Você está na página 1de 1

Construtores de estradas e de pontes!

A vida é uma realidade cheia de barreiras, de muros e de montes: uns são naturais e
temos de aprender a lidar com eles; outros são aquelas que nós próprios construímos e
que tornam os nossos caminhos sinuosos. Uns e outros tornam difícil a relação, a
comunicação, o encontro e, muitas vezes, impedem-nos de nos aproximarmos dos
outros e do Outro, não permitindo igualmente que os outros e o Outro se aproximem de
nós. Quando alçamos estas barreiras, fechamos o coração e não deixamos que o Senhor
nos possa encher de uma alegria maior e mais profunda.

Em tempo de Advento, somos desafiados a criar estradas que possam suplantar essas
barreiras, esses montes e esses muros que teimamos construir nas nossas vidas. Muros e
barreiras que nos impedem de acolher a presença do nosso Deus que nos quer visitar,
para nos transfigurar a existência, para nos encher da sua paz e da sua felicidade, para
renovar o mundo e nos renovar com ele a vida e o coração.

A liturgia da Palavra anuncia um tempo novo, desejado por Deus, em que o Senhor
visitará a humanidade, para a encher de uma nova esperança, de um novo esplendor, de
uma nova luz, da própria eternidade. Esse tempo novo é profetizado por Isaías, dizendo
que Jerusalém, a cidade em ruínas, sofredora e desolada, será revestida da glória do
Senhor e será luz para todos os povos, ponto de encontro de todos os povos. Por isso,
João Batista, no deserto árido do coração humano, contemplando a profecia de Isaías,
faz um apelo profundo às estradas que devemos construir, de maneira a acolher esse
Deus que vem, que nos visita e que quer habitar nos nossos corações. Estradas e pontes
que devemos construir para ligar, para aproximar, para acolher, para integrar! Para
construí-las, devemos altear os vales profundos do egoísmo e do individualismo; abater
os montes escarpados da soberba e da arrogância; e derrubar os muros altos da
indiferença e do preconceito. Construindo essa estrada na humildade, na bondade e na
simplicidade, poderemos ser conduzidos diretamente ao coração do nosso Deus e
deixaremos que Ele incarne nas nossas vidas e faça a sua morada no nosso próprio
coração.

O Advento é, assim, tempo de uma espera confiada e proativa de Deus que quer vir até
nós e que nos quer vigilantes e atentos, preparando os seus caminhos. Que possamos
acolher este apelo de João Batista e construir estradas e pontes que nos aproximem de
Deus e dos irmãos.

Você também pode gostar