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O desconhecido que me salvou

Evy Maze
LGBT+|Completado
5.0
52 Comentário(s)
19.7K
Leituras
147
Capítulo
Song JaeMin, um jovem pintor com apenas vinte e seis anos, descobre que
está à espera do seu primeiro bebê. Ele vê o sonho de ter a própria família no
pequeno teste positivo de gravidez no momento em que o segura entre os
dedos, mas a recusa de seu noivo, In LinHyun, põe tudo a perder quando a
única saída para o homem é a realização de um aborto, pois a gestação é
indesejada para si. Porém, decidido a seguir com aquilo, Song resolve manter
a gravidez e romper o noivado, e se vê encorajado a persistir pela nova vida
que carrega dentro de seu ventre. Mas existe um ditado que diz que alegria
demais não dura muito, certo? E é numa certa tarde de compras pelo centro,
que JaeMin vê como aquilo realmente é verdadeiro. Sozinho, ele sente a dor
da perda do seu bem mais precioso. Seu bebê está prestes a permanecer
apenas em seus sonhos, tornando-se realidade o que LinHyun quis desde o
início. Mas talvez o destino apenas esteja brincando, já que é em meio ao
desespero que JaeMin encontra sua alma gêmea. É em meio ao desespero
que ele encontra Lee Junkoo.

18+FamíliaGravidezAmor a
primeira
vistaHomossexualCEOEncant
adorCharmosoPaixão / Erótica
Capítulo 1
Você será papai
!! Esse é apenas uma
curiosidade sobre a história
antes de seguirmos para o
primeiro capítulo !!
Como notado no título, essa é
uma história MPREG (Onde
homens engravidam) e para
não ficarem confusos e
navegarem tranquilos na
incrível história de superação
e romance, leiam a explicação
a seguir:
O Mundo passou por uma
incrível mutação durante anos,
e no mundo de "O
desconhecido que me salvou",
homens também podem
engravidar.
Isso acontece devido à
mutação natural onde todos
os seres humanos têm um
sistema reprodutor, mas os
dos homens "cis" apenas se
"ativam" durante relações
sexuais e isso possibilita a
fecundação do óvulo que
liberam em todas às vezes.
Mas isso deve criar
pensamentos do tipo: como o
bebê pode nascer?
É simples! Como um mundo
que passou por mutação, a
forma em como o bebê pode
nascer também teve
mudanças.
Todas as pessoas humanas
tem uma parte em seus
corpos que é chamada de
"períneo" ou "assoalho
pélvico". Tanto existe em
homens, quanto em mulheres.
E popularmente falando, é a
parte muscular que fica entre
as intimidades traseiras e
frontal.
Esse "local" citado, se
transforma em uma "fenda"
que dará passagem ao bebê
caso seja um parto
natural/normal.
Agora, boa leitura.
!! Essa é uma história que
envolve cultura sul-coreana !!
Outra coisinha é sobre o
dialeto usado no Livro!!
Existem termos que serão
citados ao longo da leitura e
deixarei neste capítulo para
que não se percam.
A história é desenvolvida na
cultura coreana como já foi
dito, e desse modo, usaremos
o dialeto coreano traduzido.
Alguns termos como: hyung,
noona, oppa, unnie e Saeng
serão vistos ao decorrer da
leitura, mas explicarei
brevemente o que significa
cada um.
Hyung = é o termo usado de
um homem para outro mais
velho.
[Como JunKoo sempre chama
JaeMin e seus amigos, por ele
ser o mais novo entre todos]
Noona = é usado de um
homem para uma mulher mais
velha.
Oppa = usado de uma mulher
para um homem mais velho.
[Mas lá no início JunKoo
brincou e usou desse termo
para chamar atenção de
JaeMin, já que ele se
recusava a ser chamado de
Hyung por ser mais velho.]
Unnie = é usado de uma
mulher para outra mais velha.
Saeng/Dongsaeng = É usado
de uma pessoa mais velha
para outra mais nova,
podendo ser tanto homem
quanto mulher.
Desse modo, espero que a
leitura se torne mais facilitada
e atrativa. Espero que curtam
bastante o livro.
POV: JaeMin
Há alguns dias eu não vinha
me sentindo bem.
Há exatas duas semanas,
estou sentindo muito enjoo e
tonturas.
Tive que ir ao médico e fiz
vários exames. Meu noivo,
LinHyun, ficou bastante
preocupado comigo, mas não
pôde fazer muita coisa porque
estava em uma viagem a
negócios no Japão.
O resultado dos exames veio
no mesmo dia, e foi trabalho
do doutor Kim me explicar o
que estava acontecendo
comigo, e principalmente me
acalmar depois do meu surto
logo após o resultado.
Estou grávido de 4 semanas,
LinHyun ainda não sabe,
deixei para contar quando ele
retornasse de viagem.
Minha mãe, que mora na
cidade de Busan, surtou
quando soube e se ela
pudesse me bater por ligação,
teria batido, mas depois de
muita reclamação e gritos, ela
começou a chorar de
felicidade com a realidade de
que logo, logo seria vovó.
Decidi fazer uma surpresa.
Comprei uma roupinha de
bebê, com o nome papai bem
grande na frente, e coloquei
em uma caixinha vermelha,
em cima da cama. Quando
LinHyun chegou a nosso
apartamento, o recebi com um
abraço cheio de saudade e
um beijo gostoso.
— Senti sua falta. — ele disse
rindo, deixando a mala de
lado, e me abraçando de
volta. — Como você está?
Melhorou?
Assenti ainda abraçado nele,
sentindo uma necessidade
absurda de carinho.
— Vou tomar um banho, e
pedimos algo para comer em
seguida, ok?
Ele me deu um beijo na testa,
e seguiu para o quarto.
O segui, louco para ver qual
seria a sua reação.
Possivelmente choraria. Nós
nunca conversamos a respeito
de termos um filho, mas acho
que a ideia não parece nada
ruim. Acho que ele ficará feliz.
Assim que entrou no quarto,
parei na porta, o observando.
Ele olhou para a caixa, e
olhou para trás, sorrindo.
— O que é isso? — segurou a
caixa nas mãos.
— Abre. — Cheguei mais
perto, sentindo minhas mãos
tremerem em antecipação.
Estava muito nervoso.
— É alguma peça de renda?
Você sabe como eu amo ver
você com elas né? — me
beijou e sorri, n
egando.
— Abre logo seu safado. —
ele me olhou uma última vez,
e abriu a caixa.
No primeiro momento a
reação dele foi neutra. Ele
olhou para dentro da caixa,
parado, por muitos segundos
e me olhou sério. Depois
sentou na cama, retirou a
roupinha de dentro dela, e
colocou na cama. Eu estava
tremendo demais, me
aproximei tentando tocá-lo,
mas ele levantou rápido e se
afastou.
— O que é isso? — perguntou
de costas para mim, eu estava
sorrindo, mas meu sorriso
morreu no mesmo segundo.
— JaeMin, o que é isso?
O olhei assustado. Tentei o
tocar novamente, mas ele
segurou minhas mãos.
— JaeMin... Nós não
podemos.
Me afastei. Ele me olhou sério
novamente.
— E-Eu pensei q-que nós...
— Não, JaeMin, nós não
podemos. Eu... não posso.
— LinHyun calma, eu…
— Não!
— E o que quer que eu faça?
LinHyun, eu estou grávido.
Estou com quatro semanas,
amor.
— Quatro semanas? Mas
como eu pude me descuidar
assim... merda. JaeMin eu vou
arrumar um jeito ok? Não vou
deixar esse... essa coisa
mudar tudo.
— Essa coisa? — senti meus
olhos se encherem de
lágrimas. — essa coisa é
nosso filho!
— Não, não pode. E-Eu
conheço um ótimo médico
que... que consegue arrumar
isso. Nós-
— Eu não estou acreditando
que está falando isso LinHyun.
— o interrompi sentindo
minhas mãos trêmulas
— Eu estou! — começou a
retirar as roupas para tomar
banho. — Nós não podemos
deixar isso acontecer.
Amanhã mesmo nós iremos
ao médico e resolveremos.
— Eu não irei a lugar algum. É
meu filho.
— Eu não quero essa criança,
Song! — falou mais alto, me
dando um leve susto pelo tom
de voz.
— Mas eu quero, Hyun! O
corpo é meu, e nem você,
nem médico algum irá tocar
nessa criança! — gritei, estava
tremendo muito, o que
possivelmente não faria bem
para o bebê.
Ele me olhou e sorriu de um
modo completamente
desconhecido por mim, vindo
até onde eu estava e parando
de frente.
— E como você irá criar essa
criança sozinho? Esqueceu
que você vive todo esse luxo
graças a mim? Se quer que
isso continue, será assim.
Será assim até o fim.
As lágrimas começaram a
descer pelo meu rosto. O
homem no qual eu amo, e que
estava pronto para formar
uma família, estava me
humilhando?
— Eu sou um artista e consigo
viver com meus quadros. —
disse em meio às lágrimas.
Ele riu negando. Meu
sofrimento parecia o animar.
— Pare com esse choro, e eu
já disse, eu não quero essa
criança JaeMin. Está decidido.
— Eu não irei tirar! — gritei
— Então terá que me
esquecer! — o olhei sem
acreditar nas palavras. — ou
fica comigo enquanto der, ou
com esse... com esse bebê e
sozinho no mundo.
Me levantei sentindo as
lágrimas molharem todo meu
rosto e parte do meu pescoço
de forma desesperada e fui
até o closet para buscar minha
mala.
— Irá mesmo fazer isso? —
LinHyun perguntou.
Ele estava bem atrás de mim.
Abri a mala e coloquei em
cima da cama. Voltando para
o closet para buscar minhas
roupas.
— JaeMin, olha o que você
está fazendo! Irá mesmo
estragar tudo, por causa de
algo tão pequeno? Eu te amo,
podemos viver bem pelo
tempo que temos, só nós dois.
— Você quem está
estragando tudo! Você só
pensa em você! — Gritei
jogando as roupas dentro da
mala e olhei-o — Esse era
para ser um momento lindo
LinHyun. Sabe quantas vezes
eu chorei em dois dias? Eu
imaginei a sua melhor reação!
Eu pensei que me amava, e
que todas às vezes que disse
que eu era a única família ao
seu lado, fosse real! Mas não,
para você eu sou apenas o
namoradinho relaxado que
vive do luxo que você
proporciona.
— Eu não quis dizer isso,
Minnie. Eu-
Passei as mãos pelo meu
rosto, enxugando as lágrimas
e olhando-o nos olhos.
— Eu tenho uma carreira
também, pode não ser grande
como a sua, mas é o meu
orgulho. Eu estou indo, porque
amo o meu filho. Eu o
descobri a dois dias, mas já o
amo muito e não desistirei de
algo que quero por causa de
você!
— Você está sendo tolo.
— Eu estou fazendo a coisa
certa. Eu pensei que amava
um homem, mas amo um
covarde. Eu não fiz essa
criança sozinho, LinHyun, mas
irei cuidar dela, dessa forma.
— JaeMin, por favor. — ele
segurou meu braço quando
fechei a mala, e a coloquei no
chão, calçando meus sapatos
em seguida.
— Eu venho buscar o resto
das minhas coisas depois. —
Avisei antes de sair.
Estava chorando, deixando-o
para trás e seguindo com
apenas minhas roupas, e o
meu bebê.
Tudo o que agora eu tinha.
Continua...
Capítulo 2
Sozinho
16 semanas de gravidez.
Faz mais de dois meses que
eu e LinHyun terminamos.
Soube que ele retornou ao
Japão recentemente, mas em
nenhum momento antes disso,
procurou saber como eu ou o
bebê estávamos. Era como se
nós não existíssemos mais
para ele.
Não contei sobre meu término
de relacionamento para minha
mãe, ela iria surtar.
Então apenas procurei um
lugar para ficar, e começar
minha nova jornada da vida.
Consegui alugar um
apartamento, não muito
grande, no centro de Seul,
ótimo para mim e meu bebê.
Havia três quartos, o meu, o
que seria do bebê, e o meu
ateliê.
Estava com alguns quadros
inacabados, então ficar
trancado a maior parte do dia
no cômodo era quase normal.
Também comecei meu pré-
natal. O doutor Kim, me
prescreveu alguns remédios e
vitaminas que são necessários
na gravidez e alguns exames
para verificar como estava o
desenvolvimento do bebê.
Já havia marcado e iria fazê-
los em breve, mas a
ansiedade da primeira
ultrassom estava me deixando
sem dormir.
Só pensava em como meu
bebê estava, e em como seria.
Para não correr nenhum risco,
o doutor me pediu para usar
máscaras enquanto pintava, e
que não ficasse mais que
quatro horas inalando o cheiro
de tinta, pois poderia fazer
algum mal para o bebê, mas
essa era uma parte um pouco
difícil.
Havia algumas ideias que
vinham em minha mente,
sobre as pinturas na qual
estava fazendo, e a maioria
eram sobre a vida e o
nascimento.
Estava pintando alguns traços,
como uma flor
desabrochando, e um brotinho
no meio, como se fosse um
pequeno bebê, ligado à flor.
Eu me sentia assim, ligado ao
bebê e ele a mim, e mesmo
sabendo tão pouco sobre ele,
eu já o amava tanto, que
ficava horas imaginando um
futuro.
A vida de pai solo não estava
tão ruim. Sentia-me bem na
verdade.
Houve uma recente exposição
de arte, onde consegui pôr a
mostra 9 quadros, e desses
vendi 7.
Minhas obras não eram nada
muito elaboradas, mas tinham
um toque único, que as faziam
valer muito.
Com o dinheiro das vendas,
consegui o necessário para o
quarto do bebê e do enxoval.
Ele iria precisar de um
quartinho, fraldas, roupas, e
todas as coisas que um bebê
precisa, e eu iria fazer questão
de comprar tudo sozinho,
porque como o LinHyun
deixou bem claro, esse bebê é
meu. Ele disse com todas as
palavras que não queria a
"coisa".
Coisa... Como ele chama uma
criança que tem o mesmo
DNA que ele de "coisa"?
Inaceitável.
Segui minha vida calmamente.
Pintando, e vez ou outra
parando em frente ao espelho
apenas para verificar minha
barriga ainda pequena, mas
que já marcava por eu ser
bem magro e que logo, logo
estaria enorme.
ㅡ Você já me ouve? ㅡ alisei
a barriga, falando com o bebê.
ㅡ acho que ainda não, né? ㅡ
sorri bobo. ㅡ Espero que
esteja tudo certinho aí dentro.
O papai já tomou todos os
remedinhos que o doutor
passou, para você ficar bem
fortinho.
O papai está muito ansioso
para ver você... Semana que
vem será nossa primeira
ultrassom.
Deitei no chão do ateliê, e
ergui a camisa, alisando o
voluminho que tinha em minha
barriga.
ㅡ Será que já dá para ver o
sexo? -- Perguntei para mim
mesmo. ㅡ O papai ainda não
escolheu um nome para você,
mas prometo pensar em um
bem bonito ok?
Sorri alisando a barriga, e
pensando em quando sentiria
o primeiro chutinho.
Depois do meu diálogo, que
durou alguns longos minutos,
voltei ao meu trabalho nas
telas.
Já havia terminado algumas, e
estava finalizando outras.
Nesses últimos meses, as
coisas estavam andando
muito bem em relação às
pinturas. Depois que descobri
sobre o bebê, minha mente
pareceu abrir, e ideias
maravilhosas estavam saindo
constantemente dela, parando
em telas, e quase todas
sempre eram sobre
nascimento.
Encostei a última tela que
havia acabado de pintar, para
secar no canto e olhei o
relógio.
15:40
ㅡ Vamos dar um passeio? ㅡ
falei com meu brotinho dentro
da barriga.
Tomei um banho, tirando as
marcas de tinta do corpo, e
vesti uma roupa confortável,
com um, sobretudo por cima.
Então sem um destino certo,
sai de casa.
[...]
Estava andando sem um rumo
certo.
Como moro praticamente no
centro, decidi apenas andar,
procurando por algo
interessante.
Depois de alguns minutos de
procura, vi uma loja
especializada em artigos para
bebês e não consegui resistir
à vontade que surgiu de
entrar.
Havia tantas roupinhas
minúsculas coloridas, cheias
de desenhos e babados, que
faltei morrer de amor.
As mamadeiras minúsculas
eram as coisinhas mais fofas
que já havia visto, e os
brinquedinhos então... Fiquei
tão encantado com tudo
aquilo, que gastei horas ali
dentro, o que resultou em
minha saída da loja
carregando enormes sacolas
de compras.
Havia comprado várias
roupinhas, a maioria coloridas,
pois nunca gostei disso de cor
de menino ou de menina,
então havia roupinhas de
todas as cores e de todos os
jeitos na sacola.
Quando comecei a andar de
volta para meu apartamento,
senti uma dorzinha incômoda
no pé da barriga, mas julguei
ser apenas cansaço, por estar
o dia inteiro de pé.
Decidi sentar em um dos
bancos que tinha no meio do
centro, respirando fundo, para
aquele incômodo passar.
A dor foi se intensificando,
cada vez mais forte, e eu
tentei controlar. Quando senti
uma pontada mais forte, me
preocupei, então busquei meu
celular para chamar um táxi e
me levar o mais rápido
possível para o hospital.
Quando estava discando o
número, uma pontada mais
forte me fez dar um grito
agudo. A dor era insuportável,
e meus olhos já estavam
enchendo de lágrimas,
imaginando que o pior estava
acontecendo com meu bebê.
Eu poderia não entender
quase nada sobre gravidez ou
paternidade, mas entendia
que se uma pessoa está à
espera de um bebê, e a
mesma sente a dor que estou
sentindo, isso não é um bom
sinal.
Com meu grito de dor,
algumas pessoas que
estavam passando na rua me
olharam, mas nenhuma parou
para averiguar a situação.
Encolhi-me um pouco,
sentindo a dor retornar.
Minhas mãos tremeram, e
com desespero, tentei buscar
meu celular que havia caído
ao meu lado.
Meus olhos pesaram, e uma
lágrima correu pelo meu rosto.
O pensamento que ocupava
minha mente era apenas um:
Estou perdendo meu bebê.
Chorei mais um pouco, me
apertando, tentando controlar
a dor, mas não passava. O
celular havia caído um pouco
longe e com a dor me
assombrando, eu não
conseguia pegá-lo.
As pessoas passavam e
algumas até olhavam
assustadas, mas na lotada
Seul, era difícil alguém parar.
Tentei respirar fundo e
alcançar meu celular mais
uma vez, mas antes que eu
pudesse falhar
miseravelmente mais uma
vez, um rapaz parou ao meu
lado, e se ajoelhou buscando
o aparelho.
ㅡ Está tudo bem?
ㅡ M-meu bebê!
ㅡ Como? ㅡ ele segurou meu
braço, tentando me dar algum
sustento, mas era inútil. Meu
corpo estava curvado,
sentindo a dor enorme se
intensificar cada vez mais; Dei
um novo grito de dor, sentindo
novamente mais uma forte
pontada.
ㅡ Me ajuda p-por favor... ㅡ
me agarrei a ele. ㅡ meu bebê,
eu não p-posso... Eu estou
perdendo meu bebê...
Ele me olhou por breves
segundos, até parecer
entender, e em um impulso
segurou meu corpo, me
erguendo e me pondo no colo
e segurando a sacola junto.
Agarrei-me no pescoço dele,
mesmo sem o conhecer,
chorando de dor.
Ele me colocou em um carro,
que julguei ser dele, e correu
em seguida para o banco do
motorista.
Ele deu partida no veículo, e
sem aviso, apenas arrancou
com ele, saindo como louco.
ㅡ calma, eu vou te levar ao
hospital.
Ele segurou minha mão todo
agoniado, e eu nem pude
dizer nada, apenas me encolhi
no banco, sentindo a dor se
intensificar.
Coloquei a mão sobre a
barriga, tentando de algum
modo amenizar aquilo, mas
nada adiantava.
Depois de alguns minutos, o
carro estacionou rápido, mas
antes de sequer pararmos, ele
já buzinava alto, sem
intervalo, fazendo o máximo
de barulho possível, avisando
que aquilo era uma
emergência.
ㅡ Já estão vindo. ㅡ ele disse
segurando minha mão.
Vi quando saiu do carro, e deu
a volta. Meu corpo foi puxado,
com cuidado, e ele novamente
me carregou em seu colo,
enquanto corria.
Alguns enfermeiros vieram
correndo já com uma maca, e
sem perguntar algo me
colocaram deitado sobre ela.
ㅡ Ele está sangrando! ㅡ um
deles gritou, e meu desespero
aumentou.
ㅡ O que houve? ㅡ um
enfermeiro perguntou ao
rapaz.
ㅡ Eu o encontrei no centro
assim... Ele estava gritando de
dor... Acho que está grávido.
Ele não para de apertar a
barriga. ㅡ o rapaz que me
trouxe disse, correndo junto à
maca e aos enfermeiros,
hospital adentro.
ㅡ Ok, senhor. Preciso que
espere aqui.
O enfermeiro falou passando
por uma porta grande, o
deixando para trás.
ㅡ O meu bebê... p-por favor...
Meu bebê.
Choraminguei, implorando
para que o salvassem.
ㅡ Fique calmo, nós iremos
fazer o possível para que isso
passe, ok? ㅡ uma enfermeira
que estava ao lado disse
sorrindo.
Eu a olhei chorando e assenti
desesperadamente.
A maca parou, e vi quando
uma enfermeira se aproximou
com uma seringa.
ㅡ É para a dor passar, tudo
bem? ㅡ puxou meu braço
com cuidado e injetou o l
íquido.
A dor foi baixando aos
poucos, mas o desespero não.
ㅡ Meu bebê! Salva o meu
bebê, por favor!
ㅡ A doutora já está chegando.
Não demorou muito para que
uma médica entrasse na sala,
e se sentasse ao meu lado, já
mexendo numa máquina
grande que tinha ao lado.
ㅡ Ok, irei dar uma olhadinha
no seu bebê agora ok? ㅡ
perguntou, e eu só assenti
nervoso.
A dor já havia passado,
graças ao universo e ao
remédio que me deram, mas o
medo que estava sentindo era
enorme, que fazia meu peito
doer em antecipação.
Eu não podia perder aquele
bebê, ele era meu bebê, meu
tesourinho.
Ela ergueu minha camisa, e
despejou um líquido gelado
em cima de minha barriga.
Depois pegou um aparelho
que julguei ser para o
ultrassom e começou a
passear por ela.
ㅡ Qual o seu nome? ㅡ uma
enfermeira ao lado perguntou.
Possivelmente fazendo minha
ficha médica.
ㅡ Song JaeMin.
ㅡ Com quantas semanas
está? ㅡ a doutora perguntou
sem tirar os olhos da tela. Eu
ainda não conseguia olhar.
Tinha medo de que meu bebê
já não estivesse mais vivo...
Esse pensamento me fez
sentir uma dor grande no
peito, e uma lágrima desceu
pelo meu rosto.
ㅡ d-dezesseis ㅡ Falei
sentindo o bolo se formar em
minha garganta.
Ela parou por um segundo
olhando a tela em silêncio e
depois me olhou.
ㅡ Seu bebê está bem, senhor
Song. ㅡ sorriu. ㅡ fique calmo.
O senhor já o viu?
Com o coração mais aliviado,
neguei, me virando e vendo
um brotinho de ser humano
sob a tela.
ㅡ Ele ainda é bem pequeno,
11 centímetros. ㅡ passou a
setinha por cima da imagem
preta e branca do meu
pequeno bebê. ㅡ Vê isso? Os
bracinhos e pernas? ㅡ mexeu
com o aparelho sobre minha
barriga, e o bebê pareceu
responder, pois mexeu
agitadamente, balançando os
braços e pernas, sem um
ritmo formado.
Sorri encantado com a
imagem.
Ele ainda era tão pequeno,
mas meu coração estava todo
molenga por aquele
pedacinho de ser humano
dentro de mim.
Ela parou a imagem por um
segundo, anotando algo, e em
seguida deu um clique e um
som ritmado foi reproduzido.
Abri os olhos, sentindo as
lágrimas se formarem, prontas
para caírem em alegria.
ㅡ Esse é o...
ㅡ o coração do seu bebê
senhor Song.
Sorri, ouvindo o som do
coraçãozinho batendo ser
reproduzido e chorei feito um
louco. Aquele era o som mais
lindo, perfeito e tranquilizador
que já tinha ouvido.
Naquele momento eu só
pensei em LinHyun, e em
como ele estava perdendo
cada um desses momentos e
sensações únicos.
Enquanto a doutora
continuava com o exame, a
olhei e depois de muito
pensar, decidi perguntar:
ㅡ Já dá para ver o sexo do
bebê?
Ela sorriu, e mexeu um pouco
mais o aparelhinho.
ㅡ Esse pequeno parece
envergonhado agora. ㅡ disse
e meu olhar vai para a tela,
que o mostrava bem
paradinho. ㅡ Vê isso? ㅡ
aponta novamente. ㅡ As
perninhas estão dobradinhas.
Assinto já entendendo que
infelizmente o sexo não seria
possível de descobrir, mas o
alívio em meu peito, ao saber
que meu bebê está bem é
grande.
Ela guardou o equipamento
que estava utilizando para o
exame, e afastou a cadeira,
ficando sentada de frente a
mim.
ㅡ Senhor Song, seu bebê
esta ótimo, onze centímetros,
setenta e nove gramas e os
membros parecem bem
formados, mas oque ocorreu
hoje não pode ser deixado de
lado. O senhor teve um
sangramento devido a um
pequeno deslocamento da
placenta. Com dezesseis
semanas, isso é bem raro, e
bastante perigoso. Então
pedirei para o senhor repouso
absoluto.
ㅡ Isso pode fazer mal ao
bebê?
ㅡ Sim, muito. Seu útero ainda
está se adaptando ao novo
que há nele. Uma gravidez
masculina cis pode ser um
pouco mais complicada. Mas
seu corpo manterá o bebê
seguro se você se cuidar,
entende? ㅡ assenti a olhando
ㅡ Então pedirei repouso
absoluto. Você não pode
sequer pensar em fazer nada
com muito esforço físico, ou
tudo pode acarretar a um
aborto espontâneo, ou a um
parto prematuro e não
queremos isso, não é?
Assenti mais uma vez,
anotando mentalmente tudo o
que me era passado.
ㅡ Eu trabalho com pintura,
sou um artista... Isso significa
que não posso pintar até o
bebê nascer?
ㅡ Não, o senhor poderá,
contanto que não faça esforço
e que não fique muito tempo
de pé. O essencial, é que
fique relaxado. Sem estresse
ou esforço.
Assenti agradecendo-a.
ㅡ O senhor terá que ficar aqui
hoje, em observação. Mas
avisarei ao rapaz que está te
esperando, que já pode entrar.
ㅡ O rapaz?
ㅡ Sim, está aqui fora. Ele
estava bem nervoso, mas
falarei com ele, e pedirei que
entre.
ㅡ Mas... ㅡ eu nem sabia o
que pensar ou falar, mas
sabia que precisava agradecê-
lo. ㅡ obrigado. Muito, muito
obrigado.
Ela sorriu se despedindo e
saindo.
Alguns minutos depois o rapaz
entrou.
Eu ainda não tinha reparado
em seu rosto, até porque
estava sofrendo com uma dor
horrível e gritando como um
louco banhado com o medo
de perder a única coisa que
ainda tinha naquela cidade,
mas agora, vendo-o assim de
perto, seu rosto é jovem e
assustado, mas muito bonito.
Ele entrou meio acanhado, e
parou ao lado da maca.
ㅡ Obrigado por ter me
ajudado. ㅡ falei.
Ele sorriu envergonhado e
assentiu.
ㅡ Está tudo bem com você e
com o seu bebê agora?
ㅡ Sim, estamos bem. ㅡ alisei
minha barriga olhando-a e
sorrindo. Logo me lembrei da
imagem do pequeno serzinho
que estava crescendo dentro
de mim. ㅡ Graças a você.
ㅡ Eu... Eu fiquei muito
assustado. ㅡ coçou a nuca
sorrindo. ㅡ de verdade
mesmo. Mas agora... fico feliz
e tranquilo que estejam bem.
Assenti olhando. Ele parecia
inquieto e sem que
tivéssemos algo a mais para
falar ali, logo um silêncio
constrangedor veio em
seguida.
ㅡ Você... Você quer que eu
ligue para alguém? ㅡ ele
perguntou ㅡ O pai ou a... mãe
do bebê, talvez?
ㅡ Não. Não precisa, somos
só nós dois ficaremos bem. ㅡ
falei encarando minha
barriguinha ㅡ Amanhã
mesmo teremos alta.
Ele assentiu e me olhou em
silêncio por mais alguns
segundos.
ㅡ Bom, eu... ㅡ ele disse rindo
e ergueu a mão para mim. ㅡ
Me desculpe os modos, me
chamo Junkoo. Lee Junkoo.
Com a mão estendida para
mim, percebi que minhas
sacolas com as compras do
bebê estavam na outra.
Ele se preocupou até em
recolhê-las.
ㅡ Prazer, sou Song JaeMin.
ㅡ apertei sua mão de volta,
me apresentando
devidamente.
Ele sorriu e seus dentes
avantajados ficaram à mostra.
Sorri com a semelhança que
ele tinha com um coelho.
Parecia um coelho bem fofo.
Ele pigarreou soltando
devagar minha mão.
ㅡ Então... Eu tenho que ir.
ㅡ Ah, ok... Se existir algum
jeito de te agradecer pela
ajuda eu ficaria muito feliz.
ㅡ Não, está tudo bem...
Assenti para Junkoo, mas ele
ainda permaneceu de pé ao
meu lado.
ㅡ Hm... Eu sei que não tenho
nada a ver com isso, e que
não te conheço... Mas, a
médica me contou um pouco
do que houve com você...
Acho que ela pensou que
éramos conhecidos ou algo
assim. ㅡ ele sorriu mostrando
os dentes de coelho
novamente. ㅡ Mas... Você
tem alguém para te buscar?
Digo, ela falou que precisará
de repouso absoluto e que
não pode fazer esforços
nenhum.
ㅡ Ah... ㅡ sorri meio sem
graça para o rapaz. ㅡ Eu
ficarei bem, amanhã chamarei
um táxi para me levar até em
casa... Está tudo bem.
ㅡ Olha, se você quiser eu
posso te buscar... Ficaria feliz
em saber que o rapaz o qual
ajudei está bem, e o bebê
também, claro.
Ok... Ele é um desconhecido,
que está me oferecendo
carona. Minha mãe já havia
me ensinado para nunca falar
com estranho, muito menos
aceitar uma carona... Mas e
quando o desconhecido salva
você?
Eu estava cercado de pessoas
no centro, mas somente ele
me ajudou. Isso significa que
ele é uma pessoa do bem,
né? Talvez um anjo...? Sei lá,
mas eu acho que sim... Mas
mesmo assim neguei.
ㅡ Eu não quero te incomodar.
ㅡ sorri educadamente. ㅡ Mas
agradeço muito.
ㅡ Ah não incomoda de jeito
nenhum... Amanhã posso te
buscar e te levo em casa em
segurança.
Ok, ele insistiu... Eu deveria
aceitar, né? Talvez não. Mas o
sorriso dele é tão bonitinho...
Ok, isso não tem nada a ver
com a carona oferecida, mas
é que ele tem cara de bom
moço.
Pensei por alguns longos
segundos, até ter uma
resposta.
ㅡ Tudo bem então... ㅡ digo
meio baixo, com certa
vergonha, mas o rapaz me
abre um sorriso tão bonito,
que tenho quase a certeza
que ouviu a resposta que
queria.
ㅡ Então, amanhã eu te busco,
ok?
Assenti sorrindo e o observei
melhor. Ele deve ter uns 19 ou
20 anos, não tem jeito de ter
mais que isso.
ㅡ Até amanhã. ㅡ disse se
afastando.
ㅡ Até amanhã.
Sorri educadamente para ele,
e recebi um último sorriso
acompanhado de um aceno
de despedida.
Assim que o rapaz saiu, deitei
a cabeça no travesseiro e
respirei fundo, sentindo um
cansaço enorme sobre meu
corpo e julguei ser por conta
do remédio que recebi.
Ainda olhando para minha
barriga, a alisei e decidi
conversar um pouquinho com
o pequeno bebê ali dentro.
ㅡ Você me assustou hoje,
não faça mais isso, por favor...
ㅡ suspirei. ㅡ apesar de o
culpado ser eu... Eu fiquei
com medo de te perder
pequeno.
Continuei o diálogo com meu
bebê, e naquela sala de
hospital sozinho, eu vi quem
eu tinha ao lado.
E eu tinha apenas o meu
bebê.
Continua...
Capítulo 3
Um estranho legal
À noite no hospital não foi
nada legal.
Graças ao universo não senti
nenhuma dor ou desconforto,
referente ao bebê, mas o
ambiente hospitalar nunca foi
o meu preferido. E dormir ali,
não era nada fácil.
Felizmente consegui tirar um
cochilo, algo rápido, coisa de
duas ou três horas, mas nada
além disso.
ㅡ Com licença... ㅡ ergui
meus olhos encontrando o
mesmo rapaz da noite
anterior, parado na porta do
quarto.
Ele sorriu contido, e se curvou
minimamente, me
cumprimentando.
ㅡ Bom dia... JaeMin?
ㅡ Isso. ㅡ sorri ainda sem
graça para ele, o
respondendo. ㅡ Bom dia,
Lee.
ㅡ Como passou a noite? ㅡ
perguntou, se aproximando
um pouco, vestindo um
casaco preto gigante, de
capuz, e me ajudando, a sair
da cama.
O olhei rapidamente, e julguei
suas vestes. Parecia um
adolescente.
ㅡ Acordado... É muito difícil
dormir numa cama que não é
a minha.
Ele assentiu sorrindo, e
ouvimos batidas leves na
porta.
Olhei rapidamente para a
porta e vi a mesma doutora
que havia me atendido no dia
anterior, entrar.
ㅡ Com licença, bom dia. ㅡ
sorriu. ㅡ Como se sente,
senhor Song?
ㅡ Com sono. ㅡ brinquei com
ela, a fazendo sorrir também.
ㅡ Não consigo dormir em
uma cama que não seja a
minha, é muito difícil.
ㅡ Terá muito tempo para
dormir e descansar.
Ela anotou algo num papel, e
logo me entregou.
ㅡ Esta é a sua liberação. Já
assinei. Mas não esqueça
sobre o que te pedi ok?
Repouso total e imediato.
Queremos que esse
bebezinho e o seu papai
fiquem muito bem de saúde,
não é? ㅡ ela olhou para Lee,
o pegando de surpresa com a
pergunta, mas ele assentiu,
sorrindo e me olhando
também.
ㅡ Certo. A conta do hospital
também já foi paga, então o
senhor já está liberado para ir.
ㅡ Espera, como assim já foi
paga? Quem pagou?
Lee levantou a mão
rapidamente, sorrindo e
mostrando seus dentes de
coelho outra vez.
ㅡ Eu paguei.
ㅡ Mas... Não. Você não
podia... Quanto que foi? Eu
irei te pagar o prejuízo! ㅡ
Busquei minha bolsa, onde
estava minha carteira, mas ele
me impediu, negando com a
cabeça.
ㅡ Não precisa JaeMin. ㅡ ele
sorriu e mesmo sem entender
o porquê de sua atitude,
assenti o olhando.
Esse cara é o cara mais
estranho que já vi. E veja que
na minha vida, ficar cercado
de gente estranha é quase
comum.
ㅡ Ok...
ㅡ Bom, eu vou indo. Espero
não te ver por aqui. ㅡ A
doutora sorriu se despedindo.
ㅡ Eu também. ㅡ ela deu um
último tchauzinho e se foi.
Olhei o rapaz parado à minha
frente, com as mãos juntas ao
corpo, olhando tudo ao redor.
ㅡ Então... ㅡ trouxe a atenção
dele para mim. ㅡ Vamos?
Ele assentiu rápido, e ainda
bastante prestativo segurou
meu pulso para que
conseguisse calçar as
sandálias ofertadas pelo
hospital, e buscou todas as
minhas sacolas.
Sorri, caminhando devagar
para fora do quarto, seguido
por ele, que carregava tudo
sozinho.
ㅡ Desculpa te fazer passar
por isso.
ㅡ Não é nada. ㅡ ajeitou as
sacolas na mão, e se
apressou em chamar o
elevador.
ㅡ Eu preciso te pagar, é sério.
ㅡ Já te disse que não precisa.
ㅡ Cara, você é doido? ㅡ
Entrei no elevador, e parei de
frente a ele, com as mãos na
cintura. ㅡ Você não pode sair
pagando as dívidas dos outros
assim.
Ele me olhou sério, até um
pouco assustado, mas depois
de 2 segundos, caiu na
gargalhada.
ㅡ Desculpa, é que você ficou
bem fofo com as mãos na
cintura.
O olhei sem acreditar. Ele está
me chamando de fofo? Eu,
que Possivelmente sou mais
velho que ele e estou grávido?
Mereço respeito poxa.
ㅡ Eu não sou fofo. E você
está errado. Diga-me o preço
que pagou no hospital, que irei
pagar.
O elevador abriu, e seguimos
para o lado de fora.
ㅡ Irá mesmo pagar? Olha que
foi bem caro viu...
ㅡ Está insinuando que eu não
posso te pagar? ㅡ o olhei,
pondo novamente a mão na
cintura. Era uma mania minha
de quando ficava nervoso.
Ele parou em frente a um
carro, na qual eu não saberia
dizer a marca, mas sei que
com certeza, é bem caro e o
destravou.
ㅡ Eu não insinuei nada.
Colocou as sacolas no banco
de trás do carro, e abriu a
porta do passageiro para que
eu pudesse entrar.
O olhei nos olhos, e depois
olhei para o carro.
ㅡ Ok, mas antes me
responda o que você é...?
Você tem um carro que vale
mais que minha casa, e um
rosto de um garoto 18, então o
que você é?
Ele arqueou uma de suas
sobrancelhas
me olhando, e depois olhou
para o carro.
ㅡ Isso importa?
ㅡ Claro que importa. Eu terei
que entrar aí, ao menos, me
responda... Qual a sua idade?
ㅡ Vinte...
Minha nossa, é quase um
adolescente mesmo.
ㅡ e a sua?
ㅡ vinte e seis.
ㅡ Você é meu hyung. ㅡ
sorriu e eu não achei a
mínima graça.
ㅡ Não me chame assim... não
temos intimidade e me faz
parecer velho.
ㅡ Vou te chamar de “oppa”
então. Oppa você quer entrar,
por favor?
Gargalhei, sem conseguir me
controlar e neguei com a
cabeça.
ㅡ Me chame por JaeMin.
Ele sorriu e assentiu. Entrei no
carro, mesmo sem saber ao
certo quem era o garoto, e
ditei meu endereço para que
ele pudesse me deixar em
casa.
A viagem, não foi nada
silenciosa. Ele adora falar, e
às vezes fala sobre coisas
aleatórias.
Descobri que sua ida ao
centro foi para comprar telas,
mas quando me animei ao
pensar que pintava, apenas
disse que desenhava por puro
hobby.
O contei um pouco sobre mim
também, em como era um
pintor, e até prometi-lhe
mostrar algumas de minhas
telas, terminadas que iriam
para a próxima exposição de
Seul e Daegu.
Assim que chegamos ao meu
prédio, pedi para não se
importar muito com as
sacolas, que pediria ajuda ao
porteiro, mas ele recusou a
ideia e fez questão de levá-las
até meu apartamento.
Vocês agora devem estar
pensando: meu deus, Song
JaeMin é louco. Está indo em
direção ao seu apartamento
com um total estranho.
Mas era a verdade, eu
realmente sou um louco que
estava subindo o elevador em
direção a minha casa com um
total estranho, mas de algum
jeito, ele não me passava a
insegurança que um estranho
normalmente passava.
ㅡ Onde posso deixá-las? ㅡ
perguntou e apontei para o
sofá. Ele me olhou, com o
olhar de repreensão. ㅡ Um
lugar onde você nem ouse
erguer essa sacola. Está de
repouso esqueceu? Aliás,
toma aqui. ㅡ me estendeu
seu celular. ㅡ coloca aqui teu
número que a hora que você
precisar, é só me ligar.
Peguei o celular de suas
mãos, o olhando com
estranhamento.
ㅡ Mas o correto não seria eu
ter o teu número? ㅡ Coloquei
meu número e salvei o
entregando o aparelho de
volta. ㅡ para quando
"precisar" te chamar? ㅡ falei
entre aspas, porque era claro,
que eu não iria precisar
novamente. Talvez nós nem
nos víssemos mais.
ㅡ E terá. ㅡ fez uma ligação
rápida para mim. ㅡ agora é só
salvar. Você tem o meu, e eu
tenho o seu.
Sorriu, começando a
caminhar, procurando um
lugar para deixar as sacolas
do bebê.
ㅡ Põe no meu quarto. ㅡ Abri
a porta do cômodo, e indiquei-
lhe o closet.
ㅡ Ainda não comprei um lugar
para guardar as coisas do
bebê.
ㅡ Por falar em bebê... Eu
posso te fazer uma pergunta?
ㅡ falou, já saindo do quarto.
ㅡ Acho que sim.
ㅡ Com quanto tempo está?
Digo... Sua barriga é pouco
perceptível.
ㅡ Acabei de entrar no quarto
mês. Ela ainda é bem
pequena, mas daqui a uns
dias irá crescer muito.
Sorri, alisando a barriga.
ㅡ Espero poder te ver assim,
você irá ficar bem fofo.
Sorri desta vez, imaginando
como ficaria com a barriga
maior.
ㅡ Bem... Acho que está tudo
certo, né?
ㅡ Já vai? ㅡ perguntei sem
pensar, e ele me olhou
sorrindo e assentiu.
ㅡ Não quer um café? Uma
água?
ㅡ Um jantar. ㅡ disse simples.
ㅡ Como?
ㅡ Um jantar. Com você.
Pisquei várias vezes, tentando
entender o que ele queria.
ㅡ É o preço, você não queria
saber? Esse é o preço que
cobro pelo hospital.
ㅡ Mas isso é... Você não
pode... É...
ㅡ Estou brincando JaeMin, na
parte do pagamento, óbvio.
Mas eu realmente quero que
aceite meu convite para um
jantar.
ㅡ Porque quer jantar comigo?
ㅡ Eu te achei bastante
interessante, e você parece
ser uma boa pessoa.
ㅡ Você não está jogando uma
cantada para um cara grávido,
Está?
ㅡ Apenas como amigos,
Song. ㅡ ele me olhou
sorrindo, e semicerrei os
olhos. De alguma forma as
palavras dele pareciam falsas.
ㅡ Ok. ㅡ lancei a palma em
sua direção e ele olhou
estranhando meu ato. ㅡ É
para apertar... Você sabe?
Você pega a sua mão e aperta
a minha.
Lee sorriu, negando com a
cabeça e juntou nossas mãos,
selando nosso "acordo", no
qual nem eu mesmo sabia
qual era.
ㅡ Te mando uma mensagem,
Song. ㅡ abriu a porta, mas
antes de sair por completo,
me olhou e sorriu. ㅡ Não
esqueça, é repouso completo.
Revirei os olhos e assenti.
ㅡ até mais.
ㅡ até mais, Lee.
Continua...
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52 Comentário(s)

val
3
5
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear desbloquear
desbloquear
05/11/2022

val
2
5
É tão ruim ver que existem
homens desse tipo, que não
assumem a responsabilidade
e ainda tem coragem e
crueldade para falar sobre
abortar.
04/11/2022
Marii
0
5
É tão ruim ver que existem
homens desse tipo, que não
assumem a responsabilidade
e ainda tem coragem e
crueldade para falar sobre
abortar.
20/10/2022
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