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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: DEFI0175 - FÍS II EXP. (EQ)

Haniele Santos Rocha

TRANSFORMAÇÕES GASOSAS

SÃO LUÍS, 2022


Haniele Santos Rocha

TRANSFORMAÇÕES GASOSAS

Relatório técnico apresentado como requisito parcial para


obtenção de aprovação na disciplina de Física II, no curso de
Engenharia Química, na Universidade Federal do Maranhão.

Prof.Dr. Dennys Correia da Silva

SÃO LUÍS,2022
RESUMO

Este relatório apresenta um experimento físico, no qual observou-se transformações


gasosas do oxigênio, hélio, nitrogênio e hidrogênio. O trabalho foi realizado com o auxílio de
um site de simulação que proporcionou a realização do procedimento experimental e a
obtenção dos resultados. O principal intuito da prática é analisar as transformações gasosas
e estudar as relações das variáveis de estado de um gás.

Palavras-chave: Transformações gasosas. Estado. Gás.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 3
3 METODOLOGIA.................................................................................................................. 4
3.1 MATERIAIS.........................................................................................................................4
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL................................................................................4
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................... 6
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 13
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 14
1 INTRODUÇÃO

Gases são partículas que apresentam um movimento contínuo e desordenado,


distantes entre si e capazes de ocupar o volume total do recipiente que as contém. O
comportamento, ou estado, de um gás é caracterizado quando conhecemos os valores exatos de
seu volume, de sua pressão e de sua temperatura. Essas grandezas são denominadas variáveis
de estado de um gás (Reis, 2016).

Pode-se relacionar as variáveis de estado de um gás quando deixamos uma destas


constante.

Por volta do século XVII, foi constatado experimentalmente pelos físicos Robert
Boyle e Edme Mariotte que num sistema fechado em que a temperatura é mantida constante,
determinada massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional a sua pressão (Alberto
Gaspar, 2016). Dessa forma:

𝑃. 𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Novamente Boyle e Mariotte, realizam experimentos com gases e constataram que


num sistema fechado em que o volume é mantido constante, a pressão exercida por determinada
massa de gás é diretamente proporcional a sua temperatura termodinâmica (Alberto Gaspar,
2016). Nesse sentido:

𝑃
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇

Séculos depois, o químico francês Joseph Gay-Lussac e o físico Jacques César


concluíram experimentalmente que em um sistema sob pressão constante, o volume ocupado
por determinada massa de gás é diretamente proporcional à sua temperatura termodinâmica
(Alberto Gaspar, 2016).
𝑉
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇

A definição de cada um dos processos descritos é: transformação isotérmica -na


qual a temperatura é mantida constante-, isovolumétrica – em que o volume é constante - e
isóbara - em que a pressão é constante. Ao relacionar essas variáveis, têm-se:

𝑃. 𝑉
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇

que é constante para um mol de qualquer gás. Além disso, têm-se a constante
universal dos gases R, cujo valor é de:

𝑎𝑡𝑚. 𝐿
𝑅 = 0,082
𝐾. 𝑚𝑜𝑙

Adicionando o número de mols do gás - que é uma informação importante para


determinar o seu estado - , obtêm-se a equação:

𝑃. 𝑉 = 𝑛𝑅𝑇

chamada de equação dos gases ideais ou equação de Clayperon, muito utilizada


para a determinação de variáveis de um gás (V,P eT) que se encontra a baixas pressões e altas
temperaturas.
2 OBJETIVOS

• Estudar as diferentes transformações gasosas em um gás ideal.

• Determinar o número de moles de um gás.


3 METODOLOGIA

3.1 MATERIAL

• Simulador: https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/transformacoes-gasosas

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Procedimento 1: Transformação Isométrica ou Isovolumétrica.

1.1 Escolheu-se o gás oxigênio e ligou-se o manômetro.


1.2 Anotou-se o volume (V). Em seguida, anotou-se na Tabela 1 a pressão em atm e
a temperatura em °C.
1.3 Mantendo fixo o volume anotado acima, alterou-se a temperatura como indicado na
Tabela 1 e anotou-se os valores de pressão.
1.4 Foi calculada a temperatura em K, a razão p/T e anotada na Tabela 1.
1.5 Ainda utilizando o gás oxigênio, ajustou-se, o volume para 15 L. Após ajustar em 15 L,
foi marcado: Fixar Volume.
1.6 Mantendo fixo o volume em 15 L, alterou-se a temperatura como indicado na Tabela 2
e anotou-se os valores de pressão.
1.7 Calculou-se a temperatura em K, a razão p/T e anotou-se na Tabela 2.

Procedimento 2: Transformação Isotérmica.

2.1 Pressionou-se “Reset” e foi escolhido o gás Hélio.


2.2 Ligou-se o manômetro.
2.3 Ajustou-se a temperatura para 200 °C, marcou-se Fixar Temperatura e foi anotada a
pressão e o volume na Tabela 3.
2.4 Mantendo a temperatura constante em 200°C, ajustou-se o volume para os
valores indicados na Tabela 3 e anotou-se a pressão.
2.5 Calculou-se o inverso do volume em 1/L e o produto pV. Os valores foram anotados na
Tabela 3.

Procedimento 3: Transformação Isobárica.

3.1 Pressionou-se “Reset” e fora escolhido o gás Nitrogênio.


3.2 Ligou-se o manômetro.
3.3 Ajustou-se a temperatura para 200°C, marcou-se Fixar Pressão e anotou-se a pressão (P).
3.4 Mantendo a pressão constante, ajustou-se o volume e a temperatura de acordo com
os valores indicados na Tabela 4 e anotou-se a temperatura e o volume correspondente.
3.5 Fora calculada a temperatura em K, a razão V/T e o inverso da temperatura em 1/K e anotada
na Tabela 1.

Procedimento 4: Determinação do número de moles de um gás.

4.1 Pressionou-se “Reset” e escolheu-se o gás Hidrogênio.


4.2 Ligou-se o manômetro.
4.3 Ajustou-se na simulação valores aleatórios das variáveis: pressão, volume e
temperatura. Estes valores foram anotados na Tabela 5.
4.4 Calculou-se a temperatura em K e o valor de pV/T. Anotou-se na Tabela 5.
4.5 Calculou-se o número de moles de Hidrogênio utilizado na simulação e anotou-se na
Tabela 5.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
As duas tabelas iniciais, 1 e 2, referem-se ao processo de transformação
isovolumétrica, na qual foi utilizado o gás oxigênio e observado como se comportaram a
temperatura e pressão mantendo-se o volume fixo de 9L (tabela 1) e 15L (tabela 2),
respectivamente.

Tabela 1 – Resultados para a transformação Isovolumétrica (9,0 L de Oxigênio).


Temperatura(°C) Temperatura(°K) Pressão(atm) p/T (atm/K)
0 273 1 0,003
-23 250 0,916 0,003
-73 200 0,733 0,003
60 333 1,220 0,003
227 500 1,832 0,003
727 1000 3,663 0,003

Tabela 2 – Resultados para a transformação Isovolumétrica (15,0 L de Oxigênio).


Temperatura(°C) Temperatura(°K) Pressão(atm) p/T (atm/K)
0 273 0,597 0,002
-23 250 0,546 0,002
-73 200 0,437 0,002
60 333 0,728 0,002
227 500 1,093 0,002
727 1000 2,185 0,002

De acordo com os dados das tabelas, notou-se que enquanto a temperatura


aumentava a pressão, por sua vez, também aumentava para ambos os volumes. Diante disso, a
pressão é diretamente proporcional à temperatura e o quociente entre elas é igual as constante
de proporcionalidade:

p/T9L= 0,003
p/T15L= 0,002

No cálculo da razão p/T, constatou-se que o volume de 9L do gás apresentou maior


valor de constante (K) que o volume de 15L de oxigênio. Isto deu-se porque a pressão (p) que
age num maior volume é menor, visto que, a pressão e o volume são inversamente
proporcionais. Com o decréscimo do numerador da expressão p/T, o resultado torna-se menor.

Em seguida, está apresentada a tabela com o resultado do procedimento com o gás


Hélio, que foi submetido à uma temperatura constante de 200°C e teve seu volume e pressão
variando conforme os valores denotados na tabela. Além disso, foi calculado o produto das
variáveis do gás.

Tabela 3 – Resultados para a transformação Isotérmica (gás Hélio).


Volume(L) Pressão(atm) 1/V (L-1) p.V (atm.L)
2,2 1,732 0,45 3,8104
5 0,763 0,2 3,815
3,4 1,111 0,29 3,777
2,5 1,523 0,4 3,807
2 1,939 0,5 0,969

A pressão e o volume variaram de maneira inversa. Enquanto o volume aumentava


a pressão diminuía e vice-versa. Desse modo:

p.V=K
Entretanto, foi observado que o K apresentava diferentes valores, e no último
procedimento da transformação isotérmica houve um erro ainda maior, pois o valor do p.V se
distanciou ainda mais dos outros valores de constante.

Já transformação isobárica realizada com o Nitrogênio apresentou os seguintes


resultados:

Tabela 4 – Resultados para a transformação Isobárica.


Temperatura(°C) Temperatura(°K) Volume (L) V/T (L/K)
-101 172 2 0,011
235 508 6 0,011
661 934 11 0,011
907 1.180 13,9 0,011
1.163 1.436 17 0,011

A elevação da temperatura provocou o aumento do volume. Sendo assim, essas


grandezas são diretamente proporcionais (V/T) e são iguais a constante 0,011.

V/T=0,011
Tabela 5 – Resultados para a determinação do número de moles do Hidrogênio.
Volume(L) Temperatura(°C) Temperatura(°K) Pressão(atm) PV/T Número de
(atm.L/K) moles
5 238 511 1 0,009 0,119
8 240 513 0,630 0,009 0,119
10 0 273 0,268 0,009 0,119
13 100 373 0,283 0,009 0,12
16 70 343 0,211 0,009 0,12

Neste procedimento, o número de moles para o hidrogênio apresentou dois valores


diferentes: 0,119mols e 0,12mols. Não conseguiu-se detectar qual o motivo do erro, mas ele
pode ter ocorrido devido o hidrogênio ter o comportamento diferente de um gás ideal à certas
temperaturas e pressões.

Nos experimentos realizados, as transformações isovolumétricas e isobáricas


apresentaram valores bem precisos e exatos de constantes, enquanto que no cálculo da constante
da transformação isotérmica e na determinação do número de mols do hidrogênio os valores
obtidos apresentaram alguns desvios.

QUESTIONÁRIO

1. Faça o gráfico da pressão (p) em função da temperatura absoluta (T) para os dados das
Tabelas 1 e 2. Comente.

Gráfico da tabela 1
4

3,5

2,5

1,5

0,5

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Gráfico da tabela 2
2,5

1,5

0,5

0
0 200 400 600 800 1000 1200

Nos gráficos o eixo x corresponde à temperatura e o eixo y à pressão.

Como pode ser notado, as maiores pressões foram constatadas quando o oxigênio
estava em menor volume, conforme o 1° gráfico. Como a pressão e a temperatura são
diretamente proporcionais(p/T=K), ambos os gráficos apresentaram o desenho de uma reta,
denominada de reta isócora.

2. Faça o gráfico da pressão (p) em função do inverso do volume (V) para os dados da Tabela
3. Comente.

Gráfico da tabela 3
2,5

1,5

0,5

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

No gráfico, o inverso do volume corresponde ao eixo x e a pressão ao eixo y.


A pressão e o inverso do volume variaram de forma diretamente proporcional
(p.1/V=K), formando assim, o gráfico de uma reta. Se fosse considerado o gráfico da pressão
em função do volume, teríamos um gráfico do tipo:

Figura-1: Gráfico da pressão em função do volume


Fonte:interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/383.htm

Na forma de uma hipérbole, denominada isoterma.

3. Faça o gráfico do volume (V) em função da temperatura absoluta (T) para os dados da Tabela
4. Comente.

Gráfico da tabela 4
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

A reta que determina uma transformação isobárica é chamada de isóbara. Na qual


o eixo x é a temperatura e o eixo y o volume. As duas variáveis são diretamente proporcionais
(T.V=K).
4. Determine o número de moles (média dos resultados) da amostra de Hidrogênio considerada
na simulação.

0,119+0,119+0,119+0,12+0,12/5=0,119 moles

5. Utilize um conjunto de dados (p, V e T) do procedimento 1 para determinar o número de


moles da amostra de oxigênio considerada na simulação.

Considerando a equação dos gases ideais:


PV=nRT
E substituindo os valores encontrados no procedimento 1:
n= PV/RT
n= 1.9/0,082.273
n= 0,402moles
Cerca de 0,402moles.

6. Determine, teoricamente e “experimentalmente” usando a simulação, o valor do volume da


amostra de oxigênio considerada na simulação, quando são usados os valores máximos da
temperatura e da pressão permitidos na simulação. Faça uma impressão da tela para mostrar.

Experimentalmente, quando são usados os valores máximos de temperatura e


pressão permitidos na simulação, o volume atinge a capacidade máxima em litros do simulador,
que é de 20L.
Teoricamente, podemos calcular esse volume através da equação:
PV=nRT
Sabendo que a temperatura máxima foi de 1.227°C, a pressão de 2,460 atm e o
número de moles - que foi obtido na questão anterior - de 0,402mols, tem-se:
P=2,460 atm
V=?
n=0,402mols
R=0,082 atm.L/K.mol
T=1500°K
2,460.V=0,402.0,082.1500
V= 20,1L
O volume calculado teoricamente ultrapassou 0,1L, mas foi bem próximo do valor
encontrado no simulador.

7. Os gases da simulação são mostrados inicialmente nas condições normais de temperatura


e pressão (CNTP). O que ocorre com o volume de cada gás nas CNTP, se a pressão for
duplicada e a temperatura absoluta for quadriplicada?

Dada a expressão:

PV=nRT

Sabe-se que o R é uma constante, assim como o número de mols(n). Dessa forma,
utilizando somente:

PV=T

2PV=4T

V=4T/2P

V=2T/P

O volume duplica.
6 CONCLUSÃO
Por meio da prática realizada entendeu-se como o estado de um gás pode ser afetado
quando seu volume, temperatura ou pressão são alterados. Além disso, foi possível calcular o
número de mols do gás Hidrogênio - utilizando a equação geral dos gases - e esboçar o gráfico
para as transformações isotérmicas, isobáricas e isovolumétricas.

Diante dos conhecimentos adquiridos com o experimento, compreendeu-se melhor


como os gases se comportam na natureza. Esse aprendizado é importantíssimo para o trabalho
de um engenheiro químico em uma indústria.
7 REFERÊNCIAS
Alberto Gaspar. (2016). Compreendendo a Física. São Paulo: Editora ática.
Reis, M. (2016). Química. São Paulo: Editora ática.

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