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Desvantagens (Perigos)

Adinava

As
desvantagens da sensualidade
Mesmo que chovam moedas de ouro

os desejos sensuais não são saciados,

desejos sensuais são dukkha, proporcionam pouca


alegria,

isso o sábio compreende.

Mesmo os prazeres celestiais

não oferecem deleite,

o discípulo do perfeito Buda

apenas se delicia com o fim do desejo.

-- Dhp 186 e 187 (../dhp/dhp14.php)

“Chefe de família, suponha que um cão, subjugado pela


fome e fraqueza, estivesse esperando num açougue.
Então um açougueiro habilidoso ou o seu aprendiz,
descarnasse um osso e o deixasse lambuzado de sangue
sem nada de carne e o arremessasse ao cão. O que você
pensa chefe de família? Aquele cão iria dar fim à sua
fome e fraqueza roendo aquele osso lambuzado de
sangue e sem carne ?” - “Não, venerável senhor. Porque
não? Porque aquilo é apenas um osso lambuzado de
sangue e sem carne. No final das contas, aquele cão iria
só colher cansaço e desapontamento.”

“Da mesma forma, chefe de família, um nobre discípulo


considera o seguinte: ‘Os prazeres sensuais foram
comparados a um osso pelo Abençoado; eles
proporcionam pouca gratificação, muito sofrimento,
muito desespero e quanto perigo eles contêm.’

-- MN 54 (../sutta/MN54.php)

A gratificação, o perigo e a escapatória da sensualidade


“E
o que, bhikkhus, é a gratificação no caso dos prazeres
sensuais? Bhikkhus,
existem esses cinco elementos do
prazer sensual. Quais cinco? Formas conscientizadas
pelo olho que são desejáveis, agradáveis e fáceis de
serem gostadas, conectadas
com o desejo sensual e que
provocam a cobiça. Sons conscientizados pelo
ouvido…
Aromas conscientizados pelo nariz…Sabores
conscientizados pela língua…Tangíveis
conscientizados
pelo corpo que são
desejáveis, agradáveis e fáceis de
serem gostados, conectados com o desejo
sensual e que
provocam a cobiça. Esses são os cinco elementos do
prazer
sensual. Agora o prazer e a alegria que surgem na
dependência desses cinco
elementos do prazer sensual
são a gratificação no caso dos prazeres sensuais.

“E
o que , bhikkhus, é o perigo no caso dos prazeres
sensuais? Aqui, bhikkhus, por
conta da atividade pela
qual um membro de um clã ganha a vida – quer seja
registrando ou contabilizando, ou calculando, ou
cultivando, ou comerciando, ou
administrando, ou como
arqueiro, ou a serviço do rei, ou qualquer outra
atividade
que seja – ele tem que enfrentar o frio, ele tem que
enfrentar o
calor, ele se fere pelo contato com moscas,
mosquitos, vento, sol e
criaturas rastejantes; ele se
arrisca a morrer de fome e sede. Agora, esse é um
perigo
no caso dos prazeres sensuais, uma massa de
sofrimento (dukkha_verdade.php) visível no aqui e agora
tendo o prazer sensual como
condição, tendo o prazer
sensual como fonte, tendo o prazer sensual como base,
tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais.

“Se
nenhum bem é recebido pelo membro de um clã ao
se empenhar e se esforçar no seu
trabalho, ele fica triste,
se angustia e lamenta, ele chora batendo no peito e
fica
perturbado, clamando: ‘Meu trabalho é em vão, meu
esforço infrutífero!’
Agora, esse também é um perigo no
caso dos prazeres sensuais uma massa de sofrimento
(dukkha_verdade.php) visível no aqui e agora tendo o
prazer sensual como
condição, tendo o prazer sensual
como fonte, tendo o prazer sensual como base,
tendo
como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais.

“Se
algum bem é recebido pelo membro de um clã ao se
empenhar e se esforçar no seu
trabalho, ele experimenta
dor e angústia ao protegê-lo: ‘Como farei para que
nem
reis nem ladrões roubem os meus bens, nem o fogo os
queime, nem as águas os
carreguem, nem herdeiros
odiosos os levem?’ E enquanto ele guarda e protege os
seus bens, reis ou ladrões os roubam ou o fogo os
queima, ou as águas os
carregam, ou herdeiros odiosos
os levam. E ele fica triste, se angustia e
lamenta, ele
chora batendo no peito e fica perturbado, clamando: ‘O
que eu
tinha não tenho mais!’ Agora, esse também é um
perigo no caso dos prazeres
sensuais…tendo como
causa, simplesmente, os prazeres sensuais.

“Além
disso, tendo o prazer sensual como condição,
tendo o prazer sensual como fonte,
tendo o prazer
sensual como base, tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais, reis
brigam com reis, nobres com
nobres, brâmanes com brâmanes, chefes de família
com
chefes de família; a mãe briga com o filho, o filho com a
mãe, o pai com o
filho, o filho com o pai, o irmão briga
com o irmão, o irmão com a irmã, a irmã
com o irmão, o
amigo com o amigo. E nas suas brigas, rixas e disputas
eles se
atacam uns aos outros com punhos, pedras, paus
ou facas e com isso eles causam
a si próprios a morte ou
sofrimento igual à morte. Agora esse também é um
perigo no
caso dos prazeres sensuais…tendo como
causa, simplesmente, os prazeres
sensuais.

“Além
disso, tendo o prazer sensual como condição...os
homens tomam espadas e escudos
e afivelam arcos e
coldres e eles se lançam na batalha, concentrados em fila
dupla com flechas e lanças voando e espadas cintilando;
e ali eles são feridos
por flechas e lanças e as suas
cabeças são decepadas por espadas e com isso
eles
causam a si próprios a morte ou sofrimento igual à
morte. Agora esse também é
um perigo no caso dos
prazeres sensuais…tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais.

“Além
disso, tendo o prazer sensual como condição...os
homens tomam espadas e escudos
e afivelam arcos e
coldres, e eles se lançam contra bastiões escorregadios,
com
flechas e lanças voando e espadas cintilando; e ali
eles são feridos por
flechas e lanças e molhados com
líquidos ferventes e esmagados sob objetos pesados
e as
suas cabeças são decepadas por espadas e com isso
eles causam a si
próprios a morte ou sofrimento igual à
morte. Agora esse também é um perigo no caso
dos
prazeres sensuais…tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais.
“Além
disso, tendo o prazer sensual como
condição...homens arrombam casas, pilham
riquezas,
cometem roubo, emboscam nas estradas, seduzem as
mulheres dos outros
e quando capturados, os reis lhes
infligem muitos tipos de tortura. Os reis
fazem com que
eles sejam açoitados com chicotes, golpeados com vara,
golpeados
com clavas; as mãos são cortadas, os pés
são
cortados, as mãos e os pés são cortados; as orelhas são
cortadas, o nariz é
cortado, as orelhas e o nariz são
cortados; eles são sujeitos ao ‘pote de
mingau,’ ao
‘barbeado com a concha polida,’ à ‘boca de Rahu,’ à
‘grinalda
ardente,’ à ‘mão ardente,’ às ‘lâminas de capim,’ à
‘túnica de casca de
árvore,’ ao ‘antílope,’ aos ‘ganchos de
carne,’ às ‘moedas,’ à ‘conserva em
desinfetante’ ao ‘pino
que gira,’ ao ‘colchão de palha enrolado’; eles
são
molhados com óleo fervente, atirados para serem
devorados pelos cães,
empalados vivos em estacas,
decapitados com espadas – e com isso eles causam a
si
próprios a morte ou sofrimento igual à morte. Agora esse
também é um perigo no
caso dos prazeres sensuais…
tendo como causa, simplesmente, os prazeres sensuais.

“Além
disso, tendo o prazer sensual como condição,
tendo o prazer sensual como fonte,
tendo o prazer
sensual como base, tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais, as pessoas
se entregam ao
comportamento impróprio com o corpo, linguagem e
mente. Tendo feito isso, na dissolução do corpo,
após a
morte, elas reaparecem em estados de privação, um
destino infeliz, nos
reinos inferiores, até mesmo no
inferno. Agora esse também é um perigo no caso
dos
prazeres sensuais, uma massa de sofrimento na vida que
está por vir tendo o prazer sensual como
condição, tendo
o prazer sensual como fonte, tendo o prazer sensual
como base,
tendo como causa, simplesmente, os
prazeres sensuais.
“E
o que , bhikkhus, é a escapatória no caso dos prazeres
sensuais? É a remoção do
desejo e cobiça, o abandono
do desejo e cobiça pelos prazeres sensuais. Essa é a
escapatória no caso dos prazeres sensuais.

-- MN 13 (../sutta/MN13.php)

As desvantagens
do corpo
“E o que, bhikkhus, é a gratificação no caso da forma
material? Suponham que houvesse uma jovem da classe
dos nobres ou da classe dos brâmanes ou da casa de um
chefe de família, no seu décimo quinto ou décimo sexto
aniversário, nem muito alta nem muito baixa, nem muito
magra nem muito gorda, nem com a tez muito escura
nem muito clara. A sua beleza e graciosidade estão no
seu auge?” – “Sim, venerável senhor.” – “Agora o prazer e
a alegria que surgem na dependência dessa beleza e
graciosidade são a gratificação no caso da forma
material.”

“E o que, bhikkhus, é o perigo no caso da forma material?


Mais tarde alguém poderá ver aquela mesma mulher com
oitenta, noventa ou cem anos, idosa, curvada como o
suporte de um teto, redobrada, apoiada numa bengala,
cambaleante, frágil, a juventude perdida, os dentes
quebrados, os cabelos grisalhos, careca, enrugada, com
os membros todos manchados. O que vocês pensam
bhikkhus? A antiga beleza e graciosidade desapareceram
e o perigo se tornou evidente?” – “Sim, venerável senhor”
– “Bhikkhus, esse é o perigo no caso da forma material.”

“Além disso, alguém poderá ver aquela mesma mulher


aflita, sofrendo e gravemente enferma, deitada suja em
seu próprio excremento e urina, levantada por alguns e
deitada por outros. O que vocês pensam bhikkhus? A
antiga beleza e graciosidade desapareceram e o perigo
se tornou evidente?” – “Sim, venerável senhor” –
“Bhikkhus, esse também é o perigo no caso da forma
material.”

“Além disso, alguém poderá ver aquela mesma mulher


como um cadáver descartado num cemitério, um, dois ou
três dias morta, inchada, lívida e ressumando matéria. O
que vocês pensam bhikkhus? A antiga beleza e
graciosidade desapareceram e o perigo se tornou
evidente?” – “Sim, venerável senhor” – “Bhikkhus, esse
também é o perigo no caso da forma material.”

“Além disso, alguém poderá ver aquela mesma mulher


como um cadáver descartado num cemitério, sendo
devorada por corvos, gaviões, urubus, cães, chacais ou
vários tipos de vermes…um esqueleto com carne e
sangue, mantidos unidos pelos tendões…um esqueleto
descarnado lambuzado de sangue, mantido unido pelos
tendões…ossos desconectados espalhados em todas as
direções – aqui um osso da mão, ali um osso do pé, aqui
um osso da perna, ali um osso das costelas, aqui um
osso do quadril, ali um osso da coluna, aqui o crânio…
ossos esbranquiçados, com a cor das conchas…ossos
empilhados, com mais de um ano…ossos apodrecidos e
convertidos em pó. O que vocês pensam bhikkhus? A
antiga beleza e graciosidade desapareceram e o perigo
se tornou evidente?” – “Sim, venerável senhor” –
“Bhikkhus, esse também é o perigo no caso da forma
material.”

“E o que, bhikkhus, é a escapatória no caso da forma


material? É a remoção do desejo e cobiça, o abandono do
desejo e cobiça pela forma material. Essa é a escapatória
no caso da forma material.”
“Que esses contemplativos e brâmanes, que não
compreendem como na verdade é a gratificação como
gratificação, o perigo como perigo e a escapatória como
escapatória no caso da forma material, possam eles
mesmos compreender completamente a forma material
ou instruir outra pessoa de modo que ela possa
compreender completamente a forma material – isso é
impossível. Que esses contemplativos e brâmanes, que
compreendem como na verdade é a gratificação como
gratificação, o perigo como perigo e a escapatória como
escapatória no caso da forma material, possam eles
mesmos compreender completamente a forma material
ou instruir outra pessoa de modo que ela possa
compreender completamente a forma material – isso é
possível.

-- MN 13 (../sutta/MN13.php)

"E qual é a percepção dos perigos? É o caso em que um


bhikkhu, dirigindo-se à floresta, ou à sombra de uma
árvore, ou a um local isolado, reflete assim: ‘Este corpo é
a fonte de muitas dores, muitos perigos, pois neste corpo
surgem todos os tipos de aflição, tais como: doenças do
olho, doenças do ouvido, doenças do nariz, doenças da
língua, doenças do corpo; dores de cabeça, caxumba,
doenças da boca, dores de dente, tosse, asma, catarro,
azia, febre, dor de estomago, desmaio, disenteria, gripe,
cólera, lepra, furúnculo, tuberculose, epilepsia, coceiras,
micoses, varíola, sarna, pústulas, icterícia, diabetes,
hemorróidas, câncer, úlceras; doenças que surgem da
bílis, da fleuma, dos ventos, de um desequilíbrio [dos três],
do comportamento descuidado, da violência, dos
resultados de Kamma; frio, calor, fome, sede, defecação,
urina.’ Assim ele permanece contemplando os perigos
nesse mesmo corpo. Isso é chamado a percepção dos
perigos."
-- AN X.60 (../sutta/ANX.60.php)

As
desvantagens do envelhecimento, doença, morte, e
contaminação
"Agora, essas quatro são
buscas nobres. Quais quatro? É
o caso em que uma pessoa, sujeita ela mesma ao
envelhecimento, dando-se conta das desvantagens
daquilo que está sujeito ao
envelhecimento, busca aquilo
que não envelhece, o descanso insuperável do jugo:
Libertação (nibbana.php). Sendo sujeita ela mesma à
doença,
dando-se conta das desvantagens daquilo que
está sujeito à doença, ela busca
aquilo que não adoece, o
descanso
insuperável do jugo: Libertação. Sendo sujeita
ela mesma à morte, dando-se
conta das desvantagens
daquilo que está sujeito à morte, ela busca aquilo que é
imortal, o descanso insuperável do jugo: Libertação.
Sendo sujeita ela mesma à
contaminação, dando-se
conta das desvantagens daquilo que está sujeito à
contaminação, ela busca aquilo que não se contamina, o
descanso insuperável do
jugo: Libertação."

-- AN IV.252 (../sutta/ANIV.252.php)

As
desvantagens da raiva
Uma
pessoa colérica é feia e dorme mal.

Tendo
um ganho, ela o converte em uma perda,

causa
danos com a linguagem e com atos.

Uma
pessoa cheia de cólera

destrói sua fortuna.

Enlouquecida
pela cólera,

ela
destrói o seu status.

Parentes,
amigos e colegas a evitam.

A
cólera resulta em perda.

A
cólera inflama a mente.

Ela
não se dá conta

que
o perigo nasce de dentro.

Uma
pessoa colérica não conhece o seu próprio
benefício.

Uma
pessoa colérica não enxerga o Dhamma.

Uma
pessoa conquistada pela cólera é uma massa de
escuridão.

Ela
tem prazer em atos perversos como se eles fossem
bons,

porém
mais tarde, quando a cólera passa,

ela
sofre como se fosse queimada com fogo.

Ela
é corrompida, maculada,

tal
como o fogo envolto na fumaça.

-- AN VII.60 (../sutta/ANVII.60.php)
(../sutta/ANVII.60.php)

  

As
desvantagens de todos fenômenos que geram apego
Agora, quando alguém permanece contemplando o
perigo nas coisas
passíveis de apego, o desejo cessa. Da
cessação do desejo cessa o apego. Da
cessação do
apego cessa o ser/existir.
Da cessação do ser/existir
cessa o
nascimento. Da cessação do nascimento,
então
o envelhecimento e morte, tristeza, lamentação, dor,
angústia e
desespero, tudo cessa. Essa é a cessação de
toda
essa massa de sofrimento (dukkha.php).

-- SN XII.52 (../sutta/SNXII.52.php)
O passo seguinte no Treinamento Gradual: Renúncia
(renuncia.php)
 

Revisado: 16 Abril 2013


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