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1.

Etnologia ou Antropologia Cultura

É o estudo sociológico das chamadas sociedades primitivas ou não letradas. A


diferença entre Antropologia e Sociologia é que a primeira limita-se ao estudo de um
tipo especial de grupos sociais, e a segunda é uma disciplina mais abrangente,
interessada em qualquer tipo de grupo social.

2. Auguste Comte (1798/1857)

Em 1839, nasce o termo sociologia que Comte usa para substituir física social.
Comte concluiu ser natural que a sociedade, em toda a parte, evolua da mesma
maneira e no mesmo sentido, resultando daí que a humanidade geral caminha para um
mesmo tipo de sociedade mais avançada. Segundo Comte as sociedades estão
submetidas a uma marcha natural e evoluem passando por 3 estados:

1º Estado Teológico ou Fictício: onde a explicação dos fenómenos é dada por


ideias sobrenaturais e divinas — idade clássica. O estado Teológico subdivide-se em:
 Fetichismo – em que o homem confere vida, acção e poder sobrenaturais a
seres inanimados e a animais;
 Politeísmo – quando atribui a diversas potências sobrenaturais ou deuses
certos traços da vida humana (motivações, vícios e virtudes, …)
 Monoteísmo – quando se desenvolve a crença num deus único;

2º Estado Metafísico ou Abstracto: onde os fenómenos são explicados por forças


da natureza, ideias abstractas — idade média

3º Estado Positivo ou Científico: em que o Homem encontra nos fenómenos uma


causa e efeito, é activo e intervém no que lhe acontece — sec. XIX. A característica da
filosofia positivista de Comte é substituir em toda a parte o absoluto pelo relativo.

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3. Karl Marx (1818/ 1883)

Para Marx a sociedade divide-se em infra-estrutura e supra-estrutura. A infra-


estrutura é a estrutura económica, formada pelas relações de produção e forças
produtivas. A supra-estrutura divide-se em dois níveis, primeiro em estrutura jurídico-
política, que é formada pelas normas e pelas leis que correspondem à sistematização
das relações já existentes, e a segunda é a estrutura ideológica, justificativa do real,
que é formada por um conjunto de ideias de determinadas classes sociais, que através
da sua ideologia defende os seus interesses.
Sendo a infra-estrutura determinante, toda a mudança social se origina das
modificações nas forças produtivas e relações de produção.
Com esta Teoria Marx chega a uma classificação de sociedades segundo o tipo
predominante de relações de produção: a Comunidade Tribal, a Sociedade Asiática, a
Cidade Antiga, A Sociedade Germânica, a Sociedade Feudal, a Sociedade Capitalista
Burguesa e a Sociedade sem Classe.

4. Herbert Spencer (1820/1903)

Para Herbert Spencer, que está marcado pelo evolucionismo, as sociedades


tendem a evoluir de pequenas colectividade nómadas, homogéneas, indiferenciadas,
sem qualquer organização política e de reduzida divisão de trabalho, para sociedades
cada vez mais complexas, mais heterogéneas, mais numerosos, onde a autoridade
política se torna organizada e diferenciada, aparecendo ainda uma multiplicidade de
funções económicas e sociais, exigindo maior divisão de trabalho.

5. Malinowski (Séc. XX)

Sendo um dos criadores do funcionalismo, Malinowski diz que o elemento central


da sua teoria é a cultura, que diz ser a condição da sociedade. Para ele, o elemento
funcional da cultura é a instituição, uma organização de actividades humanas sempre á
volta de necessidades fundamentais, como a reprodução e a alimentação. Para a
sociedade funcionar tem que ter pessoas, que por sua vez têm que se reproduzir.

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6. Durkheim (1857/1917)

Durkheim distingue dois tipos de causas para o acto de suicídio: os factores extra-
sociais e os factores sociais.

Factores extra-sociais:
 efeitos dos estados psicopáticos: conclui que a tendência para o suicídio nada tem a
ver com uma inclinação para a loucura.
 efeitos da raça e da hereditariedade: conclui que nem a raça nem a hereditariedade
exercem forte influência sobre a taxa de suicídios.
 efeitos dos factores cósmicos: conclui que no Verão se verifica uma taxa de
suicídios superior à do Inverno, resultante de uma maior duração do dia, que implica
uma maior intensidade da vida colectiva.
 efeitos de imitação: conclui que a imitação tem realmente influência em diversos
casos de suicídio.

Factores sociais:
 Suicídio egoísta: há factores que levam o indivíduo a isolar-se do resto da sociedade,
cometendo posteriormente o suicídio. Veja-se o caso dos Protestantes e dos Judeus
que, pela sua religião, eram postos à margem da sociedade, ao contrário dos
Católicos.
 Suicídio altruísta: determinados factores levam o indivíduo a subordinar-se
excessivamente à colectividade, ou um ideal. Veja-se o caso das viúvas indianas que
se suicidam para morrer com os maridos.
 Suicídio anómico: há factores que conduzem a grandes transformações sociais e,
quer sejam elas negativas (ex. época de crise económica), quer sejam positivas (ex.
melhoria das condições de vida), existem indivíduos que perdem a referência, pelo que
não conseguem adaptar-se às novas mudanças, cometendo, assim, o suicídio.

Por tudo isto, Durkheim conclui que a única explicação plausível para justificar a
taxa de suicídios é uma explicação sociológica. É nas tendências colectivas que se deve
concentrar qualquer tentativa de entendimento deste fenómeno social. Pois só assim é
possível encontrar as soluções adequadas para este problema.

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7. Max Weber (1864/1920)

Weber define as acções humanas dotadas de sentido como objecto de estudo da


Sociologia. Considera que a acção dotada de sentido compreende todos os
comportamentos possíveis, com excepção do comportamento que designa por reactivo.
Este interessou-se particularmente pela influência da religião nas acções das pessoas.
Weber considerava que o capitalismo era uma forma racional e metódica de
ganhar dinheiro (organiza-se o trabalho, a produção, a venda e procura-se acumular os
lucros obtidos). Para ele, aquilo que caracteriza o capitalismo não é a procura do lucro,
em si, mas sim a racionalidade que caracteriza essa procura.
Os protestantes tiveram grande influência nas classes menos abastadas
(operários, artesãos), e Weber considerava que se inseriam muito bem neste modelo
racional do capitalismo. O elemento mais característico desta corrente é a doutrina da
predestinação. Sob o ponto de vista do protestantismo a riqueza é o sinal da salvação
religiosa. O gozo dos prazeres é associado ao pecado. É preciso ganhar dinheiro, mas
devemos gastá-lo somente para investir em mais trabalho e nunca em prazeres. Em face
de tal doutrina é compreensível a angústia de cada um, que não sabe se está salvo ou
condenado, mas que sabe que nada dos seus próprios actos poderá alterar o seu fim. A
ética protestante, no entender de Weber, está por detrás do capitalismo moderno. Weber
explica o capitalismo como sendo o resultado de um processo religioso.

8. Warners e Centers

Através dos inquéritos vão tentar procurar os limites de cada classe, mas os
resultados não são muito conclusivos. Eles distinguem um grande número de classes:
superior/superior, superior/inferior e inferior/inferior.
A mobilidade social trata de examinar como as classes mantém o seu estatuto
numa sociedade em evolução, a característica é a mudança de indivíduos de um sector
para outro, ou seja, os indivíduos do sector primário emigram para o sector secundário e
estes para o sector terciário.
A dependência de um grupo socio-económica não suprime os obstáculos da
comunicação e de troca com um nível de vida igual. Por exemplo, um médico e um jovem
quadro fora da classe não se relacionam. Esta problema geral de transformação de

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classes sociais pelo factor inércia que introduz a estrutura e da importância que têm a
distribuição dos papeis sociais em função da propriedade.

9. O Sistema da Comunicação Social

O indivíduo comunica em sociedade com o outro, para isso tem de ter


personalidade, ser sociável (o social), ter cultura e ter o seu organismo (orgânico).
O sistema social, cultural e de personalidade estão sempre presentes nas acções sociais
dos indivíduos. Nenhum é autónomo, não existem fronteiras entre eles, para cada um
deles funcionar precisa do outro.

10. O Sistema de Organização Social

Este sistema define uma situação em que há uma partilha de interesses entre a
sociedade, em que o poder, a submissão, os fins e os beneficiários estão interligados.
Existe uma tendência para que certos tipos de poder e certos tipos de envolvimento
ocorram conjuntamente.
Em organizações onde o grupo dirigente tem poder coercivo, o envolvimento dos
membros é alienante, as relações entre os membros e os dirigentes são frágeis e
conflituosas. Os principais beneficiários são o público porque se sentem em segurança.
São organizações com objectivo de Ordem. (ex.: as prisões)
Em organizações onde o pessoal dirigente tem poder remunerativo, o
envolvimento dos membros é calculista. Os participantes são calculistas porque o seu
único fim é o salário em troca do trabalho, já os dirigentes exercem um poder
remunerativo pela força do trabalho dos participantes. O principal beneficiário é a Gestão
porque se houver harmonia a todos os níveis, a gestão é bem conseguida. São
Organizações com objectivos Económicos. (ex.: as fábricas)
Em organizações onde o pessoal dirigente tem poder normativo, o envolvimento
dos membros é moral, são dirigidas com base em comum acordo, baseiam-se em
concordância normativa. Os principais beneficiários são todos os seus membros, todos
têm interesses comuns. Neste tipo de organizações não existe coercibilidade, nem
interesses económicos, apenas interesses culturais comuns a todos os membros. São
organizações com objectivos Culturais. (ex.: os clubes)

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