Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSO


CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA DE DIREITO TRIBUTÁRIO
DISCENTE: RENATA MARIA MOTA DA SILVA

1. Desenvolva um pequeno texto que contenha:

O direito tributário é um ramo do direito público que tem como propósito regular


como ocorre a cobrança de tributos pelo Estado das pessoas naturais e jurídicas. A
tributação no Brasil é alvo de muita dúvida e questionamento por parte da população,
mas é extremamente necessária para a manutenção do Estado.
Existem dois tipos de receitas públicas, as originárias que são aquelas obtidas com
base na exploração do patrimônio do Estado, por meio de aluguéis ou mesmo por
empresas estatais, e as receitas derivadas que têm origem no patrimônio do particular
e entram nos cofres públicos por meio da soberania do Estado. Ademais, tributo é a
obrigação de pagar do contribuinte, e não uma opção, e tem que ser pago em dinheiro
e não tem natureza sancionatória, como ocorre com as multas, e instituída somente
em lei, onde as autoridades administrativas são obrigadas a cobrar o tributo conforme
está na lei, sem a possibilidade discricionária de avaliar oportunidade ou conveniência
de ato. Além disso, os tributos podem ser fiscais que visam abastecer os cofres
públicos, exemplos: ISS, ICMS e IR, os tributos podem extrafiscais para a intervenção
na economia (mercado) e na ordem social, quando necessário, exemplos: se o Estado
quer estimular a produção automobilística nacional, aumentará o imposto de
importação (II) sobre os veículos estrangeiros; se as montadoras de veículos estão com
as vendas baixas e anunciam demissões em massa, o Estado pode reduzir o imposto
sobre a produção industrial (IPI) para tornar o veículo mais barato, aquecendo o
consumo e preservando os empregos, e podem ser tributos parafiscais os que visam
arrecadar recursos destinados a entidades terceiras, exemplos: contribuições para o
SESI, SENAC, SEBRAE, CRC, CREA. Além disso, os tributos podem ser classificados em
espécies, porém a mais utilizada é a corrente tripartite (CTN), que são os impostos,
taxas e contribuições e a corrente pentapartite (CF e STF), que são os impostos, taxas,
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria.
2. Conceitue:
a) Imposto:
São tributos de caráter contributivo e não vinculados a uma contraprestação do Poder
Público, incidindo, via de regra, sobre a manifestação de riqueza do Sujeito Passivo.
b) Taxa:
Normalmente cobradas pela União, Estados ou Municípios, remete à utilização de
serviços específicos fornecidos pelo poder público, como por exemplo, a coleta de lixo.
E, existem dois tipos de taxas, as específicas, são as que sabemos onde serão aplicadas,
e as divisíveis, quando é possível indicar o favorecido.
c) Contribuição de Melhoria:
É criada para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária. A Contribuição de Melhoria é decorrente de obra pública, e não para que
seja realizada a obra, a cobrança só pode ser feita após a realização da obra ou de
parte da obra.
d) Empréstimo Compulsório:
É a tomada compulsória de um valor pelo Estado ao contribuinte, como forma de
empréstimo e precisa retornar no prazo determinado por lei.
e) Contribuições Especiais [ apresente a classificação destas]:
A contribuição especial é um tipo de tributo introduzido pela Constituição Federal de
1988 que se afasta da teoria do fato gerador, utilizada para classificar os tributos em
impostos, taxas e contribuições de melhoria. Seu critério de identificação se baseia na
finalidade de criação do imposto (art. 149 CF/88), que é necessário para vincular as
rendas que motivaram sua criação. A contribuição especial é instituída por lei
ordinária, cabendo à União a competência legislativa para sua criação, exceto quando
os estados, municípios e o distrito federal adotarem regime previdenciário próprio,
podendo, assim, criar contribuição especial para tanto.
 Contribuição Social: Que são aquelas que financiam direitos sociais como
educação, saúde, moradia, lazer, por exemplo. Dentro das Contribuições especiais
sociais ainda podemos subdividir em Gerais e de Seguridade. Esta última constitui
em ações para promover a saúde, previdência ou assistência social.
 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico: Que são as chamadas CIDEs.
Aqui não existe uma regra expressa para sua delimitação, mas sim regras a partir
de uma construção doutrinária. Para se ter uma CIDE, de acordo com a doutrina, a
União deve delimitar o domínio econômico que vai atuar; além disso deve-se ter
um motivo para atuação e a partir desse motivo traçar uma finalidade bem como a
destinação do dinheiro arrecadado; os sujeitos passivos da CIDE devem ser
atrelados ao setor econômico atingido; e alguns autores ainda defendem que essa
contribuição deve ser temporária.
 Contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas: São tributos
introduzidos pelo direito comum da União em favor de entidades representativas
de categorias profissionais ou econômicas, ou seja, são tributos cujo objetivo
básico é arrecadar os custos das atividades das entidades profissionais, que por sua
vez fiscalizar o comportamento ético dos profissionais sujeitos ao seu controle,
usando os poderes da polícia corporativa.
f) Hipótese de incidência: é o que está previsto na norma.
g) Fato gerador: fato ocorrido no mundo real.
h) Obrigação tributária: relação jurídica constituída entre o fisco e o contribuinte,
quando ocorre o fato gerador.
3. Apresente as características de taxa e de tarifas (preço público).
TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
Possui natureza tributária Não possui natureza tributária
Decorre da lei Decorre de contrato administrativo
Caráter Compulsório Caráter Facultativo
Regime Jurídico do Poder Público Regime Jurídico do Direito Privado
Cobrada por pessoa jurídica de Direito Cobrada por pessoa jurídica de Direito
Público Público e Privado
Receita Derivada Receita Originária

4. Comente sobre os seguintes princípios do Direito Tributário:


a) Legalidade:
O Princípio da Legalidade prevê a obrigatoriedade de publicação de lei para instituir ou
aumentar Tributo. Esse princípio, também pode aparecer como “Princípio da Reserva
Legal”. E, em regra, a lei em questão é do tipo Lei Ordinária ou Medida Provisória.
Não existem exceções ao Princípio da Legalidade em relação à Instituição ou Extinção
dos tributos. Assim, todos os tributos devem ser criados ou extintos por lei.
Existem exceções ao Princípio da Legalidade, em relação exclusivamente à alteração de
alíquotas: Imposto de Importação; Imposto de Exportação; Imposto sobre Produtos
Industrializados; Imposto sobre Operações Financeiras.; CIDE- Combustíveis, redução e
restabelecimento de alíquotas por Decreto do Poder Executivo; ICMS- Combustível,
alíquotas fixadas mediantes deliberações dos Estados e do Distrito Federal.
Não se submetem ao Princípio da Legalidade, atualização do valor monetário da Base
de Cálculo do Tributo, se observado o Índice Oficial de Correção Monetário, pode ser
realizado por Decreto.; a fixação do prazo de recolhimento, ainda que o prazo de
recolhimento seja adiantado, ele pode ser alterado de maneira infralegal.
b) Isonomia/Capacidade Contributiva:
A isonomia busca tratar os que estão na mesma situação de forma equivalente – os
iguais igualmente, e os desiguais na medida exata de suas desigualdades. Na medida
em que o Estado foi se afastando do modelo de governo absolutista, ele se tornou um
governo de leis, em que o objetivo é tratar igualitariamente não mais seus súditos, mas
seus cidadãos – e sem privilégios.
Todavia, ainda existem situações que não podem simplesmente serem abordadas
como uma mera equiparação – como contribuintes que possuem uma situação que
não torna conveniente nem oportuno esse tratamento igualitário, por possuírem um
poder econômico que represente uma maior capacidade contributiva, podendo ser
tributados em um grau maior, da mesma maneira que existem contribuintes
com deficiências em sua capacidade contributiva que precisam ser aliviados de uma
tributação que os tolha dos recursos essenciais para a sua sobrevivência.
Desta forma, a isonomia possui uma dimensão dupla: a isonomia perante a lei (de
forma a que a lei seja aplicável a todos) e a isonomia na lei (que a lei não prejudique os
desvalidos, ou que beneficie os já mais privilegiados). Princípios como a capacidade
contributiva e o mínimo essencial servem para possibilitar que direito tributário possa
agir como ferramenta de justiça fiscal, no sentido de atenuar seus efeitos sobre
quem não pode pagar – ao mesmo tempo em que aprofunda sua ação sobre quem
possui maior capacidade de pagar.

c) Anterioridade e Noventena:
Pelo princípio da anterioridade nenhum tributo poderá ser cobrado no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou,
levando em consideração o princípio constitucional pelo qual não há crime sem lei
anterior que defina, em cena sem prévia cominação penal.
São as principais exceções ao princípio da anterioridade anual para fins de exame da
ordem: Empréstimo Compulsório para atender a despesas de guerra externa, sua
iminência ou calamidade pública (art. 148, I da CF); Imposto de Importação, Imposto
de Exportação, IPI e IOF (art. 153, I, II, IV e V da CF); Imposto Extraordinário de Guerra
(art. 154, II da CF); Contribuição para a Seguridade Social (art. 195, § 6º da CF).

d) Irretoroatividade:
No direito tributário, o princípio da irretroatividade tributária garante que o
contribuinte consiga prever com antecedência os impostos que deverá pagar e limita o
poder de tributar do Estado. Assim, novas leis tributárias não podem alcançar fatos
anteriores à data de sua vigência.
Em complemento ao princípio da irretroatividade tributária, há também os princípios
da:
 Anterioridade anual, que estabelece que apenas é possível a cobrança de
tributo se a lei que o instituiu ou o majorou for publicada no exercício
financeiro anterior ao da sua cobrança;
 Anterioridade nonagesimal, que estabelece um prazo de 90 dias entre a
publicação da lei que institui ou majora um tributo e a sua cobrança (além de
respeitada a anterioridade anual).
O princípio da irretroatividade tributária possui duas exceções previstas no artigo 106
do Código Tributário Nacional: a lei tributária retroagirá quando for interpretativa. Lei
tributária interpretativa é aquela promulgada para explicar uma lei anterior. A lei deve
ser materialmente interpretativa. A lei tributária retroagirá quando for mais benéfica
para o contribuinte em matéria de infração, desde que o ato não tenha sido
definitivamente julgado. Neste caso, existem duas condições: lei mais benéfica e
matéria de infração, e um pressuposto: ato não definitivamente julgado. Lei tributária
mais benéfica em relação a pagamento de tributos não retroage.

Você também pode gostar