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ESTUDO DAS ESCRITURAS

A bíblia sagrada não é um livro escrito por Deus e depois lançado do céu para os
homens, aqui na terra, como pensam alguns. A bíblia não caiu do céu como chuva.

A bíblia foi escrita por homens falíveis, embora inspirado por um Deus infalível.

A bíblia é a prova do interesse de Deus em se revelar ao homem, até por que a bíblia é
a revelação especial de Deus.

A Bíblia é um livro para ser examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido (1 Tm 4:13);
recebido (1 Ts 2:13); confirmado e aceito (At 17:11).

O TERMO “BÍBLIA”
A bíblia é o livro de Deus (Is 34.16).

O termo bíblia não existe no texto das sagradas escritura. O vocábulo “bíblia” significa
“coleção de livros pequenos”.

A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês,
passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do
século XI a.C. preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era
chamado “biblion”, e vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer
“coleção de vários livros”.

No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos
agora em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II
pelos chineses, bem como a invenção da impressão por tipos móveis, em 1450 A.D.
por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria
anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.

Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a


“livro” como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo
(colecionador de livros).

A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e
patriarca de Constantinopla, 398-404 D.C

Antes da palavra de Deus ser chamada de bíblia por João Crisóstomo, ela era
conhecida como:

 Escrituras: Mt 21.42
 Sagradas Escrituras: Rm 1.2
 Livro do Senhor: Is 34.16
 Palavra de Deus: Mc 7.13; Hb 4.12

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 Os Oráculos de Deus: Rm 3.2

ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento, tendo ao
todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Estes 66 livros
foram escritos num período, aproximadamente, de 16 séculos por cerca de 40 autores.

A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e versículos. A divisão em


capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e
estudioso das Escrituras.

A divisão em versículos se deu em duas etapas: o Antigo Testamento em 1445 pelo


rabi Nathan e o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris.
Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555, sendo
esta a Vulgata Latina.

O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que o Novo
Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia toda possui 1.189
capítulos e 31.173 versículos.

DIVISÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA


Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:

1. 5 DA LEI, ou Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).


2. 12 HISTÓRICOS (Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas,
Esdras, Neemias e Ester).
3. POÉTICOS (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares).
4. PROFETAS MAIORES (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel).
5. 12 PROFETAS MENORES (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueáis, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).

O título “Antigo Testamento” foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livros da


Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a era patrística da Igreja.

DIVISÃO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO


Os 27 livros do Novo Testamento são:

1. BIOGRAFIA. Os 4 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.


2. HISTÓRIA: Atos.
3. DOUTRINA. As 21 epístolas. São dividias em:

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Epístolas Doutrinárias, dirigidas às igrejas locais: Romanos, 1 e 2
Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e 1 e 2
Tessalonicenses.
 Epístolas Pastorais: 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, 2 e 3 João.
 Epístolas Universais: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 João e Judas.
4. PROFECIA: Apocalipse.

CRISTO – A Mensagem Central da Bíblia


No Antigo Testamento: Jesus virá. De uma forma geral, todo o A. T. trata da
preparação para o advento de Cristo.

1. Livros da Lei: Fundamento da chegada de Cristo.


2. Livros Históricos: Preparação para a chegada de Cristo.
3. Livros Poéticos: Anelo pela chegada de Cristo.
4. Livros Proféticos: Certeza da chegada de Cristo.

No Novo Testamento: Jesus já veio. O N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo.

1. Nos Evangelhos: Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.


2. Nos Atos: Propagação de Cristo, por meio da igreja.
3. Nas Epístolas: Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes
da doutrina.
4. Na Profecia: Consumação de todas as coisas em Cristo.

Desta forma, tendo Cristo como tema central, podemos resumir todo o Antigo
Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO
(é claro, como Redentor).

AS LÍNGUAS BÍBLICAS
As línguas utilizadas no registro da revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de
línguas semíticas e indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas
básicas do Antigo Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs
18:26; Ed 4:7; Dn 2:4). Além dessas línguas, o Latim e o Grego representam a família
indo-européia.

De modo indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da


Bíblia, ao criar o veículo básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos
complicada do que havia sido até então: inventaram o ALFABETO.

AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO

O HEBRAICO

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O hebraico é a língua principal do Antigo Testamento, especialmente adequada para a
tarefa de criar uma ligação entre a biografia do povo de Deus e o relacionamento do
Senhor com esse povo. O Hebraico se encaixou bem nessa tarefa porque é uma língua
pictórica (= desenhos). Expressa-se mediante metáforas vívidas e audaciosas, capazes
de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos. Além disso, o Hebraico é uma
língua pessoal. Apela diretamente ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à
razão.

A língua hebraica era chamada no A. T. de “língua de Canaã” (Is 19:18) e “língua


Judaica” (Is 36:11-13; Ne 13:24; 2 Rs 18:26-28).

A língua hebraica provavelmente, desenvolveu-se a partir do antigo hebraico falado


por Abraão, em Ur dos caldeus (Gênesis 14.13) e vários estudiosos crêem que esse
hebraico era anterior a Abraão e que era a “mesma língua” e “a mesma fala” dos
tempos pré-Babel (Gênesis 11.1). Em outras palavras, crêem que essa era a língua
original do homem.

ARAMAICO
O Aramaico (uma língua cognata, muito próxima do hebraico) era a língua dos sírios,
tendo sido usada em todo o período do Antigo Testamento. Na verdade, substituiu o
hebraico no tempo do cativeiro. Era falado desde 2000 a.C., em Arã, na Síria. Tinha o
mesmo alfabeto do Hebraico, mas diferenciava no som e estrutura das palavras.

O aramaico era a língua “comercial” do mundo antigo, quando a Assíria e a Babilônia


dominaram o mundo da época (cativeiros). Era a língua diplomática, no tempo de
Senaqueribe (705-681 a.C.). Depois do Cativeiro Babilônico (500 a.C.), tornou-se a
língua comum naquela região.

AS LÍNGUAS DO NOVO TESTAMENTO


As línguas semíticas também foram usadas na redação do Novo Testamento. Na
verdade, Jesus e Seus discípulos falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido
essa a língua falada por toda aquela região na época.

As expressões “Talita cumi” (Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27:46); “Maranata”
(1 Co 16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6) são em Aramaico.

O Hebraico fez sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma
que, no português, quer dizer “e sucedeu que”.

Outro exemplo da influência hebraica no texto grego vemos no emprego de um


segundo substantivo, em vez de um adjetivo, a fim de atribuir uma qualidade a algo ou
a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de Deus =
YHWH) é em Hebraico.

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Além das línguas semíticas a influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o
Grego. O Latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo”
e “legião”, e pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em Grego).

A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente a uma nação, Israel, em


sua própria língua, o Hebraico.

A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não veio de forma tão
restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser anunciada ao mundo todo,
por isto, era necessária uma língua universal: “... em seu nome se pregará o
arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por
Jerusalém” (Lc 24:47).

OS MATERIAIS DA ESCRITA
Os autores da Bíblia empregaram os mesmos materiais para a escrita, que estavam em
uso no mundo antigo.

PAPIRO
O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito, por volta de 2100 a.C. Eram
folhas de uma planta, cuja popa era cortada em tiras que eram colocadas superpostas
umas às outras de forma cruzada, coladas, prensadas e depois polidas. Eram escritas
de um lado apenas. A cor era amarelada. Foi o material que o apóstolo João usou para
escrever o Apocalipse (Ap 5:1) e suas cartas (2 Jo 12).

VELINO
O velino, o pergaminho e o couro são palavras que designam os vários estágios de
produção de um material de escrita feito de peles de animais curtida e preparada para
a escrita. Seu uso generalizado vem dos primórdios do Cristianismo, mas já era
conhecido em tempos remotos, pois temos uma menção de Isaías 34:4 sobre um livro
que era enrolado.

O velino era a pele de bezerros e antílopes. O pergaminho era a pele de ovelhas e


cabras.

O A.T. foi escrito basicamente no couro, pois o Talmude assim o exigia. O N.T. foi
escrito basicamente em papiro. No século IV A.D., foi utilizado o velino para os
manuscritos.

Outros materiais para a escrita eram o metal (Êx 28:36), a tábua recoberta de cera (Is
30:8; Hc 2:2; Lc 1:63), as pedras preciosas (Êx 39:6-14) e os cacos de louça (óstracos),
como mostra Jó 2:8. O linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, embora não
tenhamos indícios de que tenha sido usado no registro da Bíblia.

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INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão “ASSIM DIZ O
SENHOR”, ete carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66
livros, além doutras expressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou
através dos escritores da Bíblia (ver Ezequiel 11.5; 2 Crônicas 20.14,15 e 24.20).

 Inspiração é o homem escrevendo o que Deus revelou.


 A Inspiração é o registro escrito das revelações de Deus e daquilo que Ele quis
que os escritores registrassem por escrito.
 A inspiração é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência
sobrenatural sobre certos homens, capacitando-os para registrar acurada e
infalivelmente o que quer que tenha sido revelado. “Homens santos de Deus”,
lemos, “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21). O resultado desse
processo é a Palavra de Deus escrita, a “escritura da verdade” (Dn 10:21).

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir,


para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16)

A palavra inspiração é “theopneutos”, que significa “theo” = Deus, e “pneutos” =


assoprar. A palavra hebraica é “nehemiah” e é usada somente uma vez no Velho
Testamento (em Jó 32:8). O versículo está dizendo que Deus assoprou nos escritores
da Bíblia que escreveram assim as próprias Palavras de Deus. O adjetivo empregado
nesta passagem significa “insuflado por Deus” (cf. Gn 2:7).

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1:21)

Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual
o Espírito Santo “moveu” ou dirigiu os escritores das Escrituras para que o que eles
escrevessem não fossem palavras deles, mas a própria Palavra de Deus.

Os escritores da Bíblia são chamados “homens impelidos (ou “carregados”) pelo


Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21 cf. Ap 19:9; 22:6; 2 Sm 23:2). Eles foram “movidos”,
“tomados”, “levados”. A palavra “inspirados” no versículo acima é a mesma palavra
grega que foi usada em Atos 27:15 (o barco foi “levado”).

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PROVAS DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA
 O Testemunho da Arqueologia – Dr. Melvin Grove Kyle, um famoso arqueólogo
internacional, já disse que nenhuma descoberta arqueológica nos últimos cem
anos invalidou de algum modo qualquer simples declaração da Bíblia. Pelo
contrário, as descobertas tem confirmado as Sagradas Escrituras de modo
admirável.
 O Testemunho das Vidas Transformadas – Sua influência sobre o caráter e a
conduta de milhares de pessoas ao longo da história.
 O Testemunho da Unidade – O fato de ter sido escrita num período de cerca
de 1600 anos por 40 autores diferentes, sem qualquer contradição, faz-nos
pensar um pouco.
 O Testemunho das Profecias Bíblicas – João 10: 35. Mais de 300 profecias do
Antigo Testamento convergem para a pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lucas 24:
27, 44 – 49).

A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS


A Revelação Bíblica é Deus tornando conhecidos os Seus pensamentos, Suas intenções,
Seus desígnios, Seus mistérios (Is.55:8-9, Rm.11:33-34, Ap.1:1).

A Bíblia é a mensagem de Deus em palavras humanas. Etimologicamente, revelação


vem do latim revelo, que significa descobrir, desvendar, levantar o véu. Revelação
significa, portanto, descobrimento, manifestação de algo que está escondido.

A Revelação é o ato pelo qual Deus torna conhecido um propósito ou uma verdade.
Por exemplo: Simeão disse: “...luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo
de Israel” (Lc 2.32) “Revelação é aquele ato de Deus pelo qual Ele mesmo se descerra e
comunica verdade à mente, manifestando às Suas criaturas aquilo que não poderia ser
conhecido de nenhum outro modo”.

A Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa se baseia


na atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria Bíblia a
seu respeito (Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34- 36; 1 Co 14:37-38; Ef
3:3). A Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações
sobre todos os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as perguntas
que possamos fazer a respeito do mundo a nosso redor. “As coisas encobertas
pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a
nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt
29:29).

A ILUMINAÇÃO

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E aquele método usado pelo Espírito Santo para derramar luz divina sobre todo o
homem que o busque, ao ser este homem exposto à Palavra de Deus (Sl 119:18, 125).
A ILUMINAÇÃO é o entendimento que temos da leitura da Bíblia, pela ação do Espírito
Santo.

 A iluminação se faz necessária por causa das cegueiras: natural (Rm 10:2; 1 Co
2:14; Ef 4:18); induzida pelo Diabo (2 Co 4:3,4); induzida pela carne (1 Co 3:1;
2:14; Hb 5:12-14; Cl 1:21; Tt 1:15).
 Só com a iluminação é que pecadores são salvos (Sl 119:30; 146:8) e crentes
são fortalecidos (Sl 119:105; 1 Co 2:10; 2 Co 4:6).
 Antes de iluminar, o Espírito Santo procura por sinceridade do homem (Dt 4:29;
Hb 11:6) e diligente estudo do crente (At 17:11; 2 Tm 2:15; 1 Pe 2:2). O Espírito
Santo sempre tem que usar um crente (que O tem) para iluminar o descrente
(que não O tem). Veja At 8:31 (Filipe e o eunuco etíope).

EXPLICANDO:
 Revelação: comunicação da verdade. (1 Co 2:10-12) [já cessou!]
 Inspiração: registro escrito da verdade. (1 Co 2:13) [já cessou!]
 Iluminação: entendimento da verdade. (1 Co 2:14-16) [ainda existe!]

INERRÂNCIA E AUTENTICIDADE
A inspiração garante a inerrância da Bíblia. A Inerrância não significa que os escritores
não tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os seus ensinos. Eles
podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram;
por exemplo, quanto à terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e
social etc. Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto
ou que ele não possa ser mal compreendido.

A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É


muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta
flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.

A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de
erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e
as trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção
do seu nome a algo que não seja a expressão exata da verdade?.

A INDESTRUTIBILIDADE DA BÍBLIA
Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, e
uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante
dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas por mais

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de três milênios. Em 303 d.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares
das Sagradas Escrituras fossem queimados em praça pública. “As cinzas daquele crime
tornou-se o combustível da divulgação” (Agnaldo). A Bíblia já foi traduzida para mais
de mil idiomas e dialetos, e ainda continua sendo o livro mais lido do mundo.

A FORMAÇÃO DO CÂNON
Um livro é canônico quando, desde o seu primeiro dia, foi aceito pelo povo de Deus
como divinamente inspirado, como realmente o é.

O termo Cânon vem do grego "kánon", e do hebraico "kaneh" (= regra; lista autêntica
dos livros considerados como inspirados). Significava originalmente “vara de medir”,
depois “norma ou regra” (Gl 6:16), e hoje significa “catálogo de uma revelação
completa e divina”.

A palavra cânon acha-se em três passagens do N.T.: Gl 6:16, Fp 3:16 e 2 Co 10:13-17. A


inspiração diz respeito à ação divina no ato do registro escrito, garantindo o resultado
fiel. Já a canonização do Texto diz respeito à ação humana, reconhecendo a qualidade
divina daquele material.

A “canonização” de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e


inspiração divina, mas sim que homens formalmente oficializaram o que sempre foi
reconhecido como inspirado por Deus

O cânon da Escritura estava-se formando, é claro, à medida que cada livro era escrito,
e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da "formação"
do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros canônicos pela
Igreja. Esse processo levou algum tempo.

Alguns afirmam que todos os livros do Antigo Testamento já haviam sido colecionados
e reconhecidos por Esdras, no quinto século a.C. Referências nos escritos de Flávio
Josefo (95 A.D.) e em 2 Esdras 14* (100 A.D.) indicam a extensão do cânon do Antigo
Testamento como os 39 livros que hoje aceitamos. A discussão do chamado Sínodo de
Jamnia (70-100 A.D.) parece ter partido desse cânon.

Nosso Senhor delimitou a extensão dos livros canônicos do Antigo Testamento quando
acusou os escribas de serem culpados da morte de todos os profetas que Deus enviara
a Israel, de Abel a Zacarias (Lc 11:51). O relato da morte de Abel está, é claro, em
Gênesis; o de Zacarias se acha em 2 Crônicas 24:20-21, que é o último livro na
disposição da Bíblia hebraica (em lugar do nosso Malaquias). Para nós, é como se Jesus
tivesse dito: "Sua culpa está registrada em toda a Bíblia - de Gênesis a Malaquias". Ele
não incluiu qualquer dos livros apócrifos que já existiam em Seu tempo e que
continham relatos das mortes de outros mártires israelitas.

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O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do Novo Testamento
foi o Concílio de Cartago, em 397 A.D. Alguns livros do Novo Testamento,
individualmente, já haviam sido reconhecidos como canônicos muito antes disso (2 Pe
3:16; 1 Tm 5:18) e a maioria deles foi aceita como canônica no século posterior ao dos
apóstolos (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas foram debatidos por algum
tempo).

A seleção do cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu
valor, passando pelos testes de canonicidade. Os doze livros apócrifos do Antigo
Testamento jamais foram aceitos pelos judeus ou por nosso Senhor no mesmo nível de
autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas não foram considerados
como Escritura.

A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento produzida entre o terceiro e o


segundo séculos a.C.) incluiu os apócrifos com o Antigo Testamento canônico.
Jerônimo (c. 340-420 A.D.), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e
os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhes
uma condição de canonicidade secundária.

O Concílio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos, embora os Reformadores


tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII,
os apócrifos foram colocados à parte.

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