROFESSORAS: Sayonara Amaral de Oliveira; Nathalia Bogéa de Novais; Rebeca
Fabiana Ferreira da Silva Santos

ATIVIDADE Valor: (1.0) – para entrega em 10/09

Leia atentamente o texto “O que é um autor?” (Michel Foucault) e, em seguida,


responda:

1. Segundo Foucault, “o nome de autor não é um nome próprio exatamente como os


outros”. A partir dos argumentos levantados no texto, defina o que torna o nome
de autor singular. Em seguida, responda: como o episódio relatado na matéria da
Revista Época, transcrito abaixo, denuncia este caráter singular da rubrica autoral?:

COM A BÊNÇÃO DO PADRINHO


(Revista Época)

A família de Mario Puzo elege Mark Winegardner para escrever novo romance da série Poderoso Chefão

Sentado à mesa de um restaurante italiano, o escritor Mario Puzo brinca com o cá lice de vinho
enquanto murmura palavras em siciliano. Fixa o olhar em Jonathan Karp, seu editor, e diz: “O.k., Jonathan, você
está certo. Existem buracos na histó ria. Mas sou um homem velho e já disse o que queria”. Ele pigarreia,
projeta o corpanzil para a frente e continua: “Para ser sincero, nã o quero fazer outro livro do Chefã o. Embora
concorde que alguém deva fazê-lo”. Jonathan Karp inconscientemente tapa uma orelha com a mã o. Puzo segue:
“Sã o estas as minhas condiçõ es: primeiro, espere até eu encaixotar. Isso, morrer. Segundo, encontre um bom
escritor. A ú nica coisa que importa é que seja bom. Terceiro: porque sou siciliano, e acredito que um homem
deve prover sua família até de além-tú mulo, quero ter a certeza de que minha família fará muito dinheiro com
isso.”
A histó ria, assim relatada por Mark Winegardner, o autor escolhido para escrever a continuaçã o do
livro O Poderoso Chefão, explica muito sobre o processo de recriar uma lenda. O sentimento que se tem desde a
primeira pá gina de A Volta do Poderoso Chefão (Record) é de que nã o há truques. Passadas algumas cenas, fica
claro que nã o se trata de armaçã o. Mark, americano de Cleveland, cresceu em meio a imigrantes italianos.
Descendente de alemã es e irlandeses, Winegardner diz que a ausência do sangue italiano em suas
veias nã o será um empecilho neste importante trabalho. “[Mario] Puzo mesmo dizia que nã o há nada sobre a
má fia em O Poderoso Chefão que ele nã o aprendeu na biblioteca”, disse o escritor. Ele espera que o livro esteja
pronto no final de 2004.

OBS.: Para enriquecer a sua compreensão sobre a questão da rubrica autoral no livro A
Volta do Poderoso Chefão, procure na internet pela imagem da capa do livro e observe
como as informações estão lá expostas.
2. Na história da nossa civilização, “a função autor não se exerce de forma universal e
constante sobre todos os discursos”. Em relação aos discursos que chamamos de
literários, qual a mudança ocorrida?

3. O modo como a crítica literária durante muito tempo definiu o autor deriva de
quatro (04) critérios empregados pela tradição cristã para autenticar os textos de
que dispunha. Defina tais critérios. Em seguida, responda: conforme o que é dito na
matéria da Revista Época, quais destes critérios foram levados em conta na
continuação de O Poderoso Chefão, tornando possível que Mario Puzo aprovasse a
reescrita de sua obra por outro escritor? Justifique a sua resposta.

4. Leia o conto “Érico e o gato de porcelana”, de Reginaldo Pujol Filho. Com base nas
reflexões postas por Foucault, analise o modo pelo qual o conto tematiza o conceito
de autoria. Ilustre a sua análise com passagens extraídas do conto.

Você também pode gostar